Interlagos sempre teve e sempre terá uma atmosfera especial, uma coisa nostálgica e que sempre traz um friozinho na barriga ao chegar no portão do autódromo.
A memória começa a pipocar em frente aos olhos cenas e mais cenas de provas passadas, acontecimentos importantes, fatos que marcaram o automobilismo e boas lembranças, mas tal qual um soco no estômago isso tudo é interrompido ao colocar os pés no "Templo". O estado em que se encontra o autódromo é lastimável. Uma várzea, um desrespeito com o patrimônio público. Ratos (os bichos mesmo, não os políticos, neste caso) fazem a festa e andam por todas as partes do autódromo. Mato, sujeira e sobra de materiais utilizados nas montagens de palcos para shows (pregos, parafusos, madeira, etc.) estão por todo o lado.
A parte dos boxes continua em reforma, e o que já está pronto é caso de polícia, uma vergonha total! É simplesmente inacreditável ver as coisas daquele jeito. "Nossos" autódromos de terra dão um baile em infraestrutura!
Feito este apêndice de indignação, vamos ao que interessa: carreras!
Fui pra Interlagos a convite do Mário Diego Broering, que faria (e fez) sua estreia na Old Stock, uma das coisas mais espetaculares do automobilismo brasileiro nos últimos tempos. A categoria é lindíssima, os carros são um espetáculo e é impossível não ficar com os pelos arrepiados e os olhos cheios de lágrimas ao ver aqueles Opalas na pista!
A Old Stock e a Classic fazem a gente entrar num túnel do tempo e dá vontade de não sair de lá nunca mais!
A parte mais bacana, além dos carros na pista, foi rever a turma de 'malucos' que há muito tempo não via, além dos novos amigos, especialmente os que até então a amizade estava apenas no virtual e agora foi pro mundo real.
Trocar ideias, informações e "ver um mundo diferente" daquele que estamos habituados é sempre muito bom, e ter como a "cereja do bolo" uma receptividade do nível que tive, é pra fazer o coração transbordar de alegria!
Não vou agradecer nominalmente a todos pra não cair na besteira de não citar alguém, mas quero regraciar muito aos companheiros de viagem, aos amigos de SP e os "dinossauros" das antigas que revi e outros que conheci nesta viagem.
Espero em breve voltar, valeu a pena cada quilômetro rodado, por mais que a viagem seja longa. Obrigado pelo carinho e pela acolhida!
O Opala 72 da dupla Luiz Carlos Zapelini / Djalma Fogaça tem "POEIRA NA VEIA"...
... assim como o Opala 50 da dupla Mário Diego Broering / Fábio Fogaça.
"Zape"
"O Monstro"
Fotos: Acervo pessoal Francis H. Trennepohl / Victor Lara - Box News