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Vista do pátio da cervejaria Plzensky Prazdroj. Fonte: http://www.prazdroj.cz/en |
Uma salva de palmas ao mestre cervejeiro Josef Groll!
Ele merece!!!
Enquanto boa parte do Velho Mundo fabricava as famosas Ales – escuras, amargas, turvas e sem um padrão definido de características, dada à precariedade dos meios de produção, Josef Groll, mestre cervejeiro alemão foi contratado pela Cervejaria dos Cidadãos (Bürger Brauerei), na cidade de Pilsn, na Boêmia (atual República Tcheca) para desenvolver uma cerveja adaptada a estilo da Baviera (Alemanha), mas a partir de ingredientes tipicamente da região, especialmente o lúpulo Saaz (região de Zatec). Pra quem acompanha a cultura cervejeira, sabe que estamos falando de uma das melhores e mais utilizadas espécie de lúpulo.
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O mestre Josef Groll. Fonte: http://www.prazdroj.cz/en |
A cultura alemã de cerveja, conhecida por difundir uma nova espécie do santo líquido, as lagers (veja post anterior), não decepcionou. Em 1842, Josef Groll entregou a primeira “panelada” da Pilsner Urquell. Estava marcado ali, o nascimento da primeira Pilsen da história.
Já sei o que vão dizer – essa Pilsen (bem comum e comercial, porque “desce redondo”, ou porque “não estufa” ou porque sei lá mais o que...) que eu compro no mercado da esquina é a mesma da Pilsner Urquell? Não, não é! Por uma série de questões, especialmente pela (falta de) qualidade dos produtos utilizados na fabricação da cerveja do seu mercado preferido. Uma verdadeira Bohemian Pilsen não se parece, em nada, com aquilo que, por vezes, chamamos de “cerveja” por aqui.
Originariamente fermentada em barris revestidos de pixe, hoje é fabricada pela Plzensky Prazdroj, na República Tcheca, onde desfruta do que há de mais moderno na sua produção, inclusive tonéis de aço inoxidável e softwares de controle da temperatura de fermentação (baixa fermentação). A Pilsner Urquell (ou “original de Pilsn”) é uma cerveja dourada, límpida, brilhante.
No copo se vê boa formação de espuma, graças a um lúpulo de excelente qualidade, consistente, denso e duradouro.
Há um excelente equilíbrio entre o malte e o lúpulo, e na boca fica claro o adocicado (do malte) e um retrogosto amargo do lúpulo. Facilmente perceptível o “fermento, pão, massa”. Ao aroma, também não destoa – o pão se sobressai.
Média carbonatação, próprio das lagers.
Embora seja um convertido ao estilo Ale, confesso que tenho recaídas – e como tenho, pelas lagers, especialmente neste calor infernal de Uberlândia. Neste momento, sem titubear – uma Pilsen, por favor. Mas original, não estas “outras”.
Vai bem com petiscos diversos, especialmente carnes.
Pra quem, como eu, privilegia o mercado nacional, recomendo a Wälls Bohemian, que merece um capítulo à parte, por ser uma cerveja sensacional, na minha opinião. Já para os apreciadores da cerveja importada, recomendo a Staropramen, outra da mesma espécie que saboreei quando fui à República Tcheca em 2009 – só não sei se vamos encontra-la com facilidade no Brasil... confesso que só vi uma vez!