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quarta-feira, 22 de abril de 2015

"Últimos Ritos" de Hannah Kent [Opinião]


Nome: “Últimos Ritos”

Autora: Hannah Kent

Nº de Páginas: 320

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Uma magnífica estreia literária baseada e inspirada numa história real: os últimos dias de uma jovem acusada de homicídio na Islândia em 1829.
Na agreste paisagem islandesa, Hannah Kent traz à luz dos nossos dias a história de Agnes que, acusada do brutal assassínio do seu anterior amo, é enviada para uma quinta isolada enquanto aguarda a sua hora final.
Apavorados com a perspectiva de virem a albergar uma assassina, a família que a acolhe evita Agnes nas primeiras abordagens. Apenas Tóti, um padre designado para acompanhar Agnes nesta última caminhada e ser o seu guardião espiritual, procura compreendê-la.
Mas assim que a data da morte de Agnes se avizinha, a mulher e filhas do lavrador descobrem que há uma segunda versão para a história brutal que ouviram.
Fascinante e lírica, Últimos Ritos evoca uma existência dramática num tempo e espaço distantes, dirigindo-nos a enigmática pergunta: como pode uma mulher suportar a mágoa e a injustiça quando a sua vida depende das histórias contadas pelos outros?”

Opinião: Hannah Kent nasceu em Adelaide, Austrália, em 1985. Quando era jovem teve a possibilidade de viajar para a Islândia, quando fazia um intercâmbio, e foi nesse momento que teve conhecimento da história de Agnes Magnúsdóttir, que viria a dar origem à sua primeira obra, “Últimos Ritos”.

“Últimos Ritos” mostra-nos a história de uma jovem acusada de assassinato na Islândia, em 1829. Agnes foi acusada, com outras duas pessoas, do assassinato do seu anterior amo e de um amigo do mesmo. Antes da sua execução é enviada para uma quinta isolada, onde irá ajudar a família do lavrador que a acolherá, e receberá ajuda de Tóti, um padre, que tem a função de ajudar Agnes a redimir-se do seu crime e a partir em paz.

Confesso desde já que não consegui ficar indiferente desde logo à quantidade de prémios que esta obra conseguiu vencer, nove na totalidade, tendo sido candidata a mais oito. Aspecto que, sem dúvida, me suscitou interesse relativamente à obra e me convenceu que a teria de ler. Contudo, tenho igualmente de admitir que não fiquei completamente rendida à mesma. No princípio do livro a narrativa é um pouco lenta e demoramos a embrenhar na história e a ligarmo-nos às personagens, o que aliado ao facto de a relação entre estas ser um pouco efémera, não me fez apreciar a obra tanto quanto gostaria.

Outro aspecto que me chamou à atenção na obra foi o facto de se basear numa história verídica e esse facto mostrou ser um dos aspectos mais positivos da obra, pelo trabalho de pesquisa da autora, tal como o detalhe e cuidado que a mesma teve em contar esta história.

Na obra também me cativaram os flashbacks da vida de Agnes, narrados pela mesma, e algumas cartas subjacentes no início de cada capítulo, que tornaram a obra mais real e cativante.

No que concerne às personagens, penso que a relação entre as personagens devia e merecia ter sido mais trabalhada e desenvolvida, pois pareceu-me demasiado rápida a relação e intimidade desenvolvida entre as mesmas. Efectivamente constatamos que Agnes divide os dias com Tóti, o padre que a ajudará na hora da sua morte, e a família que a acolhe, todavia não nos é mostrada de forma muito profunda esta relação, que justifique posteriormente as acções ocorridas. Todavia, apesar deste aspecto menos positivo, penso que a autora sabe manobrar bem os sentimentos do leitor, colocando-o na dúvida e num dilema moral, sobre o que é certo ou errado, o que é muito interessante e positivo.

Com uma escrita portadora de descrições carismáticas e envolventes, que nos transportam para as aldeias e ruas mencionadas, Hannah Kent apresenta-nos uma história baseada em factos verídicos, sobre a última mulher a ser assassinada na Islândia, Agnes Magnúsdóttir.

Em suma, “Últimos Ritos” foi uma obra que me agradou, que me fez pensar sobre o que considero certo e errado, deixando-me curiosa com futuras obras da escritora.



Avaliação: 3/5 (Gostei!)

quarta-feira, 15 de abril de 2015

"E se...?" de Randall Munroe [Divulgação - Saída de Emergência]



Nome: "E se...?"

Autor: Randall Munroe

Nº de Páginas: 352

Sinopse: "Milhões de pessoas visitam XKCD.com todas as semanas para ler a vinheta de Randall Munroe. As suas figuras simples e desenhos minimalistas sobre ciência, tecnologia, amor e o sentido da vida têm uma vasta legião de seguidores.


Fãs de XKCD colocam a Munroe imensas questões bizarras. E se tentasses bater uma bola de basebol lançada a 90% da velocidade da luz? Se houvesse um apocalipse robótico, quanto tempo duraria a Humanidade na Terra?

Na busca de respostas, Munroe opera simulações de computador, analisa dossiês de pesquisa militar confidencial, resolve equações diferenciais e consulta operadores de reatores nucleares. As suas respostas são obras de arte de perspicácia e humor e normalmente preveem a absoluta aniquilação da Humanidade ou uma explosão inimaginável que arrase tudo!

E se…? é leitura obrigatória para todos aqueles que adoram os grandes enigmas da vida, da ciência e, claro, perguntas tão absurdas quão divertidas."


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

"Últimos Ritos" de Hannah Kent [Divulgação - Saída de Emergência]

Nome: "Últimos Ritos"

Autora: Hannah Kent

Nº de Páginas: 320

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: "Uma magnífica estreia literária baseada e inspirada numa história real: os últimos dias de uma jovem acusada de homicídio na Islândia em 1829. 

Na agreste paisagem islandesa, Hannah Kent traz à luz dos nossos dias a história de Agnes que, acusada do brutal assassínio do seu anterior amo, é enviada para uma quinta isolada enquanto aguarda a sua hora final. Apavorados com a perspetiva de virem a albergar uma assassina, a família que a acolhe evita Agnes nas primeiras abordagens. Apenas Tóti, um padre designado para acompanhar Agnes nesta última caminhada e ser o seu guardião espiritual, procura compreendê-la. Mas assim que a data da morte de Agnes se avizinha, a mulher e filhas do lavrador descobrem que há uma segunda versão para a história brutal que ouviram. Fascinante e lírica, "Útimos Ritos" evoca uma existência dramática num tempo e espaço distantes, dirigindo-nos a enigmática pergunta: como pode uma mulher suportar a mágoa e a injustiça quando a sua vida depende das histórias contadas pelos outros?"


Data de lançamento: 18/02/2015

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Novidades Saída de Emergência [Divulgação]


Nome: "Eleanor & Park"

Autora: Rainbow Rowell

Nº de Páginas: 336

Sinopse: "Dois inadaptados. Um amor extraordinário.

Eleanor é uma miúda nova na escola, vinda de outra cidade. A sua vida familiar é um caos; sendo gorda e ruiva, e com a sua forma esquisita de se vestir, atrai a atenção de todos em seu redor, nem sempre pelos melhores motivos. 

Park é um rapaz meio coreano. Não é propriamente popular, mas vestido de negro e sempre isolado na música através dos seus fones e livros, conseguiu tornar-se invisível. Tudo começa por ser diferente quando Park acede a que Eleanor se sente ao lado dele no autocarro da escola. A princípio nem sequer se falam, mas pouco a pouco começam por se envolver numa genuína relação de amizade e cumplicidade que mudará as suas vidas. E contra o mundo, o amor nasce. Porque o amor é um superpoder."

Críticas: "Nunca vi nada como Eleanor e Park. É uma belíssima história de amor. 
Relembrou-me o que é ser jovem e apaixonado por uma rapariga, 
mas também o que é ser jovem e apaixonado por um livro."
John Green, autor de A Culpa É das Estrelas

"Este romance lúcido, sexy e terno vibra de punk rock e amor verdadeiro. Os leitores irão deixar-se arrebatar por Eleanor & Park. "
-Gayle Forman, autor de If I Stay e Where She Went


"Divertido, cheio de esperança, sensual e verdadeiramente de levar às lágrimas, este romance irá conquistar adultos e jovens."
-Kirkus Reviews

"Eleanor & Park é um livro tão bom que corta a respiração, sobre o amor entre dois inadaptados."
-Stephanie Perkins, autora de Anna and the French Kiss e Lola and the Boy Next Door

"A relação pura, de mãos dadas com o medo e surpreendentemente matura que Eleanor e Park desenvolvem é urgente e de cortar a respiração… e de nos quebrar por dentro. "
-Booklist

"Doce, ousado e terno… Rainbow Rowell escreveu uma história inesquecível sobre dois inadaptados que se apaixonam. Esta estreia irá desvendar o seu caminho pelo seu coração e permanecer lá."
-Courtney Summers, autora de This is Not a Test e Cracked Up to Be

"Rowell mantém as coisas deslumbrantes e num delicado equilíbrio de luzes e sombras."
-Publishers Weekly

"Numa singular e surpreendente exploração do amor entre dois miúdos descontextualizados e inadaptados, Rowell mostra-nos a beleza das coisas frágeis e quebradas."
-Stewart Lewis, autor de You Have Seven Messages


Nome: "O Pirata do Rei na Terra do Sol"

Autor: Clóvis Bulcão

Sinopse: "O Pirata do Rei na Terra do Sol é um romance sensual e vibrante que narra o sequestro da cidade do Rio de Janeiro por René Duguay-Trouin, o lendário corsário francês ao serviço do rei Luis XIV. Em 1711, protegida por um denso nevoeiro, a frota de quinze vasos de guerra invadiu a baia da Guanabara de forma espetacular e aí desembarcaram mais de mil homens. O objetivo era roubar o carregamento anual de ouro do Brasil e desferir um poderoso golpe no orgulho e poderio português. 

Do tráfico de sal e pólvora à revolta dos escravos, da ocupação da cidade ao roubo de barcos por intelectuais, o Rio de Janeiro fervilhou de atos heróicos e vis traições. Uma trama fascinante, habilmente explorada por Clóvis Bulcão, que nos revela a realidade da Mui Leal e Histórica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro antes da alvorada da independência, rodeada de proibições reais, jesuítas, mulheres sedutoras, tráfico e corrupção sob o esplendor do sol tropical."

Lançamento: 16 de Janeiro de 2014

Curiosos com alguma das obras? Confesso que quero muito ler a primeira obra, pois tenho lido opiniões fantásticas da autora. :)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Novidades Saída de Emergência e Vencedor do prémio Bang! [Divulgação]


Nome: "Mago - A Senhora do Império" (#4 Saga do Império)

Autor: Raymon E. Feist & Janny Wurts

Nº de Páginas: 672


Sinopse: "A Saga do Império iniciada com A Filha Do Império conclui-se com este volume, forte em emoções e aventura, numa batalha pela justiça. 

A Senhora Mara dos Acoma sente-se segura e em paz, e pela primeira vez na vida longe dos seus inimigos – até que uma tentativa de assassinato que lhe é dirigida acaba por matar o seu filho e herdeiro. Cercada por espiões e casas rivais, e perseguida por uma irmandade secreta de assassinos impiedosos, Mara enfrenta o desafio mais letal com que alguma vez se deparou. 

Mas os seus planos de vingança pela morte do filho são rapidamente gorados pela Assembleia de Magos, que detém o poder real do Império e mantém a população dócil e domesticada, além dos terríveis Mantos Negros, que encaram Mara como a ameaça suprema ao seu poder ancestral. Em busca de aliados para assegurar a justiça e paz para o império, Mara tem de viajar para lá das fronteiras da civilização, desvendando antigos segredos até às colmeias dos estranhos Cho-ja. Reunindo toda a sua coragem e astúcia, Mara levará a sua maior batalha em nome da sua vida, do seu lar e do seu império."


Nome: "Tudo o que ficou para trás"

Autora: Nora Roberts

Nº de Páginas: 352

Sinopse: "Uma história apaixonante sobre confrontar o passado e saciar um antigo desejo de vingança 

Aos vinte e cinco anos, a Princesa Adrianne tem uma vida que a maioria das pessoas invejaria. Mas a sua postura de menina linda, elegante, rica e mimada é um artifício, um esforço cuidadosamente calculado para esconder uma perigosa verdade e um trágico passado. 

Há uma década que Adrianne vive com desejo de vingança. Durante a infância apenas pôde assistir à crueldade escondida atrás da fachada do casamento de conto de fadas dos pais. Agora tem o plano perfeito para fazer o seu pai pagar a crueldade que cometeu: irá apoderar-se de O Sol e A Lua, um lendário colar de valor inestimável. 

Contudo, conhece um homem que parece adivinhar todos os seus segredos. Inteligente, encantador e enigmático, Philip Chamberlain tem os seus próprios motivos para se aproximar de Adrianne. E só demasiado tarde ela se aperceberá do perigo… quando se vê obrigada a enfrentar dois homens extraordinários: um com o conhecimento para lhe roubar a liberdade, o outro com o poder para lhe roubar a vida."

Estão curiosos com alguma destas novidades? Confesso que ainda só li um livro da Nora Roberts, "O Recife", que gostei muito, mas desde aí que nunca mais li nada da escritora. Quanto ao Raymond E. Feist ainda só li "Mago - Aprendiz", pelo que estou muito atrasada nas suas obras.

Quanto ao Prémio Bang!, que foi divulgado aqui no blogue no princípio deste ano, em Janeiro, já se encontra apurado o vencedor, "A Balada de Antel" do brasileiro Eric Henrique de Souza, que será em breve editado tanto em Portugal, como no Brasil. Parabéns aos participantes e fundamentalmente ao Eric! 

Deixo-vos o link do site da SdE sobre a divulgação do vencedor e outro post sobre as submissões, que mostrou alguns dados interessantes sobre os participantes. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Pré-venda "Os Três" [Divulgação - Saída de Emergência]

Boa tarde a todos. :)

A Saída de Emergência irá lançar amanhã, dia 24 de Outubro, uma das obras que mais curiosidade me suscitaram nos últimos tempos da editora, "Os Três" de Sarah Lotz. A sinopse é muito prometedora e cativante, pelo que aguardo com alguma expectativa a leitura desta obra.


Sinopse: "O dia que nunca será esquecido. O dia em que há quatro acidentes de avião, em simultâneo, em diferentes pontos do globo. E três crianças sobreviveram. 


O mundo vive atordoado com a trágica coincidência. À beira do pânico global, as autoridades são pressionadas a encontrar as causas que motivaram os acidentes. Com terrorismo e desastres ambientais fora da equação, não parece haver uma correlação lógica, tirando o facto de ter havido uma criança sobrevivente em três dos quatro acidentes. 



Intituladas Os Três pela imprensa internacional, as crianças exibem distúrbios de comportamento, presumivelmente causados pelo horror que viveram e pela pressão da comunicação social. Esta pressão torna-se ainda mais intrusiva quando um culto religioso liderado por um ministro fanático insiste que as crianças são três dos quatro profetas do Apocalipse. E se, para mal de toda a Humanidade, ele tiver razão?"



E vocês estão curiosos? Beijinhos e óptimas leituras*

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Últimos lançamentos da Saída de Emergência [Divulgação - Saída de Emergência]

Boa tarde a todos. :)

Hoje trago-vos as últimas novidades da editora Saída de Emergência, mais concretamente das obras "Assassin's Creed - Bandeira Negra" de Oliver Bowden, lançado a 26 de Setembro; e mais recentemente "Noite Silenciosa" de Sherrilyn Kenyon, continuação da saga Predadores da Noite e "Diário de uma Obsessão" de Claire Kendal, ambos no passado dia 10 de Outubro.


Sinopse: "“Estava enfeitiçado pelo homem do capuz. hipnotizado por este agente da morte, que ignorava a carnificina à sua volta, esperando pelo seu momento de atacar” 

Estamos na Era Áurea da Pirataria e o Novo Mundo chama por nós. Edward Kenway é o impetuoso jovem filho de um vendedor de lã. Sonha com ouro e não consegue resistir ao apelo de uma vida de glórias no alto mar. Quando o seu lar é atacado, esta parece ser a sua melhor oportunidade de fugir e Kenway rapidamente se destaca como um dos mais mortíferos corsários do seu tempo.

Mas a ganância, a ambição e a traição seguem-no de perto. Quando surge uma perigosa conspiração que ameaça destruir tudo o que ele ama, Kenway não resiste à sede de justiça.

Embarque nesta aventura sem precedentes! Viva pelos olhos de Edward Kenway a batalha feroz entre Assassinos e Templários, desde as tempestuosas correntes do oceano às exóticas ilhas desconhecidas e prepare-se para sentir o perigo à flor da pele! 

“POR ISSO, DEIXA QUE A BANDEIRA NEGRA NÃO SINALIZE MAIS NADA A NÃO SER A TUA LEALDADE PARA COM AS LIBERDADES NATURAIS DO HOMEM. ESTA É TUA. HASTEIA-A COM ORGULHO.”"


Sinopse: "No mundo dos Predadores da Noite, o inferno está prestes a chegar… 

Stryker já avisou que está a reunir as suas forças. Enquanto o mundo avança inconsciente, Stryker, que lidera um exército de demónios e vampiros, conspira para lançar uma ofensiva contra os seus inimigos — que, infelizmente para nós, incluem toda a raça humana. 

Para vingar a sua irmã, Stryker prepara-se para aniquilar os Predadores da Noite. Mas as coisas começam a correr mal quando o seu inimigo mais antigo regressa. Eis que chega a sua ex-mulher, Zephyra. Precisamente quando achava que nada o poderia parar, vê-se embrenhado numa guerra secular com uma mulher que dá um novo significado à palavra «dor». 

Estão a ser traçadas novas linhas de batalha, enquanto os Predadores da Noite se reúnem para uma novo confronto, numa NOITE SILENCIOSA."


Sinopse: "Os fãs de Gone Girl irão arrepiar-se com este thriller sobre poder e perseguição. 

Clarissa está cada vez mais assustada com o seu colega Rafe. Ele não a deixa em paz e recusa-se a aceitar “não” como resposta. Está sempre presente. 

Ser convocada para ser jurada é um alívio. A sala do tribunal é um abrigo seguro, um lugar onde Rafe não pode estar. Mas à medida que uma narrativa de rapto e violação se desenrola, Clarissa começa a ver paralelismos entre a sua situação e a da jovem na barra das testemunhas. Se quer sobreviver, Clarissa terá que expor o seu perseguidor. Ao desenredar o macabro e perverso conto de fadas que Rafe teceu em torno deles, descobre que o final que ele visiona é mais aterrador do que ela poderia alguma vez imaginar. Mas como é que alguém pode proteger-se de um inimigo que mais ninguém consegue ver?"

Das novidades a que mais me chama à atenção é, sem dúvida, a última obra "Diário de uma Obsessão". E vocês estão curiosos com alguma destas novidades? :)

Beijinhos e boas leituras*

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Desculpe Sr. Nobel [Divulgação - Saída de Emergência]



A Saída de Emergência tem o prazer de convidar todos os interessados para o lançamento da mais recente obra da escritora Maria Helena Ventura, "Desculpe Sr. Nobel", no próximo dia 29 de Setembro, pelas 18h, em Cascais. Neste lançamento terão a possibilidade de adquirir a obra autografada, trocar algumas palavras com a escritora e ainda conhecer a Casa de Santa Maria.

Sinopse: "Uma história de traição e perda, mas também de esperança por um recomeço onde menos se esperava 
Joana Cabral Cid, jornalista e investigadora forense, viaja até Estocolmo quando a Academia Sueca se prepara para anunciar o vencedor do Nobel da Literatura. O motivo: tentar descobrir quem matou Thomas Moonland, o grande candidato ao cobiçado prémio.
Depois de se encontrar com a psicóloga criminal Klara Drottning, que investiga o estranho homicídio, Joana vê-se envolvida numa investigação paralela e privada. Rapidamente mergulha num clima de insegurança que contraria a imagem idílica que sempre tivera de Estocolmo.
Ainda fragilizada pelo fim da única relação séria da sua vida, Joana procura um colega que conhecera na capital sueca, Kendryck O´Brien. Precisa desse apoio para diluir o medo que sente pela sua vida e, quem sabe, descobrir a teia de conspiração por trás do homicídio.
Mas quando ninguém é quem parece ser, e tão longe da segurança a que se habituou em Portugal, Joana mergulha numa espiral de traição e perda, mas também de esperança por um recomeço onde menos se esperava."

Sobre a autora: "Maria Helena Ventura nasce em Coimbra onde envereda por Germânicas. Já em Lisboa trabalha em Relações Públicas e Jornalismo. Sempre à procura de uma especialização em Sociologia dos Media, conclui o Curso Superior de Jornalismo. Acaba por fazer mestrado em Sociologia da Cultura e por publicar trabalhos na área da Educação. Passa ainda pela Docência, Investigação, enquanto se dedica ao género literário da sua preferência? Poesia. O primeiro romance, com o drama do povo timorense por pano de fundo, é muito bem acolhido. De tal modo que se converte em estímulo para ensaiar outras ficções com diferentes preocupações sociais até se deter no Romance Histórico. Tem publicados sete livros de Poesia e seis romances. Apesar de colaborar ainda num órgão da imprensa regional, ocasionalmente com crítica de arte, de fazer traduções e de ser consultora editorial de uma agência de Design e Comunicação, a escrita é hoje a sua prioridade."

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Tigana - A Lâmina na Alma


Nome: “Tigana – A Lâmina na Alma”

Autor: Guy Gavriel Kay

Nº de Páginas: 320

Editora: Saída de Emergência

Resumo: “Tigana é uma obra rara e encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado. Mas anos após a devastação da sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan, inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa recuperar um nome banido: Tigana. Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre as fronteiras da fantasia.”

Opinião: Guy Gavriel Kay é um escritor Canadiano, que reside em Toronto. Autor de nove romances e de uma conhecida complicação de poesia, “Beyond This Dark House”, o escritor venceu por duas vezes o Aurora Award e recebeu o International Goliardos Award, pela sua contribuição ao Fantástico, tendo sido igualmente nomeado por três vezes para o World Fantasy Award.

A obra “Tigana”, editada inicialmente em 1990, foi traduzida pela Saída de Emergência no presente ano em dois volumes com os títulos “Tigana – A Lâmina na Alma” e “Tigana – A Voz da Vingança”, que foi lançado no passado dia 21 de Março.

“Tigana” foi fadada ao esquecimento, devido à maldição do Rei Brandin, que levou à omissão desta civilização e até que o pronunciamento do seu nome se tornasse impossível. Todavia, um grupo de sobreviventes, por ocasiões do destino, acabam por se cruzar e irão tentar derrubar os reis que lideram a Península de Palma, de modo a devolverem a Tigana a sua existência.

Após a leitura de “Os Leões deAl-Rassan”, que mostrou ser uma obra bastante cativante, tinha muita curiosidade em ler mais obras do escritor, pelo que com a saída de “Tigana” foi com interesse que iniciei a sua leitura. Confesso que, contrariamente ao que aconteceu com “Os Leões de Al-Rassan”, não senti que a história fosse muito confusa, nem demasiado intricada, o que facilitou a ambientação ao mundo e às personagens criadas pelo autor.

No que se refere à idealização e contextualização do mundo, foi outro dos aspectos que me agradaram, penso que o autor tem uma capacidade soberba de descrever os cenários e as personagens, de modo que praticamente nos transporta para o seu mundo. Nesta obra somos apresentados à história de uma civilização perdida na História, tendo-lhe sido roubada a sua identidade, cultura e lendas. Aquilo em que o indivíduo se torna é-lhe transmitido através da socialização primária, através dos seus pais, e da socialização secundária, da sociedade onde se encontra inserido, o que leva à consolidação da sua personalidade. Se a nossa sociedade deixasse de existir, parte da nossa essência estaria para sempre comprometida, perdida no esquecimento e esta obra aborda este tema de uma forma perfeita, sendo efectivamente muito interessante do ponto vista sociológico.

Relativamente às personagens, somos apresentados a um enredo cativante e bastante diverso, que nos presenteiam com uma humanidade, perspicácia, paixão e força de vontade enormes, que não deixam de nos sensibilizar.

Numa escrita cuidada, Guy Gavriel Kay não nos apresenta uma obra que se leia de uma assentada, muito pelo contrário, trata-se de uma narrativa que se aprende a apreciar a cada folhear de página, para se degustar e, por este mesmo motivo, tem um início algo lento e requer que façamos algumas pausas para assimilar e apreciar a história da forma que a mesma merece.

Em suma “Tigana – A Lâmina na Alma” é uma história repleta de conspiração, acção e traição, polvilhado com algum amor, que nos deixa rendidos e ansiosos pelo segundo volume “Tigana – A Voz da Vingança”, que será certamente das minhas próximas leituras.

Citações a Reter: “Não existem caminhos errados. Apenas caminhos que não sabíamos que teríamos de percorrer.” (p. 307)


Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

domingo, 19 de janeiro de 2014

As Brumas de Avalon - A Senhora da Magia


Nome: “As Brumas de Avalon – A Senhora da Magia”

Autora: Marion Zimmer Bradley

Nº de Páginas: 304

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “O clássico As Brumas de Avalon regressa ao mercado português para dar a conhecer a uma nova geração esta história mágica e intemporal centrada nas mulheres que, por detrás do trono de Camelot, foram as verdadeiras detentoras do poder.
Morgaine é ainda uma criança quando testemunha a ascensão de Uther Pendragon ao trono de Camelot. Uther deseja Igraine, a mãe de Morgaine, presa a um casamento infeliz com Gorlois. Mas há forças maiores que estão em curso e que se preparam para mudar as suas vidas para sempre. Através da sua sacerdotisa Viviane, Avalon conspira para unir Uther a Igraine e dessa aliança nascerá Arthur, a criança que salvará as Ilhas. Morgaine, dotada com a Visão, é levada por Viviane para Avalon onde irá receber treino como sacerdotisa da Deusa Mãe. É então que assiste ao despertar das tensões entre o velho mundo pagão e a nova religião cristã. O que Morgaine desconhece é que o destino irá armar-lhe uma cilada e pô-la, de novo, no caminho do meio-irmão Arthur da forma que menos espera…”

Opinião: Marion Zimmer Bradley nasceu a 3 de Junho de 1930, em Albany, no estado de Nova Iorque. Começou a escrever na adolescência, tendo criado aos dezassete anos uma revista para escritores amadores de Ficção Científica. Em 1949 apresenta uma história a um concurso da revista de ficção científica, “Fantastic/Amazing Stories”, e consegue realizar a sua primeira venda. Dois anos mais tarde escreve para várias revistas, mas é a partir de 1958 que ganha notoriedade, ao publicar o primeiro romance da série “Darkover”, “The Planet Sarvers”. No género fantástico vem a publicar “The Forest House” e “Lady of Avalon” e em 1983 publica a sua obra mais conhecida “The Mists of Avalon”, traduzido em português como “As Brumas de Avalon – A Senhora da Magia”. Em 87 publica outra obra, “The Firebrand”, e, nos anos seguintes, edita várias revistas, inclusive a sua própria, “Marion Zimmer Bradley’s Fantasy Magazine”, projecto que inicia em 1988. Zimmer falece a 25 de Setembro de 1999, após sofrer um ataque cardíaco.

“A Senhora da Magia”, primeiro volume da quadrologia “As Brumas de Avalon”, começa por nos ser narrada por Morgaine, que posteriormente nos transporta para o passado, permitindo-nos conhecer os seus antecedentes. Igraine, que se encontra casada com Gorlois e com uma filha pequena nos braços, Morgaine, recebe uma visita da irmã, a Sacerdotisa Viviane, e de Merlim, que lhe tentam mostrar que o seu destino se encontra ligado a outro homem, Uther, e que da união nascerá Arthur, um jovem que salvará as Ilhas. Apesar da sua reticência inicial, tudo acaba por se desenrolar como destinado, e da união nasce efectivamente um jovem rapaz. Entretanto Morgaine, ao ser detentora da Visão, é levada por Viviane para Avalon, para se tornar uma Sacerdotisa da Deusa Mãe e o seu futuro nunca mais voltará a ser o mesmo, pois a Deusa tem planos para o seu futuro e os mesmos poderão envolver o seu meio-irmão, Arthur, de uma forma que ela nunca poderia prever.

Quase todos os fãs de fantasia conhecem o trabalho de Marion Zimmer Bradley, um ícone de renome deste género literário. Depois de acompanhar inúmeras opiniões favoráveis, de me ter sido aconselhada e elogiada por diversas vezes, finalmente tive a possibilidade e o prazer de ler esta fantástica obra, pelas mãos da Saída de Emergência. Posso confessar desde já que este livro foi uma surpresa bastante agradável, tendo sido das leituras mais prazerosas que tive dentro deste género nos últimos tempos.

Neste volume temos a possibilidade de encontrar fantasia épica da melhor qualidade, numa narrativa cativante, envolvente, portadora de personagens reais e onde não existem tabus. Apesar de a história conter alguns saltos temporais, como foi ressalvado anteriormente, tal facto encontra-se muito bem conseguido, de forma a cativar o leitor e lhe suscitar curiosidade, o que torna a narrativa mais estimulante e enriquecedora.

Esta história tem, em grande parte da narrativa, como pano de fundo Avalon, uma ilha mágica, onde as mulheres são portadoras da Visão, conseguindo observar o passado ou presente, entre outros poderes, sendo as mesmas detentoras da autoridade e o centro da comunidade de Avalon. Numa sociedade como a romana, onde o homem é que tinha decisão sobre todos os aspectos, esta ilha destaca-se por ser uma comunidade onde a mulher é forte, defensora dos seus direitos e desejos, batalhando para obter os seus objectivos e não se deixando subjugar a qualquer pessoa, muito menos um homem.

Também neste volume encontra-se bastante clara a antítese entre as Sacerdotisas e os padres, onde existe um certo ódio por parte destes últimos relativamente às Sacerdotisas, mesmo que as mesmas defendam que os Deuses, das diferentes religiões, são todos o mesmo e que a Deusa é no Catolicismo personificada de diferentes formas.

Nesta opinião teria igualmente de destacar a forma como a lenda do Rei Arthur serviu de alicerce para esta história e o modo como a narrativa flui, de modo que nos transmite a sensação que esta história poderia ser efectivamente real, demonstrando que Zimmer foi, sem dúvida, uma escritora notável, que merece todos os elogios tecidos.

Relativamente às personagens, Morgaine, após a morte do pai, é enviada para Avalon juntamente com a tia, e neste local mágico, irá aprender os ensinamentos, passará por várias provações e terá a sua vida à mercê da Deusa, como lhe é incutido desde o primeiro instante que chega à ilha. Não é difícil para o leitor sentir-se ligado a esta personagem e sentir apreço pela mesma, mais não seja por acompanharmos o seu crescimento e amadurecimento. Relativamente à sua tia, Viviane, acaba por ser uma segunda mãe para Morgaine, desde o momento que a mesma vai viver para Avalon, contudo, apesar de adorar a criança como se fosse sua filha, nem sempre o consegue fazer transparecer. Pessoalmente, senti que era uma personagem muito humana, com receios e desejos característicos, com uma necessidade enorme de se sentir amada e acarinhada e com receio de fazer sofrer as pessoas que mais ama. Relativamente às restantes personagens, todas conseguiram deixar-me uma marca, tendo tornado a obra mais real e cativante, devido à humanidade e envolvência que adicionaram à história.

Quanto a aspectos negativos, tenho de referir que alguns diálogos me soaram um pouco artificiais e que no que se refere ao surgimento de amor e paixão entre as personagens é tudo muito precoce, onde não vemos o amor realmente surgir entre as mesmas. Contudo, estes são aspectos, que na globalidade, não têm muita importância, pois a qualidade da história, das personagens e da escrita compensam qualquer eventual erro.

Numa escruta fluída e envolvente, Marion Zimmer Bradley cativa-nos pelas suas descrições soberbas, que têm a particularidade de nos transportar para os locais descritos, num clássico que todos os amantes de fantasia deveriam ler.

Em suma, “A Senhora da Magia” é um romance muito rico, onde muitos são os acontecimentos e é somente o início de uma quadrologia, que promete ser uma das melhores que já tive o prazer de desfolhar e que tem tudo para se tornar uma das sagas preferidas. Mal vejo a hora de poder ler o seguinte volume, “A Rainha Suprema”.


Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

domingo, 8 de dezembro de 2013

E Se Fosse um Anjo


Nome: “E Se Fosse um Anjo”

Autor: Keith Donohue

Nº de Páginas: 371

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Há dez anos que Margaret não tem contacto com a sua filha Erica. Esta fugiu com um jovem anarquista e vive à margem da lei no Novo México, onde terá tido uma filha. Por isso, quando numa noite fria de Janeiro encontra uma criança abandonada à porta de sua casa, Margaret acredita tratar-se da sua neta. A pequena Norah destaca-se pela sua inteligência, bondade e cedo demonstra ter habilidades extraordinárias que encantam a comunidade. Afirma ser um anjo e consegue fazer duvidar os que a rodeiam. Mas quando uma carta de Erica chega às mãos de Margaret, toda a realidade que esta criara para explicar o sucedido ameaça desmoronar-se. Pois se Erica nunca teve uma filha… quem será realmente Norah?”

Opinião: Keith Donohue é um escritor americano, que tirou um bacharelato e mestrado na Universidade de Duquesne e se doutorou em Inglês e Literatura pela Universidade Católica da América. O escritor trabalhou até 1998 no National Endowment of the Arts e redigiu alguns discursos para presidentes como John Frohnmayer e Jane Alexander.

O autor, que foi seleccionado e recomendado pela “Associação de Livreiros Independentes da América”, publicou o seu aclamado romance, “A Criança Roubada”, em 2006, que foi inspirado num poema de Yeats e o seu segundo volume, “E se Fosse um Anjo”, em Março de 2009, tendo sido traduzido no presente ano em Portugal.

Em “E Se Fosse um Anjo”, a filha de Margaret, Erica, desapareceu faz dez anos e desde então que a sua mãe vive com a dor da sua falta. Numa certa noite uma criança bate à porta de Margaret e ela acolhe-a, fingindo tratar-se da sua neta, de modo a que a vizinhança não estranhe e denuncie o surgimento desta criança desconhecida. Apesar do seu estranho aparecimento, Norah mostra ser uma criança portadora de uma inteligência e bondade sem precedentes, melhorando a vida de Margaret e de uma criança da aldeia. Contudo, certo dia Norah começa a fazer e proclamar coisas estranhas, como afirmar ser um anjo, e tudo começa a mudar na vida dos que a rodeiam.

Desde que tive a possibilidade de ler a sinopse desta obra que fiquei curiosa com a mesma, uma vez que parecia conter como tema central os anjos e haver um certo mistério e suspense em torno da história, pelo que foi com alguma curiosidade que embrenhei nesta leitura. Começo por afirmar que a premissa da obra é um pouco enganadora, pois desde o primeiro instante que Margaret sabe que Norah não é sua neta, a única coisa que sabe é que naquela noite ela apareceu à sua porta, não sabendo nada sobre as suas origens. 

Confesso que apreciei esta obra. Penso que nos encontramos perante uma obra bastante singular, que aprendemos a gostar a cada virar de página. Trata-se de um livro introspectivo, com um ritmo, que poderá ser encarado por alguns como sendo demasiado lento, que nos coloca a pensar e que nos faz questionar sobre as verdadeiras origens de Norah, sem que, contudo, nos sejam efectivamente dadas certezas sobre quem é esta menina.

Um dos aspectos que mais apreciei na obra foi o facto de demonstrar como a perda de alguém que amamos nos desgasta, nos faz perder a orientação e como, por vezes, nos agarramos a pequenas coisas, a certas pessoas, a certos acontecimentos para superar essa dor. Encarei a pequena Norah como sendo aquilo que Margaret precisava naquele momento, alguém que ela pudesse amar e que a amasse igualmente, alguém que ela pudesse cuidar e acarinhar, como em tempos lhe foi negado, com o desaparecimento da sua filha. Margaret encontrava-se desde o desaparecimento de Erica sem alegria de viver, centrada muito no seu mundo, não criando laços reais com ninguém e a pequena Norah aparece na sua vida, quase como um anjo, mostrando-lhe quão boa poderá ser a vida, como ainda existem coisas pelas quais lutar.

Relativamente às personagens, apreciei a pequena Norah, por todo o misticismo em volta dela, pela sua magia, a forma como conseguia tocar a vida de tantas pessoas e de marcar a diferença, apesar da sua tenra idade. Apreciei igualmente o seu talento, a sua maturidade e inteligência, sendo uma personagem que é muito misteriosa e cativante, que nos prende desde o primeiro instante. Gostei igualmente de Margaret, pois mostrou ser uma personagem bastante humana, com um passado que a moldou, sendo uma pessoa fantástica.

Numa narrativa algo lenta e introspectiva, onde existem saltos temporais, entre o passado e o presente, que nos permitem conhecer o passado de Erica, Keith Donohue apresenta-nos uma obra sobre amor, perda, perdão e recomeços. Demonstrando que nunca é tarde para sermos felizes e para procurarmos as pessoas que amamos.

Em suma, não posso afirmar que recomende este livro a todos, pois acredito que poderá não preencher as medidas daqueles que não gostem de livros introspectivos, onde existem muitas suposições, mas poucos dados concretos, porém foi uma obra que apreciei, que aprendi a gostar um pouco mais a cada virar de página, sendo uma obra para degustar.


Avaliação: 3.5/5 (Gostei!)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Um Toque de Sangue


Nome: “Um Toque de Sangue”

Autora: Charlaine Harris

Nº de Páginas: 203

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Sookie Stackhouse é a empregada de bar preferida de todos. Uma loura bonita e alegre... que consegue ler mentes. Mas está longe de ser a única residente em Bon Temps, Louisiana, com uma particularidade especial, com os vampiros locais reclamando os seus direitos inumanos e os lobisomens
lutando por território... Aliás, Bon Temps tornou-se um sítio bastante animado por estes dias!”

Opinião: Charlaine Harris escreve romances de mistério além da conceituada saga Sangue Fresco. Apaixonada pela literatura e apreciadora de cinema, o seu passatempo preferido consiste em incentivar os seus filhos em inúmeros desportos.

Quando sugeriram pela primeira vez à escritora que escrevesse contos alusivos às aventuras de Sookie Stachouse, duvidou que o conseguisse fazer. “Um Toque de Sangue” acabou por surgir, contudo Harris admite que é difícil encaixar os seus contos na história mais longa que idealizou da famosa heroína, mesmo o conto que maior prazer lhe deu escreveu, “Noite de Drácula”.

Nesta colectânea poderão ler-se os contos “Pó de Fada”, “Noite de Drácula”, “Resposta de uma palavra só”, “Sorte” e “Presente Embrulhado”. Em “Pó de Fada”, encontramo-nos temporalmente após os acontecimentos de “Sangue Oculto” e as fadas trigémias, Claude, Claudine e Claudette têm um papel de destaque. Após a morte desta última, os irmãos decidem pedir ajuda a Sookie para descobrir o verdadeiro assassino. Neste conto temos a possibilidade de deslindar este mistério e conhecer um pouco melhor esta família. Em “Noite de Drácula”, encontramo-nos nos acontecimentos antes de “Sangue Furtivo” e Sookie é convidada a celebrar o aniversário de Drácula no Fangtasia. Esta é uma celebração muito importante e Eric acredita piamente que este ano terá a possibilidade de conhecer o seu ídolo, porém nem tudo correrá como o pretendido. Depois de “Sangue Furtivo”, Sookie é informada em “Resposta de uma palavra só” pelo Sr. Cataliades sobre a morte da sua prima Hadley. Neste conto temos a possibilidade de descobrir um pouco mais sobre a sua morte e sobre o seu passado. Seguidamente a “Sangue Felino”, “Sorte” é um conto onde Sookie e a bruxa Amelia Broadway tentam descobrir estranhos acontecimentos que têm ocorrido com os agentes de seguros da cidade. Por último, “Presente Embrulhado”, que sucede antes de “Sangue Mortífero”, e onde nos encontramos na véspera de Natal. Sookie encontra-se a passar esta época sozinha quando se vê envolvida em mais uma confusão que a leva a salvar um lobisomem em perigo.

Confesso que gosto de ler contos, escrevi inclusive durante algum tempo alguns, por isso foi com alguma curiosidade que comecei a ler esta obra, que prometia ser uma leitura leve, facultando algumas novas aventuras da nossa heroína. 

Nas últimas opiniões tenho salientado que sinto algum desgaste na história de Sookie, em que parece que não existem muitos desenvolvimentos e embora esta obra seja efectivamente leve, boa para passar algumas horas na sua companhia, a verdade é que não traz nada de novo à história. Existem alguns contos interessantes, gostei especialmente dos contos “Resposta de uma palavra só” e de “Noite de Drácula”, mas sinceramente penso que não é um livro de leitura obrigatória.

Numa escrita simples e fluída, Charlaine Harris apresenta-nos alguns contos com mais aventuras de Sookie, numa obra de fácil leitura, óptima para descontrair, mas que não traz muitas novidades às aventuras da nossa empregada de bar.


Avaliação: 2/5 (Está Ok!)

Outras obras da escritora com opinião no blogue:

  

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Presa e Predador


Nome: “Presa e Predador”

Autor: Gordon Reece

Nº de Páginas: 240

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Shelley e a sua mãe já sofreram a sua dose de ameaças e violência. Quase morta por um trio de agressores na escola, e ainda fragilizada pelo humilhante divórcio dos pais, a jovem encontrou refúgio com a mãe num retiro sossegado no campo.
Os problemas parecem ter terminado e nada lhes dá mais prazer do que saborear uma vida segura em torno de livros, jardinagem, chocolate quente e música à lareira. Mas na véspera do seu aniversário, um visitante perturba a paz da mãe e filha e algo em Shelley rebenta.
O que era um idílio transforma-se numa história de medo, lealdade familiar e luta pela segurança, mesmo que implique quebrar todas as convenções morais. O que está certo ou errado quando a sobrevivência está em jogo? Quando é que a presa se transforma em predador?”

Opinião: Gordon Reece é um escritor e ilustrador nascido em 1963 em Inglaterra. O autor estudou Literatura Inglesa na Universidade de Oxford e especializou-se em Literatura Contemporânea. Depois de vários anos a trabalhar como professor, decidiu formar-se em Direito e exerceu durante alguns anos advocacia. Em 1999, emigra para Espanha e permanece no país durante seis anos. Entre o Reino Unido e Espanha publicou vários livros infantis ilustrados e romances gráficos. “Presa e Predador” é o seu romance de estreia e encontra-se traduzido em mais de 15 países.

Shelley tem 15 anos e encontra-se no penúltimo ano de liceu. É uma jovem normal, com sonhos e receios característicos da adolescência, que ambiciona um dia entrar na faculdade, contudo há um ano que a sua vida mudou. Vítima de Bullying na escola pelas pessoas menos prováveis, esta adolescente sofre em silêncio a violência psicológica sucedida pela física, até que um dia é agredida de um modo que a moldará para sempre.

Após este acontecimento, Shelley muda-se com a mãe para uma casa de campo, praticamente isolada, e as coisas começam a voltar ao normal, criam rituais e Shelley começa a ter aulas em casa enquanto a mãe trabalha. Todavia, uma noite a paz conquistada é colocada em causa por causa de um estranho e todas as provações porque Shelley passou na escola a farão realizar uma escolha que moldará o seu futuro e o da sua mãe.

Desde que li a sinopse desta obra que me senti cativada, por abordar o tema do Bullying e por parecer remeter a como situações extremas podem moldar o indivíduo e levá-lo a cometer futuramente actos atrozes. Pelo que foi com alguma curiosidade e expectativa que iniciei esta leitura e posso afirmar desde já que não foi de forma alguma uma desilusão, tendo-me deslumbrado desde o início.

Nesta obra somos confrontados com vários temas, desde a forma como por vezes nos sentimos desajustados na adolescência, em que sentimos que não pertencemos a lado nenhum e que não somos aceites. Aborda igualmente, de uma forma soberba, o Bullying, a realidade do que é ser vítima de violência; a forma como se sofre em silêncio por se pensar que não se deve sobrecarregar outra pessoa com essa dor; o modo como essa violência molda a pessoa, a leva fechar-se e a mudar, não só as suas rotinas, mas também enquanto pessoa. Defendendo igualmente que as provações porque passamos nos moldam e definem aquilo que seremos futuramente, sendo que a linha entre a inocência e as trevas é muito ténue. Por vezes um indivíduo encontra-se em situações de tal modo extremas que comete actos atrozes e isso coloca-nos a pensar até que ponto esse acto poderá não ser justificável, tendo em conta o passado do mesmo e o ambiente em que esse acto ocorreu.

Relativamente às personagens gostei muito de ambas. A mãe por todas as provações porque passou, desde um casamento sem futuro, em que o marido a acaba por trair, o que leva ao fim do casamento, à forma como defende a sua filha afincadamente e tudo o que faz para a sua sustentabilidade e felicidade. Quanto à Shelley, é impossível não nos sentirmos ligados a ela, por todas as provações porque passa e a forma como as mesmas a moldam, até ao modo como tenta reconstruir a sua vida e dar a volta por cima. Ambas as personagens são bastante complexas, baralhando-nos um pouco e este aspecto leva-me a outro dos aspectos que mais apreciei no escritor, ao modo como nos consegue baralhar os sentimentos. Começamos a obra praticamente à beira das lágrimas, com todas as provações porque Shelley passa na escola, sentindo pena e solidariedade por esta menina e raiva pelas pessoas que lhe fazem os actos mais cruéis. Para mais tarde sentirmos um misto entre revolta e até um pouco de receio relativamente aos seus actos.

Numa escrita fluída e tremendamente cativante, Gordon Reece apresenta-nos uma história onde o Bullying, recomeços, a lealdade e a tentativa de sobrevivência são uma realidade, conjugadas com cenas de terror, suspense e adrenalina. Nesta obra é defendido que nunca é tarde para refazermos a nossa vida, que com coragem somos capazes de tudo e que devemos fazer frente aos nossos receios e não deixar que eles tomem grandes proporções antes de agirmos.

Frases a Reter: “Tudo o que me ocorria era que, por mais intimidade que tenhamos com alguém, há limites, barreiras entre nós que não podemos mesmo ultrapassar, coisas que nos tocam tão fundo que não podem ser partilhadas com mais ninguém. Talvez seja o que não podemos partilhar com os outros o que verdadeiramente nos define.”


Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Filha do Sangue


Nome: “Filha do Sangue”

Autora: Anne Bishop

Nº de Páginas: 384

Editora: Saída de Emergência

Sinopse: “Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida.E quem controlar a Rainha controlará o mundo...”

Opinião: Desde pequena que Anne Bishop foi escrevendo pequenas histórias, contudo compreendeu que não eram narrativas de qualidade e deixou de o fazer durante algum tempo. Anos mais tarde, com maior experiência profissional e de vida, voltou a escrever e a ler livros e revistas sobre escrita, tal como sobre organização e gestão do tempo. À medida que trabalhava e lia, tornou-se mais habilidosa e a conseguir criar histórias maiores, o que levou ao surgimento do seu primeiro romance. Bishop vive actualmente em Nova Iorque e é uma apreciadora de jardinagem, música e escrita, sendo autora de 16 romances, incluindo a premiada Trilogia das Jóias Negras, que foi vencedora do Crawford Fantasy Award, em 2000.

“A Filha do Sangue”, primeiro volume da Trilogia das Jóias Negras”, editado inicialmente em 1998 e traduzido em 2006 pela Saída de Emergência, retrocede 600 anos e apresenta-nos um mundo governado por mulheres, onde uma Viúva Negra profetizou que iria chegar uma poderosa feiticeira. Ao tomarem conhecimento da existência desta mulher e de perceberem que ainda é uma criança, que necessita de ser protegida, Saetan, Senhor do Inferno, Lucivar, um jovem eyrieno, e Daemon, um escarvo, irão fazer de tudo para a proteger das forças malignas. Deste modo somos apresentados a um mundo de magia, repleto de intriga e originalidade.

Tenho de confessar que me custou imenso ler este livro no início. Demorei vários meses a ler as primeiras 150 páginas, devido à complexidade do mundo, da hierarquia das jóias, o que condicionou a minha leitura e me levou por diversas vezes a adiar a mesma. Após a estranheza inicial, comecei a compreender melhor o mundo e a verdade é que após estes momentos li em poucos dias as restantes páginas.

A escritora presenteia-nos com uma história bastante original e diferente de tudo o que já li até ao momento dentro da fantasia, um mundo onde as mulheres são detentoras do poder, onde são abordados temas como as jóias, teias de sonhos, trevas, contudo não existe qualquer introdução do mundo, somos nós enquanto leitor que temos de ir descobrindo, à medida que a narrativa evolui, como se processam as hierarquias, como são realmente os poderes dos diferentes personagens e das suas jóias. Este elemento pode ser interessante para alguns leitores, porque vamos descobrindo aos poucos os meandros deste mundo e da imaginação de Bishop, mas para outros, como sucedeu comigo, foi difícil habituar-me ao mundo e sinceramente preferia que houvesse anexos com uma explicação mais aprofundada ou que o mundo nos fosse dado a conhecer logo desde o início, pois certamente que teria apreciado a obra de outra forma.

Relativamente às personagens, confesso que o facto de algumas personagens terem diferentes denominações também não me facilitou a leitura porque demorei algum tempo a habituar-me a esse aspecto. Gostei do Daemon, Lucivar e Saetan, pela história que têm em comum, pelas suas histórias de vida, poderes e pela forma como tentam proteger a jovem feiticeira. Quanto a Jaenelle gostei bastante da mesma, pela sua força, pelos seus poderes, por ser mais adulta do que a sua idade parece prever, pelas suas provações e pela forma como tenta ultrapassar as barreiras. Efectivamente ser tão jovem e detentora de um poder capaz de condicionar a existência do mundo é um fardo muito pesado para uma pessoa tão jovem e esta menina por passa tantas provações ao longo da narrativa, que é impossível não nos sentirmos ligados à mesma e torcermos para que tudo lhe corra de feição.

Numa escrita bastante descritiva, Anne Bishop apresenta-nos uma história que aprendemos a gostar a cada virar de página, apresentando-nos uma obra original, com um mundo interessante, mas que tem de ser lida com muita atenção. Tenho de confessar que não fiquei maravilhada, nem completamente convencida, mas irei certamente ler o seguinte volume da trilogia.


Avaliação: 3/5 (Gostei!)