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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Vem ni mim lili demorada - Renata Nogueira - Livro Pronto

Tenho uma relação muito especial com esse livro, por alguns motivos.

Deixe-me explicar.


Conheci o blog da Renata depois de ler uma resenha sobre o livro que ela publicou no ano passado. A resenha me fez ficar louca de vontade de ler o livro também, porque como já escrevi aqui um monte de vezes, adoro ler sobre histórias reais e biografias! Ainda bem, ainda bem mesmo, que a resenha trazia também um link para o blog dela, o Vem ni mim lili demorada.


Mais que rapidamente acessei o blog e comentei no último post, falando que tinha adorado o conteúdo e que estava louca para ler seu livro. Perguntei, então, onde poderia adquiri-lo. A Renata foi uma fofa e disse que me enviaria o livro. Maravilha! Dias depois recebo o aviso de que o livro já estava a caminho. Aí começou uma espera longa, perguntas diárias aos porteiros do prédio, e nada de o livro aparecer. Depois de um mês de espera, e com a vontade de ler a obra cada vez maior, chegamos à conclusão, eu e Renata, de que o livro não chegaria mais. :(

A saga chega ao fim

Decepção pouca é bobagem. Eis que ela, fofíssima, uma verdadeira lady (lady mesmo, como pude me certificar, depois, lendo o livro), deixa um recadinho no meu blog dizendo que enviou outro exemplar, agora registrado, pelo correio. Esse chegou rapidinho! E como fiquei feliz de pegar aquele livro nas mãos!

Acho demais poder ler uma obra de autores conhecidos. Não que eu conheça a Renata pessoalmente, mas lemos os blogs uma da outra, o que significa que nos conhecemos, sim, um pouquinho. Fora a Renata, só li um livro de contos de um redator que trabalhou comigo em uma agência, em 2006. Agora, coincidentemente, ele trabalha em outra agência de publicidade com meu marido, escreveu um novo livro, que ganhei de presente do meu amor. Está na fila! Enfim, mesmo com 17 livros que tenho na fila para ler, passei o Vem ni mim lili demorada na frente, porque eu sou ansiosa mesmo, admito!

A história

O livro é um diário sobre os 169 dias que Renata passou na prisão, sendo 24 em um presídio feminino e o restante em prisão domiciliar. Fora todas as experiências relatas sobre invasão de privacidade, humilhação, condições desumanas de sobrevivência, o livro também fala muito de amor, de fé, esperança e, principalmente, da verdadeira essência de cada um, que sempre prevalece nas horas mais difíceis.

E, quando você pensa que já leu os piores relatos do livro, eis que uma nova personagem surge na prisão, para piorar muito mais as coisas. Foi nessa hora que descobri a lady que Renata é. Porque eu, sinceramente, não teria tanta calma e amor ao próximo. No mínimo, ia fazer um "pequeno" monólogo de boas-vindas para a fulana.

Sobre jornalismo, por uma jornalista

Outro ponto importante do livro é a abordagem sobre a cobertura jornalística de seu caso. Sou jornalista de formação e de coração e, por isso, posso falar com conhecimento de causa. Renata está certa, certíssima, ao dizer que a maioria dos veículos de comunicação não apuram bem os fatos, só se preocupam em vender jornais e não escolhem bem as palavras no momento de transmitir uma informação. E, como sabemos, a colocação das palavras, as palavras escolhidas para um título ou uma frase fazem, sim, toda a diferença!

Deveria ser o contrário. Aprendemos na faculdade que a ética deve vir acima de tudo, que dinheiro e notícia nunca devem se misturar e que os jornais sensacionalistas são exceção à regra de se apurar os fatos com competência e respeito às fontes. Mas, a realidade é que, infelizmente, o que deveria ser regra, é exceção, e que ninguém se coloca no lugar dos outros na hora de falar, escrever, divulgar, fofocar, olha torto, investigar, invadir.

Coragem

Mas, para mim, a palavra que melhor resume o livro é coragem. Coragem para passar por tudo isso e continuar de cabeça erguida. Coragem para confiar em desconhecidas condenadas e se apegar às pessoas, sem olhar cor, educação, aparência e religião.

Coragem para perdoar quem foi o culpado por tudo aquilo, apesar de achar que o perdão mais importante, o dele mesmo, ainda não deve ter chegado. Coragem para conviver e olhar no olho, com respeito, de uma mulher que não merecia respeito nenhum (nesse momento vi que ainda preciso evoluir muito).


E, principalmente, coragem para escrever um livro, sem frescuras e sem meias- palavras, sobre tudo o que viveu. Deu pra ver que o livro foi publicado do jeito que foi escrito, sem palavras rebuscadas, sem edição e sem floreios.


Parabéns, Renata! E obrigada por dividir comigo toda essa lição de vida. Aprendi muito!

Para comprar o livro, clique aqui.


Sobre a Autora

Formada em Letras, Renata Nogueira nunca exerceu sua profissão. Mora em Vitória, onde trabalhou vinte anos com moda e, em junho de 2008, publicou seu único livro e mantém um blog com o mesmo nome, Vem ni mim lili demorada.