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24 setembro 2024

Valeu o tempo de guarda :: Casas del Bosque Riesling 2019


País: Chile
Região: Casablanca
Produtor: Casas del Bosque 
Uvas: 100% Riesling
Maturação: sem passagem por madeira
Álcool: 13,9%

Não é fácil encontrar um Riesling que seja tão  interessante quanto os europeus alemães, austríacos ou franceses, especialmente porque os preços ultrapassam a casa dos R$200 com facilidade. Então, um exemplar sul-americano pode ser uma boa saída, especialmente se é elaborado por uma vinícola prestigiada como a Casas del Bosque e as uvas vêm de uma região mais fria e comprovadamente ideal para vinhos brancos (Vale de Casablanca). 

É importante dizer que esse é um vinho de 2019 e foi aberto agora em setembro de 2024. Portanto, lá se foram cinco anos e a pergunta é sempre a mesma: esse vinho ganhou algo com a guarda? Poderia ter deixado tanto tempo sem abrir? 

Bom, quando ele era bem mais jovem abri uma garrafa, talvez lá por 2021, e o vinho não me impressionou. Ainda muito jovem, apresentava aromas florais e alguma mineralidade própria da região, mas nada que lembrasse verdadeiramente um Riesling. Agora, aos cinco anos, sua coloração já está mais amarelada, houve evolução nítida em seus aromas e sabores, mantendo o floral e o mineral, mas aparecendo notas de frutos brancos mais maduros e especialmente uma discreta nota lembrando petróleo, característica dos Riesling europeus.

Não tem passagem por madeira, mas ficou por 2 meses em contato com as borras da fermentação (sobre lías), o que contribui para uma maior complexidade. A acidez é boa, o que me surpreendeu por se tratar de um vinho chileno que não são necessariamente frescos em razão da baixa acidez.   

Enfim, um bom exemplo de que um vinho branco jovem pode ganhar complexidade e se tornar mais interessante com algum tempo de guarda, lembrando que ficou em adega climatizada por todo esse tempo. Se não estivesse em condições ideais talvez estivesse bem desinteressante agora em 2024. 


Detalhes da compra:

Esse vinho já foi importado por várias empresas, mas comprei esta garrafa quando chegava ao Brasil pela Domno e hoje, em Uberlândia, é vendido na casa dos R$170. 

Saúde a todos!








  

07 setembro 2023

Boa surpresa: Montes Winemaker's Choice Chardonnay Reserva 2022


País: Chile
Região: Vale Central
Produtor: Viña Montes
Uvas: 100% Chardonnay
Maturação: 30% do vinho por 6 meses em barricas francesas
Álcool: 14%

Os vinhos brancos do Vale Central chileno, região muito ampla e "genérica", costumam ser mais encorpados e alcóolicos em razão do clima mais propício às uvas tintas. Essa é a regra que tenho na cabeça e não costumo comprar vinhos brancos de lá. Prefiro os vales mais costeiros, como Casablanca. 

Mas, este surpreendeu pelo frescor, não sendo um vinho "pesado", até porque apenas 30% do vinho passaram por barricas de carvalho. Portanto, é um vinho mais franco, daqueles que você consegue perceber as boas características da Chardoonay. 

Aromas lembrando frutos tropicais mais frescos, longe do "abacaxi em calda", mas algo lembrando pêssego e um final lembrando mel. A madeira está presente com um tostado elegante, dando a lembrança, mas sem interferir demais no conjunto. Alguma mineralidade esteve presente também.  

Vinho harmônico, final longo e prazeroso, ideal para acompanhar peixes, comida oriental e frango assado.  

Veja o post no Instagram: https://x.gd/WKLzB.


Detalhes da compra:

Este vinho pode ser encontrado na faixa dos R$ 110-130 a depender da região do país. Aqui em Uberlândia paguei R$ 119, na Wine Home. 
 
Saúde a todos!


17 julho 2018

Ótima compra :: Perez Cruz Reserva Cabernet Sauvignon 2015



País: Chile

Região: Vale do Maipo
Produtor: Perez Cruz
Uvas: 94% Cabernet Sauvignon, 4% Carmenère e 2% Cabernet Franc
Maturação: 12 meses em barricas 60% americanas e 50% francesas
Álcool: 13,5%

Há algum tempo - entre amigos - tenho confidenciado que o tempo de estrada tem me deixado mais propenso aos vinhos mais elegantes, sem excessos, daqueles que posso beber por horas sem que isso me traga embriaguez, nem me chame demais a atenção para pontos positivos ou negativos. Enfim, estou ficando velho e quero tranquilidade inclusive nos vinhos! Pronto, falei!

Ao abrir esse Cabernet Sauvignon eu esperava um vinho de alta qualidade em razão de seu produtor, mas fiquei especialmente contagiado porque ele reúne tudo isso que escrevi acima. Tem o vegetal dos CS chilenos? Tem. Aquele pimentão? Tem. Mas é tão macio, tão redondo, tão agradável, que eu sinceramente queria outra garrafa para abrir naquele domingo. Mas, infelizmente eu só tinha essa!

Na taça cor de Cabernet Chileno, ora pois!

Aromas de frutos vermelhos maduros, baunilha, pimenta e alguns frutos secos. Na boca é suculento, taninos macios e acidez mais alta que a maioria dos tintos chilenos que conheço. Sem excessos de madeira e vegetais. Harmônico e elegante, com fim de boca persistente. 

Considero uma excelente compra, mesmo com preço acima da média dos vinhos que costumo comprar. Valeu a experiência!


Detalhes da compra:

O vinho é importado pelo Olivetto Bar & Mar, de Campinas (SP) e encontrado no mercado na faixa dos R$70-75.

Saúde a todos!



03 junho 2018

Meu número :: Villard Expresión Reserve Pinot Noir 2016


País: Chile
Região: Vale de Casablanca
Produtor: Villard
Uvas: 100% Pinot Noir
Maturação: 15% do vinho passam 9 meses em barricas francesas
Álcool: 13,5%

Há tempos queria provar um Pinot Noir, uva que já foi muito frequente aqui em casa, mas com tantas experiências muito semelhantes ou pouco interessantes, acabei me afastando um pouco dela. Mas, ao encontrar esse vinho de um produtor de origem francesa e pertencente ao MOVI - movimento chileno de vinhateiros independentes, pensei que a experiência pudesse ser boa. E foi ótima!

O vinho tem sotaque francês, não porque a família de produtores tem origem por aquelas plagas, mas é porque na taça apresentou esse resultado, sem notas vegetais/herbáceas enjoativas e muita personalidade. Um vinho sério, elegante, com boa fruta e - infelizmente - veio em uma garrafa com 'apenas' 750 ml!!

Coloração rubi na taça. Típicos aromas da variedade, como morango, framboesa, notas tostadas vindas da madeira e especiarias em segundo plano. Mais encorpado que a média, mas nem por isso trouxe nuances enjoativas de madeira, excesso de fruta ou álcool. Fresco, com taninos finos e acidez mediana. Um belo conjunto. 

Sem mais, indico como acompanhante de massas com molho de cogumelos e aves assadas. Para acompanhar a culinária oriental também é uma boa pedida, embora tenha certa potência e pode não combinar tanto com a delicadeza de alguns pratos. 

Um dos Pinot que estão guardados com carinho em minha memória recente!


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Decanter, que o vende em seu site por R$ 115.

Saúde a todos!



08 fevereiro 2018

No carrinho do supermercado :: Cremaschi Furlotti Tucapel Gran Reserva Pinot Noir 2016


País: Chile
Região: Vale do Loncomilla
Produtor: Cremaschi Furlotti
Uvas: 100% Pinot Noir
Maturação: não obtive informações a respeito, nem no site da vinícola
Álcool: 13%

Há muitos anos parei de escrever sobre vinhos que não aprecio tanto, porque o risco de ser injusto com um produtor é grande. Posso ter comprado uma garrafa que foi mal armazenada, por exemplo. Então, escrever sobre esse tipo de vinho não me parece correto e não nos levará a lugar algum.

Hoje abro uma exceção, mas me explico imediatamente!

Quando degustei esse vinho e publiquei uma foto no Instagram, lamentando o fato de que não era o vinho que esperava, o amigo Jeriel da Costa, blogueiro dos mais antigos e experientes, me enviou mensagem dizendo que gostou bastante da safra 2015, sendo inclusive eleito o "vinho do mês" em seu site (veja aqui). 

Diante desse fato entendo pertinente publicar minha opinião a respeito da safra 2016, mas alertar que há opinião importante a respeito da qualidade do vinho de 2015. Portanto, devemos usar a dúvida (ou as opiniões distintas) em favor do vinho. 

Na taça o vinho tem uma bela coloração rubi, com a transparência característica dos Pinot Noir. Aromas frutados e delicados, lembrando frutos silvestres e notas florais, especialmente violetas. Em boca é leve, com taninos finos e acidez mediana. A fruta silvestre é muito agradável, deixando o vinho convidativo como aperitivo ou para acompanhar pratos mais delicados. Final de média persistência.  

O único senão para mim foi a madeira. Deu uma impressão de que não está bem integrada... ou que esteja "desconectada" do conjunto. Isso é normal em vinhos que não deveriam passar por tanta madeira ou por aqueles que não passaram por barricas, mas tiveram chips de carvalho adicionados durante a fermentação ou maturação. Enfim, a madeira não fez bem ao conjunto, embora o vinho seja agradável. 

Na dúvida, creio que o leitor deve experimentar o vinho e tirar suas próprias conclusões. Mesmo que não seja o vinho mais interessante do ano, não haverá grande problema porque é de preço bem acessível.


Detalhes da compra: 

O vinho é importado pelo Carrefour, que o vende em sua loja de Uberlândia a R$ 47. 

Saúde a todos!





23 janeiro 2018

Boa pedida por R$ 60 :: Haras de Pirque Reserva Chardonnay 2017


País: Chile
Região: Vale de Casablanca
Produtor: Haras de Pirque
Uvas: 100% Chardonnay
Maturação: 30% do vinho fermentam em um mix de barricas de carvalho francês novas, de 1º e 2º usos, seguido por amadurecimento de seis meses nas mesmas barricas.
Álcool: 13,5%

Quando comprei essa garrafa a palavra "reserva" no contra-rótulo já me dava pista de que seria um vinho de estilo mais maduro, com aquelas notas mais adocicadas, frutos tropicais, mas com mineralidade, já que a região de cultivo das uvas proporciona isso aos seus vinhos em razão da proximidade com o Oceano Pacífico. 

Realmente, o vinho é de estilo que lembra os Chardonnay californianos. Coloração amarelo palha. Aromas intensos, muito tropicais, frutos brancos maduros, banana, abacaxi em calda, uma sensação amigavelmente adocicada já no nariz. 

Em boca o estilo se confirma, mas sem ser enjoativo. Acidez mediana, muito maduro, tropical, amigável. Final persistente, com uma nota mineral caprichosamente escondida. Gostei bastante, embora esperasse mais nuances minerais. 

Harmonizará com uma infinidade de carnes brancas, frutos do mar, peixes com molhos mais densos e massas com molho branco.


Detalhes da compra

Esse vinho é importado pela Winebrands e comprei essa garrafa aqui em Uberlândia por R$60. 

Saúde a todos!



08 janeiro 2018

Macio e muito fácil de beber :: Casas del Bosque Reserva Cabernet Sauvignon 2013


País: Chile
Região: Vale do Rapel
Produtor: Casas del Bosque
Uvas: 100% Cabernet Sauvignon
Maturação: 10 meses em barricas de carvalho francês
Álcool: 13,5%

Confesso que não abro um Cabernet Sauvignon chileno com grande entusiasmo, principalmente das linhas mais básicas. Não porque sejam ruins, mas é um estilo que não tem me agradado nos últimos tempos, muita intensidade, eucalipto, vegetal, alguns com madeira em excesso. 

Enfim, gosto pessoal. E, depois de tantos anos escrevendo sobre vinhos descubro que alguns aspectos desse "gosto pessoal" podem variar. Vez ou outra me vejo com vontade de um vinho bem amadeirado, outras vezes de um vinho bem levinho, coisas do cérebro (eu acho)!

Então, abri esse vinho sem muitas expectativas, mas acreditando que poderia ser uma boa opção em razão do seu produtor ser de muito respeito. 

Na taça coloração intensa, rubi, límpido e brilhante. Nos aromas boa intensidade, mas sem aquelas notas enjoativas que mencionei acima. Frutos negros, café e especiarias. Na boca a boa fruta se repete, com taninos macios e elegantes, acidez mediana. Final de boa persistência, com alguma complexidade no palato e madeira muito bem integrada. 

Pessoalmente, acredito que os adjetivos que melhor se enquadram a esse vinho, na ordem de importância, são: equilíbrio e elegância. 

É um vinho com quatro anos de idade, que me parece no seu ápice de equilíbrio e evolução. Melhor beber agora. 


Detalhes da compra

O vinho é importado pela Domno do Brasil e vendido em sua loja virtual por R$ 80,90.

Saúde a todos!



16 julho 2017

Rosé de Blanc? :: Lauca Sauvignon Blanc Rosé 2016


País: Chile
Região: Vale do Maule
Produtor: Lauca (Chilean Wines)
Uvas: Sauvignon Blanc + Carignan 
Maturação: 30% do vinho passam 4 meses em barricas de carvalho
Álcool: 13%

Mesmo com tanto tempo no mundo dos vinhos e já tendo experimentado milhares de rótulos, ainda não havia me deparado com um Sauvignon Blanc Rosé. E, claro, não poderia deixar de ficar curioso com essa novidade, até porque experiências ainda inéditas vão ficando raras depois de tanto tempo de estrada.

Vinhos com uvas brancas podem ficar com uma coloração rosada se a casca da variedade tiver matéria corante suficiente, como é o caso da Pinot Grigio (leia a respeito aqui). Mas, a casca da Sauvignon Blanc não permite isso, então é de se concluir que a vinícola utilizou uma pequena quantidade de uva tinta para alcançar esse resultado

No rótulo consta apenas a Sauvignon Blanc porque a quantidade da uva tinta é pequena e o percentual prevalecente atende à legislação chilena. Portanto, legalmente, é um varietal. Embora, na prática, seja um corte! 

No site da vinícola não aparece esse rótulo. Então, pesquisando pela internet descobri que a uva utilizada para dar essa cor foi a Carignan, tinta que tem dado excelentes vinhos em terras chilenas.   

Na taça a coloração é elegante, lembrando alguns famosos rosés do Velho Mundo. No nariz apresentou bons aromas, lembrança interessante de goiaba, mas as notas que prevalecem são herbáceas, típicas da Sauvignon Blanc, folha de tomate especialmente. Mas, sem demonstrar excessos como em muitos outros vinhos chilenos com essa uva. Boa acidez, muita refrescante e com vocação gastronômica. 

Boa experiência! 


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Mercovino e vendido aqui em Uberlândia por R$ 56.

Saúde a todos!



21 maio 2017

Típico e elegante :: Santa Rita Medalla Real Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2012


País: Chile
Região: Vale do Maipo
Uvas: Cabernet Sauvignon
Maturação: 14 meses em barris de carvalho de 1°, 2° e 3° usos.
Álcool: 14%

Esse vinho foi uma boa surpresa na taça, porque eu esperava um vinho mais potente, com maior concentração de cor, taninos, madeira aqueles aromas característicos dos Cabernet Sauvignon chilenos. Enfim, um vinho mais intenso nessas características, com menos elegância. 

Mas, ao servi-lo e perceber seus aromas e características em boca fiquei feliz com a experiência de apreciar um vinho elegante, equilibrado e muito fácil de agradar. Obviamente, para aqueles que preferem a intensidade lá em cima, talvez não fiquem tão contentes. Aqui em casa foi aprovado: um típico CS chileno com um toque especial de elegância. Fácil de beber!   

O produtor é a Viña Santa Rita foi fundada em 1880 por Domingo Fernandez, na região onde hoje está localizada a vinícola principal, um lugar muito bonito que visitamos em 2011, no Vale do Maipo. A partir de 1980 o Grupo Claro tornou-se investidor e posteriormente o único acionista da empresa, cujo grupo também engloba as vinícolas Carmen, Terra Andina e Doña Paula, esta última na Argentina.  

Os vinhos dessa linha Medalla Real são elaborados com uvas de vinhedos mais antigos da vinícola. As uvas desse Cabernet Sauvignon são provenientes de vinhedos com 15 anos de idade, localizados no Alto Jahuel, com baixo rendimento. 

Na taça o vinho tem cor rubi brilhante. Os aromas são elegantes e de boa intensidade, com predominância de frutos negros como amora, figo seco, especiarias e um leve tabaco. Boa complexidade. 

Em boca tem corpo médio, taninos finos e acidez mediana. Por ser um vinho com 5 anos de idade ganhou muito equilíbrio e está em ótimo momento de consumo. A boa estrutura ainda permite que seja guardado por mais algum tempo em boas condições de armazenamento. Final de boa persistência e complexidade.   

Ideal para acompanhar uma infinidade de pratos, mas irá bem com carnes vermelhas assadas. Aqui em casa foi muito bem com um churrasco de picanha.   


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Winebrands, que o vende em sua loja virtual por R$ 127.

Saúde a todos!



02 abril 2017

Robusto e marcante :: Casas del Bosque Gran Reserva Syrah 2014




País: Chile 
Região: Vale de Casablanca
Produtor: Casas del Bosque 
Uvas: 100% Syrah
Maturação: 11 meses em barricas de carvalho francês (65% novas e 35% de segundo uso) + 6 meses em cave antes de ser comercializado.  
Álcool: 14% 

Os vinhos desse produtor eu conheci em 2011, quando visitamos a vinícola e conhecemos suas instalações e o ótimo restaurante. Esse vinho é um Gran Reserva, de uma linha superior, mais robustos, intensos e com maior capacidade de guarda. Longe de serem delicados, são vinhos mais impactantes, tanto os tintos quanto os brancos. 

Na taça tem coloração rubi, com reflexos púrpura, ainda bem jovem. Aromas intensos lembrando frutos negros, com um tostado bem presente em razão da passagem por barricas de carvalho. Na boca é impactante, com fruta bem presente, groselha e frutos negros, mas a madeira ganha espaço, com notas de tabaco e cedro. Acidez mediana e taninos firmes, ainda rascantes, que irão amaciar com o tempo de guarda. 

Final longo, persistente, com boa mescla entre fruta e madeira. Álcool sem incomodar, apesar dos 14% de teor. Vinho ainda bem jovem, que deve ficar mais dócil nos próximos 2-3 anos, se bem armazenado. 


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Domno do Brasil e vendido em sua loja virtual por R$ 128. 

Saúde a todos!



13 novembro 2016

Vale provar esse chileno :: Lauca Pinot Noir 2015


Há algum tempo provamos um Cabernet Sauvignon desse mesmo produtor e gostei do resultado. Tanto que escolhi o vinho para cumprir com o tema de nossa Confraria Brasileira de Enoblogs (veja aqui). Então, ao encontrar esse Pinot Noir resolvi experimentar, esperando um resultado igualmente recompensador. Foi o caso! 

É elaborado pela Chilean Wines Company, que possui dez marcas distintas, sendo os vinhos Lauca elaborados com uvas do Vale do Maule, situado ao sul da capital Santiago e possui a maior extensão de vinhedos chilenos (28.500 hectares). Grande parte desses vinhedos (quase 1/3) são ocupados pela uva País, levada pelos espanhóis no século XVI. Outra variedade que tem feito sucesso é a Carignan, embora ocupe apenas 800 hectares. 

Esse é um Pinot Noir bem interessante de características mais maduras, potência e boa interferência da madeira. Na taça tem coloração rubi, com boa transparência, típico dos Pinot Noir. 

Bons aromas. Frutos vermelhos silvestres e notas de especiarias. Na boca tem taninos doces e boa acidez. Muita fruta madura, dando ao vinho uma característica bem amigável, que agrada aos paladares de vinhos do Novo Mundo. A passagem de 3 meses por barricas de carvalho francês deram ao vinho uma boa característica lembrando baunilha e chocolate.

Final de boa persistência, com palato marcado por especiarias. O teor alcoólico (13,5%) dá uma certa potência ao vinho, recomendando que seja servido um pouco abaixo da temperatura normal. Sugiro algo entre 12-13º C.


Detalhes da compra

O vinho é importado pela Mercovino e comprei uma garrafa aqui em Uberlândia pagando R$ 57.  

Saúde a todos!



01 novembro 2016

Um branco chileno refrescante por R$33 :: Luis Felipe Edwards Reserva Riesling 2015 #CBE


A nossa Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE está sob nova direção. A amiga Fabiana Gonçalves, que escreve o excelente Escrivinhos, além de muitas outras atividades ligadas ao mundo do vinho, aceitou a tarefa de coordenar nossos trabalhos. 

E para o primeiro tema ela mesma se encarregou da escolha, nos fazendo voltar ao supermercado para garimpar uma boa opção de vinho com preço até R$40. Parece uma tarefa fácil, mas depois que os tributos aumentaram ainda mais (dezembro de 2015) e a inflação deus as caras nas prateleiras, encontrar esses vinhos não é tão fácil assim. 

Mas, a missão precisava ser cumprida e fui em busca de um vinho que não fosse tão óbvio por aqui, por isso fugi dos malbec, cabernet sauvignon, pinot noir, chardonnay e sauvignon blanc. Preferi optar por um branco porque o calor estava de matar. Então, caí nesse Riesling elaborado com uvas do Vale Central chileno, uma ampla e genérica região que pode trazer boas surpresas. 

Na taça tem coloração palha, bem claro. Nos aromas surpreende, porque tem muitas características da Riesling, como notas minerais, lembrança de derivados de petróleo, ervas aromáticas em segundo plano.

Embora surpreendente no nariz, em boca é ligeiro. Leve e refrescante, com toques minerais bem evidentes, mesclados com lembrança de castanhas. Ideal como aperitivo, mas acompanhará bem entradas variadas, saladas, peixe frito, sushi e sashimi.


Detalhes da compra:

Comprei essa garrafa por R$33,90. O Chardonnay da mesma linha custa o mesmo e é um pouco mais interessante.

* Esse é o 122º vinho que comento para a Confraria Brasileira de Enoblogs, no ar desde fevereiro de 2007. 

Saúde a todos!



01 setembro 2016

Mais um belo vinho desse produtor chileno :: Maycas del Limari Sumaq Reserva Syrah 2012 #CBE


O tema desse mês para nossa Confraria Brasileira de Enoblogs foi escolhido pelo confrade Evandro Vanti, do blog Vinhos que Provo. Ele escolheu "um Syrah / Shiraz do novo mundo, sem limite de preço. Vale um 100% ou um corte, desde que a maior parcela seja dessa uva".

Um bom tema, sem nenhuma dúvida. Mas, como deixei para a última hora acabei não encontrando muitas opções interessantes aqui em Uberlândia. Então, apostei em um vinho da Maycas de Limari, um produtor consistente do Vale que recebe o mesmo nome, situado a 400 km ao norte da capital Santiago.

Esse vinho tem 13,5% de álcool e uma passagem de 8 meses por barricas de carvalho francês. Um vinho que mescla a boa presença da madeira, a fruta e uma certa potência conferida pelo álcool, mas em bom equilíbrio, sem esconder as características da Syrah, principalmente nos aromas. 

Um vinho que parece ter uma boa evolução, mas ainda sem notas terciárias. Aromas característicos da variedade, com bastante especiarias e notas de chocolate. Na boca tem taninos com uma pontinha de adstringência ainda e boa acidez. Aliás, a acidez me surpreendeu, porque normalmente não a encontro na maioria dos vinhos tintos chilenos.

Final de boa persistência. Já com quatro anos de idade me parece em ótima forma e em momento ideal para consumo, mas se for guardar não deverá ultrapassar 2017, porque a partir daí as características de fruta, taninos e acidez começarão a decair.


Detalhes da compra:

Esse vinho é importado pela Wine, que o vendia em seu site na faixa dos R$60.

* Esse é o 120º vinho que comento para nossa CBE, primeira e única confraria virtual do Brasil, desde fevereiro de 2007. 

Saúde a todos!





25 agosto 2016

No carrinho do supermercado :: Tarapacá Cosecha Chardonnay 2014


Há muitos anos não bebia um vinho da Viña Tarapacá, bodega chilena fundada em 1874, cujos vinhos podem ser facilmente encontrados nos supermercados e lojas especializadas. Mas, como gosto de experimentar vinhos baratos esse Chardonnay do Vale Central me pareceu uma boa pedida. 

Nessas buscar por vinhos em faixa de preços mais acessível dou preferência aos brancos, porque o risco de uma decepção parece ser menor. No caso desse vinho, as uvas vem de uma região quente do Chile, o que indica um vinho mais maduro, mais tropical, do que outros que possam vir de regiões mais frias, como Casablanca, Leyda ou San Antonio, por exemplo. 

O vinho não aparece no site da vinícola, o que pode significar que seja uma linha destinada apenas à exportação... e como o mercado brasileiro absorve TUDO que esteja dentro de uma garrafa e tenha no rótulo a palavra VINHO, veio parar na prateleira de um supermercado em minha cidade. 

Mas, o resultado foi satisfatório, apesar desse detalhe. 

Na taça uma coloração amarelo palha. Nos aromas confirmou-se a ideia de que seria um vinho maduro, com notas de frutos tropicais maduros, como pêssego, banana e melão, traços lembrando mel, além de uma nota que me lembrou a salmoura da azeitona (não, eu ainda não tinha bebido nada!).

Na boca é untuoso, maduro, com notas abaunilhadas, parecendo ter passado brevemente por madeira. Repetiu-se-se a fruta branca madura. Embora tenha acidez mediana tem bom frescor, boa presença em boca e final médio-longo. Tem 13% de álcool, que dão um calorzinho ao vinho, mas sem desequilíbrio.  

Ideal para harmonizar com aves, pratos com arroz e frutos do mar, massas com molhos brancos ou mesmo para bebericar em um dia mais quente. Mas, aqui em casa a harmonização foi com esse prato típico de Minas e Goiás, arroz com galinha. Só faltou o pequi!



Detalhes da compra

Comprei esse vinho em Uberlândia (MG) pagando R$34.

Saúde a todos!



10 julho 2016

Em tempos de crise, uma ótima compra: Primus The Blend 2012


Aqui em nossa região os tintos de corte não são muito comuns, os varietais é que mandam no pedaço. Aliás, acho que em todo o Brasil é assim. Então, quando encontro um corte não costumo deixar passar a oportunidade, ainda mais se o preço for convidativo. 

Primus é uma das marcas da Bodega Veramonte, um projeto capitaneado desde 2012 pelo enólogo Rodrigo Soto, que tem grande experiência na condução de projetos ecologicamente corretos no Chile, Estados Unidos e Nova Zelândia. Além desse blend eles elaboram outros três varietais, todos tintos.

Esse é elaborado com uvas do Vale de Colchagua, um blend de seis variedades: 25% Cabernet Sauvignon, 25% Carmenère, 25% Syrah, 15% Merlot, 5% Cabernet Franc e 5% Petit Verdot. Passa 12 meses em carvalho francês, sendo que 25% delas são de primeiro uso. Tem 14,5% de álcool.

Na taça tem coloração rubi. Nos aromas a presença de frutos vermelhos maduros, amoras, especiarias (pimenta e alecrim), cedro e baunilha. Em boca é estruturado, maduro, com muita fruta presente, ameixa, com a madeira também aparecendo, em boa harmonia. Apesar do teor alcoólico não há desequilíbrio. Taninos macios e acidez mediana.

Final longo, repetindo as sensações de fruta e madeira em um bom conjunto. Pronto para ser consumido agora ou no máximo em 2017, porque ainda terá estrutura para suportar a guarda, mas não para evoluir.

Vinho que pode ser classificado como potente e amadeirado, mas sem que esse adjetivo seja pejorativo, porque há boa integração entre fruta e madeira. Às cegas parece que as características da Syrah estão mais presentes que das outras variedades, mas é só um palpite.


Detalhes da compra:

Comprei esse vinho aqui em Uberlândia pagando R$59, o que considero uma ótima relação custo x benefício, ainda mais nesses tempos em que os vinhos bons e baratos desapareceram nas prateleiras. 

Saúde a todos!


12 junho 2016

Boa experiência: o estruturado e ainda jovem Lauca Reserva Cabernet Sauvignon 2012


Abrimos esse vinho em um dia de temperatura mais amena aqui no Triângulo Mineiro e gostamos bastante do resultado, especialmente porque ainda pode ser guardado por um tempo, além de não ser um vinho com aquelas notas exageradas lembrando pimentão e eucalipto que muitos Cabernet Sauvignon chilenos possuem. 

É elaborado pela Chilean Wines Company, que possui dez marcas distintas, sendo os vinhos Lauca elaborados com uvas do Vale do Maule, situado ao sul da capital Santiago e possui a maior extensão de vinhedos chilenos (28.500 hectares). Grande parte desses vinhedos (quase 1/3) são ocupados pela uva País, levada pelos espanhóis no século XVI. Outra variedade que tem feito sucesso é a Carignan, embora ocupe apenas 800 hectares. 

Vamos ao vinho. 

Na taça tem coloração púrpura. No nariz os aromas vêm em boa intensidade lembrando frutos vermelhos bem maduros, frutos negros, notas de especiarias (pimenta) e um tostado elegante proveniente da madeira. O vinho passou 8 meses por barricas de carvalho francês. 

Na boca é encorpado, seco, com fruta intensa em grande harmonia com as notas amadeiradas (tostado e baunilha). Os taninos ainda vão amadurecer com mais tempo em garrafa, estão ainda rascantes e formam um conjunto estruturado com a acidez mediana e os 14% de álcool. 

A fruta escura e o tostado da madeira deixam o vinho com um perfil mais sério, pedindo acompanhamento de comidas mais estruturadas também. Final de ótima persistência, repetindo todas as sensações do nariz e da boca. 

Sua estrutura permite uma guarda, sem riscos, por mais 2-3 anos. Se você gosta de decantar os vinhos esse aqui pode "abrir" seus aromas se deixado aerando por 20 minutinhos.  


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Mercovino e vendido aqui em Uberlândia (MG) por R$75.

Saúde a todos!




05 junho 2016

Vinhas de 75 anos deram ótimo resultado nesse Canepa Genovino Carignan 2010

Foto: Instagram @vinhoparatodos

Existe um livro que gosto muito, da jornalista Jancis Robinson, chamado "Como degustar vinhos", publicado pela Editora Globo. Em minha opinião é o mais completo guia de degustação que temos no mercado editorial brasileiro. 

Mas, sobre a uva carignan, com a qual o vinho de hoje é elaborado, a autora não é muito otimista. Veja o que ela diz (p. 155):

"foi por muitos anos, de longe, a uva mais plantada na França, porque era muito comum nas planíceis de alto rendimento do Languedoc. Seu cultivo era extremamente fácil em uma área em que os viticultores não se preocupavam em usar fios para expor ao sol as frutas e as folhas e deixavam a vinha crescer livremente em arbustos que se espalhavam pelo vinhedo. O vinho resultante era quase muito áspero e tinha um aroma rançoso e tosco (...). Não é uma uva nobre em minha opinião, embora as vinhas antigas ajudem". 

Com esse relato vindo de uma profissional tão gabaritada você compraria um vinho em faixa de preços não muito acessível (acima dos R$100) e ainda por cima para guardá-lo? 

Se a resposta for não, compreendo perfeitamente! Mas, contrariando a opinião da jornalista inglesa e considerando que desde 2007, no Vale do Maule, os chilenos estão apostando nessa uva para elaboração de grandes vinhos, resolvi apostar. Até porque bodegas importantes, como De Martino, Odfjell e Gillmore passaram a realizar experiências com a uva. 

Essa garrafa eu comprei em 2014. É elaborado pela Viña Canepa a partir de vinhas com mais de 75 anos de idade, passagem de 12 meses por barricas de carvalho e potencial de guarda variando entre 10 e 12 anos, segundo a vinícola. 

Já com seis anos de idade imaginei que fosse um momento interessante para abri-lo. Na taça tem coloração rubi, sem notas de evolução. Aromas em boa intensidade, elegantes, lembrando frutos vermelhos e negros, lembrança da passagem por madeira (leve tostado) e especiarias. Na boca tem corpo médio, taninos firmes e acidez mediana. Fruta e madeira em ótimo equilíbrio. Final de boa persistência. Tem 13,5% de álcool, sem incomodar.

Vinho mais elegante do que potente. Parece que a idade deixou o vinho mais dócil, não se parecendo com os parrudos cabernet sauvignon ou carmenère chilenos. Boa aposta da vinícola, sem dúvida.      


Detalhes da compra:

Não me lembro quanto paguei pela garrafa em 2014, mas atualmente é vendido na faixa dos R$130-150.

Saúde a todos!



08 maio 2016

No carrinho do supermercado :: o honesto Cono Sur 1551 Chardonnay 2015

Foto: Instagram @vinhoparatodos

É muito comum usarmos a expressão "vinho honesto". E o que queremos dizer com isso? Bom, pelo menos quanto a mim estou querendo dizer que o vinho tem bom preço e apesar de sua simplicidade não tem defeitos, sendo bem prazeroso. É o melhor rótulo que encontrei para esse Chardonnay do Vale Central chileno. 

Elaborado pela Cono Sur, uma vinícola importante daquele país andino, pertence a uma linha simples, vendida em supermercados brasileiros e que nem aparece no site da vinícola. Mas, seu preço acessível deixa esses vinhos bem atraentes, apesar de sua simplicidade. 

É um Chardonnay típico do Novo Mundo, com muitas notas de frutos brancos maduros, pêra, melão, banana, leves notas de baunilha e chocolate branco. Em boca tem corpo médio, notas levemente adocicadas, acidez mediana. Muito frutado, untuoso, fácil de beber. Simples e equilibrado. Final de média persistência, repetindo o frutado intenso. 

Tem 13% de álcool e acompanhou muito bem uma massa ao molho branco que fizemos no almoço de domingo. 

Em uma época em que é difícil encontrar um vinho interessante na faixa dos 30 reais esse pode ser uma boa opção. 


Detalhes da compra:

Segundo o contra-rótulo o vinho é importado pela La Pastina, mas foi comprado em um supermercado de Uberlândia, custando R$ 33. 

Saúde a todos!



14 fevereiro 2016

Vale a pena comprar um Casillero del Diablo?


Já não compro vinhos da linha Casillero del Diablo e os motivos são simples: a essa altura, na condição de apreciador de vinhos com alguma experiência, procuro vinhos diferentes, mais interessantes e até mais baratos do que esse clássico da Concha y Toro. Portanto, minha praia são as descobertas. 

Mas, no mês de janeiro fui ao supermercado e estava na seção de vinhos quando escutei o seguinte diálogo entre duas mulheres, já com mais de trinta anos. Ressalto que uma delas estava com um Santa Carolina Reservado nas mãos:

- Esse aqui é mais amadeirado que o outro, né?
- Acho que sim. Cabernet Sauvignon é muito amadeirado. 
- Liga para o Fulano e pergunta se pode ser esse. 
 (...)
- Ele falou para comprar o Casillero que é muito bom. 
- Nossa, nunca bebi esse vinho. Vou adorar! 

Pegaram duas garrafas do Casillero Carmenère e levaram para casa, felizes e empolgadas por beberem pela primeira vez o famoso vinho, cuja lenda ainda impressiona muitos consumidores. Vendo a cena, resolvi comprar esse Chardonnay 2015 para relembrar a experiência.   

Então, a resposta para a pergunta do título é SIM! São vinhos bem feitos, de um estilo que agrada principalmente o paladar do consumidor iniciante (combinação entre madeira, álcool e notas adocicadas) e um preço não tão salgado.

* Se você já passou dessa fase, tudo bem, mas não vale torcer o nariz para a importância da linha para o crescimento do número de novos consumidores de vinho no Brasil e para sua qualidade média sempre boa. 

E qual a importância de terem, ambas as mulheres da história, mais de 30 anos? Apenas para observar que em grande parte do país começamos a beber vinhos já com uma idade mais alta, porque não temos cultura vinícola (exceto o sul do país) e principalmente porque somente depois de uma certa estabilidade profissional é que conseguimos desembolsar o que vale uma garrafa de vinho.  

Quanto ao Chardonnay, que tem 13,5% de álcool e uma breve passagem por barricas de carvalho, tenho a dizer que é um vinho fácil de beber, com notas tropicais em seus aromas e na boca, uma acidez mediana, mas o vinho é bem vivo.

Tem bom corpo, com notas levemente adocicadas, um leve abaunilhado da madeira. Final persistente, agradável, sem muita complexidade, mas demonstra que é um vinho muito bem feito e que está em nível de qualidade compatível com seu preço.


Detalhes da compra:

Comprei esse vinho em um supermercado aqui em Uberlândia pagando R$ 41 pela garrafa. Sim, foi-se o tempo que o Casillero del Diablo custava menos de R$ 30. Tempos complicados!  

Saúde a todos!



07 dezembro 2015

Bom vinho branco chileno: Baron Philippe de Rothschild Reserva Chardonnay 2014


O Vale Central chileno é uma imensa região, que pode ser dividida em outros grandes vales. Em termos vitivinícolas, quando um vinho vem rotulado assim é indicativo de que as uvas podem vir de qualquer parte desse grande vale. Isso significa menor qualidade? Não necessariamente, mas pode significar que o terroir não é necessariamente o mais propício à variedade. 

Por exemplo, cultivar uvas brancas no Vale Central indica que os vinhos serão mais maduros, talvez mais alcoólicos e terão menos frescor em razão do calor da região, mais indicada para variedades tintas como a cabernet sauvignon ou carmenère. 

Esse é um exemplo de vinho mais maduro, elaborado pela famosa Baron Philippe de Rothschild, importante nome na França, cuja história tem início em 1853, quando o barão Nathaniel comprou um château no coração do Médoc, que passou a ser conhecido como Château Mouton Rothschild. Seu neto (Philippe) fundou em 1930 uma empresa com seu nome e expandiu os negócios dentro da França e para Chile e Estados Unidos. Se você já ouviu falar nos ícones Almaviva e Opus One saiba que são fruto da visão empresarial dessa empresa francesa.

Mas, vamos ao chardonnay de hoje!

Na taça a coloração é dourado claro. Tem boa intensidade aromática, frutos brancos maduros, tropicais, como abacaxi, melão e banana. Lembrança muito discreta da madeira, com leve abaunilhado e tostado, até porque passou 6 meses por grandes recipientes de madeira, isto é, houve pouca interferência.

Em boca é untuoso, maduro, com palato marcado pelos frutos tropicais e novamente a discreta lembrança da madeira. O clima da região em que foram cultivadas as uvas (Vale Central) favorece a elaboração de vinhos brancos mais maduros, típicos de clima quente. 

Agradável, equilibrado e sem excessos. Final de boa persistência, repetindo no palato as sensações tropicais anteriores, com notas minerais também surgindo. Tem 13,5% de álcool, sem incomodar.  

Vinho para quem gosta de chardonnay mais encorpados, mas sem a presença muito intensa da madeira. Em termos de harmonização imagino massas com molhos brancos, mas no site do importador há duas sugestões interessantes: tender com abacaxi grelhado e bacalhau com molho bechamel (veja o vídeo).


Detalhes da compra:

Recebi esse vinho de um clube da Wine, pagando R$ 50 pela garrafa. 

Saúde a todos!