Nome: “Amor Perfeito”
Autor: Nuno Nogueira Silva
Nº de Páginas: 148
Editora: Papiro Editora
Sinopse: “Os enfermeiros são como anjos que nos recebem doentes,
em estado de desespero, à espera de uma cura. Sem milagres, vão distribuindo
amor e esperança a quem chega já sem chão. Em Amor Perfeito, Nuno Nogueira
Silva conta‑nos uma história onde a esperança é uma constante. Sofia é uma
enfermeira de Lisboa que decide ir viver para o Porto. Nesta cidade conhece
Tomé, que acabará por salvar após um trágico acidente. Ambos irão viver um
romance inesquecível. *** «Tomé abraçava Sofia e beijava-a intensamente. Ela desapertou,
um a um, cada botão da camisa de Tomé e atirou-a para o chão da sala. Depois
despiu cada peça que ainda tinha no corpo até ficar completamente nua. Tomé,
atabalhoadamente, tirou as suas calças e lançou-as contra um canto da sala. E
ali, perto da lareira, os dois deitaram-se em cima do cobertor. – Sofia, és tão
linda. Isto é um sonho. – Não, Tomé, não é um sonho. Estou aqui de verdade. Os
seus corpos uniram-se nos prazeres do amor e enquanto se ouvia o crepitar da
madeira, eles soltavam gemidos de prazer. Lá fora a chuva abrandava e o sol
começava a espreitar por entre as nuvens.»”
Opinião: Nuno Nogueira Silva, nascido em 1976 no Norte de Portugal,
trabalha na área comercial, o que o levou a realizar diversas viagens tanto no
interior do país como no estrangeiro. Apaixonado pela escrita e por histórias
de amor, lança em 2011 o seu primeiro volume “Amor Perfeito”.
Nesta obra somos apresentados a
Sofia, enfermeira em Lisboa, que decide ir viver para o Porto e recomeçar do
zero com a sua filha. Nesta cidade conhece Tomé, quando se encontra à procura
de casa e rapidamente se cria uma empatia entre ambos. Juntos irão descobrir o
verdadeiro significado da palavra amor.
Confesso que nunca me tinha deparado com esta obra, pelo que a iniciei sem grandes expectativas, contudo tenho de admitir que não me preencheu as medidas. Demorei imenso tempo a ler a primeira metade
desta obra, pois geralmente procuro uma história com profundidade, com algo
mais do que a simples história de amor, com descrições bem conseguidas no que
se refere às personagens e ao mundo que as engloba e infelizmente, na minha
opinião, a obra não contém estes ingredientes.
Tenho em consideração que esta é
a primeira obra do escritor, contudo não consigo deixar de notar que a obra precisaria
de muito mais trabalho, de um maior aconselhamento, de modo a que se pudesse tornar melhor. Necessitava de uma
maior utilização de descrições, um maior envolvimento e profundidade nas
personagens, de modo a que os leitores conseguissem sentir-se ligados às mesmas
e que torcessem para que tudo lhes corresse de feição. O que sinceramente não
sucedeu com esta obra.
Havia igualmente necessidade de algumas cenas serem descritas de modo
mais aprofundado, especialmente quando Tomé e Sofia passam o fim-de-semana
juntos, em que o autor poderia ter pegado nesse acontecimento e tornado num dos
momentos mais ternurentos da obra, mas que acabou por parecer forçado e demasiado
rápido. Por outro lado existe um uso excessivo de diálogos, que para alguns leitores
poderá remeter quase para um teatro, mas que pessoalmente não estou habituada a
obras nestes moldes e sinceramente não consigo apreciar uma obra em que só
existem diálogos e nada mais. Ainda no que se refere aos diálogos, tenho de mencionar
que alguns me pareceram forçados e até demasiado lamechas.
Quando me deparei com a sinopse,
pensei que seria dado um grande destaque aos enfermeiros, à sua profissão e
missão, o que penso que poderia ter dado mais profundidade à obra, de modo a
que não se centrasse somente na história de amor, contudo acaba por não ser
dada grande notoriedade à profissão.
Numa escrita repleta de diálogos,
sem dar azos a grandes descrições, Nuno Nogueira da Silva apresenta-nos uma história
com alguns “clichés”, uma história que demonstra que nunca devemos desistir do
amor e de lutar pelo mesmo, mas que pessoalmente penso que poderia ser muito
melhor.
Em suma, “Amor Perfeito” foi uma
obra que não me agradou sobremaneira, nem preencheu as medidas. Acredito sinceramente que se
tivesse mais descrições, um maior aprofundamento das personagens, um maior foco
no que é ser enfermeiro e quiçá um maior aproveitamento da cidade do Porto,
teríamos uma obra aprazível.
Avaliação: 1/5 (Não Gostei!)