Nome: "Estarás Sempre Comigo"
Autora: Anna McPartlin
Nº de Páginas: 360
Editora: Quinta Essência
Sinopse: "Emma tem vinte e seis anos - bonita, inteligente, feliz e vive com o namorado de infância, John, num agradável apartamento em Dublin. O seu maior problema é a mãe não parar de insistir para que se casem já. Emma e John sentem-se o casal perfeito, com um futuro cheio de possibilidades. Mas, de repente, John morre num terrível acidente, e Emma mergulha no desespero. Amava-o mais do que à própria vida - e agora a morte tirou-lho.
À medida que emerge da dor, Emma tem de encontrar uma nova forma de viver, e os amigos leais unem-se para tentar ajudar. Clodagh, amiga de sempre de Emma, com quem ela partilhou tudo, desde bolos de lama a namoros desastrosos. Anne e Richard, mais ou menos bem casados e a debaterem uma mudança para o campo. O irmão de Emma, Noel, o jovem padre católico que vê a sua própria fé testada enquanto tenta confortar Emma. Seán, o belo mau rapaz das mil e uma namoradas, desconfortavelmente ciente da sua crescente ligação a Emma.
De forma espirituosa, mordaz e, às vezes simplesmente chocante, Emma documenta as histórias dos amigos e a sua própria recuperação da dor com uma franqueza que envolve o leitor desde a primeira página."
Opinião: Emma era professora, vivia com o amor da sua vida e rodeada de amigos que amava e que a amavam, contudo uma tragédia condiciona todo o seu futuro e a forma como a mesma via o mundo que a rodeava. Ainda no auge da sua juventude deixando-se levar pelas loucuras e devaneios dessa mesma fase, vê-se assaltada pela perda de alguém que lhe é muito especial.
Numa escrita bastante emotiva, a autora apresenta-nos vários laços entre as personagens, desde a amizade, essencial para os bons momentos e ainda mais para os menos bons, ou não fossem os amigos o nosso alicerce. O amor que é para sempre, pois mesmo que se perca determinada pessoa ela viverá sempre em nós, um pedaço da nossa vida foi e será sempre condicionada e reservada para ela.
Essencialmente, esta é uma história de relações, de emoções, de nostalgia e perda características da vida. Mostra-nos que a vida é efémera, que nunca sabemos o que virá de seguida e que não podemos dar nada como garantido, pois a vida é uma caixinha de surpresas. Fala da dor como algo muito desgastante e doloroso para quem vê alguém que lhe é especial partir, mas também como algo que fortalece, ensina a ultrapassar obstáculos e que nos faz crescer acima de tudo. Penso que a autora nos transmite de uma forma formidável a dor, a impotência e a raiva que é ver alguém que amamos sofrer ou partir, tendo sido dos aspectos que mais gostei ao longo da obra, ainda para mais sabendo que a autora se centra em algo que ela mesma viveu e aprendeu a ultrapassar.
Em termos de personagens considerei a Emma no início pouco madura para a idade que tinha, pela sua forma de agir e até de se expressar, contudo com o avançar da obra gostei bastante de a conhecer, de a ver crescer e até de percepcionar a forma como ultrapassou os diferentes desafios que a vida lhe proporcionou.
Todas as outras personagens ao longo da obra são essenciais para a possibilidade de Emma e eles mesmos ultrapassarem o que se havia passado nas suas vidas, sendo cada um deles especial à sua maneira e portador de uma história de vida interessante.
Os aspectos negativos que encontro são a fase inicial da obra, onde se centram na dor da perda, que penso nos ter sido dada demasiado a correr, o aspecto que mencionei anteriormente de esperar uma Emma, tal como os seus companheiros de jornada, mais maduros do que nos são apresentados, e também a revisão da obra que penso que podia sido melhor conseguida.
Em termos de escrita ganha muito pela sua emotividade, mensagens e força que nos transmite ao longo das páginas. Penso que é fácil nos sentirmos ligados à história e às personagens, levando-nos a torcer para que tudo corra pelo melhor.
Por fim, gostaria de frisar o facto de na obra ter uma pequena alusão a Deus e na vida após a morte que, embora todo o meu cepticismo. me deu bastante prazer ler, porque não costumo gostar muito de livros que o foquem e neste caso específico tal não sucedeu.
“Estarás Sempre Comigo” é, desta forma, uma obra que nos fala da dor de perder alguém e da força para ultrapassar esse facto de forma bastante bonita e emotiva.
Citações a reter: «As recordações são coisas absurdas. Algumas são vagas, outras cristalinas, outras ainda demasiado dolorosas para as lembrarmos e outras, então, deixam-nos tanta dor que não conseguimos esquecê-las.»
“A dor torna-nos quem somos, ensina-nos e doma-nos, pode destruir e pode salvar.”
Avaliação: 4/5 (Gostei Bastante!)