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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Romance Histórico | "Café Amargo", de Simonetta Agnello Hornby | Clube do Autor




Crítica por Isabel de Almeida | Crítica Literária | Jornalista | Blogger Literária:

" (...) embora devesse dar prioridade à instrução dos filhos varões em relação à sua adorada filha, encorajava-a a considerar-se igual a qualquer outra pessoa e a fazer-se respeitar, numa realidade em que era impensável as mulheres terem direito a voto."

Café Amargo, da autora Siciliana Simonetta Agnello Hornby é um brilhante romance histórico que nos traça o percurso de vida da protagonista - Maria - uma mulher forte, determinada, e que sempre lutou para conciliar da melhor forma a rígida tradição cultural da Sicília que secundariza o papel da mulher, afastando-a de questões como a cultura ou a política, com a sua mentalidade mais aberta, o seu espírito naturalmente curioso, a sua paixão pela música e pelo conhecimento em várias áreas, fruto dos princípios transmitidos pelo seu progenitor - Ignazio Marra, um Advogado socialista fiel à causa política que abraçou.

A acção vai acompanhando, com detalhes que resultam de um apurado trabalho de investigação documental, três momentos distintos da história da Sicília (e de Itália), o final do Século XIX ( quando se inicia a trama) quando os grandes proprietários começam a ver chegar ao fim o sistema económico feudal que ainda persistia na ilha; a I Guerra Mundial e o pós-guerra, a ascensão do Regime Fascista de Benito Mussolini; a II Guerra Mundial e os violentos bombardeamentos que deixaram um rasto de destruição na Ilha, em especial na bela cidade de Palermo.

A obra é também, assumidamente, uma saga familiar, e reúne um extenso leque de personagens principais e secundárias, apresentando complexidade nestes laços familiares que, também eles, sustentam de forma exímia a intriga e diversos conflitos inerentes ao desenvolvimento da acção, por isso, pareceu-nos bastante pertinente e útil o Índice das personagens principais que a autora inseriu no final da obra (páginas 353 e 354 na edição Portuguesa).

Os Marra, de que é representante o Patriarca Ignazio, são uma família tradicional com modestos recursos económicos, têm quatro filhos: Maria (a nossa protagonista), Filippo, Nicola e Roberto e acolheram no seu seio Giosuè  Sacerdoti (filho de Tonino, um Judeu de Livorno, amigo de Ignazio que faleceu mas antes pediu que este cuidasse do filho), Maricchia e Egle Malon (também acolhidas por caridade). Ignazio casou-se com Titina Tummia (muito mais jovem que ele e originária de uma família nobre que nunca viu com bons olhos esta união matrimonial) e vivem uma sólida relação amorosa que os faz enfrentar juntos todos os obstáculos que vão surgindo, inclusive, o facto de Ignazio, apesar de ser um excelente Advogado, ser muitas vezes ignorado por potenciais clientes devido à sua visão política.

Os Sala são uma família rica e influente, proprietários de minas de Enxofre e de um vasto património, e irão ficar ligados aos Marra através do casamento entre Maria  Marra e Pietro Sala, que se apaixona à primeira vista pela bela jovem que vê pela primeira vês em casa do pai, Ignazio, quando ali se dirigiu para tratar da compra de uma propriedade.

A primeira parte da trama corresponde ao enamoramento de Pietro Sala (um bon vivant, habituado a uma vida luxuosa, a gastos dispendiosos, ao convívio com a alta sociedade Europeia, a coleccionar arte e animais e plantas exóticos), e aqui surge a reflexão sobre a condição da mulher na sociedade ainda feudal da Sicília, Maria que sempre sonhara formar-se e ser professora aceita casar-se com Pietro, um homem mais velho que ela, que não ama, sentindo que, assim, libertará os pais do peso do seu sustento, sendo certo que estava disposta a trabalhar para sustentar os estudos dos irmãos e até de Giosuè (o seu melhor amigo, e que foi criado como se de mais um filho da família se tratasse). 

Giuseppina (Baronesa Tummia, por haver casado com Peppino Tummia, irmão de Titina), Sistina e Graziella ( irmãs de Pietro Sala) nunca aceitam Maria, que consideram inferior socialmente, e que lhes causa inveja devido ao facto de,  por ser uma pessoa bonita, inteligente, naturalmente sensível e bondosa, conquistar as boas graças do Sogro - Vito Sala - e aprender até a lidar com Anna, a sogra que se encontra mentalmente doente, serão firmes oponentes de Maria, a qual sempre irão hostilizar e criticar abertamente, não escondendo o quanto a odeiam.

As personagens mais fortemente modeladas e cuja evolução psicológica e amadurecimento vamos presenciando são precisamente Maria e Giosuè, que virão a descobrir que entre ambos existe uma relação que vai bem mais além da fraternidade, na medida em que viverão um amor sincero, forte, e que irá enfrentar duras provas como a distância física, as convenções sociais ( Maria é ainda uma mulher casada e mãe de família), o horror da II Guerra e o racismo e anti semitismo bem marcantes aos quais Giosuè não passará totalmente incólume,  muito embora comece por se afirmar enquanto Militar e consultor do regime Fascista, a verdade é que tudo mudará na sua vida com o surgimento do anti-semitismo muito por contaminação do regime Nazi, com o qual o Fascismo irá compactuar.

Já Pietro virá a revelar um lado negro, que apenas vai sendo revelado no decurso da trama, e que, curiosamente, dará a Maria a oportunidade de se afirmar como uma mulher forte, lutadora, responsável e merecedora do afecto e apreço do sogro Vito, assumindo o papel de defensora do património dos filhos Anna, Vito e Rita, entrando na gestão directa dos negócios da família, nomeadamente, das Minas de Enxofre.

Especialmente marcante e pungente, duma violência extrema, é o retrato que a autora nos apresenta da vida nas minas de Enxofre, deixando marca indelével na memória do leitor as condições de vida desumanas a que são sujeitos os aprendizes de mineiro, que vêem mesmo a vida encurtada devido a tal facto e que nos mostra uma realidade bastante cruel que resulta de uma visão ainda feudalista da sociedade Siciliana ainda herdeira de outras eras mais recuadas.

A escrita da autora é densa, rica em detalhes, requer concentração na sua leitura, não sendo esta uma obra que aconselhemos a ler de ânimo leve, mas não é, de todo, fastidiosa  esta leitura, é sim envolvente, arrebata-nos a alma, espicaça-nos o pensamento, enriquece-nos o conhecimento e faz-nos pensar na evolução da sociedade, no muito que mudou, e no outro tanto cuja semente permanece adormecida mas assustadoramente pronta a germinar de novo, sendo disto exemplo: o preconceito perante minorias, o racismo, novos tipos de colonialismo (revistos e actualizados e de que podemos considerar um bom exemplo o valor do petróleo), o risco de novos conflitos mundiais (com o perigo acrescido de meios bélicos ainda mais potentes e evoluídos).

O romantismo e a sensualidade também marcam presença, através da belíssima  e marcante e intensa história de amor entre Maria e Giosuè, cabendo destacar a troca epistolar entre ambos durante a II Guerra.

Também importa destacar a extrema riqueza de detalhe com que a autora faz a descrição das paisagens da Sicília, e do interior e vivência quotidiana dos vários núcleos familiares, ao longo dos vários períodos históricos que são percorridos na obra. A riqueza do registo descritivo despertará nos leitores uma nítida imagem mental que, certamente, evoca o nosso imaginário e tem o risco de suscitar o desejo de partir à descoberta dos cenários físicos onde se desenrola a narrativa, fica-nos ao menos o sonho de desvendar Palermo e cada recanto da Sicília ainda desconhecido, ou a revisitar, se for o caso.

Para concluir, é muito interessante analisar a evolução da metáfora pessoal e de narrativa familiar que contém a expressão que dá título ao livro, e que foi traduzida literalmente ( e em boa hora), "café amargo" pode ser caracterizado enquanto o percurso pessoal de amadurecimento e afirmação da alma muito feminina e da determinação, coragem e resiliência de Maria ao longo do seu percurso de vida.

Tudo é perfeito neste livro, de tal forma que intuo que, depois do muito que referi, irei lembrar-me de outros tantos aspectos  que o tornam fascinante e inesquecível, atrevo-me a sugerir uma nova leitura numa viagem a Palermo.


" - O amor à primeira vista, consome-te.(...)"


" Não estou apaixonado por ti, eu vivo de ti...Maria (...)"


Ficha Técnica do Livro:

Título: Café Amargo

Autora: Simonetta Agnello Hornby

Editora: Clube do Autor

Edição: Junho de 2017

Nº de Páginas: 368

Classificação: 5/5 Estrelas


Género: Romance Histórico

quinta-feira, 14 de abril de 2016

[Secção Criminal] "Numa Floresta Muito Escura", de Ruth Ware [Clube do Autor]

Ficha Técnica:


Título:Numa Floresta Muito Escura


Autora: Ruth Ware


Edição: Abril de 2016


Editora: Clube do Autor


Páginas: 328


Género: Thriller psicológico


Classificação atribuída no GoodReads: 4/5




[Sinopse]:

«Não vai largar o livro até chegar à última página. A atmosfera densa e as revelações surpreendentes vão deixá-lo sem fôlego.»

Entertainment Weekly

Uma mulher solitária recebe um convite inesperado para a despedida de solteira de uma amiga que não via há muito tempo. Relutantemente, ela aceita participar na reunião de amigas, algures numa casa isolada na floresta.
Quarenta e oito horas depois, Nora acorda numa cama do hospital. Está ferida mas não se recorda exatamente do que se passou. Sabe, no entanto, que alguém morreu. O que fiz eu?, pergunta-se ela, consciente de que algo muito grave aconteceu naquela casa na floresta escura, muito escura…


Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o blogue Os Livros Nossos:


Numa Floresta Muito Escura, de Ruth Ware, traz-nos como protagonista e narradora participante  Nora, uma escritora de policiais que vive uma existência solitária em Londres, onde procura esconder-se do passado que deixou enterrado na terra natal.

Cerca de dez anos volvidos, Nora é surpreendida pela inusitada convocatória para a despedida de solteira daquela que já foi a sua melhor amiga – Clare – que decorrerá numa casa no meio da floresta, num evento organizado por Flo (actual melhor amiga de Clare, que parece nutrir pela mesma uma relação de amizade algo obsessiva e pouco saudável).

 Nora irá acordar internada num hospital, com perda de memória, e receia haver cometido um acto tresloucado que redundou na morte de alguém.

Ciente da persona que construiu para si mesma, na sua nova vida, confronta-se com o seu passado, e com a pessoa que, afinal sempre foi e tem procurado esconder, questionando-se de forma atormentada sobre o que se terá passado numa despedida de solteira que foi tudo menos normal, nos seus mais variados cambiantes e que poderá alterar para sempre a vida de todos os seus intervenientes. Quem serão os culpados e os inocentes nesta trama? Que segredos esconde este grupo de pessoas? O leitor não irá resistir ao apelo de descobrir a resposta para estas perguntas, e irá tentando realizar a sua própria investigação sobre o sucedido.

Estamos perante um thriller psicológico por excelência, com mistério e tensão em crescendo, ao virar de cada página. Um reduzido leque de personagens com forte densidade psicológica, dotadas de conflitos internos, muito bem construídas e que interagem num cenário isolado no meio da floresta cujo toque de mistério faz-nos lembrar algumas das obras emblemáticas do mestre Alfred Hitchcock.

Não nos surpreende, de todo, que a obra esteja já destinada a ser adaptada ao grande ecrã pela actriz Reese Witherspoon, e aguardamos com expectativa tal adaptação cinematográfica.






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

[Gostámos] Os Ingredientes Secretos da Felicidade, de Melissa Senate [Clube do Autor]




Título: Os Ingredientes Secretos da Felicidade

Autora: Melissa Senate

Editora: Clube do Autor [Chancela Noites Brancas]

Edição: 2013

Páginas:224

Género: Romance feminino



Saiba mais detalhes sobre esta obra AQUI



Crítica para o Blog Os Livros Nossos por Vera Carregueira:


   A combinação entre culinária e romance é absolutamente perfeita, o primeiro livro deste género que li há uns anos deixou-me deliciada e a querer mais. Não deve haver gastronomia mais reconfortante que a italiana e damos por nós a ler e a imaginar que nos estamos a deliciar com aquelas iguarias.

   A autora construiu personagens credíveis pelas quais conseguimos sentir verdadeiramente empatia, pessoas comuns, que encontramos todos os dias, com problemas normais com que todos nos deparamos, divorcio, amores perdidos, entrada na adolescência, até perda de um filho. Conseguimos encontrar estas pessoas na cozinha de Holly e presenciamos o desabrochar de verdadeiras amizades entre a professora de culinária e os seus alunos.

   Holly herdou a casa e a escola de culinária da sua avó recentemente falecida, uma italiana com um dom de adivinhação surpreendente. Aqui a protagonista sem saber cozinhar começar a preparar as receitas da sua avó nunca se esquecendo dos ingredientes especiais, desejos, recordações tristes ou felizes. Testando as receitas da sua avó Holly descobre uma paixão pela culinária que não julgava ter. A sua pequena turma de quatro alunos não podia ser mais diferente mas no fundo acabam por se completar, compreender e ajudar.

   A confecção dos pratos italianos, a escolha dos ingredientes, a maneira como acontece a interação na cozinha está escrita de uma forma literalmente deliciosa. A construção da narrativa, a inserção de entradas do diário da nonna de Holly, a maneira como o romance acontece são factores determinantes para este livro se tornar verdadeiramente apaixonante.

  A escrita da autora é simples, fluída e envolvente, tão leve cai bem nos dias quentes de verão e tão inebriante que pode ser apreciada num frio dia de inverno. Simplesmente adorei!



sábado, 20 de julho de 2013

[Histórico] "As Mulheres de Summerset Abbey", de T.J. Brown [Clube do Autor]


Título: As Mulheres de Summerset Abbey

Autora: T. J. Brown

Editora: Clube do Autor [Noites Brancas]

Edição: Julho de 2013

Páginas: 300

Género: Romance Histórico/Romance

Saiba mais detalhes sobre a obra AQUI


Crítica para o Blog Os Livros Nossos por Isabel Alexandra Almeida:

    As Mulheres de Summerset Abbey é o título do primeiro romance de uma trilogia Histórica cuja acção decorre na Inglaterra Eduardiana, imediatamente antes do início da I Guerra Mundial, sendo autora T.J. Brown, assumidamente apaixonada por História.

     Tendo por base pesquisa histórica e literária, e inclusive o apoio de uma Investigadora Histórica [ Evangeline Holland], a autora conseguiu construir uma apelativa e envolvente intriga familiar, de leitura fácil e viciante.

      As protagonistas são três jovens - as irmãs Rowena e Victoria Buxton, filhas de Sir Philip Buxton, um aristocrata à frente do seu tempo, uma personagem que já não conhecemos em vida, mas que surge bem presente ao longo de todo o livro, por ter sido um homem liberal, inovador, à frente do seu tempo, e que transmitiu os valores da igualdade e saudável e democrática convivência entre as várias camadas da sociedade, às filhas Rowena e Victoria e a Prudence, filha da Governanta da Casa, que foi criada e educada esmeradamente e como se de mais um membro da família se tratasse.

  Rowena é uma jovem tímida, indecisa, que sente o peso de se ver confrontada com as rígidas imposições e formalismos sociais tão queridos da Alta Sociedade a que pertence por sangue e tradição, mas no seu íntimo a jovem sabe que o mais correcto é adoptar a atitude liberal de seu pai. Perante a perda prematura do progenitor, Rowena, Victoria e Prudence são forçadas a residir em casa do Tio Paterno e Tutor das duas irmãs - Sir Conrad Summerville, casado com a maquiavélica e manipuladora Lady Charlotte Summerville. Rowena sente na pele o conflito social subjacente à sua nova vida, ao ver os tios hostilizar e menosprezar Prudence, que passa a ser tratada como uma criada na nova residência.

   Victoria Buxton é uma jovem bastante intuitiva e inteligente, sonha conseguir manter uma vida independente e moderna, revela uma personalidade mais decidida do que a da irmã mais velha Rowena, e revela ser verdadeiramente leal aos princípios e valores transmitidos pelo pai, não temendo enfrentar os tios em defesa de Prudence, que considera parte da família e sua irmã. A sua frágil saúde leva a que toda a família e também Prudence acabem por render-se aos seus encantos e assumam uma atitude protectora.

   Prudence é uma jovem educada, irá experimentar um conflito social bastante agudo, e acorda para a realidade se ser uma pessoa perdida num limbo entre dois mundos tão opostos, acabando por não saber a qual deles pertence. É, afinal, a filha de uma Governanta, que desconhece com rigor as suas origens familiares, mas foi acolhida e tratada na família se Sir Philip Buxton como se fosse mais uma filha, nunca sendo distinguida em relação às irmãs Rowena e Victoria. Mas a morte do seu protector tudo mudará na sua vida e na das amigas e nada mais voltará a ser como até àquele momento trágico que interrompeu brutalmente a harmonia familiar.

    Em Summerville Abbey as jovens vão enfrentar os novos desafios que se lhes colocam.  Novas pessoas entrarão nas sua vidas, para o bem e para o mal.

   Verdadeiramente fascinante o detalhe com que a autora nos apresenta os costumes e rituais próprios deste período histórico, quando a aristocracia britânica ostenta ainda a sua vida repleta de privilégios e cisões sociais, mas quando começam também a surgir os primeiros sinais de mudanças sociais e políticas profundas - com o movimento sufragista de luta pelo Direito ao voto pelas mulheres, a título de exemplo.

   Uma alta sociedade em que os jovens não revelam, na sua maioria, outros interesses na vida a não ser a mudança de indumentária, consoante os eventos sociais e os períodos do dia ou da noite. As festas luxuosas, as brincadeiras e partidas que são o sub-refúgio destes jovens para vidas que são, no fundo, fúteis e totalmente vazias.

  Às mulheres era exigido que constituíssem forçosamente um novo núcleo familiar, era imperativo casar e ter filhos, mas as crianças eram, bastantes vezes, confiadas ao cuidado de criados e professores, não tendo com os pais laços afectivos fortes.

   Victoria é, de entre as protagonistas femininas, a personagem que mais personifica a antevisão de novos ventos de mudança, muito por influência da educação menos formal transmitida pelo pai. A jovem é botânica, pretende estudar botânica numa Universidade e seguir as pisadas de seu pai nesta área científica, intuitos que para uma mulher desta época eram ainda pouco consentâneos com o que era considerado socialmente correcto.

  Collin e Elaine, primos de Rowena e Victoria acabam por simbolizar o conformismo da maioria dos jovens aos preceitos da educação e saber estar social da época. Lorde e Lady summerville são a exaltação da tradição secular de privilégios da aristocracia britânica, vendo os empregados como seres inferiores e chegando mesmo a desconhecer os seus nomes, numa total despersonalização.

   Em suma, uma obra magistralmente escrita, rica em detalhes, e que evoca na perfeição os ambientes e intrigas próprios de séries televisivas como "Upstairs, Downstairs" [Em Portugal exibida sob o título - A família Bellamy] ou, mais recentemente, Downton Abbey.

   Uma saga familiar a acompanhar atentamente e a ler e reler, merecendo lugar cativo na biblioteca de qualquer amante destas temáticas.

    Está de parabéns a colecção Noites Brancas da editora Clube do Autor, por esta escolha editorial.  Nota máxima! Uma leitura recomendada para este verão.



   

quarta-feira, 17 de julho de 2013

[Novos Livros] "As Mulheres de Summerset Abbey, de T. J. Brown [Clube do Autor]


Título: As Mulheres de Summerset Abbey

Autora: T. J. Brown

Edição: Julho de 2013

Editora: Clube do Autor

Páginas: 304

Preço: 16,00€

Género: Romance Histórico/Romance

Saiba mais detalhes sobre a Obra AQUI


[Sinopse]:

«Um romance evocativo, ideal para todos os fãs da série Downton Abbey.» New York Journal of Books

Quem se rendeu à série televivisa Downton Abbey não pode perder este livro. E todos os outros também não. Porque se ambos têm como pano de fundo os usos e costumes da época vitoriana, os jogos de poder da aristocracia britânica e um determinado estilo de vida, As Mulheres de Summerset Abbey tem muito mérito próprio.
Três jovens mulheres, uma bela propriedade rural, um lifestyle característico do início do século XX, histórias de uma amizade profunda e segredos de família são alguns dos elementos que os leitores vão encontrar neste romance de T. J. Brown.
A autora inspirou-se na mesma época retratada na famosa série de televisão para contar as histórias de Rowena e Victoria Buxton e Prudence. A história segue a vida destas três jovens, criadas como irmãs por Sir Philip Buxton. Rowena e Victoria são irmãs, Prudence era filha de uma governanta e para o lorde de Summerset isso faz com que seja apenas mais uma entre os criados da propriedade. Ainda assim, a ligação que as une é forte. 
Numa época plena de mudanças e com os primeiros sinais de uma provável guerra, As Mulheres de Summerset Abbey é um romance histórico ímpar que capta como poucos as relações entre mulheres.