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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ainda dois poemas de Albano Martins

Nenhuma orquestra
estreou ainda a sinfonia
concertante das estrelas.

* * *

O chão que pisas agradece
que sejas leve, para que ele um dia
o seja também para ti.

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

sábado, 8 de setembro de 2012

Poema de Albano Martins

Para voar,
o vento não precisa
de ter asas.

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mais alguns versos de Albano Martins

Dizem às vezes: amanhã
é outro dia. Mas, para alguns,
o outro dia foi ontem.

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

De novo, Albano Martins

Também admirável
é o sol: para ele
é sempre dia.

* * *

As estrelas
dormem
de luz acesa.

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Albano Martins, mais uns versos

À noite o dia
só pede
algumas horas de repouso.

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Versos de Albano Martins

Do casamento da noite
com o dia é que nasceram
as estrelas.

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

domingo, 5 de agosto de 2012

Dois poemas de Albano Martins

(O poemapossivel ficou encantado com o último livro do poeta Albano Martins. Nos próximos dias publicar-se-ão alguns poemas dessa obra.)

A manhã
é um pássaro: não tem asas,
mas voa.

* * *

Os galos cantam. A noite
acorda e diz:
- Bom dia!

(in Estão agora floridas as magnólias; ed. Afrontamento, 2012)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Haiku de Albano Martins

Diz o vento
ao mar: sem mim,
não podes voar.

(in De frente para o mar. Poesia haiku contemporânea; org. David Rodrigues)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"O vento na ilha", de Pablo Neruda

O vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.

Quer levar-me: escuta
como percorre o mundo
para levar-me para longe.

Esconde-me em teus braços
por esta noite apenas,
enquanto a chuva abre
contra o mar e contra a terra
a sua boca inumerável.

Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me para longe.

Com tua fronte na minha
e na minha a tua boca,
atados os nossos corpos
ao amor que nos abrasa,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.

Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e procure
galopando na sombra,
enquanto eu, submerso
sob os teus grandes olhos,
por esta noite apenas
descansarei, meu amor.

(in Os Versos do Capitão; trad. Albano Martins)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Os teus pés", de Pablo Neruda


Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.

Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
a duplicada púrpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.

(in Os Versos do Capitão; trad. Albano Martins)