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15 agosto 2011

Cave de Pedra Tannat 2000

Comprei esse vinho no varejo da Cave de Pedra em 2009, depois de muito insistir com a Alexandra. Ela não queria vender porque o vinho poderia ser mal interpretado, já que estava com nove anos de idade e servia apenas de decoração. Quem conhece a vinícola sabe que atrás do balcão de atendimento aos turistas tem uma grande adega de metal. A garrafa estava lá.

Venci a queda de braço ao dizer pra ela que assumia os riscos e que minha intenção era escrever sobre como aquele vinho teria envelhecido, já que as condições de armazenamento eram boas na vinícola e aqui em casa foi direto para a adega climatizada.

Abri o vinho aqui em casa e bebemos em cinco pessoas. Foi importante ter em casa pessoas que realmente gostam de falar sobre vinhos e são, como eu, enófilos curiosos. O resultado foi bastante satisfatório.

O vinho estava numa linda coloração rubi com bordas atijoladas, com boa transparência e nenhuma turbidez. Lacrimoso ainda, tinha aromas evoluídos, com frutado perdendo força. Na boca surpreendeu bastante, porque embora tenha perdido fruta, ainda mantinha-se muito vivo, com taninos potentes e acidez equilibrada. Álcool sem incomodar (12%). O final era mediano, deixando a boca seca em razão dos taninos e notas discretas de tabaco e mel.


Como não está no mercado não vou avaliá-lo como faço costumeiramente. Aqui, será mais um hors concours.

A título de registro, o enólogo desse vinho foi Júlio Meneguzzo, atualmente diretor da Associação Brasileira de Enologia - ABE.


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20 junho 2009

Adaga Cabernet Sauvignon 2006

A safra de 2006 no Vale dos Vinhedos não foi um espetáculo, então os vinhos desse ano sempre são cercados de menor expectativa, porque na maioria dos casos não revelarão toda a potencialidade da região.
Este vinho produzido pela Cave de Pedra é de uma linha que já teve um chardonnay comentado aqui (
relembre). Este é um vinho mais delicado do que a maioria dos cabernet sauvignon do Vale. De coloração violácea, mostrou-se lacrimoso e brilhante. Aromas moderados, frutos vermelhos (amoras e ameixa), sem percepção de madeira inicialmente. Agradável nos aromas, sem interferência do álcool (13,5% de teor).
Na boca é menos encorpado que o esperado, com taninos redondos e macios, com pouca acidez. Fruta muito franca, retro-olfato frutado. Melhorou na boca, lembrando um pouco de especiarias também.
Final mediano, marcado por fruta muito honesta. Vinho agradável, que servirá como aperitivo ou para acompanhar refeição. Estilo jovem, simples e direto, com madeira discretíssima, não parecendo ter ficado 8 meses em contato com o líquido. Lembrou CS chilenos de linhas menos amadeiradas. Honesto e pronto para beber!

28 abril 2009

Cave de Pedra Reserva Tannat 2002

O que esperar de um Tannat brasileiro com 7 anos de idade? Sinceramente, esperava apenas que estivesse sem defeitos. Mas este Cave de Pedra mostrou muito mais qualidades do que eu esperava, com resultado superior ao Fortaleza do Seival 2006 que comentei na última postagem.
Quando estive na vinícola em outubro de 2008, falaram a respeito de uma total reformulação dos produtos, a começar pelos rótulos. Este ainda é dos antigos, pertencente a uma linha agora chamada "Raridade", porque não vão mais produzi-lo. Não me recordo quanto paguei, mas foi algo em torno dos R$30. Comprei a garrafa nº 1449.
Na taça um bonito rubi, límpido e de boa transparência, com bordas levemente alaranjadas, demonstrando evolução. Lágrimas grossas e lentas.
Boa intensidade aromática, com evidente toque de frutos vermelhos maduros, chocolate e tabaco, típicos dos vinhos da casa. Tudo bem integrado. Na boca é seco e com bom corpo, com taninos ainda firmes e boa acidez, demonstrando uma estrutura surpreendente para a idade.
Retro-olfato com algo vegetal e repetição do frutado e tabaco. Final longo, repetindo fruta e madeira. Após algum tempo na taça apareceram aromas lembrando queijos moles, que foi sentido por todos que beberam o vinho.
Enfim, um vinho ainda muito valente, demonstrando as boas características da uva, com boa estrutura, fruta e certa complexidade. Fiquei muito satisfeito com o resultado. Pena não encontrá-lo mais.

25 novembro 2008

Adaga Chardonnay 2008

Em outubro visitei o Vale dos Vinhedos com minha esposa e a Cave de Pedra foi uma de nossas mais interessantes paradas. Estava frio (para os padrões de moradores do cerrado, claro) e fomos acolhidos com muita simpatia pela Fernanda, no varejo da vinícola. Ela nos apresentou toda a linha para degustação, mas escolhemos alguns, dentre os quais o Egiodola já comentado aqui (relembre), com seus aromas de frutas secas e especiarias, um Sangiovese (acho que da safra 2003) bastante evoluído e ainda muito interessante e um Chardonnay que tinha sido arrolhado no dia anterior. Esse último será de uma linha chamada Adaga e sequer tinha rótulo, por isso a foto acima foge do padrão do blog. A produção é de cerca de 1800 garrafas e me custou R$ 25. Na taça, coloração amarelo palha, límpido e cristalino. Aromas intensos, lembrando frutos brancos, como pêra e melão. Na boca é leve, muito refrescante, com acidez marcante e retro-olfato frutado. Álcool sem incomodar em nenhum instante. Final mediano, com lembrança frutada e sensação muito agradável na boca.
Um vinho honesto, muito franco, com boa presença em boca. Embora tenha passado cerca de três meses em barrica, não tem o peso exagerado do carvalho, comum em muitos argentinos e chilenos. Mostra bem as características da Chardonnay.
Vinho com boa complexidade aromática. Ao ser servido, apresentou notas minerais também, mas ao ganhar temperatura na taça, apareceram notas adocicadas, lembrando doce em calda (talvez abacaxi). Mesmo com temperatura mais alta, o álcool não incomodou.
Ótima relação qualidade x preço. Um vinho brasileiro que surpreendeu, valendo cada centavo. Será colocado no mercado apenas em 2009, segundo apurei pelo telefone. Mas se estiver passando pelo Vale dos Vinhedos, não deixe de comprar, mesmo sem o rótulo.

24 maio 2008

Cave de Pedra Special Brandy 2004

Neste vinho temos um corte inusitado para os padrões brasileiros: cabernet sauvignon, ancelotta e merlot. Mas não é de causar muita surpresa, já que as vinícolas nacionais têm apostado em uvas não-francesas, nos varietais ou cortes. O mercado tem recebido bons exemplares com ancelotta, egiodola, touriga nacional etc. Talvez porque o consumidor exige novidades, algo natural num mercado em franca expansão (pelo menos no quesito "exigência").
É mais um vinho produzido pela Cave de Pedra, simpática vinícola de Bento Gonçalves, que já teve um vinho comentado aqui, um varietal da uva egiodola (relembre). Por este brandy, paga-se em torno dos R$35, mas recebi de presente quando minha esposa visitou a Serra Gaúcha.
No copo, coloração púrpura bastante escuro, com pouca transparência, formando lágrimas grossas e lentas. Aromas de boa intensidade, lembrando tabaco, chocolate e frutos secos. Embora não saiba o percentual de cada uva no corte, os aromas típicos da merlot pareceram mais nítidos, com a ancelotta dando um perfil diferente ao vinho. Pouca lembrança de cabernet sauvignon.
Corpo mediano, com taninos macios e boa acidez. Álcool equilibrado, sem incomodar em nenhum momento (13% de teor). Depois de um tempo, ficou mais aberto, ganhando em acidez e aparecendo notas evidentes de ervas (folhas secas). Final mediano, permanecendo uma elegante lembrança da madeira (carvalho francês), sem exageros.
Vinho que está no auge. Não deve melhorar com a guarda. Equilibrado e elegante. Um vinho a se conhecer, embora o egiodola tenha sido mais surpreendente.


27 março 2008

Cave de Pedra Egiodola Premium 2005

Quer uma experiência diferente de quase tudo que já provou? Experimente este vinho da pequena e cuidadosa Vinícola Cave de Pedra, fundada em 1997, em Bento Gonçalves. A começar pela uva, a obscura Egiodola, oriunda da França e resultado de um cruzamento, este vinho traz muitas surpresas. Nada de potência ou explosão de frutos vermelhos no nariz. Nada disso. Aposte na delicadeza e nas novidades.
Sua cor demonstra juventude, um rubi bastante intenso e cristalino, com formação de lágrimas finas e rápidas (12,5% de álcool). Os aromas são intensos, com frutas secas em destaque. Lembram as frutas "natalinas" que o brasileiro adora: castanhas, avelãs e amêndoas. Notas de chocolate amargo. Frutos vermelhos em segundo plano. Nuances vegetais bem interessantes, lembrando ervas secas para chá. Nenhuma lembrança dos aromas adocicados que estamos nos acostumando no "Novo Mundo" do vinho.
Vinho leve, com pouco corpo. Taninos discretos, baixa acidez e álcool equilibrado. Pouca estrutura, mas muita elegância e certa complexidade. Final de boca persistência, prevalencendo notas amadeiradas, bem integradas. Com o tempo, ficou mais aberto, mais fácil de beber.
Esta foi a garrafa nº 000472, indicando uma produção limitada e muito bem cuidada. Um vinho de certa forma "didático", porque valerá como uma experiência bastante diferente para esta faixa de preços. Ganhei este vinho de minha esposa, que o trouxe do Rio Grande do Sul, mas descobri que por lá está em torno dos R$ 20.