Comprei esse vinho no varejo da Cave de Pedra em 2009, depois de muito insistir com a Alexandra. Ela não queria vender porque o vinho poderia ser mal interpretado, já que estava com nove anos de idade e servia apenas de decoração. Quem conhece a vinícola sabe que atrás do balcão de atendimento aos turistas tem uma grande adega de metal. A garrafa estava lá.
Venci a queda de braço ao dizer pra ela que assumia os riscos e que minha intenção era escrever sobre como aquele vinho teria envelhecido, já que as condições de armazenamento eram boas na vinícola e aqui em casa foi direto para a adega climatizada.
Abri o vinho aqui em casa e bebemos em cinco pessoas. Foi importante ter em casa pessoas que realmente gostam de falar sobre vinhos e são, como eu, enófilos curiosos. O resultado foi bastante satisfatório.
O vinho estava numa linda coloração rubi com bordas atijoladas, com boa transparência e nenhuma turbidez. Lacrimoso ainda, tinha aromas evoluídos, com frutado perdendo força. Na boca surpreendeu bastante, porque embora tenha perdido fruta, ainda mantinha-se muito vivo, com taninos potentes e acidez equilibrada. Álcool sem incomodar (12%). O final era mediano, deixando a boca seca em razão dos taninos e notas discretas de tabaco e mel.
Como não está no mercado não vou avaliá-lo como faço costumeiramente. Aqui, será mais um hors concours.
A título de registro, o enólogo desse vinho foi Júlio Meneguzzo, atualmente diretor da Associação Brasileira de Enologia - ABE.
A título de registro, o enólogo desse vinho foi Júlio Meneguzzo, atualmente diretor da Associação Brasileira de Enologia - ABE.