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02 maio 2014

Não é fácil encontrar um Riesling na maioria das lojas. Ainda bem que encontrei esse alemão: Eltviller Riesling Kabinett Feinherb 2012 #CBE

O rótulo é bonito, mas o vinho está à altura.

Não é fácil encontrar um Riesling pra comprar aqui na minha região. Aliás, excetuando os grandes mercados brasileiros, como São Paulo ou Rio de Janeiro, acredito que os consumidores de outras partes do país tenham a mesma dificuldade. 

Em se tratando de uvas brancas a Chardonnay, Sauvignon Blanc e Torrontés devem ocupar um percentual altíssimo dos vinhos presentes no mercado. 

Mas, com a indicação da Evelyn Fligeri (do ótimo blog Taças e Rolhas) para que um vinho com essa uva fosse o tema de maio da Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE, tive que ir à caça e comprar pela internet foi minha única opção. 

Pensei de início em comprar um Riesling da Alemanha, país que se notabilizou pela elaboração de ótimos vinhos com a casta. E, pasmem, na maior loja virtual de vinhos do Brasil só há UMA opção de Riesling alemão. Então, não tem tu, vai tu mesmo!

Esse vinho é elaborado pela Baron Langwerth Von Simmern, na região de Rheingau. Ele não passa por madeira e o rótulo já indica que é um meio-seco (Feinherb). Já a expressão Kabinett indica um vinho leve e refrescante, ideal como aperitivo. Se quiser comprar um vinho alemão seco, procure por um Trocken.

Na taça é bem claro, com reflexos esverdeados. Quando servido apresentou um leve frisante, um pouco de efervescência que desapareceu a partir da segunda taça.

É muito aromático, com lembrança de flores, pêssego, maçã. Em boca eu esperava um vinho com adocicado mais intenso, mas a alta acidez e a mineralidade marcante deixou o vinho muito mais atraente. É gastronômico, nada enjoativo. Vai agradar o degustador mais experiente e também o iniciante.  

Final longo, com lembrança mineral e boca salivando por conta da acidez. A sensação adocicada está presente, mas sem prejudicar o conjunto. No céu da boca a boa lembrança de flores e frutos.

Um vinho leve, com 11,5% de álcool. Está pronto para beber agora e deve ser servido numa temperatura entre 8 e 10ºC. Será um bom par para risotos ou massas com frutos do mar, ceviche e comida japonesa.  

Detalhes da compra:

Comprei esse vinho no site da Wine, pagando R$73 por ser associado ao clube deles. Para quem não é sócio o preço é R$86. 

* Esse é o 93º vinho que comento para a CBE, a primeira e única confraria virtual do Brasil.

Saúde a todos!  



12 dezembro 2012

Intenso e complexo: Fritz Haag Riesling Trocken 2011


Comprei esse vinho na Grand Cru de Ribeirão Preto, onde o Ricardo Levy sempre atende com simpatia e competência. Paguei R$80 e foi uma indicação dele, já que procurava um vinho branco europeu para os dias de calor aqui do Triângulo, mas também para acompanhar comida. 

É elaborado na famosa região de Mosel, pela vinícola Fritz Haag, que segundo a importadora já teve seus vinhos entre os preferidos de Napoleão Bonaparte. Os vinhedos são pequenos e produzem exclusivamente a uva Riesling, em solo seco e clima mais quente que em outras regiões alemãs. 

Não tem passagem por madeira e a expectativa de guarda é de 8 anos. Álcool a 11,5%. 

O que achei do vinho? 

Coloração amarelo palha. Aromas complexos já de início, lembrando flores, frutos cítricos e amêndoas. Na boca é uma pancada (no bom sentido), muito intenso, com certa "agressividade" de tão cítrico, acidez marcante, grande mineralidade. Vinho seco, ideal para acompanhar os embutidos de seu país de origem. Complexidade repetida em boca.

Final longo, com a boca salivando por conta da grande acidez, mas o palato reúne as características cítricas, florais e minerais.

Um vinho que será desperdiçado apenas como aperitivo, na minha opinião. Ótima experiência.

Saúde a todos!



06 junho 2012

O segundo alemão aqui no blog: Robert Weil Rheingau Riesling Spätlese 2009


Esse vinho foi trazido pelos amigos Cláudio e Rafaela, do Le Vin au Blog, quando estiveram em casa no final do mês de abril. Foi um fim de semana bem legal na companhia deles e dos amigos Cristiano e Valdirene, do Vivendo Vinhos

Esse Riesling, acredito, ainda não está disponível no mercado brasileiro, pois foi trazido pela Rafaela numa de suas viagens para a Alemanha. Portanto, não sei em que faixa de preços ele se colocaria por aqui.

É produzido pela Weingut Robert Weil, fundada em 1875 por um professor de alemão na Sorbonne, que foi obrigado a deixar Paris em razão da Guerra Franco-Prussiana (1870/1871). Assim, Robert Weil foi trabalhar como jornalista em Wiesbaden, não muito longe do Rheingau. No mesmo ano comprou seus primeiros vinhedos em Kiedrich. Atualmente é controlada por uma empresa japonesa, produtora de uísque (?).  

No rótulo algumas informações importantes e de difícil compreensão.

- Rheingau - a região vinícola, uma das mais nobres da Alemanha, às margens do rio Reno, um dos grandes rios viníferos do mundo.

- Kiedrich - uma sub-região de Rheingau. Essas subdivisões são chamadas de Gemeinde (comunidades, paróquias).  

- Spätlese - literalmente "colheita tardia", isto é, mais maduro que o Kabinett. Os vinhos podem variar do seco e razoavelmente cheio ao doce e mais leve. Pode envelhecer bem.  

- Weingut - propriedade vinícola.

- Erzeugerabfüllung - indica que o vinho foi engarrafado na propriedade.     

- Deutscher Prädikatswein - literalmente "vinho alemão com predicados", antigamente chamada de Qualitätswein mit Prädikat (QmP).

- A. P. Nr. - Amtliche Prüfungsnummer, todo lote de vinho tem de ser testado oficialmente e recebe este número. O primeiro dígito identifica a estação do teste e os dois últimos, o ano do teste.   

Obs.: O  significado das expressões em alemão foram retiradas do ótimo livro de Hugh Jonhson e Jancis Robinson, Atlas mundial do vinho, editora Nova Fronteira. 

Esse produtor, inclusive, é citado pelos autores: "Kiedrich faz um vinho excepcionalmente bem equilibrado e delicadamente picante. Robert Weil (em parte pertencente a japoneses) é a maior propriedade da paróquia e faz hoje um dos vinhos doces mais esplêndidos de Rheingau. Gräfenberg é considerado a melhor parte do vinhedo, embora Wasseros esteja quase no mesmo nível. Weil encontra-se em suas extensas propriedades em Gräfenberg e consegue produriz Trockenbeerenauslesen convincentes em quantidades invejáveis".

Sem mais delongas, vamos ao vinho. 

Na taça a coloração é amarelo palha. Os aromas são intensos, maracujá, petróleo (aroma característico de vinhos com essa uva), fumaça e dependendo da temperatura algumas ervas aromáticas. Em boca tem uma acidez marcante, com notas cítricas em evidência (maracujá) e um adocicado presente. Final um tanto ligeiro, com predominância das notas cítricas no palato. 

Vinho muito interessante, intenso, aromático e gastronômico. Apenas merece cuidados no tocante à harmonização, já que suas notas adocicadas podem complicar um pouco. O final  um tanto ligeiro impediu uma avaliação melhor. Álcool a apenas 8,5%. 

Saúde a todos!
 

 

15 junho 2009

Prinz Von Hessen Riesling Kabinett Trocken 2006

De vez em quando recebo mensagens de leitores do blog pedindo comentários sobre vinhos da Alemanha. Mas é difícil encontrar vinhos alemães decentes na faixa de preços deste blog e, confesso, me falta coragem para comprar alguns que vejo por aí. Na minha região reinam absolutos os rótulos Black Tower, que não me atraem.
Mas um casal de amigos foi para a Alemanha recentemente e nos presenteou com este riesling, elaborado pela adega (weingut)
Prinz Von Hessen, fundada em 1950. Um vinho que se mostrou extremamente delicado e sedutor. É um qualitätswein mit pradikät, a mais alta classificação de vinhos alemães. São vinhos de qualidade com atributos especiais (ou predicados). É um trocken (vinho seco), produzido na região de Rheingau (considerada a mais nobre região vinícola alemã) e classificado como kabinett (vinho leve, elaborado com uvas maduras, mas são os menos doces dentre os QMP).
Na taça é amarelo-esverdeado, límpido e cristalino. Apresenta bons aromas, lembrando claramente frutos cítricos (lima e limão) e notas adocicadas, lembrando frutos brancos mais maduros e um pouco de mel.

Em boca é redondo, macio e muito delicado. Sem agressividade e com baixa acidez. Retrogosto de boa persistência, marcado por citricidade e leves toques minerais. Álcool bem dosado (12,5% de teor).
Vinho muito correto, delicado e elegante. Melhor em boca, com notas adocicadas interessantes. Experiência muito agradável. Aparentou não ter passagem por madeira.
Não me perguntem o preço, até porque presentes assim não têm preço.