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segunda-feira, 27 de abril de 2015

[Fantástico - Juvenil] A Escola do Bem e do Mal [Individual Editora]


Ficha Técnica:

Título: A Escola do Bem e do Mal

Autor: Soman Chainani

Editora: Individual Editora

Chancela: Lápis Azul

Edição: Novembro de 2014

Páginas: 512

P.V.P.: 17,90

Capa: Cartonada/hardcover

Idade recomendada: + 9 anos

Género: Fantasia

Classificação GR atribuída pelo Blog: 4/5 estrelas


Crítica para o blog Os Livros Nossos por: Isabel Alexandra Almeida


   A Escola do Bem e do Mal, de Soman Chainani, editado em Portugal pela Individual Editora é o primeiro volume de uma trilogia do género Fantástico, tendo por público alvo crianças e jovens com idade superior a nove anos de idade.

   As protagonistas da história são Sofia e Agatha, duas amigas que vivem em Gavaldon, uma localidade no meio de uma floresta. Nesta localidade, de quatro em quatro anos, e há cerca de duzentos anos, são misteriosamente raptadas duas crianças com idade superior a 12 anos, dizendo-se que são levadas para a misteriosa Escola do Bem e do Mal, onde jovens comuns são treinados para serem bons ou maus, em contos de fadas que irão viver.

   Sofia é bonita, gosta de se cuidar, sendo algo obcecada com a beleza, adora cor de rosa e pensa reunir todas as características para entrar na Escola do bem, onde crê ir encontrar um príncipe que fará dela uma princesa com pleno direito a um final feliz, um pouco à imagem dos contos de fadas que lê em cuja concretização acredita. Sofia vive com o pai, sendo órfã de mãe e, ao contrário dos restantes habitantes locais, deseja ser levada para  Escola, deixando para trás a sua vida comum.

   Num nítido contraste, a melhor amiga de Sofia é Agatha, uma jovem que se veste de preto, com aspecto físico pouco cuidado,  vive com a mãe e o seu gato num cemitério, não acredita no amor nem nos contos de fadas, que não passam de ficção, e que muitos julgam ser bruxa, incluindo a sua própria mãe, que a crê destinada a ser uma vilã de conto de fadas, após estudar na Escola do Mal. 

   Apesar das medidas de prevenção tomadas pelos habitantes de Gavelton, as duas amigas são raptadas pela sinistra criatura que todos conhecem por reitor e, para grande espanto de ambas, parece ter havido algo de muito errado no cumprimento deste ritual, pois, Sofia é enviada para a Escola do Mal e Agatha para a Escola do Bem.

   Nas respectivas escolas as amigas irão ver-se a braços com a descoberta das suas identidades, muitas surpresas as aguardam, e há imensos segredos para revelar.

      A narrativa mostra-se escrita, também ela, seguindo muitas das regras dos contos de fadas tradicionais, pois o espaço e o tempo onde decorre a acção são indefinidos, e existem várias referências à simbologia própria deste tipo de histórias que tem atravessado gerações. Mas parece-nos brilhante a forma o autor, a pouco e pouco, nos vai levando a subverter alguns estereótipos, chamando a atenção, com algum humor e ironia, de que nem tudo é linear como por vezes parece, ou seja, serão as fronteiras que separam o bem do mal assim tão nítidas como, à partida, se poderia pensar que fossem? É a grande questão que atravessa transversalmente toda a trama.

   A criatividade do autor fica bem patente nos ricos detalhes com que é descrito um mundo mágico que corresponde às duas alas da Escola, a ala do bem e a ala do Mal. As descrições mostram-se feitas de forma tão perfeita, que nos é fácil ver as imagens mentais dos espaços e acontecimentos a desfilarem perante os nossos olhos, como se estivéssemos a ver um filme.

   Além de Sofia e de Agatha surgem diversas personagens que captam a atenção e a empatia dos leitores. Na escola do bem iremos encontrar Tredos, um príncipe filho do Rei Artur da Távola Redonda, que irá desempenhar um papel de relevo no avanço da narrativa. Na escola do mal, o destaque vai para as alunas Dot, Hester e Anadil, três bruxas que serão colegas de quarto de Sofia na Escola do Mal.

   Também os professores são personagens bastante bem caracterizadas, embora algo enigmáticas, e que acabam por assumir a competição entre as duas facções, em especial, há momentos de bastante tensão e humor entre Lady Lesso, professora de "Maldições e Armadilhas Mortais" na Escola de Mal e Clarissa Dovey, professora de "Boas Acções" na Escola do Bem.

   Embora a narrativa se assuma como adequada a um público alvo infantil, com idade superior a nove anos, cabe referir que a história contém momentos pautados por alguma violência, mas é também esse factor, somado a interpretações e reflexões que podem surgir da parte de leitores adultos, e que apontam para um visão mais metafórica que faz alargar substancialmente o leque de leitores potencialmente interessados na sua leitura.

   Criativo, vibrante e viciante, este é, sem dúvida, um mundo que queremos continuar a espreitar bem de perto!