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08 outubro 2023

Um belo rosé do cerrado goiano :: Sessilia Rosé de Syrah 2022



País: Brasil 
Região: Vale do São Patrício (Goiás)
Produtor: Monte Castelo 
Uvas: 100% Syrah
Maturação: 6 meses em inox em contato com as borras
Álcool: 12%

Não sei exatamente se estou certo, mas aparentemente a Syrah é a variedade tinta mais adaptada às regiões não tradicionais de vitivinicultura brasileira. Lembro de ouvir falar de tintos em São Carlos (SP) há 15 anos atrás. De lá para cá sempre que vejo uma nova vinícola em região não tradicional, sempre tem um Syrah dentre os seus melhores vinhos. 

Este é um rosé de Syrah elaborado pela vinícola Monte Castelo no lindo cerrado goiano, em Jaraguá, cidade a 120 km ao norte da capital Goiânia. Um rosé do estilo que gosto: pouca extração de cor, mais elegante, seco e de boa acidez. 

A fruta está bem presente e tem bom corpo para um rosé. Tem 12% de álcool. Tecnicamente não sei se estou certo, mas me pareceu que há taninos presentes, ajudando na sensação de vinho mais potente. Digo isso pela sensação em boca e por imaginar que o contato com as cascas da Syrah deixou esses taninos “escaparem”. Ponto positivo, na minha opinião. Vale a pena experimentar e conhecer mais uma região que está se descobrindo vinícola. 

O nome Sessilia vem de uma flor que aparece no inverno do cerrado brasileiro. 

Veja o post no Instragram: https://x.gd/DSAE8.


Detalhes da compra:

Este vinho pode ser encontrado na faixa dos R$ 170-180. O preço não é convidativo, mas explicado pela produção muito pequena: foram apenas 414 garrafas desta safra. Para matar a curiosidade pode ser interessante.  
 
Saúde a todos!




29 maio 2018

Muita elegância nesse rosé :: Cipresseto Rosato Toscana IGT 2015



País: Itália

Região: Toscana
Uvas: 85% Sanviogese e 15% de outras variedades
Maturação: não passa por madeira
Álcool: 11,5%

Sempre fico tentado a provar um rosé italiano, porque gosto de seu frescor e delicadeza. Normalmente tem menos extração de fruta do que os exemplares do Novo Mundo, especialmente os da América do Sul que tanto conhecemos. 

Esse foi uma experiência bem interessante, embora a faixa de preços esteja um pouco acima do que costumo pagar no meu dia-a-dia, mas isso é uma questão particular que nada interfere na qualidade do vinho. 

Um rosé de cor elegante, acobreada, lembrando casca de cebola. Nos aromas tem delicadeza, frutado. Na boca confirma elegância, mas tem uma acidez viva e um frutado bem presente, lembrando frutos vermelhos silvestres como framboesa e cereja. Bom equilíbrio entre seus componentes, com acidez gastronômica e um frutado que não é enjoativo, mas elegante. Final longo, bastante fresco. 

Não tive como não lembrar da culinária oriental para acompanhar esse vinho, bem como saladas de vários tipos e peixes assados. Apenas como aperitivo, embora muitíssimo agradável, eu não gastaria o preço da garrafa, porque é um vinho que merece um acompanhamento à altura. 


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Winebrands, que vende o vende em seu site na casa dos R$ 130.

Saúde a todos!



16 julho 2017

Rosé de Blanc? :: Lauca Sauvignon Blanc Rosé 2016


País: Chile
Região: Vale do Maule
Produtor: Lauca (Chilean Wines)
Uvas: Sauvignon Blanc + Carignan 
Maturação: 30% do vinho passam 4 meses em barricas de carvalho
Álcool: 13%

Mesmo com tanto tempo no mundo dos vinhos e já tendo experimentado milhares de rótulos, ainda não havia me deparado com um Sauvignon Blanc Rosé. E, claro, não poderia deixar de ficar curioso com essa novidade, até porque experiências ainda inéditas vão ficando raras depois de tanto tempo de estrada.

Vinhos com uvas brancas podem ficar com uma coloração rosada se a casca da variedade tiver matéria corante suficiente, como é o caso da Pinot Grigio (leia a respeito aqui). Mas, a casca da Sauvignon Blanc não permite isso, então é de se concluir que a vinícola utilizou uma pequena quantidade de uva tinta para alcançar esse resultado

No rótulo consta apenas a Sauvignon Blanc porque a quantidade da uva tinta é pequena e o percentual prevalecente atende à legislação chilena. Portanto, legalmente, é um varietal. Embora, na prática, seja um corte! 

No site da vinícola não aparece esse rótulo. Então, pesquisando pela internet descobri que a uva utilizada para dar essa cor foi a Carignan, tinta que tem dado excelentes vinhos em terras chilenas.   

Na taça a coloração é elegante, lembrando alguns famosos rosés do Velho Mundo. No nariz apresentou bons aromas, lembrança interessante de goiaba, mas as notas que prevalecem são herbáceas, típicas da Sauvignon Blanc, folha de tomate especialmente. Mas, sem demonstrar excessos como em muitos outros vinhos chilenos com essa uva. Boa acidez, muita refrescante e com vocação gastronômica. 

Boa experiência! 


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Mercovino e vendido aqui em Uberlândia por R$ 56.

Saúde a todos!



12 outubro 2016

Refresque seu dia e seja feliz: Vincada Rosé Vinho Verde DOC #CBE


Com certo atraso e aproveitando o feriado, publico hoje o vinho do mês para nossa Confraria Brasileira de Enoblogs (CBE), cujo tema foi escolhido pelo confrade Alexandre Takei, do blog Notas Etílicas, que indicou para degustação um "vinho rosé do Velho Mundo, sem limite de preço", 

O meu atraso é justificado pela correria, mas também por não ter encontrado um rosé que me deixasse com vontade de comprar aqui em Uberlândia, muitos deles já provados anteriormente e outros muito caros para arriscar. Mas, ao encontrar esse vinho além de cumprir com o combinado para a CBE escrevi sobre um Vinho Verde Rosé!

É elaborado pela Enoport na demarcada região dos Vinhos Verdes, no norte de Portugal, utilizando as uvas Espadeiro, Borraçal e Padeiro, variedades nativas incomuns para os brasileiros. Tem apenas 10,5% de álcool, indicando ser um vinho para servir como aperitivo ou acompanhar pratos leves. Não é safrado! 

Na taça apresenta coloração rosada, límpida e brilhante, com formação de leve efervescência, que é bem comum em muitos Vinhos Verdes e que os portugueses chamam de "agulhas", porque causam essa sensação na língua. 

Os aromas são intensos e muito agradáveis, lembrando frutas vermelhas como morangos e delicado floral. Na boca é leve e muito refrescante. Agradável acidez e muita fruta presente. Apesar de ser considerado meio-seco pela lei brasileira, não é nem um pouco enjoativo. Longe disso, eu beberia uma garrafa dessas sozinho, sem qualquer dificuldade. 

O vinho é ideal para servir de aperitivo em um dia de calor, mas poderá acompanhar com sucesso alguns pratos como salada de folhas, camarões, peixes assados ou fritos. 


Detalhes da compra:

Esse vinho é importado pela Domno do Brasil e vendido aqui em Uberlândia na faixa entre R$51-55. 

* Esse é o 121º vinho que comento para nossa CBE, primeira e única confraria virtual do Brasil, no ar desde fevereiro de 2007. 

Saúde a todos!



01 maio 2016

Rosé português para nossa #CBE: Monte Vilar Selection Rosé 2013


Hoje é dia de vinho para a Confraria Brasileira de Enoblogs e o tema foi escolhido pela querida Alessandra Esteves, a Dama do Vinho, que mandou bem ao indicar um vinho rosé para os confrades, independentemente do país ou da faixa de preços. 

Eu queria um vinho em faixa de preços mais acessível, algo na faixa dos R$40-50, mas deixando para a última hora acabei me deparando com esse português que me tiraria das escolhas óbvias: Argentina, Brasil e Chile. Apostei, mesmo pagando um preço mais alto do que desejava de início.  

Esse vinho é elaborado pela Casa de Santa Vitória, levando as tradicionais Alfrocheiro, Aragonez e Trincadeira. Em seu rótulo, além da indicação que é um "vinho regional alentejano", tem o brasão que lembra uma das lendas da cidade de Beja, recordando "o triunfo do Touro sobre uma monstruosa Serpente que a assolava".  

Na taça uma coloração vermelho-acobreada, com reflexos lembrando casca de cebola. Nos aromas é intenso, com boa presença de morangos e groselha. Na boca a primeira sensação é adocicada, o que deixa o vinho lembrando mais um meio-seco, o que agradará os paladares iniciantes no mundo dos "vinhos finos". Boa acidez. Final de boa persistência, com retro-olfato marcado pela boa fruta, especialmente a groselha. Tem 13,5% de álcool, o que o deixa potente para apenas bebericar. 

Já com três anos de idade parece ter desenvolvido alguns aromas e sabores evoluídos. Para meu gosto pessoal apenas um senão: poderia ser mais seco! Aliás, no contra-rótulo a indicação é de um "vinho seco", mas parece ser meio-seco. Harmonizará bem com saladas, comida japonesa (sushi e sashimi) e aves. 



Detalhes da compra

Comprei esse vinho em uma loja aqui em Uberlândia (MG). Sinceramente, o preço pago é mais alto do que a qualidade que entrega (R$80), mas não tive como escolher outro para comentar aqui e cumprir meu compromisso com os confrades. A avaliação abaixo não leva em consideração o meu gosto pessoal, mas as características que o vinho apresenta.  

* Esse é o 116º vinho que comento para nossa gloriosa Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE. 

Saúde a todos!   


14 junho 2015

Fácil de beber e muito agradável: Tomero Malbec Rosé 2013



A Bodega Vistalba elabora a linha Tomero, que considero uma boa relação custo x benefício, sejam os tintos com a malbec e cabernet sauvignon ou os brancos com a torrontés e sauvignon blanc. Mas, esse rosé de malbec ainda não tinha experimentado com atenção suficiente para escrever um post aqui para o blog. O resultado, como era de esperar, é muito bom, confirmando a impressão que tive para os demais.

As uvas são do Vale de Ucco, região mais ao sul de Mendoza. O vinho não tem passagem por madeira, como acontece com rosés para serem bebidos jovens, e apresentou um perfil tanto para servir como aperitivo, apenas para bebericar, como para acompanhar alguns pratos, como frutos do mar. 

Na taça coloração vermelha, com reflexos alaranjados. No nariz aromas de frutos vermelhos, cerejas, algo lembrando groselha. Na boca é refrescante, boa acidez, notas adocicadas deixam o vinho agradável como aperitivo. Muita fruta vermelha no paladar, sem ser enjoativo. Final de boa persistência, repetindo tudo. Álcool sem incomodar (12%).  

É daqueles vinhos que agradarão aos que estão iniciando no mundo dos vinhos finos (secos) e mesmo os mais experientes terão uma experiência agradável.  


Detalhes da compra:

É importado pela Domno, que o vende em sua loja virtual por R$ 65,90, mas aqui em Uberlândia encontramos por R$ 62. 

Saúde a todos!


05 fevereiro 2015

Rosé brasileiro, mas com sotaque francês: Campos de Cima "Irene Antonietta" Rosé 2014


Depois de provar com bons resultados o viognier da Campos de Cima, jovem vinícola fundada em 2002, com sede em Itaqui (RS), na microrregião conhecida como "Campanha Ocidental", foi a vez de abrirmos esse rosé que homenageia Irene Antonietta, avó materna da proprietária da empresa, Hortência Ravache Brandão Ayub. 

Na taça tem a coloração clássica, elegante, lembrando casca de cebola. Os aromas vêm em boa intensidade ao nariz, lembrando frutos vermelhos silvestres, mas algo cítrico, semelhante a laranja. Na boca é untuoso, com sensação de corpo maior até por conta do álcool a 13%. Boa acidez, elegante, com boa fruta e alguma mineralidade. As notas cítricas apareceram firmes, principalmente lembrando laranja ou alguma fruta dessa família.

Final de boa persistência. Vinho feito para acompanhar comida, como salmão e camarões, que farão bom par com essa cor do vinho. Mas, no dia da degustação, não pensamos muito nisso e no jantar a Érika preparou um nhoque com molho vermelho e ficou muito bom, com o vinho dando conta do recado e até passando um pouco por cima da comida, sinal de que não é tão descontraído quanto parece.

A característica mais marcante do vinho para mim foi sua elegância e o perfil bem diferente da maioria dos rosés sul-americanos. Às cegas certamente apostaria que seria um vinho europeu, o que parece ter sido a proposta da vinícola ao contar com o enólogo francês Michel Fabre na elaboração desse vinho segundo as técnicas usadas na Provence, a mais importante região de rosés do mundo.

O vinho tem tiragem limitada a 1.800 garrafas e abrimos a de nº 367.  


Detalhes da compra

Recebi esse vinho para degustação através da .Doc, assessoria de comunicação da vinícola, mas seu preço de mercado está na faixa dos R$ 39.

Saúde a todos!



22 janeiro 2015

Rosé espanhol por menos de $20: Reinares Tempranillo Rosé 2013


No início desse ano passamos alguns dias no litoral catarinense, nosso refúgio predileto há muitos verões. Como estava muito calor fizemos um compromisso logo na primeira parada: comprar vinhos no supermercado, brancos e rosés, para serem bebidos em nossas recém adquiridas taças de plástico. Não que isso seja depreciativo, mas queríamos vinhos descontraídos e uma taça igualmente alegre ajudaria na busca de boas dicas.

Eis nossa quarta experiência daqueles dias.  

Esse rosé é elaborado pela Bodegas Eguren, na região de Castilla, com 100% uvas tempranillo. A família está ligada ao vinho desde 1870 e a vinícola está sob o comando da sexta geração. O vinho tem 13,5% de álcool e confesso que dos quatro rosés publicados aqui esse foi o que menos me empolgou. Mas, é uma questão de gosto pessoal. Sob o ponto de vista da qualidade é uma boa compra, ainda mais pelo preço pago.

Na taça uma coloração bem vermelha, cor de suco de morango. Discretos aromas, frutos vermelhos silvestres, morango e amoras. Na boca é leve, com boa acidez, fruta discreta e é seco, sem notas adocicadas, talvez por isso seja mais indicado para acompanhar comida do que apenas para bebericar em nossas elegantes taças de plástico. Final de média persistência. O mais discreto e simples de todos, embora refrescante.


Detalhes da compra

Comprei esse vinho no supermercado Angeloni, em Florianópolis, pagando R$19,90. Ao que parece a rede de supermercados é importadora/distribuidora do vinho no Brasil. 

Saúde a todos!



19 janeiro 2015

Rosé barato, refrescante e muito bem feito: Vieja Parcela Cabernet Franc Rosé 2014


No início desse ano passamos alguns dias no litoral catarinense, nosso refúgio predileto há muitos verões. Como estava muito calor fizemos um compromisso logo na primeira parada: comprar vinhos no supermercado, brancos e rosés, para serem bebidos em nossas recém adquiridas taças de plástico. Não que isso seja depreciativo, mas queríamos vinhos descontraídos e uma taça igualmente alegre ajudaria na busca de boas dicas.  

Hoje publico nossa terceira boa compra.

Na busca pelas prateleiras do supermercado encontrei esse rosé do Uruguai e, sinceramente, não me lembro a última vez que bebi um vinho desses de nosso vizinho. Gosto de vinhos uruguaios, portanto, não pensei duas vezes em comprá-lo para nossa experiência com as taças de plástico.

É elaborado pela Bodegas Castillo Viejo, com uvas de seus vinhedos na região de San José, bem próximos à localidade Villa Rodriguez, distante cerca de 85 km a noroeste da capital Montevidéu. Em rápida busca pelo site da vinícola não encontrei esse rosé em sua linha Vieja Parcela, que conta apenas com dois tintos, um cabernet franc e um tannat. Infelizmente, algumas vinícolas do Uruguai não atualizam seus sites com a frequência esperada, talvez por isso o vinho não esteja por lá.  

Na taça tem uma coloração rosa com reflexos alaranjados. Uma cor menos avermelhada que os dois rosés publicados anteriormente. Talvez (estou especulando) o enólogo tenha preferido uma menor extração de cor, mantendo o mosto em contato com as cascas da uva por menos tempo.

No nariz os aromas são tímidos, frutos vermelhos silvestres e uma intrigante lembrança de pêssego e banana. Na boca tem boa acidez e a fruta aparece mais. Notas levemente adocicadas, mas está longe de ser meio-seco. Talvez essa complexidade tenha vindo da permanência em pipas de carvalho americano por 6 meses.

Final de boa persistência, dando vontade de mais um gole por conta da boa acidez. Simples e refrescante, sem qualquer desequilíbrio ou defeito. Tem 12% de álcool e dos rosés experimentados em nossa busca foi o mais interessante sob o ponto de vista da complexidade, sendo o mais barato de todos.


Detalhes da compra

Comprei esse vinho no supermercado Angeloni, em Florianópolis, pagando R$17,90. Ao que parece a rede de supermercados é importadora/distribuidora do vinho no Brasil. 

Saúde a todos!




17 janeiro 2015

Rosé tem a cara do verão e vai bem na taça de plástico: Table Mountain Pinotage Rosé 2014


No início desse ano passamos alguns dias no litoral catarinense, nosso refúgio predileto há muitos verões. Como estava muito calor fizemos um compromisso logo na primeira parada: comprar vinhos no supermercado, brancos e rosés, para serem bebidos em nossas recém adquiridas taças de plástico. Não que isso seja depreciativo, mas queríamos vinhos descontraídos e uma taça igualmente alegre ajudaria na busca de boas dicas.  

Hoje publico o segundo vinho dessa série. 

Na busca de um rosé barato e diferente encontramos esse sul-africano elaborado com a uva símbolo daquele país, a pinotage, que é fruto de um cruzamento realizado em 1925 entre as variedades pinot noir e hermitage. Infelizmente não sei quem é o produtor, porque não anotei na ocasião e também não encontrei informações seguras na internet.

É um rosé bem leve, com apenas 11,5% de álcool. Menos aromático que o chileno que comentei na última quinta-feira, mas é menos adocicado. Interessante como são diferentes dentro de sua simplicidade. Esse sul-africano tem aromas de morango e cereja, acidez mais presente e menos açúcar residual, deixando o vinho mais seco e muito agradável para uma proposta verão-praia-descontração.

Final de boa persistência. Vinho com capacidade gastronômica para os petiscos do litoral, como espetinhos de camarão ou peixes fritos. Acompanhou bem nossa salada refrescante e foi bem com a taça de plástico. Bem feito, descontraído, prazeroso e barato.    


Detalhes da compra

Comprei esse vinho no supermercado Angeloni, em Florianópolis, pagando R$19,90. Ao que parece a rede de supermercados é importadora/distribuidora do vinho no Brasil. 

Saúde a todos!



15 janeiro 2015

Taça de plástico combina com verão: Nehuén Reserva Carmenère Rosé 2013


No início desse ano passamos alguns dias no litoral catarinense, nosso refúgio predileto há muitos verões. Como estava muito calor fizemos um compromisso logo na primeira compra: procurar vinhos no supermercado, brancos e rosés, para serem bebidos em nossas recém adquiridas taças de plástico. Não que isso seja depreciativo, mas queríamos vinhos descontraídos e uma taça igualmente alegre ajudaria na busca de boas dicas.

Hoje publico nossa primeira experiência.   

Esse rosé é elaborado com a uva símbolo do Chile, a carmenère, elevada a essa categoria por ter sido redescoberta no país sul-americano após desaparecer na Europa em razão da filoxera, praga que dizimou vinhedos na segunda metade do século XIX. Desde então os consumidores brasileiros aprenderam a relacionar essa uva ao nosso país vizinho, embora os grandes vinhos chilenos não sejam elaborados com ela sozinha.

O produtor é a Cremaschi Barriga, que utiliza uvas do Vale do Maule, considerada a mais extensa região vinícola do Chile e que também possui a maior extensão de vinhedos da uva carmenère. Infelizmente o vinho sequer aparece no site da empresa e em casos assim são possíveis duas conclusões: (1) pode ter sido elaborado apenas para o mercado externo ou (2) não tem a qualidade para concorrer no mercado interno chileno e é enviado para o país que mais absorve vinhos de pouca qualidade no mundo (adivinha qual?).

O vinho não é espetacular, mas também não é ruim a ponto de ser ignorado. É um rosé simples, muito bem feito, refrescante, com muita fruta e preço acessível. Os aromas são intensos lembrando frutos vermelhos mais delicados, frutos silvestres. Servido a uma temperatura na casa dos 7ºC é refrescante, embora de acidez moderada.

Tem notas adocicadas e até acho que está mais próximo de um meio-seco, o que irá agradar a muitos paladares, mesmo aqueles menos acostumados aos vinhos finos. Final de boa persistência. Vinho descontraído, bem feito e barato. Além de tudo, ficou muito bonito na taça de plástico... ótima combinação com praia.


Detalhes da compra

Comprei esse vinho no supermercado Angeloni, em Florianópolis, pagando R$29. Ao que parece a rede de supermercados é importadora/distribuidora do vinho no Brasil. 

Saúde a todos!



10 novembro 2014

Bonitinho, mas também é bom: Carpineto Dogajolo Rosato IGT 2013

Foto: Marcel Gussoni (www.saborsonoro.com.br)

Se você gosta de vinhos rosés, mas está mais acostumado com os chilenos e argentinos, por exemplo, talvez tenha dificuldade de apreciar esse aqui. A diferença costuma ser grande quando provamos um rosé sul-americano, com muita fruta, muitos aromas, mais álcool e ideais como aperitivos. Já os vinhos europeus tem mais acidez, são mais delicados em aromas e sabores, pois também são feitos para acompanharem comida. 

Esse aqui é um bom exemplo disso. Foi trazido pelo amigo Marcel Gussoni, nosso blogueiro-Chef-mor, editor do ótimo Sabor Sonoro, que comprou o vinho encantado pelo rótulo e pela cor mais próxima dos elegantes rosés da Provence. Confessa que foi seduzido, mas quem não seria?

O vinho é um Toscano IGT (Indicazione Geografica Tipica), significando que as uvas podem vir de vinhedos espalhados por toda essa famosa região vinícola. É elaborado pela Carpineto, fundada em 1967 pelas famílias Sacchet e Zaccheo, que elabora principalmente vinhos tintos (95%), desde Brunellos, Chiantis e outros vinhos IGT. Exporta para mais de setenta países atualmente. 

Os fundadores Giovanni Carlo Sacchet e Antonio Mario Zaccheo. Foto: Divulgação 

O site da vinícola não traz informações sobre as uvas utilizadas na elaboração do vinho, mas menciona que a origem delas é a Toscana Central. Não tem passagem por madeira, como deve ser, e tem 12,5% de álcool.

O vinho tem uma bonita cor próxima ao salmão. Os aromas não são muito intensos, diria até discretos, mas de grande qualidade, mesclando frutos delicados (cereja) e notas florais. De imediato percebe-se opção pela elegância já nos aromas. 

Em boca o vinho é melhor, é leve, fácil de beber, com grande frescor dado pela acidez. É um vinho para bebericar, se você quiser, mas será ótimo acompanhando um ceviche ou peixes fritos, por exemplo. Final de boca de média persistência.    

Beba imediatamente, porque não foi feito para a guarda. Melhora suas características a uma temperatura em torno dos 10º C.

Mas, repito o alerta: um rosé italiano não se confunde com um rosé do Novo Mundo - pelo menos na maioria das vezes.   


Detalhes da compra:

O vinho pode ser comprado pelo site da Wine por R$65.

Saúde a todos!



03 dezembro 2013

Um rosé interessante: Tremendus Clarete Viúra Garnacha 2011 #CBE


No dia 1º de novembro eu deveria ter postado sobre esse rosé, um compromisso com a Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE, mas por vários motivos não consegui. Antes tarde do que nunca!

O tema do mês foi escolhido pelo confrade Alexandre Frias, do Diário de Baco, que assim sugeriu: "aproveitando esse início da primavera, minha sugestão é um Rosé do Velho Mundo, sem limite de preço". De imediato pensei na dificuldade de comprar um rosé europeu aqui em Uberlândia, onde a oferta é de argentinos e chilenos. 

Ao encontrar esse espanhol de rótulo bonito e uma linda cor "casca de cebola", encontrada em vinhos mais elegantes, não tive dúvida. Ele vem da região de Rioja, elaborado por Honorio Rubio, a partir do corte das uvas Grenache e Viúra (50/50). A vinícola foi fundada em 1989 e tem 50 hectares de vinhedos próprios.

Nos aromas imaginava um vinho mais intenso, mas a fruta vermelha está presente. Na boca é mais intenso, com o frutado bem presente, acidez lá em cima e bom equilíbrio. Um vinho excelente para servir como aperitivo, mas acompanhará pratos sem nenhum problema, porque a acidez deixa a boca pronta para a comida. 

Final persistente, sem amargores, com boa fruta e boca salivando. Sem as notas adocicadas que deixam muitos rosés enjoativos.  Apesar de ser um rosé com 2 anos está em boa forma, mas eu não guardaria mais. 


Detalhes da compra:

Comprei esse vinho por R$ 45 aqui em Uberlândia, o que considero uma boa compra porque o vinho tem personalidade. Na internet pode ser encontrado a preços variando entre R$ 36-48.

* Foi o 87º vinho que comentei para a nossa Confraria, primeira e única virtual no Brasil. 

Saúde a todos!


 

26 agosto 2013

Para refrescar os dias quentes, por menos de $40: Torresella Pinot Grigio Rosé IGT 2012


Talvez você ache estranho um vinho Pinot Grigio que não seja branco, mas rosé. Aqui em casa também estamos acostumados aos refrescantes vinhos brancos elaborados com essa uva em vários países do mundo. Mas esse aqui a Érika encontrou na prateleira do supermercado e quis comprar, porque além da novidade tem um bom preço. 

É elaborado pela Cantine Torresella (fundada em 1964) na região do Vêneto, no nordeste da Itália, muito famosa por seus Valpolicella, Amarone e Prosecco. Mas a vinícola, apesar das poucas informações que consegui obter via internet, também produz em outras regiões, como a Sicília. 

Foto: Wikipedia - The Free Encyclopedia

Como se pode ver na foto acima, num primeiro momento a Pinot Grigio (ou Pinot Gris, para os franceses) pode tranquilamente ser confundida com uma uva tinta pela coloração de sua casca. Então, para elaboração de um vinho branco é necessário evitar o contato do mosto com a casca. Se quiser um rosé, basta deixar que esse contato aconteça. 

Para esse vinho, sinceramente, não encontrei informações precisas, mas pode também a vinícola ter acrescentado alguma uva tinta em sua elaboração. Mas prefiro acreditar que encontramos um rosé com 100% de Pinot Grigio.  

O vinho tem coloração acobreada, com reflexos alaranjados. Tem bons aromas, frescos, com lembrança de frutos silvestres mais delicados. Em boca a boa acidez deixa o vinho refrescante, pronto para acompanhar saladas, frutos do mar, sushi, sashimi ou camarões. Tem um final de média persistência, mas muito agradável. Parece não ter passagem por madeira. Os 12% de graduação alcoólica fazem dele um vinho leve, descomplicado, agradável como aperitivo ou para as harmonizações sugeridas. 

Detalhes da compra:

Esse vinho é importado pela Bruck, mas compramos essa garrafa no Pão de Açúcar, em Ribeirão Preto, pagando R$ 39.

Saúde a todos!



09 maio 2013

Um rosé refrescante e fácil de beber: Guy Saget Rosé D'Anjou AOC 2011



Comprei esse vinho porque as noites estavam muito quentes para vinhos tintos e, mesmo com a adega cheia de brancos, bateu aquela vontade de um rosé. Então, escolhemos um vinho francês, elaborado no Vale do Loire, mais especificamente na região de Anjou, uma AOC (Appellation d'Origine Contrôlée) criada em 1936. 

É elaborado pelo Domaine Guy Saget, pertencente ao grupo Saget la Perriere, que reúne também as marcas La Perièrre, Jean Dumont e René Carroi.

A uva utilizada na elaboração desse rosé talvez você não conheça: Grolleau ou Grolleau Noir, muito cultivada no Vale do Loire, com baixa graduação alcoólica e boa acidez. Atualmente, no entanto, a variedade está em declínio. 

Seu ponto alto de popularidade aconteceu na primeira metade do século XX, especialmente em razão dos vinhos rosés da região de Anjou (Loire), adocicados e fáceis de beber. Mas a variedade está em declínio, porque vários críticos internacionais têm avaliado os vinhos com baixas notas. Diz-se que Robert Parker chegou a sugerir aos produtores que cortassem todos os vinhedos de Grolleau para substituí-los por variedades com maior potencial, como Gamay e Cabernet Franc.

Quanto ao vinho, ele não passa por madeira, portanto o resultado na taça é fiel às características da uva Grolleau. Os aromas são intensos, característicos de groselha e framboesa. Na boca tem bom corpo, mais até do que esperava para um rosé, bom frescor dado pela acidez, notas doces, muita fruta e discreto mineral. Final persistente, com agradável frutado e algumas notas de especiarias. 

É preciso um certo cuidado com a harmonização, porque o vinho está mais para um demi-sèc. Harmonizou bem com alguns petiscos, nozes, castanhas etc. Limpa a boca e deixa lembrança adocicada. Também caiu bem com morangos. 

Particularmente prefiro vinhos mais secos, mesmo sendo um rosé. Mas, se esse estilo adocicado é "seu número", vale a pena a compra.


Detalhes da compra:

Esse vinho é importado pela Mistral, que é vendido atualmente em seu site na casa dos R$ 51. Mas essa garrafa foi comprada na loja Vinum Domo, no Uberlândia Shopping. 

Saúde a todos!


15 março 2013

Mais um elegante rosé da Provence: Domaine de Saint Ser Cuvée Prestige Rosé 2010


Na noite do dia 11 de fevereiro estávamos com os amigos Cláudio e Rafaela, do Le Vin au Blog, em casa e saímos com esse rosé e um branco a tiracolo para procurarmos um restaurante japonês. Mas, em pleno Carnaval os restaurantes aqui em Uberlândia estavam fechados (a maioria) ou com fila na porta.

Então, acabamos escolhendo o restaurante Castelli, no Uberlândia Shopping. É um restaurante tradicional e daqueles em que você encontra de quase tudo no cardápio. Fomos recebidos positivamente com nossos vinhos e fomos informados que a taxa de rolha seria de R$30. Sem outras opções, aceitamos o preço e nos sentamos.

Os responsáveis pelo serviço do vinho foram competentes e simpáticos. As taças eram de vidro, mas de boa qualidade e no fechamento da conta percebemos que nos isentaram de uma taxa de rolha, saindo cada garrafa a R$15.

Embora a casa tenha uma carta de vinhos bastante razoável para o estilo do restaurante, foram simpáticos à nossa proposta. Então, certamente voltaremos outras vezes e pagaremos a rolha porque o valor foi justo nessa primeira ocasião. 

Mas vamos ao vinho.

É um rosé da Provence, mais precisamente da sub-região Côtes de Provence. É elaborado com as uvas Cinsault, Grenache e Syrah pelo Domaine de Saint Ser, que teve um tinto comentado aqui na última semana (relembre).  

Na taça a cor é aquela típica dos melhores rosés, lembrando casca de cebola.

Tem bons aromas, em boa intensidade, lembrança de frutas frescas, algo de pêssego. Em boca é muito elegante, com boa acidez, álcool equilibrado e com boa presença da fruta. Final persistente, mantendo fruta e notas minerais no palato. Elegante e refrescante ao mesmo tempo, foi bem com uma burrata que pedimos de entrada. Notas discretamente adocicadas aparecem em boca, mas o vinho não é enjoativo.


Detalhes da compra:

Foi comprado no site da importadora Chez France, pagando R$78. O preço pode parecer alto, mas essa elegância da Provence não sai barato, infelizmente.  

Saúde a todos!




01 fevereiro 2013

O rosé do mês para nossa Confraria: Domaine St Hilaire Coteaux d'Aix en Provence AOC Rosé 2011 #CBE

O rosé foi um bom acompanhamento para uma tábua de frios, salada e sashimi de salmão

Esse é o 78º vinho comentado para a Confraria Brasileira de Enoblogs, cujo tema foi escolhido pelo confrade Ewertom Cordeiro, do blog Vinhos da Minha Vida. Sua sentença foi a seguinte: "As temperaturas deste verão estão escaldantes então vamos nos refrescar a beira da piscina, de um lago, na praia, no conforto do lar... degustando um autêntico vinho Rosé da Provence".

O tema não poderia ser mais oportuno, seja pelas razões expostas pelo Ewerton, seja porque vinhos rosés dificilmente aparecem por aqui, aliás, muito menos que brancos e espumantes. A justificativa é a oferta de vinhos muito simples, do Chile e Argentina, que acabam nos levando aos brancos, que são mais interessantes.

O vinho escolhido é elaborado pelo Domaine Saint-Hilaire, empresa fundada em 1973 por Yves Lapierre, integrante de uma família que cultiva vinhas na Provence desde o final do século XVIII. A vinícola possui 58 hectares de vinhedos, voltados para o sul, recebendo ótima insolação. Está localizada na pequena vila de Coudoux, a 10 minutos da cidade de Aix en Provence, a principal dessa AOC. No subsolo da cave estão 180 barricas de carvalho francês, que têm 20% renovados a cada ano. O enólogo é Aurélien Chaperon.

A vinícola dedica-se também ao enoturismo, possuindo um hotel luxuoso na propriedade. Foto: http://www.winerist.com

Como todos os vinhos dessa AOC é um corte, nesse caso entre as tintas Grenache, Syrah e Cinsault, em proporções que desconheço.

A coloração lembra casca de cebola, comum nos rosés mais elegantes do mundo. Os aromas aparecem em boa intensidade, frutos silvestres e algo picante, lembrando especiarias. Em boca tem ótima acidez, é refrescante, apresenta discreto mineral, fruta intensa, sem ser enjoativo.

Um vinho que pede comida, embora possa ser bebido como aperitivo. Tem final de boa persistência, com palato lembrando cereja, boca salivando em virtude da acidez. Dentre os vários petiscos da noite estava um pouco de Cottage temperado com um pouco de pimenta dedo de moça. O vinho conseguiu combater bem a pimenta. Tem 12,5% de álcool. 


Detalhes da compra

Esse vinho é importado pela Premium, mas foi comprado na loja Bon Vivant, aqui em Uberlândia, por R$ 57. Boa compra!

Saúde a todos!



21 novembro 2012

Com esse bastardo é possível conviver: Bastardo! Rosé 2010

 

Segundo o Dicionário Michaelis, a palavra bastardo, que tem origem no francês antigo bastard, pode significar muitas coisas: o filho que nasceu de pais não casados, um degenerado,  uma variedade de uva "preta temporã, de bagos duros, muito unidos e doces" etc.

Mas o que essa expressão pode significar no rótulo de um vinho? Poderia ser a uva com a qual é elaborado, mas no vinho que conheci há alguns dias significa vingança, daquelas bem planejadas, arquitetadas. Seu rótulo diz:

"Quero tomar um banho, expulsar-te do meu corpo, banir a tua existência. Abrir uma garrafa de vinho e beber um trago. - À tua, bastardo! Enquanto pairo sobre a tua insignificância..." 

Um vinho especialmente elaborado para a vingança das mulheres. Veja o conceito da marca:

"As mulheres que estão furiosas com os homens sentirão o prazer de saborear um líquido mágico que anulará a existência do ser que as enfurece. Experimente escrever uma dedicatória no rótulo em honra dessa pessoa e veja como isso vai ajudar a refrescar a temperatura... e carregue um vídeo no micro site para fazer perdurar o seu prazer. A comunidade on-line é a mais poderosa ferramenta para despertar o poder feminino à espera de ser libertado. À tua Batardo!"


Com essa estratégia de marketing de cara me pareceu um vinho descontraído, alegre, pra ser bebido em vingança, claro, mas também para a diversão de amigos e também dos casais. É um rosé das castas Castelão (45%), Aragonez (25%) e Trincadeira (30%), elaborado na Península de Setúbal pela Wine With Spirit, cujos rótulos são todos destinados a momentos do cotidiano humano. O enólogo é Pedro Sereno.

Na taça a coloração é de um vermelho vivo. Aromas de frutos vermelhos, fruta fresca, notas minerais. Em boca tem boa estrutura, é seco, sem notas adocicadas, o que deixa o vinho com característica interessante, diferente de rosés chilenos e argentinos, por exemplo. Tem boa acidez, é muito agradável como aperitivo, mas cresceu muito acompanhando uma massa leve que a Érika fez. Final mediano, palato com muita fruta e discreta lembrança de mel. Tem apenas 11% de teor alcoólico.

É importado pela Abflug, do dinâmico Marcelo Toledo, que participou da última edição do Winebar e nos enviou uma garrafa para degustação. Será vendido na faixa dos R$ 60.

Saúde a todos!


 

06 agosto 2012

Um rosé de tirar o chapéu: Costaripa Rosamara Chiaretto DOC 2011


Os vinhos rosés ainda sofrem preconceito do consumidor brasileiro, embora isso tenha melhorado bastante nos últimos anos. Parte disso se deve a vinhos de má qualidade que povoam o mercado e à crença de que vinhos rosés são a "mistura" de vinhos brancos e tintos. 

Mas há um outro fator que me parece fundamental nisso tudo: ao beber um rosé não se deve esperar os resultados que se obtém dos tintos, pois um rosé está mais próximo de um branco. Vejo isso acontecer com certa frequência. 

Mas é difícil interpretar de forma errada um rosé de grande personalidade como esse, capaz de servir como aperitivo e com capacidade de acompanhar comida. Mesmo numa faixa mais alta de preços (custa $89), vale a pena conhecer e, claro, aproveitar para tirar o chapéu. 

Diz o produtor que foi eleito o "melhor rosé do mundo". Obviamente não posso assinar embaixo nessa afirmação, já que não tenho conhecimento suficiente pra isso. Mas posso afirmar que é um grande vinho.   


É produzido pela Costaripa, fundada em 1936 em Valtenesi, província de Brescia, próxima ao Lago di Garda, o maior da Itália com 370 km2. Em termos vinícolas, fica na região da Lombardia. 

A região é uma DOC, chamada Garda Classico Chiaretto, instituída em 1996 e com apenas 125 hectares de área. As uvas permitidas são quatro, que podem entrar nos cortes em percentuais definidos por lei: Groppello (30-85%), Barbera (5-60%), Marzemino (5-60%) e Sangiovese (5-60%). 

Na elaboração desse vinho são utilizadas as quatro variedades, sem envelhecimento em madeira. A cor é a tradicional para os bons rosés: casca de cebola. A delicadeza da cor deve-se ao pouco contato do vinho com as casas, daí na etiqueta abaixo do rótulo a inscrição il vino di una notte.

Nos aromas em boa intensidade presença marcante de flores, frutos mais delicados, morango, romã e especiarias. Boa complexidade. Em boca é muito equilibrado, intenso e fresco. Boa fruta e acidez marcante. Final de boa persistência, frutos vermelhos, amêndoas, algo defumado, borracha e discreto mineral.

Não é demasiadamente frutado ou enjoativo. Está muito distante das características dos rosés sul-americanos, que em sua maioria têm muita cor, mas aromas e sabores mais simples. É elegante e equilibrado. Apenas para bebericar é excelente, mas sugiro aproveitar o vinho para acompanhar comidas, mesmo as mais condimentadas. Na degustação ele "passou por cima" do pepperone que estava à mesa para beliscar.

Avaliação VPT = 89 pontos.

Saúde a todos!





26 julho 2011

Château Romassan Domanies Ott Bandol AOC Rosé 2007



Ganhei esse vinho de presente. É possível que seja o melhor rosé comentado aqui no blog. A afirmação categórica é perigosa, porque as sensações variam muito nas degustações, dependendo de uma série de fatores, mas é um rosé de grande personalidade, produzido pela Domaines Ott, que possui três propriedades na região que produz dos mais famosos rosés do mundo, a Provence: Château de Selle (adquirido em 1912), Clos Mireille (adquirida em 1936) e Château Romassan (adquirido em 1956).

O vinho vem dessa última propriedade e é elaborado com as tintas Mourvedrè e Cinsault e maturado em barricas de carvalho de 9 a 11 meses. Pertence especificamente à AOC Bandol, uma pequena região no litoral do Mediterrâneo. No livro de Hugh Johnson e Jancis Robinson o domaine está entre os "notáveis produtores" da região (2008, p. 148).

O vinho tem uma impactante coloração acobreada, lembrando casca de cebola. Aromas em boa intensidade, com destaque para pêssego e leve carvalho. Na boca é vivo, com ótima acidez, traços de mel e repetição da fruta. Final longo, potente, com leve álcool (14%), mel e pêssego. Pede comida.
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