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sexta-feira, 8 de novembro de 2024

As imagens do dia




O GP do Japão de 1994 - cujo aniversário foi esta semana - correu debaixo de uma enorme carga de água. Muitos anos depois, quando entrevistei o "folclórico" Taki Inoue, que participou nessa corrida como piloto da Simtek, contou que não via um palmo à frente, mesmo correndo na reta da meta (ele desistiu na terceira volta, quando bateu... na reta da meta). Essa corrida teve duas partes, interrompida por uma bandeira vermelha... e poderia ter acabado como acabou 20 anos depois: com um acidente fatal.

O incidente aconteceu na 13ª volta, nos Esses. E alguns dos pormenores são arrepiantemente semelhantes ao que aconteceu a Jules Bianchi, ao ponto de pensar que aqui nada aconteceu porque... não. 

Nessa volta, o Arrows de Gianni Morbidelli despistou-se, e os comissários foram para o local no sentido de tirar o carro o mais rapidamente possível. Os comissários tinham a reputação de serem muito eficientes na retirada dos carros. Contudo, menos de um minuto depois, outro carro saía da pista: era o McLaren de Martin Brundle. Quando o piloto britânico perdeu o controlo do seu carro, tornou-se num mero passageiro, e despistou-se. Pelo caminho, um dos comissários que andava a tirar o carro de Morbidelli mexeu-se e não viu o McLaren a aproximar-se, porque ficara de costas para ele. Claro, é um grande erro.

Na colisão, o comissário pulou e caiu desamparado no chão, atrás do McLaren do piloto britânico. Acabaria por fraturar uma perna, mas isso foi a grande sorte, porque... poderia ter sido bem pior. Nessa altura, os comissários viram que chovia ainda mais, e interromperam a corrida. 

Com o comissário socorrido, a corrida foi interrompida por cerca de uma hora, com uma bandeira vermelha, antes de recomeçar quando a chuva começou a abrandar. Por essa altura, Michael Schumacher tinha uma vantagem de 6,8 segundos sobe Damon Hill, e de acordo com os regulamentos, quando a corrida recomeçasse, os tempos iriam ser somados quando a bandeira de xadrez fosse mostrada.

Curiosamente, quando a corrida parou, o pelotão estava reduzido para 13 carros, dos 26 iniciais. Quando a corrida acabou... foram precisamente 13 os carros que atravessaram a meta. Com Damon Hill a ser o melhor, 10,1 segundos sobre Michael Schumacher. Até hoje, muitos consideram que foi a melhor corrida da carreira do piloto britânico.

Mas naquele dia de chuva, as coisas poderiam ter acabado muito mal. Muito mal, mesmo.      

sábado, 11 de novembro de 2023

No Nobres do Grid deste mês...


"Um MP4/1 estava pronto no final de outubro de 1983 para dar uma chance de teste não a um, mas a... três pilotos. Ayrton Senna fora convidado e aceitou, mas teria a companhia do seu rival, Martin Brundle, e de um alemão que correra na Formula 2 e parecia ter o mesmo “hype” que Senna, só que na Endurance: Stefan Bellof.

Então com 26 anos, Bellof estava ali como convidado da Porsche, que iria dar os seus motores Turbo à McLaren, e queria saber qual seria a sua capacidade e adaptabilidade a um carro dessa potência. Irónicamente, o MP4/1 tinha o motor Cosworth, ou seja, apesar do chassis ser de 1983, era menos potente que tinham agora, nas mãos de Niki Lauda e do seu novo recruta, o francês Alain Prost. Mas a McLaren estava atenta ao alemão, pensando num futuro onde poderia ser seu piloto, provavelmente para substituir Lauda. 

Os três tiraram a vez, com Senna a ficar com o carro pela manhã, seguido por Brundle, e Bellof ficaria com a parte final. O brasileiro iria fazer o melhor tempo, com 1.13,9, e apesar de se queixar de estar apertado no cockpit, sentiu-se bem em guiar o carro.

"O McLaren Ford é um carro fácil de dirigir. A velocidade em Silverstone é bastante alta, mas ainda tenho um bom pressentimento sobre este carro. Os resultados foram excelentes, muito melhores do que eu esperava.", começou por afirmar. 

“Agora vou perceber como você pode vencer uma corrida de Fórmula 1. Na Fórmula 1 você sempre depende do material que consegue, o piloto pode fazer parte disso. Estou muito satisfeito com este teste e foi muito bom fazê-lo."

Ron Dennis comentou sobre a performance do brasileiro: "Até agora tudo está correr bem. Ayrton está constantemente mais rápido com esses pneus do que fomos no passado. Espero que possamos deixá-lo rodar noutra sessão no final do dia. Talvez será ainda melhor então.”

Contudo, não iria ter essa chance. Quando foi a ocasião de Bellof dar umas voltas, estas acabaram em despiste e a oportunidade evaporou-se. Mas outros estavam atentos ao que Senna testava, e um deles era Bernie Ecclestone, que não perdeu a chance de o convidar para experimentar o carro campeão do mundo desse ano: o Brabham BT52. Ele iria fazer isso em Paul Ricard, no sul de França, mas ao contrário das outras vezes... as coisas não iriam correr bem. (...)


No final de 1983, todos queriam saber onde é que Ayrton Senna iria correr. Na Formula 1, todos sabiam, mas não se sabe em que equipa. Enquanto ganhava corrida atrás de corrida na Formula 3 britânica, equipas como Williams, e depois, McLaren, marcaram-lhe testes para saber da sua adaptabilidade e capacidade de guiar um carro mais potente, com motor Turbo. 

No final, depois de testes em quatro equipas, todas bem seguidas pela imprensa especializada, Senna acabou por ir parar à Toleman, que tinha motores Hart Turbo e tinha na temporada que acabara antes, conseguido os seus primeiros pontos. E a partir dali, o resto acabou por ser história. 

Sobre isso e muito mais, falo este mês no Nobres do Grid.    

domingo, 5 de novembro de 2023

A imagem do dia



O GP de San Marino de 1987 era a segunda corrida da temporada, e a primeira na Europa. Depois de no Brasil, vimos Alain Prost a surpreender os Williams, com Nelson Piquet a ser segundo e Nigel Mansell a acabar... na sexta posição, na chegada à Europa, eles queriam reagir, mas logo na sexta-feira, Piquet bateu forte na curva Tamburello, acabando com um contusão da parte do brasileiro, impedindo-o de participar na corrida.

Sem Piquet, a Williams tinha de confiar em Mansell, mas a pole ficou nas mãos de Ayrton Senna, no seu Lotus-Honda. Contudo, o britânico conseguiu arrancar melhor, acabando a corrida na primeira posição, seguido por Senna e no lugar mais baixo do pódio, o Ferrari de Michele Alboreto

Na grelha de partida, havia 27 carros, mas a meio do pelotão estavam os carros de Martin Brundle, na 16ª posição, e o de Christian Danner, na 19ª. Entre eles estão os Minardi-Motori Moderni (a firma de motores Turbo de Carlo Chiti) de Alessandro Nannini e do espanhol Adrian Campos. Nos primeiros metros, Brundle ficou parado na grelha, mas tinha companhia: Thierry Boutsen, no seu Benetton, e Eddie Cheever, no seu Arrows, também sofriam a mesma má sorte. Satoru Nakajima, no segundo Lotus-Honda, iria partir das boxes, enquanto René Arnoux, no seu Ligier, sequer partia por causa de uma quebra na suspensão.

Enquanto na frente, Mansell teve que batalhar com Senna, Alboreto, Prost... e o próprio carro, atrás, começara-se a fazer uma corrida de resistência, para saber quem chegaria ao fim, e quem ficaria nos pontos. Um dos que sentiu essa crueldade era Derek Warwick, que a cinco woltas do fim, ficou sem gasolina no seu Arrows.

E quem beneficiava disso eram dois pilotos: Martin Brundle e Satoru Nakajima. A má sorte do britânico faria história a estes dois pilotos. E a uma equipa. Se Brundle já tinha pontuado pela Tyrrell, ele agora estava na alemã Zakspeed, e o quinto lugar final daria os primeiros pontos da equipa alemã. E Nakajima, quando acabou em sexto, a duas voltas do vencedor, daria o primeiro ponto do Japão na Formula 1.

A Zakspeed na Formula 1 era o sonho de Erich Zakowski, um alemão nascido na Prússia Oriental que se mudou para o centro da Alemanha na adolescência, e em 1968, funda uma preparadora de motores. A sua paixão pelo automobilismo, especialmente pela Ford, fez crescer a sua preparadora no DRM alemão (antecessora do DTM), ganhando o campeonato em 1981 com Klaus Ludwig ao volante.

Com o tempo, decidem construir um motor Turbo, e entre a Endurance e o DRM, cresce a ambição da Formula 1. E Zakowski awança o projeto em 1984, com a construção de um chassis, com ideia de competir em 1985. E é tudo em casa... menos o piloto: será Jonathan Palmer o seu primeiro piloto. Nas duas últimas corridas do ano, apareceu Christian Danner a pilotá-lo.

Com a operação alargada para dois carros, a Palmer juntou-se o neerlandês Huub Rothengarter, e não conseguiram qualquer ponto, com um oitavo lugar para cada um dos pilotos. E em 1987, os dois pontos para Brundle em Imola, mas para Danner, também houve um bom resultado, com um sétimo lugar. O primeiro de... três sétimos lugares. Mas nesse ano, não contava para os pontos.

O que não sabiam era que seria o auge, a sua melhor temporada. A partir dali, foi a descer, primeiro, por causa da sua aposta nos seus próprios motores Turbo, e depois, quando em 1989, assinaram com a Yamaha, num motor pouco potente e numa grelha com 40 carros, só conseguiu duas qualificações. No final dessa temporada, as portas foram encerradas, e o regresso aos Turismos, especialmente o DTM, preparando Mercedes e Opels, especialmente o Calibra. O filho de Erich, Peter, que era piloto - quatro vezes vencedor das 24 Horas do Nurburgring - tomou conta da equipa, que o levou para outras competições como a Suprleague Formula e a CART. 

Erich Zakowski, nascido a 25 de novembro de 1933 em Allenstein, na então Prússia Oriental, morreu a 1 de novembro em Balkhausen, aos 89 anos. O legado fica.   

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A(s) image(ns) do dia




Há 40 anos, um jovem brasileiro alcançava o sucesso, numa temporada bem disputada. 

Uma semana depois do Brasil ter vibrado com o bicampeonato de Nelson Piquet, estavam curiosos por saber se Ayrton Senna tinha o estofo de campeão que os permitia pensar em mais sucessos no futuro. ao longo desse ano, seguiam os feitos do jovem piloto de São Paulo que batalhava contra os ingleses na Formula 3 britânica. Foi forte, especialmente contra Martin Brundle, chegou a conseguir 10 vitórias seguidas, antes de algumas contrariedades mostrarem que ele era um piloto de "win or wall", inamovível e intimidante, que preferia quebrar a torcer, e que era vulnerável aos regulares e aos pragmáticos.

 O "showdown" fora em Thruxton, depois de 19 corridas. Senna, piloto da West Surrey Racing, tinha ganho 11, contra seis de Brundle, que nesse ano corria pela Eddie Jordan Racing. Mas tinha desistido em seis, contra um do britânico, o que por um lado era bom, mas por outro... acarretawa problemas. É que no regulamento desse tempo, apenas 17 dos 20 resultados é que contavam, e Brundle tinha de deitar pontos fora. Senna não precisava disso. Logo, se ganhasse, era campeão. E mesmo que Brundle ganhasse, não poderia aproveitar todos os pontos. Ou seja, "tinha a faca e o queijo na mão".

Mas claro, tinha de chegar ao fim.

Ambos estavam em Thruxton com 123 pontos, com Senna em vantagem por causa das vitórias. Para ganhar, tinha de estar em frente e nisso, não falhou: pole-position, volta mais rápida, vitória e liderança em todas as voltas da corrida, sem ser incomodado. E para melhorar as coisas do seu lado, Brundle apenas conseguiu o terceiro lugar, um resultado que teve de descartar, batido pelo americano Davy Jones, futuro vencedor das 24 Horas de Le Mans. A vitória foi bem comemorada, e pelas fotografias, parece que ele lá soltou as suas emoções. Digo isto pelo gesto de carinho da mãe, dona Neide...

Depois, claro, veio o resto: os testes, primeiro pela McLaren, depois Brabham e por fim, Toleman. Tudo isto enquanto ia a Macau a espalhar o seu talento, triunfando na então possessão portuguesa e capital do jogo asiático, para depois escolher o lugar onde queria se estrear na categoria máxima do automobilismo. 

Tudo isto, há precisamente 40 anos.  

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Youtube Motosport Video: A ascensão de Ayrton Senna à Formula 1

Não se fala muito sobre os dias anteriores à chegada de Ayrton Senna à Formula 1. Um excelente piloto nos karts, vice-campeão do mundo por duas vezes - e sua maior frustração - começou a correr em 1981 na Formula Ford, no Reino Unido, palco dos melhores campeonatos do mundo, e cedo impôs a sua marca, que foi ainda mais acima, até à Formula 3 e os seus duelos com Martin Brundle, até chegar aos primeiros testes e a sua estreia na Toleman, em 1984.

Ora, quem conta hoje toda esta história é o Josh Revell, que fez este vídeo sobre esses dias onde o automobilismo começava a conhecer este jovem de São Paulo e ver do que ele era capaz de fazer na pista.  

segunda-feira, 14 de março de 2022

Brundle: "Red Bull é a clara favorita"


Martin Brundle, o antigo piloto da Tyrrell, Brabham, Benetton, McLaren e Jordan, entre outros, e agora comentador na Sky Sports, afirma que a Red Bull é a clara favorita no inicio desta temporada. Mas considera que os energéticos estão a par da Ferrari graças aos tempos por bolta e ao ritmo de corrida que apresentaram, que por bexes foram superiores à concorrência, e também ao pouco uso dos seus sistemas de propulsão durante os testes.

A Red Bull para mim foi claramente a favorita”, disse Brundle à Sky Sports F1.“Não tenho dúvidas de que o pacote aerodinâmico da Red Bull deu um passo significativo à frente. A Red Bull mudou o jogo hoje em termos de ritmo bruto, ritmo de corrida. Eles estão sorrindo o dia todo. Acho que as peças que eles colocaram no carro de repente fizeram todo ele parecer melhor.", continuou.

Contudo, o ex-piloto coloca também a Ferrari numa posição de vantagem na linha da frente, por ter feito muita quilometragem, juntamente com o que pareciam ser tempos de volta competitivos.

Avaliando o desafio que a Scuderia poderia representar no Bahrein, Brundle acrescentou: “A Red Bull tem uma corrida a par com a Ferrari. Esse é um favorito, um concorrente [aos lugares da frente], sem dúvida.", concluiu. 

O GP do Bahrein, proba de arranque da Formula 1, acontece neste final de semana.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Noticias: Brundle estranha opções da Mercedes

A noticia de que Max Verstappen renovou contrato com a Red Bull até 2023 não agradou muito a Martin Brundle. O ex-piloto britânico (Tyrrell, Zakspeed, Brabham, Benetton, Ligier, McLaren e Jordan entre 1984 e 96) afirmou que a politica da Mercedes de deixar escapar talentos como Charles Leclerc e o próprio piloto holandês, revela que ali há uma visão de curto prazo em relação às duplas de pilotos que guiam os Flechas de Prata.

A notícia do Verstappen ter renovado com a Red Bull faz-me pensar o que será que a Mercedes tem planeado a curto-médio prazo. Estava mesmo à espera de que o Verstappen ou o Charles Leclerc fossem parar à Mercedes.”, começou por dizer o comentador, agora com 60 anos de idade.

Acho que a Mercedes vai ter o carro mais equilibrado para os próximos anos, com o domínio que tem tido. Por isso, não sei como nenhum dos dois [Verstappen ou Leclerc] foi para lá. Estas renovações, para as próximas épocas, saíram mais cedo do que eu estava à espera. Pensei que o Verstappen fosse esperar para ver o carro em 2020.”, concluiu.

Apesar de Brundle ter dito isso em relação à politica de contratações da marca, isso poderá também reforçar os rumores de que a marca alemã poderá começar a desinteressar-se pela Formula 1, a favor da Formula E, com o limite de se retirar como construtor, ficando apenas como fabricante de motores. Mas também poderá estar a pensar em arranjar outros bons pilotos como Esteban Ocon e Daniel Ricciardo, já que Valtteri Bottas não é o piloto de ponta que a marca poderá necessitar caso Lewis Hamilton decida abandonar a Formula 1 ou rumar à Ferrari para fechar a sua carreira com chave de ouro.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Regressos, mas não de campeões (parte 1)

O regresso de Robert Kubica à Formula 1 é de saudar, oito anos depois do seu acidente no Rali Ronda di Andora, em fevereiro de 2011, que o fez interromper uma carreira que se pensava ser de ascensão até ao topo. Com uma vitória e passagens por BMW Sauber e Renault, tinha feito em 2010 136 pontos e três pódios, sendo oitavo classificado na geral.

Kubica esteve a fazer ralis por algum tempo, tendo andado no WRC entre 2013 e 2016, com alguns resultados de monta e sendo campeão do WRC2 em 2013. Mas ele foi também conhecido pelas suas saídas de estrada que resultados, impedindo-o de ter melhor palmarés do que teve.

Mas o Kubica não é o único, nem a distância entre Grandes Prémios é a maior de sempre da Formula 1. Muitos outros pilotos já voltaram à Formula 1 depois de algum tempo de ausência, e nem todos foram bem sucedidos. Já vimos por aqui os regressos de campeões do mundo (Niki Lauda, Alan Jones, Kimi Raikkonen, Michael Schumacher são alguns), mas também existe uma boa quantidade de pilotos com carreira no automobilismo que voltaram após algum tempo de ausência. Aqui vou falar de cinco exemplos de pilotos que voltaram depois de algum tempo, com resultados diferentes. A alguns, valeu a pena, mas a outros, foi mais vergonhoso do que outra coisa.


1 - Mike Hailwood (1971)


Herói das duas rodas, quatro vezes campeão do mundo dos 500cc e duas das 350cc, Hailwood teve uma carreira entre as duas e as quatro rodas. Em 1963 e 64, teve uma passagem pela Formula 1, pela Reg Parnell Racing, onde conseguiu apenas um ponto.

Depois de ter corrido até 1967 pelas duas rodas, em 1968 a Honda pagou-lhe 50 mil libras... para não correr, pois a marca japonesa tinha decidido abandonar o motociclismo. Voltou a pensar nas quatro todas, primeiro na Endurance e nos GT's, e depois na Formula 5000 europeia, para em 1971 volta para a Formula 1, a bordo de um dos carros de outro piloto que andou nas duas e quatro rodas: John Surtees.

Na sua primeira corrida, em Monza, acabou no quarto lugar, e na temporada seguinte, enquanto vencia o Europeu de Formula 2, deu à equipa o seu melhor resultado de sempre, um segundo lugar no GP de Itália. Em 1974, vai para a McLaren, com o terceiro carro, com novo pódio na África do Sul, antes de sofrer um acidente em Nurburgring, onde fraturou ambas as pernas, acabando a sua carreira nas quatro rodas.


2 - Peter Revson (1971)


Quase ao mesmo tempo que Hailwood fazia a sua aparição, também aparecia de volta à Formula 1 o americano Peter Revson. Herdeiro dos cosméticos Revlon, era amigo pessoal de Teddy e Timmy Mayer, e mais tarde fez amizade com Bruce McLaren. Andou pela Europa no final dos anos 50, e em 1964, andou na Reg Parnell Racing, ao lado de... Mike Hailwood. Sem sucesso, diga-se.

Depois desta experiência, Revson voltou para os Estados Unidos, correndo na USAC, Can-Am e Trans-Am, sendo um dos melhores pilotos na categoria. Correndo pela McLaren quando o seu fundador morre, em 1970, torna-se campeão da Can-Am em 1971, foi segundo classificado nas 500 Milhas de Indianápolis e no final da temporada, corre o GP dos Estados Unidos com o terceiro Tyrrell oficial.

Em 1972, faz o seu regresso a tempo inteiro, que faz ao mesmo tempo que corre na USAC. Faz uma pole-position e quatro pódios, mas a sua melhor temporada é a de 1973, onsde com o modelo M23, vence na Grã-Bretanha e no Canadá, acabando a temporada no quinto posto da geral, com 38 pontos. Mas sai da equipa no final desse ano para correr na Shadow, onde morre em Kyalami, em testes antes do GP da África do Sul, a 22 de março de 1974.


3 - Martin Brundle (1989 e 1991)


O piloto britânico teve sempre um pé entre a Formula 1 e a Endurance, e ele está na história por ter não um, mas dois anos sabáticos. Desde 1984 na formula 1, com passagens pela Tyrrell e Zakspeed, o autal comentador da Sky Sports decidiu no final de 1987 perseguir a Endurance, ao serviço da Jaguar, para tentar vencer nas 24 Horas de Le Mans e no Mundial de Sport-Protótipos. Apesar de em 1988 ter andado todo o tempo nas provas de longa duração - e ter sido campeão do mundo - a Williams lembrou-se dele para que corresse o GP da Bélgica em substituição de Nigel Mansell, de cama com varicela. 

Regressou à Formula 1 em 1989, ao serviço da Brabham, mas no final do ano, voltou à Jaguar, onde venceu as 24 Horas de Le Mans no ano seguinte. No final dessa temporada, voltou à Formula 1 e à Brabham, começando uma terceira fase da sua carreira bem mais profícua, na Benetton, Ligier e Jordan, conseguindo nesse período os nove pódios da sua carreira. 


4 - Jan Lammers (1992)


O piloto holandês tinha a fama de ser veloz, mas nunca pontuou na sua carreira, apesar de passagens por Shadow, ATS, Ensign e Theodore, entre 1979 e 1982. No final dessa última temporada, depois de em seis tentativas, apenas se ter qualificado em uma, decidiu correr noutras paragens. Primeiro na Endurance, onde foi vice-campeão em 1987, com a Jaguar e venceu as 24 Horas de Le Mans e as 24 Horas de Daytona no ano seguinte, depois na CART, onde conseguiu alguns resultados de relevo em 1985 e 86, e depois na Formula 3000 japonesa, em 1987, ao serviço da Dome.

Contudo, em 1992, apareceu uma chance improvável de correr pela moribunda March, que tinha até um chassis razoável, o CG911B, desenhado por Chris Murphy e Gustav Brunner. Lammers apareceu, aos 36 anos, de volta à grelha da Formula 1, nos GP's do Japão e da Austrália, onde teve como melhor resultado um 12º posto no GP da Austrália.

Hoje em dia, aos 62 anos, continua ativo na Endurance, onde participou pela 24ª vez (!) nas 24 Horas de Le Mans num Dalara LMP2 da Racing Team Holland, ao lado do seu compatriota Giedo ven der Garde, que tem idade para ser seu filho...


5 -  Derek Warwick (1993)


A carreira de Derek Warwick esteve ligado a três equipas: Toleman, Renault e Arrows, onde conseguiu quatro pódios e duas voltas mais rápidas, com a temporada de 1984 a ser a melhor, conseguindo 23 pontos e o sétimo lugar na geral. Contudo, no final de 1985, teve uma chance de ir para a Lotus, mas Ayrton Senna vetou-o, temendo que isso comprometesse as chances de título para ele e a marca. Quando finalmente teve a chance de ir para a Lotus, em 1990, esta já estava num irresistível processo de decadência, com o motor Lamborghini V12, e teve apenas três pontos e o traumático acidente do seu companheiro de equipa, Martin Donnelly, nos treinos do GP de Espanha de 1990.

Pior foi o que aconteceu no ano seguinte, quando viu o seu irmão mais novo, Paul Warwick, morrer numa corrida de Formula 3000 britânica após um forte acidente. Por essa altura, Derek tinha ido para a Endurance, ao serviço da Jaguar. No ano seguinte era piloto da Peugeot, onde acabou por vencer as 24 Horas de Le Mans e o campeonato, ao lado de Yannick Dalmas. No final desse ano, o Mundial de Endurance acabou e Warwick, aos 37 anos, teve a chance de regressar à Formula 1 ao serviço da Arrows, que agora se chamava Footwork.

Nesse seu regresso, foi relativamente modesto, conseguindo três pontos e apanhou um enorme susto em Hockenheim, num acidente que fez lembrar em muito o que sofrera três anos antes, em Monza. Felizmente, sem danos físicos.

Depois desse ano, saiu de vez da Formula 1, correndo no BTCC e tornando-se presidente do British Racing Drivers Club, cargo que ocupa nos dias de hoje. 


(continua amanhã)

segunda-feira, 1 de maio de 2017

DailyMotion Mortorsport Classic: Senna vs Brundle


Senna vs Brundle - Part 1 por pure-racing

Senna vs Brundle - Part 2 por pure-racing
Neste 1º de maio, é bom recordar algo interessante: o campeonato britânico de Formula 3 de 1983, onde Ayrton Senna se degladiou contra alguns dos melhores pilotos do seu tempo, especialmente Martin Brundle, que teve depois uma carreira tão longa quando a de Senna - com passagens por Tyrrell, Zakspeed, Brabham, Benetton, Ligier, McLaren e Jordan, sem vencer corridas - numa temporada onde teve tudo para vencer, mas quase perdeu quando o inglês acabou por reagir.

Essa temporada mostra algo interessante: naqueles dias, a Formula 3 britânica era a categoria de acesso mais importante do mundo, até mais importante que a Formula 2, havia excelentes pilotos naquela altura - alguns falam ali, como o britânico Calvin Fish, o americano Davy Jones e o canadiano Alan Berg, por exemplo - e as corridas eram seguidas por todos, desde cadeias de televisão - Murray Walker fala ali - até os diretores de equipa da Formula 1 - falam Dick Bennetts, da West Surrey Racing, de Senna e Eddie Jordan, de Brundle - buscando sempre por talento inato. E como sabem, os dois primeiros acabaram na categoria máxima do automobilismo no ano seguinte: Senna na Toleman, Brundle na Tyrrell.

E mesmo os que não chegaram, também tiveram carreiras interessantes. Jones, por exemplo, acabou por vencer as 24 horas de Le Mans e ser segundo classificado nas 500 Milhas de Indianápolis em 1996. E claro, Brundle vencera em Le Mans seis anos antes.

O documentário é realizado por Mario Muth. Enfim, tirem quase duas horas das vossas vidas para verem isto. Aproveitem o feriado!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O susto de Martin Brundle

Martin Brundle pode ter sido modesto na Formula 1, mas tem vitórias em Le Mans e uma carreira bem eclética noutras categorias do automobilismo, especialmente na Endurance. Depois de pendurar o capacete, decidiu ser comentador de Formula 1 na Sky Sports, acabando por ser um excelente comentador, do nível a que James Hunt foi nos anos 80 e 90 na BBC, ao lado de Murray Walker, tirando a parte do "politicamente incorreto"...

Pois bem, Brundle revelou por estes dias que teve um ataque cardíaco de menor grau durante o GP do Mónaco de 2016, quando ele correu para o pódio, onde iria ser o "speaker". "Tive um pequeno ataque cardíaco enquanto estava no pódio", revelou à Motorsport, enquanto estava no Autosport Imternational Show, em Birmingham. "Acabei depois por ser operado, colocando-me um "stent" de 23 milimetros no meu ventrículo esquerdo". 

Brundle, atualmente com 57 anos, ficou a recuperar o tempo suficiente parar correr numa das corridas de suporte das 24 Horas de Le Mans, onde acabou por fazer... a pole-position, a bordo de um carro de LMP3, terminando a corrida na segunda posição. Nada mau, quando ele correu contra pilotos com idade para serem seus filhos. Mas tudo isto aconteceu depois dos médicos o autorizarem a correr.

"Eu pensava que não poderia fazer a corrida [Road to Le Mans]. Mas o responsável da cardiologia disse para mim: 'Pode fazer a corrida. Apenas não esqueça dos seus anticoagulantes'.

"Então eu chamei Zak [Brown] e o Richard [Dean, chefe de equipa da United Autosports] - então fiz 75 voltas no carro da Palmer Sports. Tinha hematomas no meu peito, mas eu amo Le Mans e pensava: 'Eu não vou perder isso".

"Acabamos a corrida no segundo lugar, o que foi pena, mas dirigir um protótipo fora do pitlane em Le Mans é extraordinário. Você fica um pouco suado, fica um pouco assustado. Sinto falta desse sentimento. Vou fazê-lo novamente este ano, se eu conseguir uma nova chance.

"Eu converso com outros pilotos sobre isso, como DC [David Coulthard] e ele me diz 'Martin, cresça, você não é mais um piloto de corrida'. E Damon, e outros. Eu sou um pouco como Rubens Barrichello, eu mal posso esperar para voltar em um carro. Eu sou duro em relação a isso.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Vimeo Motorsport Documentary: Senna vs Brundle

Senna vs Brundle from Mario Muth on Vimeo.

Em mais uma semana que se assinala o desaparecimento de Ayrton Senna, saiu hoje um documentário sobre a temporada de Formula 3 de 1983, onde o brasileiro teve um duelo titânico com o britânico Martin Brundle pelo título na mais prestigiada competição de acesso no automobilismo mundial, que até então já tinha consagrado nomes como Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi, Roger Williamson e Nelson Piquet.

Realizado por Mario Muth, tem entrevistas por parte do próprio Brundle, dos diretores das equipas em que ambos corriam, Dick Benetts (da West Surrey Racing, de Senna), Eddie Jordan (da sua própria equipa, de Brundle) e jornalistas como Simon Arron, David Tremayne e Murray Walker, e o fotógrafo Keith Sutton.

O documentário completo está disponível no site e pode ser comprado por 7,49 euros.

quinta-feira, 5 de março de 2015

A pista perfeita de Martin Brundle


Esta vi hoje no WTF1.co.uk. Toda a gente pensa na "pista perfeita", mas parece que com um armazém bem grande e a ajuda de um piloto, tudo é possível. Graças ao Scaletrix, Martin Brundle - que como sabem, é comentador da Sky Sports de Formula 1 - decidiu desenhar uma pista que incorporava os vinte traçados do mundial de Formula 1 deste ano, e o resultado é este: uma pista monstruosa, de 177 peças, 44 curvas e medindo cerca de 45 metros de comprimento. 

Provavelmente, se fosse real, esta pista mediria uns bons 25 quilómetros no mínimo, não acham?

domingo, 6 de julho de 2014

Youtube Racing Weirdness: A próxima carreira de Kimi Raikkonen

Tenho visto isto durante a semana que passou: Kimi Raikkonen em cima de um cortador de relva adaptado para correr. Na realidade foi uma ideia da Sky Sports, que colocou o finlandês da Ferrari em cima de uma coisa dessas, correndo contra mais gente, nomeadamente dois ex-pilotos de Formula 1 tornados comentadores, Anthony DavidsonMartin Brundle e Johnny Herbert.

O resultado final desta experiência dita... diferente, foi esta que podem ver. Não se pode dizer que Raikkonen não tem sentido de humor, não acham?

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Youtube Motorsport Demonstration: os carros de James Hunt e Niki Lauda


Por causa de "Rush", apareceu agora um enorme interesse sobre os carros que Niki Lauda e James Hunt conduziram no filme e naquela temporada. Por causa disso, os ex-pilotos, agora comentaristas, Martin Brundle e Karun Chandhok decidiram ir à pista de Snetterton para experimentar um Ferrari e um McLaren contemporâneos: o modelo 312T, de 1974, que deu a Lauda a sua primeira vitória, no circuito de Jarama; e o McLaren M26 de 1977, que deu a Hunt a sua última vitória da carreira, em Mont Fuji.

Vi isto no José Inácio. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sergio Perez debaixo de fogo

Sérgio Pérez teve um fim de semana muito difícil neste GP da China. Cruzando a meta na 11ª posição, naquela que foi a segunda vez que não pontuou em três corridas, as suas prestações em pista foram  criticadas por Kimi Raikkonen - que sofreu um toque por parte dele - e de Lewis Hamilton, mas este pelas suas posturas na pista, tendo ficado longe da prestação de Jenson Button, que fez o seu melhor e terminou na quinta posição.

Isto tudo já fez soar o alarme em Woking, que para não bastar o facto de terem um mau carro neste inicio de temporada, ter um piloto que não corresponde às expectativas iniciais, já que tem a difícil tarefa de substituir Lewis Hamilton, que foi para a Mercedes... e está a ter bons resultados, com uma pole-position e dois pódios. Martin Whitmarsh já criticou Perez e é de opinião que o mexicano tem de melhorar as suas prestações, ainda que compreenda a situação atual da sua equipa, com o modelo MP4-28 a não corresponder às expectativas, ficando atrás de Ferrari, Red Bull, Lotus e até Mercedes, estando a par da Force India.

Para piorar as coisas, começam a surgir as criticas externas. O ex-piloto e agora comentador na Sky Sports, Martin Brundle, questionou a razão porque a equipa de Woking escolheu o mexicano, em detrimento de, por exemplo, o alemão Nico Hulkenberg: “Continuo sem perceber o porquê da McLaren não ter contratado o Hulkenberg, ao invés do Pérez. O seu talento não deixa dúvidas a ninguém, e se fosse eu teria assinado com ele sem hesitar...”, referiu Brundle à Speed Week. Ironicamente  Hulkenberg está na Sauber e substitui... Perez.

É certo que este ano, o modelo MP4-28 não tem vindo a ajudar nestas primeiras corridas, mas espera-se quando quando chegar a paragens europeias, o modelo melhore as suas performances, pois o potencial está lá. Mas as pessoas consideram que o piloto mexicano não é o ideal para levar a McLaren de volta aos lugares da frente, e acham que Jenson Button, só por si, não chega. 

Em jeito de conclusão, estes tempos estão dificeis para o piloto mexicano...

sábado, 27 de outubro de 2012

As caricaturas nos McLaren Toons

Quem viu o último episódio dos "McLaren Toons", reparou na cena em que Nick De Vryes, piloto holandês da Formula Renault 2.0, está a admirar os quadros dos pilotos que passaram pela equipa. Confesso que não consegui identificar o primeiro piloto retratado, mas soube hoje que era o Martin Brundle, que andou na equipa em 1994 e agora é comentador na Sky Sports. Mas das caricaturas dos outros, pode ver algumas coisas interessantes. Quer no filme, quer agora, com esta foto que encontrei agora destes oito pilotos.

Aqui, pode-se ver a reverência que existe por Bruce McLaren, a frieza nórdica de Mika Hakkinen, numa atitude de desafio, em contraste com o "quadrado" David Coulthard, o "narigudo" Alain Prost e as suiças de um sorridente Emerson Fittipaldi. Em contraste, os ares mais benévolos de Ayrton Senna, Martin Brundle e Niki Lauda revelam a admiração por esses pilotos. E a mesma coisa se vê em relação a James Hunt, que se pode ver no filme. E claro, Jenson Button e Lewis Hamilton

E se forem ver atentamente no mesmo filme, já se prepara o retrato de Sérgio Perez... e francamente, queria ver os retratos de Nigel Mansell e de Keke Rosberg, munidos dos seus bigodes. Teria a sua piada...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Youtube F1 Season: O resumo da temporada de 2011 (II)



Ontem coloquei aqui o resumo da temporada feita pela holandesa RTL, e hoje, graças à Ingryd Lamas e a sua Athena Grand Prix, descobri o resumo da temporada que a britânica BBC fez. E fê-lo em jeito de despedida, já que eles não vão transmitir todo o campeonato de 2012, cedendo algumas corridas à sua rival Sky, fazendo com que seja parcialmente codificada. E lenta, mas inexoravelmente, a Formula 1 vai virar a algo equivalente ao boxe: um desporto altamente elitista e sobrevalorizado...

A musica chama-se "Goodbye Kiss" e é cantada pelos britânicos Kasabian, um excelente grupo, digo eu. E como sempre, a BBC sabe montar videos de qualidade. Vamos sentir falta desta gente toda: Martin Brundle, Eddie Jordan, David Coulthard, Jake Humpfrey...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O novo circuito de Silverstone




Ontem apresentaram, por fim, o novo circuito de Silverstone. Esta nova cara de um nome já mítico no automobilismo mundial mostrava receios nos fãs mais emperdenidos, pois sabe-se que todos os circuitos novos, desenhados pela firma de Hermann Tilke só melhoram... para pior.

O BRDC (British Racing Drivers Club), proprietário do circuito e obrigado a fazer estas alterações por exigência de Bernie Ecclestone, que como sabem, chegou a assinar um contrato com Donington Park para acolher o GP da Grã-Bretanha, sabia dos "anticorpos" que o nome de Tilke causa nos fãs, e decidiu dar a outra firma o contrato para redesenhar Silverstone. O resultado? Fiquei agradavelmente surpreendido com o novo desenho. O ex-piloto e actual comentador da BBC, Martin Brundle, experimentou o novo layout com um carro de dois lugares, e gostou.

Outro que também gostou do novo layout foi David Coulthard, que disse: "Isto é Silverstone. É 'o lugar' para o GP da Grã-Bretanha, e por muito que aprecie Donington Park, especialmente quando era mais jovem, eu acho que este é o lugar ideal para celebrar o automobilismo britânico naquele fim de semana de Julho.", afirmou.

Como sabem, o novo traçado começa na Abbey, que agora é uma entrada pela direita, a alta velocidade, onde os pilotos vão a fundo até à Village Corner, feita à direita, a cerca de 120 km/hora, para logo a seguir ter duas curvas à esquerda, uma feita a média velocidade, e depois outra que coloca numa recta a alta velocidade, que coloca os carros em Brooklands, que tem uma curva inicial mais aberta do que anteriormente, para depois virar à direita, a caminho da meta.

O novo traçado mostra que apesar de por exemplo, temos curvas como Stowe e Club Corner feitos de forma um pouco mais lenta (mas a diferença é infima), a essência de Silverstone como um circuito de alta velocidade está lá. E isso, num tempo em que os tilkódromos são autênticos kartódromos ambulantes, transformam corridas em procissões "para fazer boi dormir", este é um colírio para os nossos olhos. Acho que recuperou o "pedegree" algo perdido com as modificações feitas no inicio da década de 90. E ainda por cima... se o fim de semana do GP da Grã-Bretanha for um daqueles tipicos fins de semana ingleses, teremos diversão garantida.

É a diferença entre Silverstone e outros: sabem mesmo do que o povo gosta. Alta velocidade e lutas entre pilotos, "fair and square". Falta o teste final, e para isso, temos de esperar até Julho.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Youtube F1 Classic - Martin Brundle num Lotus 49



Trago-vos hoje não uma corrida do passado, mas um carro do passado. Um carro icónico: o Lotus 49, desenhado por Colin Chapman e guiado por lendas da Formula 1 como Jim Clark, Graham Hill, Mario Andretti, Jochen Rindt, Jo Siffert e Emerson Fittipaldi, entre outros. Correu entre 1967 e 1970, estreando-se (e o respectivo motor Cosworth), no GP da Holanda de 1967. Foi um dos poucos chassis da história da Formula 1 a ganhar na sua corrida de estreia, por Jim Clark.


O filme é um teste feito por Martin Brundle em 2008, numa trabalho para a ITV britânica, quando experimentava vários carros que fizeram história ao longo dos 60 anos da Formula 1. O teste foi feito em Silverstone, palco da edição de 1967 do GP da Grã-Bretanha (nesse tempo, a corrida alternava entre Silverstone e Brands Hatch), onde o vencedor foi Clark.


A montagem do filmen ficou engraçada: depoimentos de pilotos lendários como Sir Stirling Moss, Derek Bell e John Surtees, bem como imagens de arquivo do ano de 1967, com Clark ea vencer e Colin Chapman a descrever o bólido. E Brundle a testar, elogiando a sua manobrabilidade e afirmando que "o motor Cosworth estava dez anos à frente do seu tempo"


A dica do video é do Rafinha Dias.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O piloto do dia - Martin Brundle

Na Formula 3, foi o maior rival de Ayrton Senna. Na Formula 1, nunca foi mais do que um bom piloto de segunda linha, mas nos Sport-Protótipos foi um dos melhores da sua categoria, correndo na Jaguar e tornando-se campeão do Mundo de Sport-Protótipos e vencendo as 24 Horas de Le Mans. Actualmente, depois da sua retirada competitiva, cuida da carreira do seu filho, enquanto comenta a Formula 1 na BBC. No dia em que comemora o seu 50º aniversário, é dia para falar acerca de Marin Brundle.

Nascido a 1 de Junho de 1959 na cidade de King’s Lynn, Brundle começou a correr aos 12 anos, quando modificou um Ford Anglia para começar a correr numa pista de rallycross perto da sua casa. Mais tarde, começou a correr em Turismos, algo fora do vulgar para um piloto de monolugares, mas teve a sua chance em 1979, ao correr na Formula Ford 2000. No final desse ano, teve a ousadia de escrever uma carta a um dos melhores pilotos de então, Tom Walkinshaw. O seu objectivo era o de correr um dos seus carros, um BMW. Walkinshaw gostou da carta e concordou.

Em 1980, Brundle venceu o campeonato de Formula Ford 2000, mas a falta de patrocínio para evoluir nos monolugares fez com que corresse de novo nos Turismos, num Audi da equipa de Stirling Moss. Mas não desistiu dos monolugares e em 1982 transferiu-se para a Formula 3. Após um ano de adaptação, parecia que a temporada de 1983 poderia ser de consagração. Mas deu de caras com um rival muito bom: o brasileiro Ayrton Senna.

Senna, pilotando pela West Surrey Racing, e Brundle, pela Eddie Jordan Racing, competiram numa temporada onde as suas rivalidades em pista entraram para a história desse campeonato. Senna ganhou as nove primeiras corridas da temporada, sempre com Brundle na segunda posição. Nunca desistindo, o piloto inglês procurou a sua primeira vitória na competição, e conseguiu-a na décima ocasião, provando que o piloto brasileiro podia ser batido. O inglês e o brasileiro competiram pelo título até à última corrida do ano, quando Senna levou a melhor. Mesmo assim, ambos conseguiram o que queriam: a entrada na Formula 1.

Ken Tyrrell sempre procurou pilotos rápidos e jovens para a sua equipa, e viu em Brundle um excelente piloto para complementar com o alemão Stefan Bellof. Ambos iriam competir na única equipa que não tinha motores Turbo, mas a sua rapidez compensava a pouca potência dos carros. Estreou-se no GP do Brasil de 1984, e cedo começou a marcar pontos, sendo o seu melhor resultado um segundo lugar no GP de Detroit. Mas no final dessa corrida, os comissários de pista viram o seu carro e verificaram que este se encontrava abaixo do peso regulamentado. A FISA decidiu desclassificar os carros durante toda a temporada e os pontos de Brundle foram-lhe retirados. Contudo, nessa altura, estava em convalescença devido a um acidente feio em Dallas, onde durante a sessão de treinos embateu o seu carro no muro e fracturou ambos os tornozelos.

No ano seguinte, continuou na Tyrrell, primeiro com motores Cosworth e depois com o Renault Turbo, mas ele foi incapaz de marcar qualquer ponto, enquanto que os seus companheiros Bellof e o italiano Ivan Capelli fizeram-no. Mas em 1986, conseguiu oito pontos ao serviço da Tyrrell, com o melhor resultado um quarto lugar na última prova do ano, na Austrália.

Em 1987, Brundle passa para a alemã Zakspeed, onde com um carro que não lhe dava possibilidades para rodar com os pilotos da frente, consegue apenas dois pontos, em Imola, que viriam a ser os únicos da história da construtora.

Nesse mesmo ano, o piloto inglês, sempre a necessitar de fundos para prosseguir a sua carreira, decidiu tentar a sua sorte nos Sport-Protótipos. Foi para a equipa oficial da Jaguar, onde participou pela primeira vez nas 24 Horas de Le Mans, com o dinamarquês John Nielsen. Não terminou a corrida. Em 1988, sem qualquer lugar na Formula 1, continua na equipa oficial da Jaguar, e venceu cinco das onze provas (Jarama, Monza, Silverstone, Brands Hatch e Fuji), mas não conseguindo vencer nas 24 Horas de Le Mans. Mas mesmo num ano sem Formula 1, Brundle deu um salto para substituir um adoentado Nigel Mansell, no GP da Bélgica. Brundle terminou em sétimo lugar.

Em 1989, passa para a Brabham, que tinha voltado à Formula 1 após um ano de ausência, e conseguiu quatro pontos para a marca. Mas esta foi uma passagem temporária, pois em 1990 voltou para os Sport-Protótipos, ao serviço da Jaguar, venceu as 24 Horas de Le Mans, em conjunto com John Nielsen e o americano Price Cobb. No campeonato, Brundle ganhou em silverstone e conseguiu 19 pontos, numa temporada dominada pelos protótipos da Sauber-Mercedes.

Em 1991, regressa à Formula 1, e de novo ao serviço da Brabham, ao lado de Mark Blundell, que viria depois a ser seu amigo e parceiro de negócios na empresa 2MB, que detêm juntos actualmente. Brundle consegue dois pontos na penúltima prova do ano, no Japão, que foram os últimos pontos da equipa na história da Formula 1. No final do ano, foi contratado pela Benetton para ficar ao lado do jovem alemão Michael Schumacher. Ao fim de oito anos, e então com 32 anos, Brundle tinha finalmente um bom carro para poder andar maias constantemente nos lugares da frente. Foi em 1992 que conseguiu os seus primeiros pódios da carreira, com o melhor resultado um segundo lugar em Monza. No final do ano, conseguiu 38 pontos e o sexto lugar do campeonato, a sua melhor classificação de sempre.

Em 1993, passa para a Ligier, onde consegue mais um pódio em Imola, e a terminar o ano com 13 pontos e o sétimo lugar final. No ano seguinte passa para a McLaren, substituindo na equipa o seu rival Ayrton Senna. Numa época de transição, com motor Peugeot e com Mika Hakkinen a seu lado, conseguiu um segundo lugar no Mónaco, 15 dias depois da morte do seu rival na Formula 3. No final desse ano conseguiu 16 pontos e o sétimo lugar final. Volta à Ligier em 1995, onde tem de partilhar o lugar com o japonês Aguri Suzuki. O seu melhor resultado foi um terceiro lugar em Spa-Francochamps, e os sete pontos conquistados valeram-lhe o 13º lugar final.

Em 1996, passa para a Jordan, onde corre ao lado de Rubens Barrichello. Na primeira prova do ano, apanha o susto da sua vida: na primeira volta do GP da Austrialia, que se estreava no circuito de Melbourne, uma travagem mal calculada faz com que salte por cima do McLaren de David Coulthard e o seu carro desfaz-se em dois. Incrivelmente, Brundle sai ileso do acidente. Até ao final do ano, Brundle consegue oito pontos e o 11º lugar final. No GP do Japão desse ano, Brundle, então com 37 anos, chega ao final da corrida na quinta posição. Viria a ser a sua última corrida na Formula 1.

A sua carreira na Formula 1: 158 Grandes Prémios, em doze temporadas (1984-89, 1991-96), nove pódios, 98 pontos no total. Para além disso, tem seis vitórias no Mundial de Sport-Protótipos, bem como o título mundial em 1988. Foi também vencedor das 24 Horas de Le Mans em 1990, ao serviço da Jaguar.

Após a sua carreira competitiva na Formula 1, Brundle continuou nos Sport-Protótipos, onde correu as 24 horas de Le Mans até 2001 por equipas como a Bentley, Nissan e Toyota, com o objectivo de conseguir uma segunda vitória, algo que nunca conseguiu. Por essa altura, tinha começado a sua segunda vida como comentador na BBC. Tinha começado em 1989 e quando a Formula 1 passou para a ITV, seguiu-os e tornou-se co-comentador ao lado do legendário Murray Walker, fazendo análise ás corridas de uma forma tão boa ou melhor do que James Hunt. Os seus comentários valeram-lhe a eleição como melhor comentador desportivo por quatro vezes, entre 1998 e 2006. Para além disso, trabalhou no British Racing Drivers Club. Também foi manager de David Coulthard e agora está concentrado na carreira do seu filho Alex Brundle, que neste momento é piloto de Formula 2.

Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/Martin_Brundle
http://www.grandprix.com/gpe/drv-brumar.html
http://www.itv-f1.com/ITVTeam_Bio.aspx?name=Martin_Brundle