Mostrando postagens com marcador Miolo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Miolo. Mostrar todas as postagens

18 dezembro 2017

Esvaziando a adega :: Miolo Terroir Merlot 2005


País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Miolo
Uvas: 100% Merlot 
Maturação: 12 meses em barricas de carvalho francês
Álcool: 14%

Ainda fico esperando oportunidades para abrir meus vinhos brasileiros da histórica safra de 2005, mas preciso dar um jeito de abrir logo essas garrafas, pois eles já estão com 12 anos e posso ter alguma decepção profunda, embora isso ainda não tenha acontecido. 

Fazendo um churrasco em casa em um domingo desses resolvi abrir esse que é um dos exemplares mais importantes da uva Merlot em nosso país, um dos ícones da tradicional vinícola Miolo e eu tinha comigo que seria um vinho para longa guarda. 

Na taça a cor era rubi, com notas evoluídas nas bordas tendendo ao alaranjado. Muitas lágrimas e os resíduos normais apareceram já no fim da garrafa, porque não decantei o vinho. Não fiz isso porque simplesmente não me importo com as borras, coisa pessoal!

Os aromas, inicialmente fechados, apresentaram complexidade à medida em que foram abrindo. Primeiro uma clara lembrança de azeitona preta, depois a boa fruta madura, compota, notas tostadas e tabaco. 

Na boca a acidez marcante ainda estava lá. Vinho muito macio, intenso, bom corpo, com taninos já bem amaciados, mas marcando as gengivas com uma adstringência viva. Final longo, prazeroso. Evidentemente o vinho perdeu potência e ganhou notas evoluídas, mas foi um dos vinhos brasileiros antigos mais prazerosos que experimentei. Esvaziamos a garrafa! 

Foram elaboradas 22.000 garrafas e abrimos a de nº 2.056. 


Detalhes da compra:

Obviamente, não há como precisar quanto paguei por essa garrafa, mas a Miolo vende a safra 2015 por R$ 154. 

A safra atual já recebe o selo de Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, distinção que não existia em 2005, porque a região ainda era uma Indicação de Procedência.  

Saúde a todos!



20 dezembro 2015

Direto do sertão nordestino o interessante Testardi Syrah 2013 para nossa gloriosa #CBE

Jogo americano do Sabor Sonoro (www.saborsonoro.com.br)

Tenho alguns débitos com a Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE e um deles é com a amiga Fabiana Gonçalves, do blog Escrivinhos, que escolheu o tema para o mês de agosto: "um vinho feito com a uva Syrah/Shiraz, de qualquer nacionalidade e faixa de preço".

Por outro lado, o atraso foi interessante porque me possibilitou escrever sobre um vinho que me foi apresentado justamente por ela, quando estive no Recife, no mês de setembro. Foi nesse dia, inclusive, que nos conhecemos pessoalmente depois de tantos anos de amizade virtual construída em torno do vinho (e das corridas também).

O vinho é elaborado pela Miolo, em seu projeto na Fazenda Ouro Verde, no município baiano de Casa Nova, no Vale do São Francisco, em clima tropical e semiárido. Amadurece em barricas novas de carvalho francês pelo período de 12 meses e ganhou bastante destaque quando sua safra 2010 conquistou o prêmio de melhor tinto nacional na edição 2012 da Expovinis, a maior feira de vinhos da América Latina.

Na taça tem coloração violácea, com lágrimas lentas. Inicialmente os aromas são de frutos frescos, morango, ameixa. Na boca tem bom corpo, taninos macios, frutado se repete, com notas de especiarias, nuances terrosas, mas também destaque para uma mineralidade que surpreendeu. Acidez equilibrada, deixando o vinho "vivo" e gastronômico. 

Final persistente, com destaque novamente para a mineralidade e no palato notas da madeira, café e tostado. Interessante foi a evolução do vinho, que ganhou ainda mais equilíbrio depois de um tempo de serviço, com fruta ganhando mais destaque. Alguns minutinhos no decanter podem acelerar essa evolução, caso você goste de usar esse acessório.     

Enfim, um vinho muito bem feito, que privilegia mais o frescor e a elegância que a potência. Apesar de passar um ano em barricas de carvalho francês a interferência da madeira o deixou mais elegante sem esconder a fruta. Tem 14% de álcool, sem incomodar.  

Acredito que esteja pronto para beber agora ou guardar por mais um ano. 

Ideal para acompanhar carnes vermelhas de uma maneira geral, mas fico imaginando que cairá bem com a culinária nordestina: carne de sol, carne de bode e com um belo prato de baião de dois que adoramos aqui em casa. 


Detalhes da compra:

O vinho está esgotado na loja virtual da Miolo. Comprei essa garrafa na loja Casa dos Frios, no shopping Riomar, pagando R$82 pela garrafa.

* Esse é o 107º vinho que comento para a CBE, primeira e única confraria virtual do Brasil.

Saúde a todos!



17 novembro 2014

Mais um prazeroso tinto da histórica safra brasileira: RAR Reserva de Família Cabernet Sauvignon / Merlot 2005


Temos em casa uma coleção bem razoável de tintos brasileiros da safra histórica de 2005 e, vez ou outra, criamos coragem de abrir algum deles. Até porque já decidi que não farei uma degustação com todos eles de uma vez; primeiro porque não quero comparar um vinho com outro, para não sermos injustos nas avaliações; segundo, porque aproveitar uma garrafa por vez prolongará o prazer de ter guardado essas preciosidades por tantos anos.

Esse tinto de hoje foi aberto numa baita segunda-feira, porque simplesmente deu vontade de bebê-lo e por desconfiar que ele poderia estar "mais pra lá do que pra cá". Mas, felizmente, eu estava errado! E fico feliz de errar nessas situações.

O vinho vem de uma parceria antiga entre a Vinícola Miolo e o empresário Raul Randon (aquele da marca que você já viu muitas vezes nas carrocerias dos caminhões). As uvas são dos vinhedos de propriedade do empresário, localizados a uma altitude de 1.000 metros, no município de Muitos Capões (RS), na região conhecida como Campos de Cima da Serra. A parte da vinificação e distribuição fica por conta da vinícola.

A rolha de cortiça estava em ótimas condições ainda. Sem infiltrações. 

Na taça a coloração é rubi, sem reflexos de evolução. Lacrimoso. Bons aromas, frutos vermelhos maduros, cereja, ameixa, notas vegetais, musgo e leve couro. Em boca tem corpo mediano, com discreta nota de evolução, aquela leve oxidação e às vezes mel que sentimos quando bebemos um vinho mais antigo. Os taninos, apesar de amaciados pelo tempo, ainda estão presentes, com leve adstringência. Boa acidez e muita fruta.

A madeira está presente com um tostado elegante, mostrando boa integração entre a fruta madura e o carvalho. Final longo, palato frutado e vegetal. Levíssimo amargor, o único senão desse vinho. Bom equilíbrio, boa evolução e grande vocação gastronômica.

Experiência muito gratificante. Tenho a impressão de que ainda poderia ficar mais um ano guardado, quando então completaria dez anos.


Detalhes da compra:

O vinho, obviamente, está fora de mercado. Mas, a Miolo vende a safra 2008 por R$60 (veja aqui) e na Wine você encontra a safra 2009 por R$51 (veja aqui). 

São safras sem o mesmo potencial da 2005, sem dúvida, então imagino que esses vinhos já estejam num bom momento para consumo agora.   

Saúde a todos!



19 novembro 2012

Pronto para beber agora: Quinta do Seival Cabernet Sauvignon 2006


Na última sexta-feira publicamos uma receita de Cassoulet feito pela dona Wania Marcondes (relembre). Esperamos que seja o primeiro de muitos outros vídeos de suas receitas.

Para harmonizar com o Cassoulet parece natural a escolha de um vinho francês, especialmente se vier da região de origem do prato, o Languedoc-Roussillon, ou ainda um Rhône ou um Bordeaux. Já li que a harmonização perfeita seria com um Châteauneuf-du-Pape! Mas, não tínhamos nenhum vinho francês na adega e resolvi arriscar um Cabernet Sauvingon brasileiro já com alguma idade, esperando que estivesse elegante o suficiente para acompanhar o prato.

É produzido pela Miolo na região da Campanha Gaúcha, mais precisamente no município de Candiota, próximo à divisa com o Uruguai. Tem passagem de 12 meses por barricas de carvalho e a safra atualmente comercializada (2008) pode ser encontrada a R$55 na loja virtual da vinícola.

Vinho de coloração rubi, límpido e brilhante. Aroma um pouco fechado no início, abrindo-se depois para muita fruta vermelha madura e um elegante tostado proveniente da madeira. Em alguns momentos apareceram especiarias e menta. Na boca os taninos já estão dóceis, macios e elegantes, mas ainda uma boa acidez dá ao vinho capacidade de harmonizar-se com uma boa lista de pratos. Final de boa persistência e muito equilíbrio em boca. Álcool a 13,5% sem atrapalhar.

Já é um vinhode 6 anos e está pronto para ser consumido agora, ainda com suas virtudes preservadas. Cresceu muito com a comida. Estava bom como aperitivo, mas ganhou muito ao acompanhar o Cassoullet que potencializou suas melhores características.

Saúde a todos!



 



04 outubro 2012

Visita à Miolo para prova de seus vinhos da Campanha

Temperatura baixa, mas acolhida calorosa na Miolo
Foto: Gil Mesquita - Blog VPT
Não há explicação lógica, mas em todos esses anos visitando o Vale dos Vinhedos, mais de 30 vinícolas, ainda não tínhamos visitado a Miolo, uma das gigantes do vinho brasileiro. Isso não impediu que fosse a vinícola mais presente aqui no blog, bastando ver no menu à direita a quantidade de rótulos provados.

Mas, no último dia 26 de setembro essa lacuna foi preenchida.

Em razão de um voo cancelado entre Uberlândia e São Paulo, chegamos atrasados à vinícola e não pudemos participar da primeira degustação do início da noite, intitulada Surpresas a Galope, onde foram apresentados vinhos e espumantes da Campanha Gaúcha, elaborados pela anfitriã e por outras vinícolas: Campos de Cima e Darricarrère.

Miguel Almeida comanda a degustação na bonita sala da vinícola. 
Foto: Gilmar Gomes Fotografia Digital

Em nossa chegada fomos direto à sala de degustação para provar alguns dos ótimos vinhos da Miolo, apresentados pelo enólogo Miguel Almeida, português com sotaque quase gaúcho, entusiasta dos vinhos da Campanha e especialmente do potencial da Touriga Nacional naquele terroir. Tanto é que nos levou para provar um TN diretamente da barrica, vinho muito aromático, ótima estrutura e que será utilizado na elaboração do Castas Portuguesas 2012.

A seguir os vinhos degustados e minhas impressões.

- Quinta do Seival Alvarinho 2012 – esse vinho foi elaborado de forma experimental pela primeira vez em 2006, mas a partir de 2011 passou a ser comercializado em razão da qualidade apresentada. Amarelo palha, aromas com clara lembrança de banana, amendoim e algumas ervas (alecrim). Na boca é equilibrado, amanteigado, mas com boa acidez. Ainda está em madeira (6 meses). Final de boa persistência. Vendido na faixa dos R$50 no varejo da vinícola.

- RAR Collezione Viognier 2012 – é um vinho que me agrada bastante e já teve a safra 2010 comentada aqui (relembre). Ainda está em barricas (6 meses) e em algumas delas a fermentação malolática começou espontaneamente, dando ao vinho uma turbidez que deverá ser corrigida com a filtração. Vinho que ainda não está pronto, mas com grande potencial de aromas e sabores. Nariz lembrando novamente banana. Boa acidez, notas adocicadas e bom final. Também vendido a R$50.

- Bellavista Estate Pinot Noir 2011 – um Pinot com passagem por madeira, elegante, fácil de beber e pronto para consumo. Rubi, com aromas intensos de frutos mais delicados e presença de tostado da madeira. Leve e fresco, com final de média persistência. R$50 no varejo.

- Merlot Terroir 2009 – o único vinho da DO Vale dos Vinhedos provado nesse painel. De coloração densa, de um rubi profundo. Aromas em boa intensidade, com fruta muito madura, lembrança de caramelo. Bom corpo, elegante e ainda jovem, com bom potencial de guarda. Um dos importantes vinhos brasileiros, que não foi elaborado em 2010 em virtude das condições climáticas desfavoráveis. R$79.

- Almadén Vinhas Velhas Tannat 2011 – um vinho que tem feito sucesso no mercado, tanto que a safra 2012 estava representada entre os 16 vinhos da Avaliação Nacional de Vinhos. Esse 2011 tem aromas maduros, bom corpo, acidez marcante e taninos firmes. Um ótimo Tannat brasileiro, que ainda vai evoluir por alguns anos. As uvas para sua elaboração vieram de um vinhedo plantado em 1976. Custa R$85.

Ao final fomos submetidos a uma “tortura”. De olhos vendados, provamos dois vinhos diferentes, numa autêntica degustação às cegas. A ideia era romper preconceitos para que fossem percebidas as qualidades de dois vinhos em faixas de preços bem diferentes: Almadén Pinotage 2012 (R$12) e Castas Portuguesas 2008 (R$50). Ótima experiência.

Grupo musical típico da Serra Gaúcha, responsável por aquecer a noite fria. 
Foto: Gilmar Gomes Fotografia Digital

Após a degustação fomos a uma cantina localizada dentro do grande complexo da vinícola, chamada Mamma Miolo, sendo recepcionados com o calor italiano (apesar da baixa temperatura), ótimos vinhos, comida típica e a alegre música italiana de um grupo local.

Agradecemos imensamente a acolhida de toda a equipe da vinícola, mas especialmente ao carinho da Morgana Miolo, que nos acompanhou em vários momentos divertidos após a visita e nos dias que se seguiram, inclusive numa degustação à meia-noite na Don Laurindo. Mas, essa é outra história.

Saúde a todos!

*** Viajamos ao Rio Grande do Sul a convite do IBRAVIN, para mais uma edição do Projeto Imagem.

17 setembro 2012

Ainda elegante: Miolo Cuvée Giusseppe Chardonnay 2009


Esse vinho é uma das grandes estrelas entre os brancos brasileiros. É produzido pela Miolo com uvas exclusivamente do Vale dos Vinhedos, daí recebe no rótulo a designação dessa D.O. (Denominação de Origem), a única até agora regulamentada no Brasil. 

Tem passagem de 6 meses por barricas de carvalho francês e na atual safra à venda (2011) o vinho fermenta em barricas e também fica em contato com as borras (sur lie) por um período mais longo, indicando que deve ser um vinho ainda mais complexo.  
Comprei essa garrafa numa das nossas viagens a Bento Gonçalves pagando R$49. A atual safra é vendida no site da vinícola por R$51.

Na taça é amarelo palha, com reflexos dourados. Nos aromas é intenso, com presença marcante de abacaxi e baunilha. Na boca é seco, mas untuoso, com acidez moderada e fruta ainda bem presente. Madeira deu elegância e para os que gostam do estilo é uma grande virtude. Final de média persistência, com madeira mais evidente que fruta, nota cítrica presente.  

Aparentemente não está mais no auge, mas ainda é muito elegante e tem boa complexidade. Se tivesse outra garrafa beberia agora.

Onde comprar: esse vinho foi trazido da nossa última viagem ao Vale dos Vinhedos. Compramos alguns rótulos no Armazém Canta Maria, em Bento Gonçalves. 

Avaliação VPT = 86 pontos.

Saúde a todos!




21 dezembro 2011

Mais uma dica para o fim de ano: Miolo Espumante Cuvée Tradition Rosé (Tiragem 2010)




Abrimos esse espumante no dia 11 de dezembro, quando ainda estávamos decidindo a publicação da CBE. Preferimos indicar o Blush, publicado ontem (relembre), que está numa faixa de preços próxima a esse, também é Champenoise, mas tem mais atributos interessantes. 

Esse é elaborado pela Miolo, a vinícola brasileira mais comentada aqui no blog, com 28 vinhos até o momento. Pertence a uma linha de produtos classificada pela empresa como "premium" e leva no vinho base as uvas Chardonnay e Pinot Noir, do Vale dos Vinhedos. A segunda fermentação ocorre na garrafa (método tradicional) e passa mais 6 meses descansando nas caves da vinícola.   

Pela garrafa pagamos R$36, mas pode ser encontrado em todo o Brasil a partir de R$25, dependendo de quanto o governo de seu Estado quer pôr no bolso. Aqui em Minas a mordida é grande!

Espumante de coloração vermelho claro, parecendo suco de melancia. Perlage em boa intensidade. Espuma rápida. No nariz é simples, com notas de frutos silvestres, especialmente morango. Fermentação sem aparecer. Proposta de espumante refrescante e mais informal.

Na boca a proposta se confirma. Boa cremosidade, repetição dos frutos delicados, acidez equilibrada. Açúcar residual deixando o espumante agradável, sem ser doce. Final mediano, marcado pelo frutado e novamente sem aparecerem as notas de fermentação.

Bem feito. Agradável, mas sem complexidade. Atende a uma proposta de espumante mais festivo, mais alegre e que pode acompanhar pratos mais leves. Pode ser uma boa opção para o fim do ano, especialmente se encontrado a preços mais honestos.

Importante: no rótulo há um selo dizendo "tiragem 2010", significando que o espumante sofreu a degola (dégorgement) nesse ano. Se o espumante não é safrado, como esse, a informação permite saber sua idade e há quanto tempo ele foi colocado no mercado. Isso evita a compra de produtos velhos quando a proposta é que sejam bebidos jovens. 

Saúde a todos!



01 outubro 2011

RAR Collezione Viognier 2010 #cbe


Esse é o 60º vinho que comento para a Confraria Brasileira de Enoblogs (CBE). A escolha desse mês foi do Marcelo Di Moraes, que indicou um "vinho branco brasileiro de até $80".

Essa indicação veio a calhar, porque há tempos queria escrever aqui sobre os vinhos RAR, sigla de Raul Anselmo Randon, empresário do ramo de transportes (quem nunca viu a marca Randon nas carrocerias de caminhões Brasil a fora?), um dos maiores produtores de maçãs do país e também do queijo Gran Formagio, o primeiro "granna padano brasileiro". A vinificação fica por conta da Miolo e as uvas vem da região de Campos de Cima da Serra, uma das mais frias do país.

O vinho tem coloração próxima a um dourado claro. Boa complexidade nos aromas, frutos brancos, flores, leve baunilha. Na boca é leve, com alguma untuosidade, acidez mediana (característica da Viognier), um fundo cítrico que não percebi nos aromas e a confirmação dos frutos e flores. Final mediano. Melhor no nariz que na boca, mas parece ter condições de melhorar com algum tempo em garrafa, talvez mais 1 ano.

Vinho muito correto e elegante, com madeira bem integrada. Ao ler no contra-rótulo que teve passagem de 12 meses por barricas francesas, imaginei que fosse mais "pesado". Pela garrafa paguei $49 e por esse preço já bebi muitos outros Viognier inferiores, sem personalidade. 

Vale a experiência. Beba sem preconceitos.

Saúde a todos!





10 agosto 2011

Miolo Lote 43 2005


Nunca tive boa vontade com esse vinho. Não por motivos relevantes, mas me causava certa implicância ver os "entendidos" que conheço falarem bem dele. Pareciam aqueles sujeitos que adoram o Catena Malbec só porque é famoso, mas não fazem a menor ideia do que estão bebendo. Vejo muitos assim.

Pra acabar com isso - já que blogueiro que se preza tem que experimentar de tudo - resolvi comprar uma garrafa da ótima safra 2005 e experimentar. Já digo de antemão que me arrependi um pouco de ter aberto minha única garrafa desse vinho, porque acredito que possa se tornar um vinho ainda mais elegante. Está num ótimo momento para consumo e vale cada centavo (a safra 2008 está sendo vendida a R$ 85 na loja virtual da vinícola).

É um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot, com passagem por barricas de carvalho americano. Segundo o contra-rótulo, foram produzidas 1000 garrafas de 6 litros e 72.000 garrafas de 750 ml (abri a de nº 55.635).

Vinho de coloração rubi, sem traços de evolução. Lacrimoso e brilhante. Ótimos aromas, com DNA brasileiro, frutos maduros, ameixa, goiaba, groselha, pimenta e ervas aromáticas. Na boca tem potência conferida pelo álcool (14%), bom corpo, com taninos ainda vivos, a evoluir, mas sem rusticidade. Acidez gastronômica e fruta muito madura, com lembrança de café e chocolate. Final longo, com madeira aparecendo um pouco, mas sem esconder a fruta. Boa complexidade.

Vinho que ainda pode evoluir nos próximos 3 anos, ganhando ainda mais complexidade, mas está num ótimo momento para consumo. Deixe o vinho na taça e verá que evolui bastante. Mais um grande vinho brasileiro, elaborado pela Miolo com uvas do Vale dos Vinhedos.
.
.
.

28 julho 2011

Quinta do Seival Castas Portuguesas 2006


Esse vinho é elaborado pela Miolo, na região da Campanha Gaúcha, município de Candiota, quase fronteira com o Uruguai. Na propriedade chamada Estância Fortaleza do Seival, a vinícola pretende instalar 400 hectares de vinhedos até 2018, ocupados com castas francesas e portuguesas.

Segundo o site da empresa esse vinho é um corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro. Dentro desse projeto, esse é um vinho pertencente à categoria Super Premium. Acima dele apenas o Sesmarias, classificado como Ícone.

Na taça coloração rubi, com reflexos púrpura. Ótimos aromas. Início lembrando baunilha, côco, notas lácteas e álcool sobrando de leve. Na boca tem bom corpo, com taninos finos e boa acidez. Fruta madura um pouco escondida pelo abaunilhado, mas com boa presença. Certa potência dada pelo álcool e um levíssimo amargor, mas sem comprometer. Final me pareceu mais ligeiro do que imaginava em boca. Retrolfato marcado por madeira.

Já comentei o vinho da safra 2004, que me pareceu mais interessante. Essa nova safra me pareceu com estilo mais "novo mundo", mais amadeirado, talvez para agradar o consumidor que procura esse tipo de vinho.

Teor alcoólico de 14%. Pronto para beber e não deve melhorar com a guarda. Vendido a R$ 45 na loja virtual da vinícola.
.
.
.

12 julho 2011

Almadén Riesling 2010


Preciso confessar que não tenho boa vontade com os vinhos da Almadén. Mesmo depois que a marca passou para o comando da Miolo, com todo seu prestígio e tradição, mesmo com a reformulação do visual, não me aventurei a comprar uma garrafa.

Mas, há um tempo atrás a confreira Fabiana Gonçalves (Escrivinhos) deixou uma mensagem no Twitter falando que havia gostado desse Riesling 2010. Desconfiado, mandei uma mensagem dizendo que não botava muita fé na informação. Ela, obviamente, defendeu sua opinião e me desafiou a provar o vinho.

Pois bem. No dia 7 de junho passei em um supermercado aqui em Uberlândia e comprei uma garrafa por R$ 13. Pensei: se não for bom, vai para o risoto ou para o frango. Resultado: bebi a garrafa quase toda, indo um pouco além do meu limite cotidiano, já que minha esposa não estava em casa para ajudar. Fiquei surpreso com o vinho.

Aos críticos de plantão, explico: não é um super vinho, nem poderia ser a esse preço. Mas sua simplicidade não pode ser confundida com falta de qualidade ou presença de defeitos. O vinho é correto para a faixa de preços e não tem defeitos. Ideal para ser o vinho de entrada para os que querem gastar pouco, mas especialmente para aqueles que ainda estão no mundo dos vinhos de mesa.

Na taça uma coloração amarelo palha. Aromas discretos, muito frescos e com tipicidade da uva. Na boca é um vinho leve, com boa acidez, frutas cítricas e notas adocicadas, sem ser enjoativo. Final ligeiro, deixando a boca limpa, com fruta em destaque. Zero de amargor, um ponto positivo para um vinho desse preço. Enfim, um vinho alegre, descontraído, para ser bebido à beira da piscina, embora possa acompanhar pratos leves sem fazer feio.
.
.
.

13 junho 2011

Miolo Millésime Espumante Brut 2009


Na noite do dia 3 de junho fomos ao restaurante Canta Maria para um jantar e degustação de vinhos da D.O. Vale dos Vinhedos. Essa certificação impôs aos produtores algumas regras para que os rótulos tragam essa designação geográfica.

No caso dos espumantes, as regras são:
- elaboração exclusivamente pelo método tradicional (champenoise), com segunda fermentação em garrafa, com uvas provenientes do Vale dos Vinhedos e processo de elaboração em vinícola instalada na D.O.
- utilização das uvas Chardonnay e Pinot Noir em pelo menos 60% do vinho base, podendo o restante ser completado com Riesling Itálico.
- constar no rótulo, além do método, a classificação em nature, extra-brut ou brut.

Esse espumante é elaborado pela Vinícola Miolo, uma das gigantes do vinho brasileiro. A partir da safra 2009 passou a ostentar a D.O. Vale dos Vinhedos. Segundo pude ler no site da vinícola, as uvas Chardonnay e Pinot Noir entram em parcelas iguais no vinho base e o processo de segunda fermentação em garrafa chega aos 20 meses. Álcool a 12,5%.

Espumante de coloração amarelo palha e reflexos esverdeados. Perlage fina e persistente. Bom equilíbrio entre acidez, cremosidade, fruta (pêra) e fermentação (casca de pão). Final longo e elegante, deixando na boca uma boa lembrança dos frutos de polpa branca e citricidade levíssima. Foi servido para acompanhar as entradas no jantar: Bruscheta con Melanzane e Pomodori Secchi e Insalata Siciliana. Harmonizou muito bem.

É vendido na loja virtual da vinícola a R$ 55.
.
.

01 junho 2010

Terranova Espumante Moscatel #cbe

O desafio desse mês da Confraria Brasileira de Enoblogs foi proposto pela Fabiana Andrade, do blog Vim, Vinho, Venci, que sugeriu a degustação de um espumante produzido no Nordeste. Não indicou produtor ou faixa de preços. Confesso que por aqui tenho poucas opções e já comentei dois produtos: um blanc de blancs Terranova (relembre) e um brut rosé Rio Sol (relembre).
Pra tentar inovar, escolhi um Adega do Vale Brut 2006, pagando $26. Até recebi sua ficha técnica, enviada pelo pessoal da ViniBrasil. Porém, na noite em que resolvi abri-lo ele havia perdido grande parte da pressão, o que foi imediatamente percebido ao retirar a rolha e na boca estava intragável. Foi comprado em um supermercado, mas não vou dizer qual para não causar constrangimentos.
Sem muitas alternativas, saí no domingo (30) e a última opção que me restou foi esse moscatel produzido pela Vinícola Miolo na fazenda Ouro Verde, município de Casa Nova, na Bahia. A própria vinícola o classifica como produto de nível "básico luxo", pelo qual paguei $25. Alguns outros confrades da CBE também vão comentá-lo. Não encontrei informações sobre qual variedade de moscatel é utilizada, já que são várias as opções à disposição dos produtores.
.
O espumante é simples, mas com adocicado que para meu gosto pessoal é um pouco exagerado., além de faltar um pouco de acidez para ser mais interessante. Nessa faixa de preços ainda prefiro o Cave Antiga já comentado aqui (relembre).
No exame visual a cor típica desses espumantes, um amarelo pálido, com reflexos esverdeados. Perlage irregular, bolhas de tamanhos diversos, mas persistentes. Espuma em boa formação ao servir, desaparecendo logo e deixando um colar de borbulhas na superfície do líquido.
Aromas medianos, característicos da variedade: flores brancas e um leve toque cítrico. Na boca prevalece o adocicado, com alguma acidez e boa cremosidade. O retrogosto é relativamente curto, deixando no palato uma gostosa lembrança floral. Amargo discretíssimo, que não chegou a incomodar.
Um espumante com bom preço, mas para meu gosto pessoal é mais doce que o ideal. Mas se você prefere um moscatel com essa característica, vai gostar.
Embora não seja safrado o número do lote leva a crer que foi engarrafado em 2009 e tem 7,5% de teor alcoólico.
Opinião pessoal: temos produtos melhores na faixa de preços e não compraria outra garrafa, mas isso é apenas o que penso...
.

01 outubro 2009

Miolo Seleção Tinto 2008

Este é o 34º vinho da Confraria Brasileira de Enoblogs, uma escolha do confrade do blog Avaliador de Vinhos.
.
Confesso que respirei fundo ao ler a indicação. Não estava nos meus planos a compra desse vinho, por mais que a nova imagem tenha melhorado bastante e apesar do novo corte de cabernet sauvignon e merlot (sem pinot noir). Mas confraria é assim... não basta ser confrade, tem que participar.
Comprei o vinho por R$ 18,90. Num almoço de domingo abri a garrafa e servi às cegas para minha esposa e minha mãe. Ouvi expressões do tipo “vinho agradável” e “fácil de beber”, que traduzem os objetivos desse produto tradicional da
Vinícola Miolo.
Realmente não é produzido para ser um grande vinho, mas é satisfatório e vem cumprindo um papel histórico junto aos enófilos brasileiros: muitos começaram a se interessar por vinhos finos com o Miolo Seleção. Confesso que não bebi as safras anteriores, daí não poder fazer um comparativo, mas esse 2008 é agradável, jovem e informal.
.
Na taça apresentou coloração rubi, com halo aquoso, lágrimas grossas e rápidas. Aromas moderados. Início com destaque para gostoso amadeirado, abrindo-se para delicado frutado (frutos silvestres, talvez framboesa).
Na boca apresentou pouco corpo. Fácil de beber, com frutado simples, mas muito agradável. Taninos aparecendo levemente, sem rusticidade. Final de boa persistência, com fruta e madeira equilibrados. Álcool aparecendo levemente em alguns momentos, mas sem prejudicar (12,5% de teor). Sem amargor.Enfim, um vinho com boa relação qualidade x preço e que cumpre o papel para o qual foi elaborado.

01 maio 2009

Miolo Gamay 2009

Este é o 29º vinho da Confraria Brasileira de Enoblogs, uma indicação do Marcus, do blog Azpilicueta, um dos novos participantes de nossa brincadeira virtual.
Em termos de apresentação e marketing esse vinho é nota 10. Bela embalagem de papelão (nas versões com e sem taça de vidro), bonito desenho do artista Romero Britto e a novidade: a Miolo contratou o "papa do Gamay", o francês Henry Marionnet. Um lançamento cercado de expectativa, mas com preço um pouco salgado: paguei R$28,90 num supermercado de Uberlândia, salientando que as grandes redes Carrefour, Extra e Bretas só têm o vinho de 2008, que ficaram encalhados nas prateleiras. Parece que não apostaram na safra 2009, pelo menos por aqui.

Vinho bonitinho por fora... por dentro, continua o mesmo: um vinho comemorativo, fácil de beber, agradará aos menos exigentes, mas na minha opinião é caro e com pouco (ou nenhum) atrativo que o diferencie de outros na faixa de preço. É claro que não se pode esperar muito de um Gamay, mas não comprarei outra garrafa desta safra, a mesma promessa que fiz em 2008 e cumpri.
Quanto ao líquido, apresentou coloração vermelho-rubi, com reflexos violáceos e boa transparência. Aromas florais e frutados (cereja e morango) de média intensidade. Na boca tem pouco corpo, é muito leve e agradável, com taninos "escondidos" e acidez baixa. Retro-olfato repetindo nariz, de mediana intensidade. Vinho ligeiro, que deve ser bebido quase gelado.
Talvez o "papa do Gamay" não tenha feito tanta diferença, a não ser aguçar a curiosidade dos menos avisados.

24 abril 2009

Fortaleza do Seival Tannat 2006

Os vinhos da linha Fortaleza do Seival, produzidos pela Miolo na Campanha Gaúcha são uma boa escolha, embora mereçam cuidado na compra, pois os supermercados não costumam cuidar bem deles. Além disso, um ponto que acho interessante: no contra-rótulo há indicação do auge e decadência do vinho. Este Tannat, por exemplo, fica melhor com dois anos de garrafa. Realmente, em 2008 certamente foi melhor, mas ainda é confiável e cumpre o papel de um vinho de R$22.
Na taça tem coloração púrpura e reflexos violeta. É denso, com lágrimas grossas, lentas e abundantes. Ainda tem bons aromas frutados (bem maduros), aparecendo notas florais discretas.
Tem corpo mediano, com taninos já amaciados e doces (especialmente para um Tannat), com acidez em destaque, dando uma boa presença em boca. Retro-olfato frutado e final mediano, bastante agradável. Álcool presente, mas sem incomodar. Discreto amargor no final, com madeira bem dosada.
Posso dizer que este 2006 já perdeu intensidade, mas está equilibrado e ainda satisfatório. Gostei mais deste que do 2005, que exagerava um pouco na madeira.

20 março 2009

Terranova Blanc de Blancs Brut 2008

Escrevo o post no momento em que degusto este espumante produzido pela Miolo no Vale do São Francisco, um interessante corte de Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Verdejo, pouco usual nos produtos brasileiros. Utiliza o método charmat e é um típico espumante para aperitivo, pelo qual paguei R$22,90. Na taça tem coloração palha bem clara, com leves reflexos esverdeados. Apresentou perlàge fina, mas de intensidade mediana. Formou espuma rápida. Nos aromas é discreto, com lembrança cítrica e nuances minerais, indicando refrescência.
Na boca mostrou-se refrescante como esperado, com acidez marcante e retro-olfato agradável (cítrico), embora pouco intenso. Leves notas de fermentação, que melhoram quando a temperatura está correta. Final mediano e um pouco "verde" em razão das uvas utilizadas no vinho-base (todas brancas, daí ser um blanc de blancs).
Particularmente, prefiro os espumantes produzidos pelo método tradicional (champenoise), que dá aromas mais complexos. Mas este tem refrescância que compensa os aromas discretos e tem boa relação custo x benefício, embora haja espumantes melhores no mercado brasileiro a preços parecidos.

21 novembro 2008

Club des Sommeliers Espumante Brut Rosé

Assim como o último espumante comentado, este rosé é produzido pela Miolo para o Grupo Pão de Açúcar e também meu custou $14,90. É possível que o corte leve chardonnay, pinot noir e provavelmente merlot, porque assim é nos outros rosados da vinícola. O lote é de 2008, produzido pelo método tradicional.
Na taça, coloração vermelho cereja, com perlage fina e de média intensidade. Bastante espuma, de coloração rosada, indicando certa cremosidade.
Aromas medianos, com clara lembrança de morangos e framboesas. Simples no nariz, mas bastante agradável. Sem o destaque das notas tostadas ou de fermento normalmente produzidas pela fermentação na garrafa.
Na boca é leve, refrescante e de boa cremosidade, com prevalência frutada (morangos em evidência). Final mediano e frutado. Álcool equilibrado (13% de teor).
Espumante simples, sem grande complexidade, mas que dá conta do recado é tem boa relação qualidade x preço. Realmente vale o que custa e tem mais presença que o brut comentado anteriormente.



17 novembro 2008

Club des Sommeliers Espumante Brut

Este espumante brut é produzido pela Miolo para o Grupo Pão de Açúcar, que tem esta "marca própria" em vários vinhos de preços acessíveis. Esta garrafa me custou R$14,90 no Extra e não contém indicação das uvas utilizadas, mas é bem provável que seja o tradicional corte de chardonnay e pinot noir. Um espumante barato, que decepcionou no resultado final.
Na taça um amarelo palha e perlage com bolhas médias e pouco persistentes. Aromas medianos, lembrando frutos cítricos e toques tímidos a fermento e pão tostado. Certa cremosidade na boca, mas com refrescância abaixo do esperado. Final curto, com pouca fruta e leve lembrança do álcool (12,5% de teor), que também desaparece logo.
Especulando a respeito do resultado, acredito que a segunda fermentação, na própria garrafa, não foi o suficiente para que aromas mais complexos se desenvolvessem. Apesar de não ser muito fã, há espumantes produzidos pelo método charmat com mais presença que este e na mesma faixa de preço. Este só não foi pior avaliado porque foi muito barato. Não é safrado, mas pelo lote dá pra concluir que foi engarrafado em 2007.
Não compraria outra garrafa deste espumante, mas ainda tenho um rosé que comprei no mesmo dia. Veremos o resultado na próxima postagem.