Precocidade, genialidade e Q.I. acima do normal. Considera-se a criança como incluída nesta qualificação quando a mesma se distingue pelo desenvolvimento das faculdades e capacidades de uma forma nitidamente prematura, comparando-a aos devidos padrões mínimos e máximos da média esperada. Como genialidade, entende-se uma capacidade mental criadora em altíssimo grau e muito acima dos níveis intelectuais considerados normais.
Isto posto, vamos à real: desde muito pequeno, meu filhote Matheus (13) é considerado uma criança com nível de inteligência acima do normal, o que a princípio me encheu de orgulho, e ainda enche, mas logo me preocupei em entender tudo sobre o assunto. Normal é ser normal, tudo que é super, mega, hiper deve ser olhado com o mesmo cuidado do que é mini, menos, etc. É normal que olhemos como problemas apenas aquilo que é pra menos, os déficits e as deficiências, tudo que é over, também merece atenção extra. Por ser muito brilhante, por muitas vezes, o mundo se torna chato e sem graça, o universo que sua idade indica é desestimulante, a escola fica, algumas vezes sem novidades, e por ter conhecimentos amplos e precoces, às vezes passam a não ver mais graça nas coisas simples. Por exemplo, uma simples piada fica sem graça pra quem só vê o mundo através de lógicas, na maioria das vezes as piadas não têm lógica, são só uma piada. Ao mesmo tempo em que têm muito conhecimento, não têm a maturidade para lidar com tanta informação, e sofrem muito!! Mas de todas as preocupações que tive e tenho a maior delas é que o mundo perca sua graça, que a vida fique desestimulante, que os desafios pareçam sempre tão pequenos que nem valham à pena, que meu filhote se fechasse num mundo só dele, e essas coisas que as mães sofrem só de imaginar que possa acontecer!
O que eu fiz, meio instintivamente e meio orientada: Primeiro recorri a minha velha e boa amiga psicóloga, discutimos amplamente o assunto e tratei de assimilar tudo que podia para ajudar o meu rebento (durante um tempo, ele também fez terapia), e desde então tentamos, juntos, fazer com que isso não seja um “fardo” e sim um diferencial. A escola tem ajudado muito também, propondo novos desafios e principalmente ensinando-lhe à respeitar o tempo dos outros, que não é igual ao seu. Todos ajudamos para que ele não se cobre tanto (porque ele se cobra viu), eu estimulo para que ele corra atrás de novos desafios e ele sempre está atrás de um novo. Tento fazê-lo enxergar a vida de um jeito mais leve, mais simples e menos lógico. Tentamos que ele enxergue que ser mais inteligente que a média é legal, mas não é o suficiente, que tudo precisa de entrega, determinação, boa vontade, oportunidades bem aproveitadas, escolhas bem feitas e etc., como para todos. Tem dado certo. È claro que as preocupações continuam, é uma “luta” diária, mas a gente tem coragem e boa vontade pra isso. Uma coisa que eu posso garantir que nos ajuda muito é aula de música, aliás, ajuda pra todos. A música abre horizontes, acalma, impõe desafios, é gostoso de praticar, ensina a ter disciplina, sociabiliza e faz um bem danado pra tudo. E quem foi que disse que um “pequeno gênio” da matemática não pode tocar instrumentos?? Ele consegue ser brilhante na música também, é dedicado e determinado e se desliga do mundo das cobranças. A música, sem dúvidas, deveria fazer parte do currículo de toda escola, como na escola de meus filhos, que é matéria obrigatória até o 9º ano. Além da música obrigatória na escola, fazem outros instrumentos fora em conservatórios musicais.
É isso amigas, ser mãe é estar antenada à tudo, tudo mesmo e, se possível, facilitar o caminho de nossos pequenos, a gente sempre consegue achar uma saída...
Beijocas,
Cris João
Fotos: menina, bebe, criancas e oculos