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quinta-feira, 10 de maio de 2018

A menina submersa - Caitlín R. Kiernan - DarkSide Books


A Menina Submersa é um livro que eu dei uma estrela só no Skoob. Uminha só. Confuso é a palavra que melhor define o livro. Cheio de passagens fantasiosas, que a gente não sabe se são verdadeiras ou se fazem parte, apenas, da imaginação da protagonista.

A história vai indo bem em algumas páginas, de repente sai tanto do foco que dá vontade de pular vários parágrafos, na tentativa de engrenar de novo.

Não consegui entrar na história, não consegui acompanhar tanta loucura, não consegui sequer reunir vontade de terminar o livro. Acho que, inclusive, mereço um troféu persistência por ter conseguido ir até o final.

A capa é linda, a sinopse é boa, mas a realidade é pura decepção. :(
Fora que esse estilo de história em que o livro é enquadrado é zero familiar pra mim. Dark Fantasy? Oi? Vou pensar mil vezes em ler outro livro nesse estilo.

Sobre a Autora


Caitlín R. Kiernan (1964) é autora de livros de ficção científica e fantasia dark, e paleontóloga. Escreveu dez romances, dezenas de histórias em quadrinhos e mais de 200 contos e novelas.

Fonte: Skoob


quarta-feira, 2 de maio de 2018

Garota Exemplar - Gillian Flynn - Ed. Intrínseca


Soube do filme Garota Exemplar muito antes de ter acesso ao livro. Apesar da vontade de assistir ao filme, preferi ler o livro primeiro e, como sempre, achei-o muito melhor do que o filme. Apesar de ter demorado bastante para me ligar à história e mergulhar na trama, do meio para o final o livro me conquistou.

A autora ficou super famosa com seus suspenses e deve estar bem rhyca hoje em dia.

A história começa exatamente no dia do quinto aniversário de casamento de Nick e Amy Dunne. Um vizinho e cliente do seu bar liga para lá e informa que a porta de sua casa está escancarada. Nick acha estranho e vai até lá. Percebe, então que sua esposa simplesmente desapareceu. Ele, então, chama a polícia, mas todas as pistas e indícios levam a crer que ele é o culpado pelo desaparecimento da esposa.

O livro é cheio de mistérios e bizarrices que, apesar de estranhas, são bem possíveis de acontecer. Isso é um ponto bem positivo, pois o livro é inusitado sem ser utópico. É sarcástico, ácido e tem um final meio decepcionante, mas que combina com o todo.

Vou ler outros livros da autora para ver se ela é realmente tão talentosa quanto dizem. :)

Sobre a Autora

Gillian Flynn é jornalista e, antes de se dedicar integralmente à carreira de escritora, trabalhou por dez anos como crítica de cinema e TV para a Entertainment Weekly. Nascida na cidade de Kansas, no Missouri, e formada em jornalismo e inglês pela Universidade do Kansas, Gillian escreveu durante dois anos para uma revista de negócios na Califórnia e concluiu um mestrado em jornalismo na Northwestern University, em Chicago.

Fonte: Skoob

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Identidade Roubada - Chevy Stevens - Ed. Arqueiro


Identidade Roubada foi um livro que despertou minha atenção por conta da leitura do É melhor não saber, da mesma autora. Achei tão original e com ótimas surpresas reveladas na hora certa que, assim que terminei, fui procurar outras obras da Chevy Stevens para adquirir. Quando li a sinopse de Identidade Roubada, coloquei na minha lista de desejados na hora.

O começo e o meio do livro são muito bons. O terror físico e psicológico que a protagonista, Annie, tem que passar durante um ano inteiro na mão de um sádico  completamente descontrolado emocionalmente é muito bem narrado e sentimos na pele o pânico de Annie. Aflição, nojo, ódio, pena e medo foram sentimentos facilmente despertados em mim enquanto lia, principalmente durante as passagens no cativeiro.

Annie é uma corretora de imóveis que é sequestrada no final de um plantão de vendas, por um homem que finge ser um cliente em potencial e engana a corretora direitinho. Ao ser raptada, ela sente saudade de sua cadela e morre de preocupação sobre o que teria acontecido com ela: se passou fome, se alguém lembrou de cuidar dela e tal. Além disso, deixa um namorado, com quem iria se encontrar após o plantão, e fica imaginando os esforços que ele estaria fazendo para encontrá-la.

O sequestrador consegue ficar com Annie em um chalé nas montanhas por um ano, fazendo com que ela viva o inferno na terra, passando o inimaginável ao ter que conviver intimamente com uma mente extremamente doentia.

Eu imaginava que Annie fosse ser libertada no desfecho da história, mas isso acontece um pouco depois do meio do livro e o resto da obra fica a cargo de descobrir como o sequestro foi planejado e quais os motivos. Essa parte achei bem improvável e surreal, até meio forçada. Não gostei muito da imaginação fértil demais da autora. O motivo não se justificou e o desfecho, que poderia ser surpreendente e inteligente, para mim foi fraco e bem utópico.

Mesmo assim, fazendo um balanço, foi uma leitura com certa qualidade que acredito ter valido a pena, principalmente ao abordar, depois de sua volta para casa, todas as sequelas que uma pessoa que passa por um trauma por muito tempo traz. Quem nunca viveu nada parecido imagina que a pessoa volta se sentindo grata por estar viva e retoma quase que imediatamente sua vida de antes. Mas, realmente, bom seria se isso não fosse completamente fora da realidade.
É impressionante pensar como tem pessoas insanas no mundo que convivem e enganam a sociedade por décadas, cometendo crimes e criando obsessões que, um dia, vem à tona com força total.

Sobre a Autora


Chevy Stevens nasceu e foi criada em uma fazenda em Vancouver Island, no Canadá, lugar até hoje muito presente em sua vida. Quando não está diante do computador, faz caminhadas com o marido e o cachorro pelas montanhas próximas à sua casa. Vendido para mais de 20 países, Identidade roubada tornou-se best-seller na Alemanha e nos Estados Unidos.


Fonte: Skoob

sexta-feira, 15 de maio de 2015

O lado bom da Vida - Matthew Quick - Ed. Intrínseca



O Lado bom da Vida conta a história de Pat Peoples, um ex professor com 35 anos que acaba de sair de uma instituição psiquiátrica com um único objetivo: tornar-se uma pessoa melhor física, emocional e intelectualmente para acabar com o "tempo separados", termo que ele usa para todo o tempo em que ele está longe de sua esposa, Nikki

Pat sai da instituição e vai morar com seus pais, recebendo todo o apoio de sua mãe e um tratamento um tanto quanto estranho e frio de seu pai, que não dirige a palavra a Pat durante boa parte do livro. Honestamente, o pai dele é um ogro. 

Vamos percebendo, no decorrer do livro, que Pat era bem parecido com o pai antes de começar seu tratamento. Ele conta várias histórias de momentos de seu casamento com Nikki em que ele tinha atitudes estúpidas, machistas e bizarras em relação à esposa. Só que Pat parecia não conhecer a máxima "quem não dá assistência, abre concorrência" e teve um surto assassino quando pegou sua esposa tomando banho ao som de Kenny G. com seu amante dentro de sua própria casa. Foi então que ele partiu pra cima do homem, bateu nele quase até a morte e, então, foi internado. Só que ele não lembra de nada disso e endeusa sua esposa, acreditando piamente que eles só estão separados enquanto Pat fica bom. Ele nem se lembra que ficou internado por mais de 4 anos e ainda acha que tem 30.

Viciado em exercícios físicos, Pat tenta recomeçar a vida acreditando sempre no lado bom das coisas e no positivismo como arma para o sucesso.

Achei o livro mediano porque a história não me prendeu muito. Assisti à adaptação para os cinemas e achei o filme melhor e muito mais bem amarrado que o livro, com um final mil vezes mais fofo. Confiram o trailer do filme:




Sobre o Autor


Matthew Quick era professor na Filadélfia, mas decidiu largar tudo e, depois de conhecer a Amazônia peruana, viajar pela África Meridional, trilhar o caminho até o fundo nevado do Grand Canyon, reviu seus valores e, enfim, passou a dedicar todo seu tempo à escrita.

Ele, então, fez MFA em Creative Writing pelo Goddard College e voltou para a Filadélfia, onde mora com a esposa.

Fonte: Skoob

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Precisamos falar sobre o Kevin - Lionel Shriver - Ed. Intrínseca


Demorei mais do que de costume para ler esse livro. Levei exatos 10 dias. Não só por conta da densidade da leitura, mas porque ela me tocou fundo de uma maneira tensa, me desestruturou, me deixou agoniada e bastante chocada, muitas vezes. Depois que nos tornamos mães, acho que acabamos sentindo na pele um pouco da dor de toda mãe. Pelo menos, é assim que eu me sinto. Sempre fui de me colocar no lugar dos outros e, com relação à maternidade, talvez por conta do amor louco e do senso de responsabilidade que sentimos em relação àquele ser dependente de nós, esse "costume" de me colocar no lugar e de sentir um pouco a dor/alegria/decepção/orgulho do outro seja meio perturbador.Tendo em vista a história desse livro, é perturbador demais.

Eva é uma mulher independente e bem sucedida profissionalmente, exatamente como eu. Adorava viajar e curtir as noites dando risada e bebendo um bom vinho, exatamente como eu. Até que planeja e decide engravidar, exatamente como eu. Depois disso, tks God, as semelhanças acabam. Kevin, seu filho, já nasce despertando algo sombrio em sua mãe. Já nasce desafiando-a, rejeitando seu leite, chorando o dia inteiro e fazendo birras em atitudes - que são  muito piores que as birras de palavras e chiliques - sempre que podia.

Ele tinha um olhar de lado, um meio sorriso sarcástico. Mostrava-se muito inteligente e dissimulado desde cedo, acendendo em sua mãe um alerta vermelho que ela tinha medo de ser falta de amor, falta de instinto materno. E se culpava por isso, muitas vezes. Que situação horrível você ter um filho e não se identificar em nada com ele! Que triste você não sentir nada de harmonia na família que você construiu. E o pior ainda é ver, diante dos seus olhos, a ruptura do seu casamento por conta da opinião do pai de Kevin de que Eva perseguia o filho, era exagerada e não dava valor para o bebê maravilhoso que eles tinham em casa.

Franklin só esqueceu de levar em conta que instinto de mãe nunca erra.

No começo, a história foi um pouco difícil de seguir por conta da linguagem um pouco mais formal da autora, que sempre acaba distanciando um pouco a história do leitor. Depois que acostumei, tudo fluiu normalmente, e no decorrer da história tudo vai ficando cada vez mais denso e sombrio. Kevin é um daqueles espíritos perturbados que já nascem com vontade de fazer o mal, não importa o que os pais tentem fazer para mudar isso. Mas, mesmo assim, deve ser um carma surreal ser mãe de alguém assim, a quem você se dedica, dá amor, tenta educar e que, no fim, só consegue devolver desprezo e malignidade.

Como o livro é grande e eu sentia que teria muito choque durante a leitura, não aguentei esperar e fiz algo que NUNCA faço. Quando estava na metade do livro, dediquei uma noite a assistir ao filme. Por um lado foi uma experiência boa, que fez eu mergulhar mais na história, por outro foi ruim, porque já sabia a grande surpresa e reviravolta do final. Mesmo interrompendo o livro na metade, vendo o filme e voltando ao livro, achei o livro INFINITAMENTE melhor.

A descrição da matança a flechadas dos colegas escolhidos a dedo por Kevin foi muito bem narrada no livro. O conflito de sentimentos daquela mãe, depois do segundo choque do dia, descobrindo que seu filho é um assassino ainda muito pior do que ela tinha imaginado, foi de cortar o coração. Dá mesmo para perceber que a autora, uma psicóloga, realizou
um extenso trabalho de pesquisa da mente e do comportamento desses jovens responsáveis por chacinas que abalaram o mundo, para então traçar o perfil de Kevin. Essas matanças em escolas são até citadas no livro, que foi bem original em focar na mãe do assassino, ao invés de falar apenas do jovem, como tantas outras obras. Porque que o criminoso tem um parafuso a menos, a gente já sabe, mas ninguém nunca pensou como é ser mãe de uma pessoa assim.


Sobre a Autora

Lionel Shriver (cujo nome de nascimento é Margaret Ann Shriver) nasceu em 18 de maio de 1957. É jornalista e escritora. Nasceu em Gastonia, Carolina do Norte, EUA, no seio de uma família extremamente religiosa, sendo o seu pai pastor Presbiteriano. Mudou o seu nome quando tinha 15 anos (de Margaret Ann para Lionel) porque gostava da forma como soava. Frequentou a Universidade de Columbia. Já viveu em Nairobi, Bangcoc e Belfast. Neste momento, divide o seu tempo entre Londres e Nova Iorque. Colabora com diversos jornais, entre outros, The Wall Street Journal, The Philadelphia Inquirer e The Economist. É casada com um músico de jazz.

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A Lista Negra - Jennifer Brown - Ed. Gutemberg


Ganhei esse livro no natal de 2012, logo depois que ele foi lançado no Brasil. A obra estava sendo muito comentada por tratar de um dos assuntos do momento entre professores, pais e psicólogos: o bullying.

Dia 05 de janeiro de 2013 eu já tinha lido o livro. A história foi a primeira que li a abordar o bullying como assunto principal. Voltado para o público adolescente e pré-adolescente, o livro é uma ótima pedida para jovens em idade escolar. Para quem sofre, faz pensar. E para quem comete, leva à reflexão.

Esse é o romance de estréia da autora e eu confesso que estava desconfiada, mas fui surpreendida positivamente. Apesar de achar algumas partes um pouco repetitivas, o livro é bem escrito, a história é bem amarrada e a leitura é prazerosa, envolvendo-nos nos fatos.

A história é super criativa e aborda a vida de Valerie Leftman, uma menina que sofria bullying constantemente juntamente com seu namorado. Ela criou, então, uma lista negra como maneira de expressar sua mágoa e indignação. Mas, o que era uma brincadeira para ela, era muito sério para Nick Levil, seu namorado. Ele entra na escola e tenta matar um por um. 


Valerie Leftman sobrevive, apesar de ter sido atingida ao tentar defender uma das vítimas no momento do ataque, mas sua vida nunca mais será a mesma.

Apesar de ter como público-alvo pré-adolescentes e adolescentes, eu gostei do livro e recomendo a leitura. Apesar de nunca ter sofrido bullying na escola, a história me tocou bastante. Tenho um filho de quase 2 anos e sei que ainda é cedo para falar sobre isso com ele. Mas pretendo ensiná-lo a respeitar o próximo e as diferenças. Acho que, para mim, pior do que saber que meu filho sofre bullying é saber que ele comete. É um absurdo pais que fecham os olhos para crueldades cometidas por seus filhos. Um dia, essa crueldade pode se voltar para a própria família, inclusive. Leitura aprovada. Recomendo!

O que é Bullying

Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, valentão) ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.

Em 20% dos casos as pessoas são simultaneamente vítimas e agressoras de bullying, ou seja, em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida. (Fonte: Wikipedia)

A questão de que a maioria das pessoas que sofrem bullying não contam/relatam os acontecimentos para os familiares é a principal preocupação dos profisisonais. O bullying pode causar danos sociais para o resto da vida e, se os jovens forem incentivados a confiarem e se abrirem para seus pais, isso pode ser evitado.

Sobre a autora

Duas vezes vencedora do Prêmio Erma Bombeck Humor Global (2005 e 2006), a coluna semanal de humor de Jennifer deu lugar para uma romancista juvenil. Seu romance de estréia, A Lista Negra, ganhou diversos prêmios e seu segundo romance, BITTER END (ainda sem tradução para o português) vai pelo mesmo caminho.

Jennifer escreve e mora em Kansas City, com o marido e seus três filhos.


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vou chamar a polícia - Irvin Yalom - Agir


Depois de ter lido Quando Nietzsche Chorou, foi a vez de cair de cabeça em outro livro do autor, o Vou Chamar a Polícia. Gostei muito mais desse do que do anterior. Me envolvi muito mais, achei a leitura mais dinâmica e adorei as histórias contadas por Yalom.

A história sobre seu amigo - a que abre o livro - e a última delas - que fala sobre uma parte de outro livro seu, sobre uma jovem paciente que se envolve com seu médico idoso - são excelentes! Além disso, adorei a análise e as explicações dadas para algumas passagens de Quando Nietzsche Chorou. Elas foram mega neriquecedoras.

O ideal mesmo é ler esse livro depois de já ter lido toda a obra do autor, já que ele cita todos os seus livros neste exemplar. Mas, mesmo para quem é novato na literatura de Yalom, Vou chamar a Polícia vale a pena!

Eu sou suspeita, porque sempre fui fascinada pela mente humana, seus mistérios e peculiaridades. Outra coisa que me fascina é a capacidade que esses profissionais têm de "investigar" e "descobrir" a causa para alguns maus que aparentemente não possuem relação nenhuma entre si.


É muito legal ler um livro em que o autor abre completamente sua profissão, seu dia-a-dia, questões éticas e complexas para o mundo conhecer. Eu, que não sou dessa área, mas sou mega curiosa, achei bárbara a possibilidade de me aproximar mais dessa realidade.

Para saber mais, confira o site do livro.

Sobre o Autor

Irvin D. Yalom nasceu em 1931, em Washington, d.c. Seus pais eram imigrantes russos que se estabeleceram nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Desde criança, Yalom demonstrava profundo interesse pelos livros. Talvez tenha vindo daí sua paixão pela escrita e a vontade de transformar em narrativa o precioso material que seu trabalho como psiquiatra lhe daria. Atualmente é professor emérito de Psiquiatria na Universidade de Stanford.

Onde comprar

Os lugares mais baratos que encontrei foram: Americanas, por R$ 29,80 e WallMart, por R$ 29,90.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Entre Nós - Luiza Polessa - Best Seller

Comprei o livro de Luiza pela sinopse. Achei genial uma profissional que cuida do bem-estar psicológico de pacientes com câncer ter que cuidar do seu próprio equilíbrio quando descobre que ela mesma é portadora da doença.

Por ser uma obra autobiográfica, que adoro, e pela singularidade do tema, acho que esperava um livro super marcante, mais ou menos ao estilo do Para Sempre Alice. E nem posso dizer que a expectativa era grande por causa desse livro, porque li Entre Nós muito antes de saber da existência de
Para Sempre Alice.

Enfim, comecei a ler o livro, que é dividido em duas partes, o que também achei ótimo para organizar o entendimento do leitor:

  • A primeira parte é sobre a experiência pessoal da autora com o câncer. Ela conta desde o momento em que percebeu que os resultados dos exames não seriam favoráveis até o momento em que entregou os originais para a editora, com 2 anos de tratamento. Nessa etapa também podemos ler vários depoimentos de pacientes e familiares da autora.
  • Já a segunda parte é sóbre sua experiência profissional. Luiza já era especialista em Psico-Oncologia pela Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO) há alguns anos quando recebeu o diagnóstico de câncer. Então, surgiu a idéia de pedir a algumas pacientes que estavam sendo atendidas por ela para que registrassem sua experiência / relação com a doença. A partir de seus relatos, a autora aborda assuntos como medo, perdas, morte, insegurança, fragilidade, sexualidade, família, tratamentos, relacionamentos.

Ao ler tudo isso, não surgiu uma super vontade de ler o livro? Pois é, mas eu li e me decepcionei um pouco. Claro que a atitude da autora é maravilhosa, super respeitável e corajosa e que sabemos da dificuldade que qualquer um tem em lidar com a doença, trabalhando diariamente com ela ou não.
Acontece que ela não conseguiu transmitir toda essa emoção e todo o universo que gostaria com a sua esccrita.

O livro me pareceu um pouco frio, com linguagem muito rebuscada, parecendo mais uma tese do que um livro autobiográfico, com o qual o leitor precisa estar envolvido completamente para que a experiência seja tão rica quanto um livro como esse merece.


Esperava mais e confesso que, como escritora, infelizmente Luiza deixa a desejar. No meu modo de ver, ela exagera em explicações desnecessárias e peca em explorar mais os acontcimentos / sentimentos que fazem diferença para o leitor.

Acho que, ao escrever o livro, ela se preocupou muito em fazer um relato da sua experiência, mas não pensou na riqueza do texto como narrativa, não pensou no lado do leitor que não fez parte dessa história, mas que comprou o livro porque queria, sim, poder fazer parte dela de alguma maneira.


Para saber mais

No Oncoguiauma entrevista com Luiza. E no site do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada (IBHA) há uma resenha sobre o livro. Para quem ainda quiser saber mais, achei também um outro texto no Portal Fator Brasil.

Sobre a Autora

Maria Luiza de Castro Polessa é psicóloga, com formação em Psicologia Transpessoal e especialização em Psico-Oncologia pela Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO). Recebeu da SBPO a Certificação de Distinção de Conhecimento na Área de Psico-Oncologia. Do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada (IBHA) obteve o título de hipnóloga. É também formada em Letras, com mestrado em Literatura Brasileira pela UFRJ.
“Ter como diagnóstico uma doença potencialmente letal como o câncer está sendo para mim a oportunidade de renascer na própria vida. Fazer cada pequenina coisa do cotidiano, estar com cada uma das pessoas que integram meu universo, em cada lugar que guarda um registro de minha história, com a consciência de que poderia não estar mais ali, imprime a tudo muita grandeza”

terça-feira, 23 de junho de 2009

Cultura do Medo - Barry Glassner - Francis

"...é mais uma história entre a infindável quatidade de histórias de vlões e vítimas, histórias nas quais as pessoas reais em sua complexidade real e os perigos reais que elas e a sociedade como um todo enfrentem podem ser entrevistos apenas nas sombras." - (trecho de Cultura do medo - pág. 104)



Números mascarados, intenções obscuras, notícias enganosas. Assim, Barry Glassner defende a teoria de que temos cada vez mais medo de fatos que acontecem cada vez menos. E, paradoxalmente, ignoramos problemas e acontecimentos que deveriam, esses sim, causar preocupações e resultar em atitudes drásticas, como a poluição, o desemprego, a venda indiscriminada de armas e a homofobia. Estudando os fatos nos EUA, Glassner afirma que os americanos sofrem cada vez mais por motivos menos reais, como crianças assassinas, epidemias destruidoras da humanidade e internautas pedófilos.

Ele prova, por meio de números e pesquisas em jornais e emissoras de televisão, que há interesse de pequenos (mas poderosos) grupos em provocar certos tipos de medos na população, ao mesmo tempo em que não é interessante divulgar o que realmente deveria causar preocupação. O livro é ótimo e, apesar de tratar da vida norte-americana, pode ser facilmente interpretado para a nossa realidade. A distorção e superexposição de alguns fatos pela mídia, assim como acontece nos EUA, é fácil de ser analisado por aqui também.

O livro serviu de fio condutor para o aclamado "Tiros em Columbine", de Michael Moore. Vale a pena ler, nem que seja apenas para abrir a mente acerca de tudo o que o autor tem a dizer. O livro desperta para muitas verdades, alguns momentos de desesperança e para muita reavaliação.

As pesquisas do sociólogos são minuciosas e muito bem feitas, resultando em uma obra rica e recheada de dados estatísticos, ótimos para proporcionar ao leitos a dimensão fiel do que está sendo analisado. Recomendo.

Sobre o Autor

Barry Glassner é sociólogo, professor de sociologia na Universidade da Carolina do Sul e estudioso sobre a cultura e as crenças contemporâneas. Ele aparece numa entrevista em Tiros em Columbine, de Michael Moore, e forneceu boa parte das estatísticas que são apresentadas no filme. Também escreveu o livro Segredos da Alimentação Saudável.

domingo, 26 de abril de 2009

O Corpo Fala - Pierre Weil e Roland Tompakow - Ed. Vozes

"O tema abrange a comunicação psicossomática inconsciente do próprio leitor - e por isso o fascina, diverte, desafia e esclarece ao mesmo tempo!"


Li O Corpo Fala há alguns anos e, desde então, nunca mais participei de uma reunião ou conversa da mesma maneira. Lembro que ouvi falar do livro durante uma aula na faculdade (sou formada em Jornalismo) e tinha ficado louca de vontade de ler. Uns dias depois, olhando a estante de livros do meu pai, quem eu vejo ali, paradinho e prontinho para ser lido? Ele mesmo! Tão perto de mim o tmepo todo e eu nem imaginava...


Logo de cara, já li na capa: "Com 314 ilustrações de expressão corporal". Claro que a vontade de começar a leitura só aumentou. Com tanta expectativa, as chances de decepção eram altas. Mas, pelo contrário, fiquei completamente envolvida e concentrada nos ensinamentos. O texto é divertido, tudo é exemplificado com ilustrações e toda a complicação do tema é genialmente destrinchada para uma linguagem didática.

Hoje eu acredito plenamente que a "linguagem silenciosa da comunicação não-verbal" diz muito mais do que as palavras, porque a linguagem não-verbal é insconsciente, não mente.

É muito legal acabar de ler um capítulo e perceber as mesmas coisas descritas na sua mãe, namorado e até nos colegas de trabalho.

No livro, os autores utilizam a esfinge como referência para “traduzir” a linguagem corporal. As três partes da esfinge mostram como o homem é dividido: o boi seria a referência para os instintos (ou desejos), o leão refere-se aos sentimentos e a águia estaria ligada aos pensamentos (ou consciência).

O ponto fraco do livro são algumas repetições desnecessárias, alguns erros de ortografia ealguns diálogos bem machistas nas ilustrações.

Alguns exemplos

Só para dar um gostinho, segue alguns exemplos de significados de expressões corporais:

1 - Mutismo: muitas vezes não podemos ou não queremos externar nossos sentimentos, e nosso corpo expressa isso quando: os lábios ficam presos entre os dentes, os braços ficam cruzados perto dos joelhos, como se o indivíduo estivesse se fechando, mão sobre a boca, entre outros.

2 - Desinteresse: quando estamos desinteressados em algo, nosso corpo rlaxa os músculos, não apresentadno tensão. Nomalmente projetamos o corpo para traz na cadeira ou sofá e esticamos as pernas.

3 - O que as mãos nos dizem:

• Direita = é a “mão da ação”

Esquerda = é a “mão do sentimento”
• Fechadas = agressão, ódio, insegurança
• Abertas = afastar o perigo, a ameaça ou oferecer, concordar
• Mãos cruzadas para trás = não se concorda com o alvo da discussão
• Mãos na frente da boca = deseja falar algo mas não sabe como fazer...
• Mãos sobre a mesa = dedicado aos negócios ou querendo negociar Demonstração de sinceridade e honestidade
• Mãos juntas sobre o colo ou estômago = um gesto de proteção
• Mãos nos quadris = provocativo ou duro, entretido ou ansioso para entrar no assunto principal
• Mãos nos bolsos = estar em contato com o próprio corpo, reconfortador, busca de equilíbrio frente a uma possível insegurança
• Esfregar o olho = tentativa de bloquear a falsidade, dúvida ou mentira que vê, ou evitar olhar para a pessoa para quem está contando a mentira
• Esfregar o queixo = é um sinal de que o ouvinte está tomando uma decisão

Na Prática

Outro dia, eu estava em uma reunião de trabalho e já tinha decidido escrever sobre o livro aqui no blog, então eu me peguei olhando para os participantes da reunião e analisando suas expressões e posturas, que muitas vezes nos "dizem" exatamente o oposto do que suas próprias palavras. Esse é o principal efeito colateral do livro: depois de ler, você começa a olhar em volta e a analisar todo mundo, tentando exercitar tudo o que o livro ensinou.

Sobre aos Autores

Pierre Weil
Três atividades caracterizam Pierre Weil: escritor, educador e psicólogo. Dentre algumas formações obtidas ao longo de sua carreira, destacam-se o título de doutor em psicologia pela Universidade de Paris e os cargos de presidente da Fundação Cidade da Paz e reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília (Unipaz), onde trabalha pela paz no mundo. Também é co-fundador da Associação Internacional de Psicologia Transpessoal e da Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, além de ser autor de mais de 50 livros. Em 2002, recebeu o Prêmio Unesco de Educação para a Paz e o Prêmio Verde das Américas.

Roland Tompakow
Professor de Comunicações dos Cursos de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – RJ, artista gráfico, técnico em Informática Visual, jornalista, assessor de Informáticaem marketing de várias Empresas e coordenador dos registros de Cinésica do grupo de Pesquisas chefiado pelo professor Pierre Weil.