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outubro 22, 2010

A gente só colhe o que planta...

A primavera chegou e é hora de plantar flores!!! Tá mas esse post não tem nada a ver com a Primavera. A história em questão é MINHA AVÓ.

Quando a gente fala em avó, lembra de uma senhorinha de cabelos brancos, fofos como o algodão, com cheiro de bolo quentinho, em ternura e carinho, colo certeiro, palavras de sabedoria, amor e tudo de bom certo? As semelhanças da minha avó com as que idealizamos, resumem-se nos cabelos brancos. Gente a Véia é ruim, seca e dura.Tá bom você vai dizer: “Coitadinha, com 89 anos ela não sabe mais o que diz ou faz!” Engano seu. Ela sempre foi assim, não rasga dinheiro e é completamente lúcida!! Ou então você vai me dizer assim: “Talvez você não seja a neta preferida dela, só isso...” Enganou-se de novo: Ela não tem neto preferido, trata todos da mesma forma fria. Aí você vai dizer: “Será que você não está sendo radical ou talvez seja um ponto de vista isolado??” RESPOSTA: NÃO, NÃO e NÃO!! Ela tem 4 filhos, 8 netos e 10 bisnetos e todos pensam e sentem a mesma coisa. E acreditem: ninguém é traumatizado por isso. Juro que a gente tenta, mas ela é tão fria e mal educada, que é difícil gostar dela por mais de 5 minutos, mesmo levando em conta o apelo da idade e o vínculo familiar.


E daí né, a vó é minha, problema meu!! Sim! Mas fiquei pensando: Minha avó foi péssima mãe, talvez tenha tido seus motivos, mas o fato é que não deu amor e nem carinho à nenhum dos 4 filhos que hoje se alteram entre as duas filhas para cuidarem dela, já que os filhos a abandonaram de vez. Ela praticamente é uma nômade, não tem casa, passa uma temporada na casa de cada filha que não vê a hora de se livrar da “bagaça”, os netos não a visitam e os bisnetos, viram os olhos quando têm que beijá-la, e tudo isso sem nada nunca ter sido dito, apenas plantado, por ela mesma. E ela continua uma velhinha amargurada, sem educação, sem amor e sem gratidão, plantando discórdia entre todos e apesar de tudo, as filhas cuidam muito bem dela, o que tá cada vez mais difícil... Com relação a minha avó, tenho pena, mas não há muito que fazer ela está cada dia pior...e colhendo apenas o que cuidadosamente plantou.

O lado bom da vida: Mesmo sem que ela tivesse plantado nenhuma sementinha de amor, seus filhos resolveram mudar o final dessa história. Cresceram cuidando uns dos outros, os meninos mais entre eles e as meninas mais entre elas, tiveram seus filhos e foram TODOS ótimos pais e avós, amantíssimos e nos deram tudo aquilo que nunca receberam, mesmo sem ter conhecido ou recebido, eles nos deram amor. Todos os primos são amigos, alguns mais que outros, alguns como irmãos.


Continuei pensando ... nossos pais e tios, conseguiram superar aquilo que viveram e nos deram aquilo que não tiveram. Poderiam ter sido amargurados como ela, que provavelmente nunca recebeu e, portanto não deu, mas não. Praticaram a política do é dando que se recebe, é respeitando que se é respeitado e é amando que se é amado.



Portanto, resumindo, você pode sempre, em qualquer tempo, mudar a sua história. A gente não precisa ser duro porque as vezes a vida não é fácil, não precisamos ficar nos desculpando pela infância que não tivemos, podemos construir uma vida e um futuro melhor, podemos plantar e colher flores ao invés de espinhos. Podemos aprender com os erros dos outros sim. Podemos e devemos escolher aquilo que queremos pra nossa vida. Durante a vida, escolhemos se queremos o papel da princesa ou da bruxa má. Aí lembrei de outra máxima: “Se ainda assim a vida insistir em lhe dar limões, faça uma bela limonada açucarada, que além de deliciosa e refrescante, faz bem a saúde!”

Decididamente, quando eu crescer, não quero ser como a minha avó, mas sim como meus pais e tios, que plantaram flores e hoje colhem um jardim!!

Beijos,


Cris João.

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