Mostrar mensagens com a etiqueta Matilda Wright. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Matilda Wright. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 17 de março de 2014

Aposta Indecente


Nome: “Aposta Indecente”

Autora: Matilda Wright

Nº de Páginas: 240

Editora: Livros d’Hoje

Sinopse: “Paris, 1854. Um dos homens mais ricos de França, o marquês de Villeclaire tem uma vida luxuosa e despreocupada, onde não falta nada que o dinheiro e a sua posição social possam pagar. Mulheres, jogo, festas, caçadas, palácios…
Mas uma aposta faz com que os destinos de Villeclaire e Catherine Duvernois, uma jovem e misteriosa viúva, se cruzem, numa altura em que uma nuvem negra tolda os dias do belo marquês, prestes a casar, contra sua vontade, com Blanche de Belfort.
A vida de Louis de Villeclaire desmorona-se…
Quem é Catherine Duvernois? E Blanche de Belfort? Alguém está a mentir. Mas quem? Porquê? A resposta mudará para sempre o futuro destas três personagens.
Um romance arrebatador, que se desenrola entre os sofisticados salões da aristocracia parisiense e as deslumbrantes paisagens do vale do Loire, levando os leitores numa viagem inesquecível por cenários de sonho, durante o reinado do Imperador Napoleão III.”

Opinião: Matilda Wright estudou Literatura Inglesa em Cambridge e vive com o marido no Norte de Inglaterra, onde criam cavalos. Após terminar o seu curso Wright escreveu inúmeros romances, contudo nunca os mostrou a nenhum editor, sendo “Aposta Indecente” o seu primeiro romance a ser editado.

O Marquês de Villeclaire é um dos solteiros mais cobiçados, contudo não pretende tão cedo contrair matrimónio, desfrutando das suas casas, festas, jogos e mulheres como deseja. Um dia devido a uma aposta conhece Catherine Duvernois, uma viúva misteriosa, que deseja tornar sua amante, embora tal proposta deixe Catherine apavorada. Entretanto, Blanche Belfort tenciona conquistar o Marquês, nem que para isso tenha de orquestrar um complô para o convencer a casar. Será Louis de Villeclaire capaz de se ver livre de Blanche? O que será de Catherine, sem família, sem dinheiro, e parecendo ter como única opção a união com este homem que parece achá-la uma meretriz?

Cada vez mais tento apostar neste género, o Romance de Época, que aprendi ao longo do último ano a apreciar, sendo neste momento dos géneros que mais me dizem e que mais prazer me proporcionam. Neste “Aposta Indecente” não somos confrontados com uma história original, é o típico triângulo amoroso, com Catherine, uma mulher carinhosa e pobre, que nunca sentiu amor verdadeiro por ninguém e que nunca foi efectivamente feliz. Forçada pelo pai a casar com um homem horrível, mais velho que ela, foi infeliz durante anos, até ao dia em que o mesmo morre num confronto. Quando sabe do seu falecimento fica felicíssima, pois sente que finalmente surgiu a sua oportunidade para ser feliz e começar a viver verdadeiramente, contudo tudo se torna mais difícil quando Louis de Villeclaire vem reclamar uma dívida de jogo, que diz respeito a todos os bens do marido e ainda engloba as pessoas da casa. Louis é um solteiro, mulherengo, que adora os prazeres da vida e que se esconde por detrás destas suas características. Apesar de ser um bom homem, de ajudar várias pessoas, por vezes é igualmente um pouco frio e realiza juízos de valor, esperando sempre o pior das pessoas. Para completar o triângulo amoroso temos Blanche, que é uma rapariga maquiavélica, que tenta alcançar o que pretende através da sua beleza. Ao não conseguir conquistar Louis, irá engendrar um esquema para que o mesmo se veja obrigado a casar com ela, mesmo que para isso tenha de mentir e fazer sofrer inúmeras pessoas. 

No que se refere às personagens principais, penso que se encontram bem descritas, os seus sonhos, ambições, a sua personalidade, podendo destacar especialmente Blanche, que se encontra bastante bem estruturada a sua maldade, mesquinhez e o seu lado oportunista, de tal modo que sentimos efectivamente um certo desprezo por ela. Contudo, penso que algumas das personagens secundárias foram idealizadas de modo algo superficial, o que leva a que não consigamos sentir realmente apresso ou ligação com elas.

Quanto à história de amor entre as personagens, foi dos aspectos que menos gostei na obra, pois não conseguimos perceber como conseguem os mesmos apaixonar-se, se somente se encontram no início da obra e no final. Sou apologista que para uma história de amor acontecer tem de haver uma história em comum e neste caso eles praticamente não se conhecem, por isso no máximo poderia haver atracção e não amor.

Numa narrativa simples, Matilda Wright apresenta-nos uma história de amor que não temos a possibilidade de ver florescer, mas que nos permite alguns momentos de descontracção, apresentando-nos uma história repleta de intriga, traição e manipulação.


Avaliação: 2/5 (Está Ok!)