Para não esquecer...

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A BARBÁRIE NO SEU... PIOR


Jihadista executou a própria mãe em público na cidade de Raqqa.

Activistas locais dizem que a mulher, de nacionalidade síria, foi acusada de... apostasia.

Independentemente de a senhora ser (ou não) apóstata... que raio de religião/cultura é esta, onde a apostasia é castigada com pena de morte (como, também e por exemplo, na Arábia Saudita)... ou outra pena menor?!

Valha-nos Alá (ou Jeová)!

escrito por ai.valhamedeus

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A LIBERDADE DE EXPRESSÃO DOS CRENTES


O Vaticano acusou Charlie Hebdo de “não respeitar crentes de todas as religiões”.

...e o presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Anouar Kbibech, defende que a caricatura da capa do Charlie “fere todos os crentes das diferentes religiões”.  E acrescenta: “É preciso respeitar a liberdade de expressão dos jornalistas mas também a liberdade de expressão dos crentes”.

E eu pergunto: mas Charlie Hebdo não respeita a liberdade de expressão dos crentes?! o que é que os responsáveis pela Charlie Hebdo fazem que não respeita a liberdade de expressão? quem a não respeita são aqueles que, em nome de um qualquer Alá (justificadamente ou blasfemando, como diz o papa Xico), matam os que não pensam como eles.

escrito por ai.valhamedeus

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ESPANHA AMORDAÇADA


Amanhã, 1 de julho de 2015, entra em vigor em Espanha a Ley Orgánica de seguridad ciudadana, conhecida como lei da mordaça, e duas reformas do Código Penal. A polémica lei foi aprovada no Congresso unicamente com os votos do PP, ignorando críticas de ONG, movimentos sociais, a UE e até a ONU.



Ficou muito mais restringido o que é possível fazer legalmente: estão contempladas multas até 600.000 euros para comportamentos que até agora eram legais.


Estas ativistas de Femen, que se manifestaram na catedral de Almudena, poderiam agora ser multadas em 30.000 euros.

Para mais informação, leia
Espanha será mais, agora, um Estado policial, sobretudo porque as forças de segurança terão capacidade para impor sanções administrativas que antes estavam nas mãos dos juízes (que perdem o poder sobre 3 milhões de infrações).

(Não estará já Passos Coelho, ou Paulo Portas, a preparar a versão portuguesa?

escrito por ai.valhamedeus

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QUE MERDA É ESTA?


Em vésperas do 24 de abril, anuncia-se um projeto que inclui a possibilidade de voltar o "exame prévio" (da cobertura jornalística de eleições).

Temos aí a pide oficializada pelos partidos do chamado arco da governação?

Que isto não cheira muito bem, não cheira...

escrito por ai.valhamedeus

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NÃO SOMOS TODOS CHARLIE


Paris, daqui a pouco, também será o palco da hipocrisia; todos serão Charlie?

Em julho de 2013, Assunção Esteves, como já tinha acontecido noutras ocasiões, insurgiu-se contra as manifestações de desagrado, oriundas das galerias, onde o 'povo' costuma assistir aos 'trabalhos' de quem os representa(?!). Por várias vezes, por razões semelhantes, tem mandado expulsar as pessoas que, uma ou outra vez se insurgem contra as decisões aí tomadas.

Mas, nesta altura, resolveu, naquele que se transformou no episódio mais lamentável para a segunda figura do Estado (e para nós), convocar Simone de Beauvoir para qualificar os ocupantes do espaço popular:

Assunção Esteves não gostou dos protestos na Assembleia da República e ameaçou mudar as regras de acesso às galerias. Depois dos protestos, usou uma frase para resumir a situação.
Não podemos deixar, como dizia a Simone de Beauvoir, que os nossos carrascos nos criem maus costumes.
Hoje estará em Paris e, apesar dos 'inconseguimentos' conhecidos, é bem capaz de ter coragem bastante para desfilar e... ser 'Charlie'!

Os cartoonistas, barbaramente executados, vão, por certo, onde quer que estejam, satirizar a situação - e não serão meigos, estou certo!

escrito por Jerónimo Costa

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MAIS UM ESTRAGO DA SOPA?


Foi o fecho do Megaupload e a prisão de alguns dos seus funcionários... Agora, quando se tenta sacar algum ficheiro do Filesonic , em vez do ficheiro vem a mensagem
All sharing functionality on FileSonic is now disabled. Our service can only be used to upload and retrieve files that you have uploaded personally.

If this file belongs to you, please login to download it directly from your file manager.
Mais um estrago da SOPA?

escrito por ai.valhamedeus

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DEMOCRACIA FACEBOOKIANA - 2


Atilio Borón é um intelectual argentino, foi, em tempos, vice-reitor da Universidade de Buenos Aires. Escreveu no Facebook um artigo criticando Hillary Clinton -- e o resultado foi que... o Facebook fechou-lhe a conta.

A história está contada aqui pelo próprio.

escrito por ai.valhamedeus [ilustração rapinada daqui]

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ANTI-SOPA


Wikipedia adere ao apagão anti-SOPA.

E a Google, também:

...mais de 10.000 sítios da Web.

escrito por ai.valhamedeus

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TARINGA E A LIBERDADE NA INTERNET

Taringa! é uma das grandes comunidades virtuais em língua espanhola. Com origem na Argentina, foi criada em 2004 por Fernando Sanz e adquirida em Novembro de 2006 por Alberto Nakayama e os irmãos Botbol (Matías e Hernán). Em Taringa! os usuários podem compartilhar todo tipo de informação por méio de Post(internet). O site tem uma funcionalidade do tipo colaborativo.
[ver mais informação na Wikipédia]

Taringa foi processada, acusada do crime de violação de direitos de autor. A situação foi explicada pelos responsáveis pela comunidade. Trata-se de um assunto que nos diz respeito a todos, utilizadores ou não de Taringa: o que está em questão é a própria liberdade na Internet, como se mostra neste dossiê do Partido Pirata argentino.

escrito por ai.valhamedeus

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ZOOM [78] - liberdade e morte

A primeira muçulmana nua na Playboy. Um acto de liberdade, diz a própria. Que pode ser de morte, digo eu prevendo as reacções extremistas religiosas e sabendo que os familiares já cortaram totalmente relações com ela.

escrito por ai.valhamedeus

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A REPÚBLICA

Quem havia de dizer que, no estertor da monarquia, foram "levados a tribunal em Viseu os reponsáveis por uma publicação em que se afirmava que a confissão auricular não fora instituída por Cristo" (vem aí a República).

Para além do papel do bispo Alves Martins resistente ao reaccionarismo da Santa Madre Igreja no sec. XIX -- Viseu, terra de gente progressista. Quem diria?!...

escrito por Carlos M. E. Lopes

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ANÚNCIO PROIBIDO

Anúncio de sorvete com freira grávida é proibido na Grã-Bretanha.


Um anúncio de sorvete com a fotografia de uma modelo como uma freira grávida foi proibido pelo órgão que regula a publicidade na Grã-Bretanha: a Advertising Standards Authority (ASA, na sigla em inglês) considerou que o anúncio desrespeitava as crenças cristãs, principalmente de católicos.

A empresa por trás do anúncio, Antonio Federici, no entanto, prometeu exibir posteres semelhantes em parte do trajeto que o Papa Bento 16 fará na capital britânica. A visita de estado do Papa, que começa nesta quinta-feira, é a primeira desde a criação da Igreja Anglicana em 1534.

A peça publicitária mostra uma modelo grávida, vestida de freira, saboreando o sorvete em uma igreja com os dizeres: "Concebido imaculadamente" em referência ao dogma cristão da concepção de Jesus e "Sorvete é a nossa religião".



escrito por ai.valhamedeus

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BIG BROTHER

Traduzido do número de Junho de Pcworld Italia:
Quantas coisas sabe, o Google, de si? Isso depende de quanto usa a sua "cornucópia" de serviços gratuitos. Mas, no seu conjunto, as informações memorizadas podem facilmente compreender os sítios web visitados, os termos de pesquisa utilizados, os mapas visualizados, contactos e calendário, as mensagens de correio, a cronologia chat, Google Voice e eventuais registos telefónicos, os vídeos de Youtube e as fotos de Picasa, o seu blogue e contas de publicidade nesses ou noutros sítios, as actualizações no Google Buzz, a sua posição no Google Latitude, e -- se se utiliza um telefone Android -- todos os dados associados ao seu telemóvel.


escrito por ai.valhamedeus

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A LEI DA ROLHA E O PS

O exército dos arautos da democracia está em polvorosa por mor da aprovação da "lei da rolha" pelo PSD
[o exército inclui generais do próprio partido, que informam que a coisa resultou de uma "distracção". Santo Deus! um congresso de distraídos!...].
Cá por mim
[que votaria contra, se tivesse que votar],
estou-me marimbando: se houver problema, é problema dos militantes do Partido, em cujo número me não incluo.

O que verdadeiramente me faz cócegas nos neurónios é a hipocrisia das reacções do pê-èsse; foi, primeiro, o Canas a apelidar a coisa de estalinista; foi, depois, a decisão de levar a alteração dos estatutos do PSD a debate na Assembleia da República.

O problema das leis da rolha é o problema de todas as instituições doutrinárias, com as igrejas e os partidos na cabeceira das listas
[e o PS incluidíssimo nelas].
Sócrates já impôs a lei da rolha ao seu governo pê-èsse; outros dirigentes socialistas têm outras versões da rolha; a Igreja Católica tem a excomunhão; ... e já aqui foi noticiada a expulsão de militantes do PS, PSD e CDS por terem participado em listas de outros partidos nas últimas eleições.

É mesmo assim: são os mecanismos que estas instituições constroem para destruir as divergências sérias. Serão estes mecanismos de controlo compatíveis com a democracia? São, pelo menos, uma das razões por que não estou filiado em qualquer partido nem arregimentado a qualquer Igreja.

escrito por ai.valhamedeus [foto do "Público"]

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PRONOGRAFIA? AI, CREDO!...

Leio numa revista francesa que os deputados da Gália estão proibidos de aceder a sites pornográficos a partir do seu local de trabalho, a Assembleia. Mas não a sites com conteúdos fascistas, racistas ou islamófobos.

Critérios...

escrito por ai.valhamedeus

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MÁRIO CRESPO JÁ NÃO ESCREVE NO JN

Mário Crespo escrevia habitualmente no JN artigos de opinião. Fazia-o pontualmente à Segunda-feira. O tempo dos verbos não engana: Mário Crespo deixou de escrever no JN! O artigo que hoje assinava, apesar de todos os salamaleques justificativos, que a direcção do jornal há-de tecer, não passou nas malhas da censura. O problema de Mário Crespo resulta tão-só de pensar pela sua própria cabeça e de ter opinião ao serviço de um jornalismo de causas, que é, como quem diz, um jornalismo na linha da frente na defesa da liberdade e da democracia. Mário Crespo ainda entende a “República” – coisa velha de 100 anos – como baluarte no anteparo de princípios éticos, sendo incansável na denúncia dos que usando a liberdade a tornaram refém dos seus mesquinhos interesses privados, fazendo da democracia o cadinho da sua intolerável propaganda. Mário Crespo sabia, até pela postura que sempre dera à cerviz, que a sua hora, tal como acontecera recentemente com outros, haveria de chegar. Talvez não pensasse que seria este o caminho: o de não olhar a meios para atingir os fins, mas ele que incansavelmente nos avisou, estava, desde há muito, certamente avisado: quem se mete com o dito, leva! Lamentável, fundamentalmente pela frutificação que tais exemplos, mais pestilentos do que a criatura, geram no país. “Que faremos, quando tudo arde?”

Mário Crespo
O Fim da Linha

[Mário Crespo]

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa.
O artigo foi picado daqui.

escrito por Jerónimo Costa

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DO CONTRA [47] LIBERDADE RELIGIOSA

A Suiça referenda hoje a proibição dos minaretes. Isto é, referenda a (proibição da) liberdade religiosa
[porque "em causa não está a proibição de símbolos religiosos no espaço público ou a interdição de torres altas. Apenas e só a das torres das mesquitas a partir das quais os muçulmanos são tradicionalmente chamados à oração - chamamento que não se ouve fora dos muros das mesquitas suíças nem na maioria dos países europeus, incluindo Portugal"].
minareteEu, que sou contra a existência de uma disciplina de religião e moral nas escolas públicas, seja qual for a confissão religiosa, contra a presença de símbolos religiosos nos espaços do Estado, seja qual for a confissão religiosa, contra a proibição do uso por particulares da burca e de vestimentas quejandas, contra os relógios que nas noites das aldeias rasgam o silêncio nos altifalantes das torres das igrejas, seja qual for a confissão religiosa... -- sou contra os referendos que invadam o terreno da liberdade religiosa exercida nos seus domínios, seja qual for a confissão religiosa.

escrito por ai.valhamedeus

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ANTI-PIRATARIA * 24. o pesado lastro da ganância

"Zambita para que canten
Los humildes de mi pago
Si hay que esperar la esperanza
Mas vale esperar cantando."
Se o referido projecto for aprovado, os humildes terão que esperar mais 20 anos, já que "Zamba de los humildes" consta de uma lista de obras que estão "seriamente ameaçadas" (sic) de passar ao domínio público. Este LP é, aliás, uma prova clara de que se está a legislar em benefício das companhias discográficas multinacionais
[Sony BMG Music Entertainment inclui-o no seu catálogo e logicamente espera um aumento de vendas, como ocorre sempre que morre um artista popular]
e a fechar ainda mais a autêntica democratização do património cultural.

Mais informação aqui.

2.
No Dia da Consciência Negra, o Partido Pirata Argentino
["mais do que um partido... um domínio público"]
publicou a versão portuguesa do seu manifesto. Um documento onde se reivindica a bandeira, o legado e o nome dos Piratas, na periferia do que alguns chamam ilegalidade, pela igualdade, liberdade, autodeterminação e autêntica convivência multicultural, contra os monopólios do conhecimento, da cultura, e do patenteamento da vida, contra as metrópoles actuais que depredam os recursos naturais
[mares, ventos, planícies e montanhas]
nas suas colónias -- o planeta inteiro. Pela libertação do pesado lastro da ganância.

O partido assume, expressamente, o assalto às "naves do egoísmo e do saqueio, para quebrar a opressão das falsas leis da escassez, do copyright e de seus artificiais feudos imateriais, fraudulentas miragens propagandísticas que nos restringem o acesso a este novo mundo da abundância multicolor, onde todos nós podemos criar, copiar, multiplicar e compartilhar". Defende, por outro lado, "a privacidade, o anonimato, as redes livres e a neutralidade da Internet, como ferramentas de libertação que nos permitam seguir sustentando nossa autonomia, capacidade de nos organizar e de resistir às leis cerceantes".

...Um programa fundamentado no princípio de que "a liberdade, a solidariedade e os compromissos colectivos são o único caminho sustentável para seguir existindo como seres humanos em nosso planeta".

escrito por ai.valhamedeus

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VAURO E BERLUSCONI

Em Itália, as coisas não correm de feição a Berlusconi. O Tribunal Constitucional italiano anulou a lei que dava imunidade a Berlusconi -- uma lei aprovada após o regresso ao poder de Berlusconi e que tem servido para o chefe do governo italiano escapar a alguns processos.

E há blogues cujo objectivo é furar os tentáculos do poder do primeiro-ministro de Itália. Blogues e cartoonistas. Por exemplo, Vauro, cujo sítio na Internet arquiva as suas vinhetas desde 2004.
Berlusconi Vauro
Berlusconi: "Em Itália existe liberdade de imprensa ...e denunciarei o primeiro que escreva o contrário".

escrito por ai.valhamedeus

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NO JARDIM DE SÓCRATES

Manuela Ferreira Leite elogiou, há dias, a governação de Jardim, contrapondo-a à "asfixia democrática" no jardim governado por Sócrates. Caíram em cima da senhora, designadamente o governador socratino do jardim. Talvez Sócrates já se não lembre, ou não queira lembrar-se, dos elogios que ao Jardim fez o seu
[seu de Sócrates]
camarada Jaime Gama, considerando-o «um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo»
[os outros rasgadíssimos elogios podem ser lidos aqui].
Foi em Março, passou pouco tempo, mas Ferreira Leite recordou que ela própria não tinha sido tão excessiva, nos elogios, como o camarada pê-èsse. E tem razão.

A questão da democracia no jardim de Sócrates vai muito para além dos aspectos e das "intervenções" formais/explícitas
[e, ao longo destes 4 anos de governação, houve várias intervenções governamentais, directas e/ou indirectas, no domínio das liberdades. Não é preciso um grande esforço de memória...].
O dossier SócratesUm artigo de opinião de Helena Matos no Público de hoje analisa essa ideia magnificamente, partindo do "caso" do livro "O Dossier Sócrates", de António Balbino Caldeira, não publicado para não arranjar chatices
[o livro pode ser descarregado daqui].
[Se não aparecer o texto completo de Helena Matos, clique, abaixo, em Leia o restante].
O dossier Sócrates
ARRANJAR CHATICES

Em poucos dias um livro sobre o percurso académico de José Sócrates teve, em Portugal, sem cartazes nem entrevistas, mais de oito mil downloads. Esse livro chama-se O Dossier Sócrates e o seu autor, António Balbino Caldeira, descreve no seu blogue, Do Portugal Profundo, como numa grande editora portuguesa passaram a determinado momento de um imenso interesse pelo seu livro para não mais lhe atenderem o telefone. E outras editoras se seguiram com procedimentos bem diversos daqueles que adoptam perante algo que lhes garanta um mínimo de interesse por parte do público. As peripécias editoriais deste livro, tal como doutros num passado recente, são um bom indicador da disponibilidade das empresas e dos cidadãos para aceitarem um maior controlo das suas vidas por parte do Estado. Não me parece provável que as editoras pelas quais passou O Dossier Sócrates tenham recebido algum recado do gabinete do primeiro-ministro desaconselhando a publicação do livro, quanto mais não seja pela prosaica razão de que tal não é necessário: o país é pequeno, os negócios não vão bem, cada vez mais os empresários vivem à sombra da máquina estatal (e na comunicação social das campanhas publicitárias das várias empresas estatais), o crédito, via BCP e CGD, está nas mãos de quem governa. Mais vale perder um bom negócio do que comprometer outros. Em conclusão, ninguém quer 'arranjar chatices'.


Dir-se-á que o livro de António Balbino Caldeira é tão mau que a editora resolveu recuar na sua decisão. Certamente que isso pode acontecer, embora o nível lastimoso do que por aí se edita torne essa hipótese pouco verosímil. Mas o que caracteriza o ambiente malsão do 'não arranjar chatices' é que não só ninguém assume nada como todos procedemos como se nada tivesse acontecido: até ao dia em que escrevo, quarta-feira, 9 de Setembro, o cancelamento da edição de O Dossier Sócrates não foi objecto de qualquer notícia. Compare-se este opaco silêncio com a indignação gerada pela pública e notória decisão de uma cadeia de supermercados de não comercializar nas suas superfícies A Casa dos Budas Ditosos e não se pode deixar de pasmar com tanto silêncio.

Infelizmente este espírito do 'não querer arranjar chatices' além de legitimar o condicionamento de decisões para agradar a quem governa, tem a perversa consequência de transformar aqueles que não se conformam com este malsão estado de coisas em seres amalucados, pois só uma criatura doida e quezilenta é que anda para aí 'à procura de chatices' quando podia levar a vida em bom sossego. Nas ditaduras a coisa é simples: o censor não deixa e já está. Ele fica com o ónus da questão. Nas democracias, as decisões censórias são necessariamente mais subtis. Fazer de conta que não aconteceu nada é uma das estratégias: é cedo para dizer que será esse o destino de O Dossier Sócrates, mas foi esse o percurso de Contos Proibidos, Memória de um PS Desconhecido, de Rui Mateus, ou de vários livros sobre a descolonização. Para consolo das misérias nacionais, temos sempre a possibilidade de recordar as peripécias editoriais experimentadas por um livro de Chris Patten, o último governador britânico de Hong Kong, cujas memórias dessa sua experiência levaram a China a pressionar grupos editoriais da muito livre Grã-Bretanha.

A outra das estratégias censórias, essa comum às ditaduras e às democracias, passa por denegrir quem 'arranja chatices': populismo, ordinarice, crítica destrutiva, pessoa que só chegou àquele cargo por ligações familiares... Pode parecer que estou a falar de Manuela Moura Guedes e do Jornal Nacional em 2009, mas por acaso estou a citar alguns dos epítetos que recaíam sobre o semanário Expresso, em 1975. Este jornalismo deplorável, continuo a referir-me à forma como o Expresso era referido em 1975, valeu-lhe aliás algumas multas e o seu então director estava mais ou menos reduzido à caricatura do 'chiquinho dos Porsches'. Gostamos de acreditar que, passado o PREC, a liberdade de expressão ficou garantida para todo o sempre em Portugal. Como é óbvio, tal não é verdade nem pode ser. A liberdade de expressão implica uma prática quotidiana e sobretudo implica perceber de que lado se está quando o poder, seja ele político, religioso ou económico, interfere com essa liberdade. E nesses casos, em Portugal, a liberdade quase invariavelmente perde e, pior que tudo, perde perante a indiferença geral.

A censura é, em Portugal, o que mais parecido existe com o amigo preto dos racistas brancos: ninguém é a favor da censura, não há ninguém que não diga que "a censura é uma coisa inaceitável" e que declare a sua profunda admiração pelo jornalismo de investigação, mas, feita esta declaração inicial, tal como os racistas ressalvam que até têm um amigo que é preto, aqueles que se dizem contra a censura desatam na legitimação daquilo que supostamente condenam: suspensão de um programa, desaparecimento de um livro do mercado ou tentativa de controlo de um jornal. Tudo claro, sempre em nome do bom gosto, da decência e da verdade.

escrito por ai.valhamedeus

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