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terça-feira, 26 de março de 2013

Amor Perfeito


Nome: “Amor Perfeito”

Autor: Nuno Nogueira Silva

Nº de Páginas: 148

Editora: Papiro Editora

Sinopse: “Os enfermeiros são como anjos que nos rece­bem doentes, em estado de desespero, à espe­ra de uma cura. Sem milagres, vão distribuindo amor e esperança a quem chega já sem chão. Em Amor Perfeito, Nuno Nogueira Silva conta‑nos uma história onde a esperança é uma constante. Sofia é uma enfermeira de Lisboa que decide ir viver para o Porto. Nesta cidade conhece Tomé, que acabará por salvar após um trágico acidente. Ambos irão viver um romance inesquecível. *** «Tomé abraçava Sofia e beijava-a intensamente. Ela desapertou, um a um, cada botão da camisa de Tomé e atirou-a para o chão da sala. Depois despiu cada peça que ainda tinha no corpo até ficar completamente nua. Tomé, atabalhoadamente, tirou as suas calças e lançou-as contra um canto da sala. E ali, perto da lareira, os dois deitaram-se em cima do cobertor. – Sofia, és tão linda. Isto é um sonho. – Não, Tomé, não é um sonho. Estou aqui de verdade. Os seus corpos uniram-se nos prazeres do amor e enquanto se ouvia o crepitar da madeira, eles soltavam gemidos de prazer. Lá fora a chuva abrandava e o sol começava a espreitar por entre as nuvens.»”

Opinião: Nuno Nogueira Silva, nascido em 1976 no Norte de Portugal, trabalha na área comercial, o que o levou a realizar diversas viagens tanto no interior do país como no estrangeiro. Apaixonado pela escrita e por histórias de amor, lança em 2011 o seu primeiro volume “Amor Perfeito”.

Nesta obra somos apresentados a Sofia, enfermeira em Lisboa, que decide ir viver para o Porto e recomeçar do zero com a sua filha. Nesta cidade conhece Tomé, quando se encontra à procura de casa e rapidamente se cria uma empatia entre ambos. Juntos irão descobrir o verdadeiro significado da palavra amor.

Confesso que nunca me tinha deparado com esta obra, pelo que a iniciei sem grandes expectativas, contudo tenho de admitir que não me preencheu as medidas. Demorei imenso tempo a ler a primeira metade desta obra, pois geralmente procuro uma história com profundidade, com algo mais do que a simples história de amor, com descrições bem conseguidas no que se refere às personagens e ao mundo que as engloba e infelizmente, na minha opinião, a obra não contém estes ingredientes.

Tenho em consideração que esta é a primeira obra do escritor, contudo não consigo deixar de notar que a obra precisaria de muito mais trabalho, de um maior aconselhamento, de modo a que se pudesse tornar melhor. Necessitava de uma maior utilização de descrições, um maior envolvimento e profundidade nas personagens, de modo a que os leitores conseguissem sentir-se ligados às mesmas e que torcessem para que tudo lhes corresse de feição. O que sinceramente não sucedeu com esta obra.

Havia igualmente necessidade de algumas cenas serem descritas de modo mais aprofundado, especialmente quando Tomé e Sofia passam o fim-de-semana juntos, em que o autor poderia ter pegado nesse acontecimento e tornado num dos momentos mais ternurentos da obra, mas que acabou por parecer forçado e demasiado rápido. Por outro lado existe um uso excessivo de diálogos, que para alguns leitores poderá remeter quase para um teatro, mas que pessoalmente não estou habituada a obras nestes moldes e sinceramente não consigo apreciar uma obra em que só existem diálogos e nada mais. Ainda no que se refere aos diálogos, tenho de mencionar que alguns me pareceram forçados e até demasiado lamechas.

Quando me deparei com a sinopse, pensei que seria dado um grande destaque aos enfermeiros, à sua profissão e missão, o que penso que poderia ter dado mais profundidade à obra, de modo a que não se centrasse somente na história de amor, contudo acaba por não ser dada grande notoriedade à profissão.

Numa escrita repleta de diálogos, sem dar azos a grandes descrições, Nuno Nogueira da Silva apresenta-nos uma história com alguns “clichés”, uma história que demonstra que nunca devemos desistir do amor e de lutar pelo mesmo, mas que pessoalmente penso que poderia ser muito melhor.

Em suma, “Amor Perfeito” foi uma obra que não me agradou sobremaneira, nem preencheu as medidas. Acredito sinceramente que se tivesse mais descrições, um maior aprofundamento das personagens, um maior foco no que é ser enfermeiro e quiçá um maior aproveitamento da cidade do Porto, teríamos uma obra aprazível.

Avaliação: 1/5 (Não Gostei!)