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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Viver do sol

notícias nas quais se tropeça e que parecem verdadeiramente impensáveis! O jornal suiço Tages-Anzeiger reportou que uma mulher morreu à fome, na sequência de uma dieta espiritual, que proibia a comida e bebida, e que passava por viver apenas à custa da luz solar!

A mulher, na casa dos cinquentas, da cidade de Wolfhalden, da parte leste da Suiça, decidiu esta terapia radical em 2010 depois de ver um documentário austríaco, sobre um guru indiano que invocava ter vivido assim durante 70 anos! O documentário intitulava-se "In the Beginning, There Was Light", e podem ver o trailer abaixo. Este não é o primeiro caso, com mais ocorrências na Alemanha, Reino Unido e Austrália... Ora aqui está um bom exemplo para os crentes na Religião Verde, um jejum ainda mais avançado que o veganismo, e com verdadeira poupança de emissões!

domingo, 22 de abril de 2012

Restrições na microprodução

Já abordamos várias vezes no blog o problema da microprodução, a forma mais anti-social de geração de energia em Portugal. Com imensos esquemas envolvidos, agora damo-nos conta que a banda continua alegremente a tocar neste domínio, mesmo quando o País já se está a afundar! Mas outras notícias dão-nos conta que a festa estará a acabar...

O Decreto-Lei nº 25/2012, de 6 de Fevereiro infelizmente não suspendeu a atribuição de licenças de microprodução. Elas continuam a ser emitidas a grande velocidade, conforme se pode ver pela listagem do final do mês de Março. A velocidade de instalação destes sangue-sugas é tão grande que, nalguns locais já foi ultrapassado o limite de 25 % da potência do respectivo posto de transformação, conforme os números 6 e 7 do artigo 4º do Decreto-Lei nº 363/2007. A lista de locais onde tal já aconteceu está disponível neste link do site Renováveis na hora.

Olhando para a listagem, há vários aspectos que saltam à vista. Em primeiro lugar, o facto da maior parte das restrições se aplicar a locais do interior. Tal pode significar a existência de postos de transformação mais pequenos. Numa amostragem rápida no Google Maps, o que observei foi essencialmente um conjunto de localidades com habitações dispersas e muitas moradias. Mas isto não deve explicar tudo, pelo que não me admirava muito que esta praga resultasse de dinamismo local... Talvez algum dos leitores conheça a realidade de algum destes locais, e me queira explicá-lo!

terça-feira, 27 de março de 2012

Rendas da electricidade

Um leitor habitual mandou-me uma digitalização de uma tabela que saiu no Público do passado 17 de Março. Dois leitores já me tinham referenciado o artigo, de duas páginas, extenso, e escrito pela alarmista do costume, Lurdes Ferreira. Depois de receber a digitalização, e pesquisando pelas palavras correctas, lá se encontra o artigo num documento de clipping (pag. 53 e seguintes). O que o artigo tem de mais extraordinário é uma pequena tabela, onde se enunciam as rendas de que se falam, e que é visível à esquerda.

O que é verdadeiramente extraordinário na tabela é o facto das energias mais caras aparecerem primeiro, e as mais baratas no final. Então, a do fotovoltaico é escandalosa! Reparem ainda nos valores negativos das três primeiras, na coluna Diferença, a indiciar que são, coitadinhas, as mais prejudicadas?

Se foi esta a análise com que Mexia se insurgiu, há que dar-lhe toda a razão! Se estas são as bases que estão a ser tidas em conta pelo Governo, vem aí merda da grande!

O custo do capital é um tema financeiro muito complexo, a que a ERSE dedica extensos relatórios. Em termos muito simples, é a taxa de juro a que a empresa se consegue financiar. E de uma forma também simples, quanto maior é o risco, tipicamente maior é o custo do capital. Já uma taxa de remuneração significa o lucro que uma empresa consegue gerar em função do investimento, sendo de uma forma simples calculada pela divisão do lucro pelo capital investido.

Voltando a olhar para a tabela chegamos à conclusão óbvia: nem com subsídios escandalosos as energias alternativas são financeiramente interessantes! E as taxas efectivas de remuneração são baixas, porque também são tecnologias ineficientes! Só a mamar à custa dos consumidores/contribuintes é que conseguem sobreviver...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Poluição solar com chumbo

Um leitor chamou-nos a atenção para um artigo de Perry Gottesfeld e Christopher Cherry, da Universidade de Tennessee, que apareceu na edição de Setembro passada da revista Energy Policy. Eles evidenciam aquilo que já repetidamente aqui referimos: que a energia solar não é tão verde quanto isso!

Nesse artigo, eles referenciam que a energia solar que depende da existência de baterias, tem o potencial de libertar mais de 2.4 milhões de toneladas de poluição de chumbo, na China e Índia. Segundo o artigo, em 2022 a poluição de chumbo pode ser equivalente a um terço da actual produção de chumbo!

O estudo refere ainda que nos países referidos, China e Índia, a quantidade de chumbo que resulta em poluição é absolutamente assustadora, com 34% na China e 22% na Índia! Tal deriva das actividades de mineração, manufactura e reciclagem, entre outras, como é visível na imagem acima. Não admira pois que estejam a ser fechadas muitas dessas instalações...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A falácia da Balança Comercial

É um tema recorrente, e o Diário Económico voltou com ele à carga recentemente. Foi igualmente utilizado na peixeirada pelo Carlos Pimenta. É a ideia de que as energias renováveis contribuem para diminuir o défice da balança comercial, por se evitar a importação de combustíveis. O artigo do DE é tão tendencioso que termina com um "só assim será possível continuar a diminuir a dependência e a factura energéticas do País."

Nada de mais errado! Para o exemplificar, peguemos num dos melhores exemplos da demagogia verde: a central da Amareleja. Os verdes adoram-na, esquecendo-se que, por exemplo, para a construção desta central foi autorizado o abate de 414 azinheiras adultas e 319 jovens. A central da Amareleja tem uma potência instalada de 45.78MW, correspondente a 2520 painéis. Era suposto produzir 93 GWh por ano, mas em 2010, a central produziu apenas 88 GWh, dos quais 61 corresponderam à Acciona, e os restantes à Mitsubishi. Tudo isto porque a Mitsubishi tem uma participação de 34.4%.

Quanto é o valor pago pela energia da Amareleja continua a ser um segredo bem guardado! O valor dado neste documento da Assembleia Municipal de Moura continua a ser o valor mais fidedigno que encontrei até hoje, de 0.317€ por kWh.

O confronto com outros valores denota que o valor é provavelmente mais elevado. Segundo este documento da ERSE, em 2010 produziram-se 166.5 GWh de origem fotovoltaica. Tal revela que a central da Amareleja foi responsável por quase 53% desse total. Segundo o mesmo documento da ERSE, o preço de referência do mercado regulado foi em 2010 de 39.20 €/MWh, enquanto o preço médio da energia fotovoltaica foi de 329.80 €/MWh.

Considerando apenas o caso da Amareleja, e uma produção de 88 GWh em 2010, as contas são fáceis de fazer: se não existisse central fotovoltaica, teríamos que comprar 88 GWh a 39.20 €/MWh, o que dá um custo de 3.450 milhões de euros. Note-se que este é o custo da energia, e não dos combustíveis importados... Enquanto isso, para produzir os mesmos 88 GWh, e considerando o custo de 317 €/MWh, pagou-se aos donos da central da Amareleja cerca de 27.896 milhões de euros! Mas, se se utilizar o valor médio da ERSE, então o valor sobe para 29.022 milhões de euros. Este último valor está muito mais próximo dos 29.975 milhões de euros inscritos nas contas anuais da Acciona, relativamente à sua participada "Amper Central Solar Moura, S.A.".

Resumindo, para evitarmos pagar menos de 3.45 milhões de euros a estrangeiros, entregamos 29.022 milhões de euros a estrangeiros, neste caso à Acciona e Mitsubishi. Noutros projectos é a mesma coisa, e se não é a empresas estrangeiras, é para o serviço da dívida. E este ano a história é semelhante, embora o custo do preço de referência do mercado regulado tenha subido de 39.20 €/MWh para 51.84 €/MWh. Como é que isto beneficia a nossa balança comercial, ultrapassa-me...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Peixeirada no Prós e Contras

A Fátima Campos Ferreira, no Prós e Contras de ontem, debateu com vários participantes, o tema do "Insustentável Custo da Energia". O vídeo do programa está disponível nestes links, primeira parte, e segunda parte. Também já está disponível no youtube, com a primeira de dez sequências abaixo.

O programa foi uma verdadeira peixeirada. O pior de todos foi o habitual Carlos Pimenta, que chegou a gritar e exaltar-se na parte final do programa (a partir do minuto 56:05 do segundo vídeo). Quem assim faz perde toda a credibilidade! Também exibiu os gráficos do costume, já aqui no blog completamente descredibilizados. Tal é o exemplo do custo dos MWh da energia eólica, nos 74 €/MWh (minuto 21:11 do primeiro vídeo), que desmontamos aqui, e que actualizamos aqui.

Particularmente mal esteve também Patrick Monteiro de Barros! Nem sequer iniciou a defesa da sua dama, o nuclear, com medo da mesa oposta... Ele, como todos os restantes, já perceberam que o nuclear seria igualmente um erro enorme em Portugal! No meio, por diversas vezes, a Fátima Campos Ferreira ainda tentou puxar umas palmas da audiência, para as renováveis... Mas ninguém bateu palmas!!! Mas quem deve ter ficado com as orelhas a arder foi o António Mexia, sucessivamente referido, mas convenientemente ausente...

Resumindo, o que ninguém explicou mesmo é como se baixa a factura! E como se pode ver pela reacção do público, ao minuto 36:36 do segundo vídeo, o que o Zé e a Maria queriam era baixar a tarifa da electricidade! Mas era tão fácil explicar essa parte... Considerando que há cerca de 6 milhões de consumidores de energia doméstica, devia-se:

  • Acabar com as tarifas feed-in das eólicas e solar. Representaram cerca de 556 milhões de euros em 2011. Dá uma poupança média de 7.72 euros por mês.
  • Acabar com as tarifas feed-in para a Microgeração, a forma mais anti-social de geração de electricidade. Custa cerca de 16 milhões de euros por ano (pag. 33 deste documento da ERSE), o que dá 0.22 euros por mês de poupança média.
  • Acabar com as tarifas feed-in para a Cogeração não renovável. É uma poupança de mais 290 milhões de euros (pag. 33 deste documento da ERSE), o que daria a cada consumidor uma poupança mensal de 4.03 euros.

Estas três simples medidas dão um total de poupança mensal de 11.97 €, em média para cada consumidor. E como se pode ver aos 40:20 do segundo vídeo, os Portugueses estão perfeitamente de acordo que estes "direitos adquiridos" têm igualmente que acabar! Na factura exemplo dada no Prós e Contras, no valor de 84.76 €, tal representaria uma poupança de mais de 14%. Era assim tão difícil explicar isto???



Nota: A ERSE resolveu apagar o documento que referencio neste artigo... O que terão eles a esconder??? Podem ver que ele até ainda é referenciado nesta pesquisa do Google, sendo ainda visível um previsualização desse PDF, podendo-se igualmente confirmar a sua referência noutros sites da Internet... Se alguém precisar, tenho cópia.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Golpada no Solar da Alemanha

Já por várias vezes me referi aqui à estupidez da política verde dos Alemães. A sua aposta na energia solar é enorme, mas num país que não tem muito Sol, essa aposta é uma grande estupidez! Agora, chegou a altura de fazer contas...

P. Gosselin, num post de ontem, evidencia bem a insustentabilidade da situação. Parece que a Merkel e companhia perceberam que nem a Alemanha tem tanto dinheiro para sustentar a brincadeira. A Siemens calculou que a opção de abandono do nuclear vai-lhes custar 1.7 triliões de euros! Para isso muito contribuem os custos de suporte da energia solar, que tem subido exponencialmente, conforme se pode ver na imagem acima, retirada deste artigo do Spiegel.

Obviamente o resultado desta política tem sido a de uma subida extraordinária dos preços da electricidade. Mas agora que as empresas estão a abandonar o País, o corte nas tarifas feed-in solares vai ser radical! Até 2017 vão desaparecer, quando era suposto durarem 20 anos... As acções solares já vão a caminho do abismo, onde nós já estamos, porque fomos um dos que copiamos o modelo, mas ficamos sem dinheiro primeiro...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

APREN dá chouriço; nós damos o porco

A APREN colocou hoje cá fora o seu balanço das renováveis de 2011, e que ecoou logo pelos Media... A APREN diz que as renováveis pouparam €721 milhões em importação de combustíveis. Como é habitual, não explicam como chegaram a estas contas...

Mas as contas inversas são fáceis de fazer! É só pegar nos dados da REN e combiná-los com os preços dados pela ERSE. Estes últimos são os valores médios do ano de 2011 em Novembro, pelo que certamente muito próximos dos valores finais do ano.

Começando pela eólica, podemos verificar que em 2011 foram produzidos 9005 GWh, o que a um preço médio da tarifa feed-in de 94.5 € por MWH, dá logo 850 milhões de euros! Na energia solar fotovoltaica foram produzidos 261 GWh, que multiplicados por 342 € por cada MWh, dá mais 89 milhões de euros. Na hídrica PRE foram mais 1021 GWh, que a 91.3 €/MWh representam mais 93 milhões de euros. O resto da PRE renovável é mais difícil de catalogar, mas se conseiderarmos que existiram 12853 GWh de PRE renovável, e descontando a eólica, solar e hídrica, ficamos ainda com 2566 GWh para contar. Se considerarmos o valor de 95 €/MWh dados para a cogeração renovável, então soma-se mais 244 milhões de euros.

Ou seja, toda a PRE somadinha dá a módica quantia de 1277 milhões de euros de custos. E a APREN diz-nos que poupamos 721 milhões??? Pois, eles dão um chouriço, e nós damos-lhes o porco... Na verdade, estas contas rápidas demonstram um sobrecusto das renováveis de cerca de 556 milhões de euros, um valor que se aproxima do valor que o Ecotretas havia previsto para 2011, superando por uma margem maior a previsão que a EDP havia efectuado. Todavia, como a maior parte da energia eólica é produzida de madrugada, quando o custo é menor, o sobrecusto real tenderá a aproximar-se mais do valor que havia previsto em Outubro...

Notem-se mais dois aspectos interessantes: primeiro, que o custo da tarifa feed-in das eólicas subiu em 2011, ao contrário da visão dos seus defensores, que advogavam que a energia eólica estava cada vez mais barata; segundo, que a APREN definitivamente não sabe fazer bem as contas - vejam as diferenças das mesmas percentagens, quando comparadas com a análise da Quercus (eg. 17.6% vs. 17.8%, 25.1% vs. 25.4%)...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Parques eólicos suspensos

Um leitor fez-me chegar uma notícia agradável, em que se afirma que o Governo suspende atribuição de licenças para novos parques eólicos. Antes de mais, o Comunicado do Conselho de Ministros é:

3. O Governo decidiu suspender, com efeitos imediatos, a atribuição de potências de injeção na Rede Eléctrica de Serviço Público (RESP), ressalvando a possibilidade de poderem ser excepcionados casos de relevante interesse público, em situações a regulamentar por resolução do Conselho de Ministros.

Esta decisão decorre das orientações de política energética previstas no Programa do Governo e que apontam para a necessidade de ponderar e reavaliar o enquadramento legal da produção de eletricidade em regime especial.

Tudo isto decorre, em meu entender, de uma profunda revolução, que está em curso. Na segunda revisão do memorando de entendimento com a Troika, ficou definido que até ao final do mês de Janeiro, será analisado o regime de apoio aos produtores de energia em regime especial, bem como possíveis reduções na tarifa. E ao contrário do título da notícia, são muitos os produtores afectados, incluindo pelo menos também a energia solar, cogeração, biomassa e microgeração... Tudo parece indicar que isto vai endireitar! Entretanto, no mesmo comunicado do Conselho de Ministros, houve um outro ponto que me chamou a atenção. Deve ser tema para próxima investigação do Ecotretas:

2. O Conselho de Ministros decidiu também declarar a resolução, por incumprimento, de seis contratos de investimento e de concessão de benefícios fiscais celebrados pelo Estado Português e as seguintes empresas: Itarion Solar, Lda., e Agni Inc - Desenvolvimento de Sistemas para Energias Alternativas, S.A., Faurecia - Sistemas de Escape Portugal, Lda., Peugeot Citroen Automóveis Portugal, S.A., Têxtil Manuel Gonçalves, S.A., Itarion Solar, Lda., Agni Inc - Desenvolvimento de Sistemas para Energias Alternativas, S.A., e Globe Motors Portugal - Material Eléctrico para a Indústria Automóvel, Lda.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O falhanço solar

Está à vista o resultado da aposta estupidificante na energia solar. Não é que eu não acredite na energia solar; o que eu não acreditei, nem acredito, é que uma energia produzida de forma ineficiente e cara, pudesse vingar à custa da massificação! A energia solar continua a ser excessivamente cara, e com uma eficiência reduzidíssima, quase sempre bastante abaixo dos 20% em cenários de produção, embora em laboratório já se consigam mais de 40%.

Assim, estão à vista os resultados desta desastrosa aposta. Em Portugal, um dos exemplos mais emblemáticos é o do Barão Vermelho, ao qual já nos havíamos referido aqui e ali. Ontem, via Correio da Manhã, ficamos a saber que, obviamente, a fábrica que devia estar pronta a funcionar há quase dois anos, ainda nem sequer começou a ser construída. Agora, há um novo prazo para meados do próximo mês, dado pela Câmara. Mas entretanto, a cambada já bazou, sendo que o melhor a fazer, neste caso, é uma visita regular ao blog Cidadãos por Abrantes, que segue a par e passo o tema, como a imagem acima documenta...

Nada que nos surpreenda! Há uns meses foi o caso da Solyndra. Ontem foi o caso da BP. Está tudo a cair como um castelo de cartas. Na Alemanha a situação é a mesma há meses, mas cada dia que passa há novidades! É óbvio que há muita gente a estrabuchar, e por cá só faltava conhecer a quem vai o Governo vender a EDP, para começar a cortar a seguir...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Protecção à fraude da microgeração

Há coisas que nem lembram ao Diabo. Um leitor enviou-me um link para um site, para eu dar uma opinião. Eu penso que o leitor sabia qual a resposta que lhe ia dar... O site chama-se Instituto do Cliente, e "oferece" protecção económica, financeira, ambiental, técnica, médica e social, por "apenas" 9 euros por mês!

A página que o leitor descobriu, visível na imagem (clique para ver melhor), é relativa à energia solar e ao esquema da micro-produção, e promete um "lucro de 50 a 500 mil euros". Vejam a explicação deste instituto (realces da minha responsabilidade):

A CE decidiu promover as energias renováveis, através dos DL 118-A/2010 e DL 34/2011, permitindo vender energia à EDP a um preço muito elevado. Por seu lado o Instituto do Cliente conseguiu para si os melhores preços, marcas e instaladores.

As contas são efectuadas de seguida (realces não da minha responsabilidade):

O retorno é de 15% a 25% durante 8 anos e de 10% a 15% nos seguintes 17 (sem qualquer investimento se usar crédito). Uma microgeração terá um rendimento de 50.000€ (65.000€ se a casa passar a A/A+). Numa minigeração o retorno será de 100.000€ a 500.000€ em 25 anos

Ora vejam lá se isto não é uma grande "protecção"! Nem me dei ao trabalho de verificar se as contas estão certas ou não; a verdade é que o esquema da micro-geração é tão fraudulento, tão anti-social, que devia ser imediatamente terminado! Pelo menos, já levou uma grande machadada!

domingo, 16 de outubro de 2011

Microgeração

A microgeração, também conhecida por microprodução, é um dos maiores escândalos da energia em Portugal. Tenho-a referido poucas vezes no blog. Conforme podem ver pela imagem ao lado, retirada deste documento da ERSE, o preço da energia paga à microprodução é VÁRIAS vezes superior aquele que pagamos efectivamente pela electricidade em nossas casas! E reparem que a imagem até engana, porque há duas escalas diferentes no eixo dos yy!!!

O esquema da microgeração é uma aberração económica. Imaginem que um quilo de batatas custa a um agricultor 50 cêntimos a produzir, e que o supermercado onde vocês fazem as compras vende esse mesmo quilo de batatas a um euro e meio. Agora imaginem que o supermercado era obrigado a comprar esse mesmo quilo de batatas a 5 euros a um agricultor verde, e a vendê-las a si pelo mesmo euro e meio. Reparem como o vilão passa rapidamente a vítima! Bem, neste caso, o vilão EDP não tem que se preocupar com o supermercado, até porque quem paga são os consumidores/contribuintes! Confusos? Não admira, é assim a microprodução!

A lata dos microprodutores é ainda maior porque todos sabemos que a grande maioria dos proprietários é da classe média/alta. Ora vejam lá se as instalações de painéis fotovoltaicos que conhecem não são essencialmente em vivendas? Como o blog Luz Ligada muito bem referiu, a microgeração é anti-social!!! Uma oportunidade de ouro para a esquerda e os seus amigos melancias reclamarem o corte destes subsídios... Mas não, porque eles são alguns dos que mais xuxam deste esquema...

Como o roubo é de tal forma descarado, sente-se alguma preocupação nas hostes. No meio de tanta fraude, os esquemas são uma evidência! Parece que houve investigação, mas dos resultados não reza a História! Por isso não admira que já existissem mais de 10 000 microprodutores a xuxar no início do ano, sendo que neste momento são já cerca de 12 000!!! E pelas listagens de registos disponibilizados, muitos mais abortos produtivos estão prontos a começar a mamar!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mais um ano...

Faz hoje quatro anos que fiz o primeiro post do Ecotretas. Desde então para cá, mais de 1340 postas depois, o ritmo de tretas tem aumentado a um ritmo assustador! O mais difícil, da minha parte, é não conseguir expor todas estas tretas aqui. É não conseguir dar destaque a todas as referências que me são enviadas por correio electrónico. Mas o tempo disponível para este projecto é muito limitado. Por isso, peço desculpa!

Ainda assim, a quantidade de visitantes tem continuado a subir de forma consistente! São cerca de 1000 páginas vistas por dia, maioritariamente de Portugal, mas também muitos do Brasil! Há também visitantes estrangeiros, especialmente aquando de posts em Inglês. Posts como o de Horngate, o segundo post mais visto deste ano de 2011. Estas estatísticas dão-me alento, e demonstram o maior interesse da Sociedade em conhecer os barretes que os ecologistas nos tentam enfiar. Juntos, convosco, eles não vão conseguir!

Aliás, nós Portugueses somos afinal os mais cépticos da Europa nesta questão das Alterações Climáticas, conforme pode ser visto nestes dados do Eurobarómetro da semana passada. Abaixo, na primeira imagem, nós os Portugueses somos claramente, dos Europeus, aqueles que menos acreditam que as Alterações Climáticas são o problema mais sério que o Mundo enfrenta... Na segunda imagem, os Portugueses conscientes da fraude imposta por Socras e seus muchachos, são os Europeus que definitivamente menos acreditam que em 2050 haverá mais energia eólica e solar! O Ecotretas não reinvindica este cepticismo, mas está feliz por estarmos ao menos maioritariamente acordados...

sábado, 8 de outubro de 2011

Mais mentiras da APREN

O estudo da APREN e da Roland Berger continua a dar que falar! Ontem, no Luz Ligada, ficamos a saber que este estudo foi financiado por um obscuro Fundo de Apoio à Inovação Energias Renováveis (FAI), dotado de 76 milhões de euros, 278 368 euros dos quais foram esturrados neste estudo!

Por falar em custos, a APREN como já referi, enuncia o sobrecusto numa base média, entre os anos de 2005 e 2010. Coloca o valor do sobrecusto em 329 milhões, escondendo efectivamente os valores recentes do sobrecusto com os valores mais baixos do início desse período.

Como a APREN e a Roland Berger não divulgam como chegaram a esse número, ocorreu-me que há uma forma simples de verificar quanto custará ao bolso dos Portugueses a aposta nas renováveis. Segundo o estudo, para sobrecustos das renováveis de 329M€, 228M€ e 111M€, há um sobrecusto na factura mensal média dos consumidores de 5.50€, 3.80€ e 1.90€, respectivamente. Tal traduz-se facilmente através da seguinte fórmula:

SOBRECUSTO_FACTURA =(SOBRECUSTO_RENOVÁVEIS x 0.0165) + 0.0579

Reparem que a fórmula está efectuada para o fornecimento dos valores de SOBRECUSTO_RENOVÁVEIS em milhões de euros/ano, enquanto o SOBRECUSTO_FACTURA resulta em euros/mês. Assim sendo, podemos ver o que esperar a mais na factura mensal da electricidade, baseado em dados recolhidos durante este ano de 2011:

AutorMontante
Sobrecusto
Montante
Factura
ERSE - Custos de política energética, ambiental ou de interesse económico geral 20112406 M€39.76 €
ERSE - Sobrecusto PRE 20111214 M€20.09 €
ERSE - Sobrecusto PRE 2010805 M€13.34 €
Ecotretas - Previsão Sobrecusto Renováveis 2011580 M€9.63 €
EDP - Sobrecusto Renováveis 2011509 M€8.46 €
APREN - Económico329 M€5.50 €
APREN - Ajustado228 M€3.80 €
APREN - Actual111 M€1.90 €

Os valores das primeiras três linhas, da ERSE, incluem os sobrecustos da PRE, que inclui sobrecustos em vertentes para além das renováveis, incluindo nomeadamente a cogeração e CMEC, entre outros. É confrangedor olhar para a minha factura eléctrica de Setembro e verificar que a diferença entre a estimativa do CIEG e o valor que efectivamente paguei, é inferior a 80 cêntimos!!!

As restantes linhas, que incluem a previsão do Ecotretas, estão nas linhas seguintes. Elas incluem apenas o sobrecusto das eólicas e solar. O quadro dá facilmente para perceber como a APREN e a Roland Berger nos querem enganar! Como se sentirão os participantes do focus-group, quando souberem que vão pagar quase 10 euros por mês para as renováveis? É que segundo a própria APREN e Roland Berger, as conclusões são claras (realces da minha responsabilidade):

As conclusões do Focus Group revelaram que o consumidor português é favorável e apoia a aposta do País nas energias renováveis, sentindo um elevado orgulho nesta opção e mostrando disponibilidade para pagar um custo adicional de 2 €/mês para financiar estas fontes de energia, desde que seja de uma forma clara e transparente.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ferros curtos na APREN

A APREN e a Roland Berger devem admitir que ninguém em Portugal sabe fazer contas, e que estão por isso à vontade para irem vendendo a banha da cobra pelos números que muito bem entenderem. Vem isto obviamente a propósito do estudo que elaboraram sobre os custos e benefícios da electricidade de origem renovável. Apliquei umas bandarilhas e ferros aqui e acolá. Agora vamos a uns curtos...

A APREN não gosta do termo "sobrecusto" e por isso substituiu-o por "diferencial de custos". O sobrecusto anual que a APREN calcula entre 2005 e 2010 (que depois tenta reduzir a um terço) é de 329 milhões de euros. Quando vi este valor, só me apetecia rir, até porque sabemos que os sobrecustos têm vindo a subir exponencialmente, pelo que o valor médio não tem hoje qualquer significado! O valor verdadeiro do ano passado foi efectivamente cerca do dobro! Vai daí, meti mãos à obra para calcular rapidamente os valores provisórios dos primeiros meses deste ano.

Para isso manteve-se como referência o valor de 95.4 €/MWh para a energia eólica, que tinha dado na posta das bandarilhas, confirmados por este documento ainda mais recente da ERSE, e de 340.6 €/MWh para a energia solar. Os valores de produção mensal de energia foram obtidos a partir desta página da REN, enquanto os preços médios foram retirados deste documento da OMEL (primeira tabela da página 39). Para os meses deste ano até Agosto, os valores são:

MêsCusto OMEL
(€/MWh)
Produção Eólica
(GWh)
Produção Solar
(GWh)
Sobrecusto Eólico
(Euros)
Sobrecusto Solar
(Euros)
Janeiro41.2692010498088002993400
Fevereiro47.9180915384194104390350
Março47.3287518420700005279040
Abril46.8570222340821006462500
Maio49.0246426215203207581080
Junho50.6466729298549208408840
Julho51.1588630392055008683500
Agosto53.6058126242858007462000
Total:
590417627924685051260710

Resumindo, nos primeiros oito meses do ano, o sobrecusto com as eólicas e o solar foi de cerca de 330 milhões de euros, curiosamente já ligeiramente superior ao valor da APREN e Roland Berger. Reparem também que o valor do solar já ultrapassou o valor de 2010, o que é função da introdução de cada vez mais potência instalada nesta energia confrangedoramente ineficiente!

Na verdade, o valor que avançamos é certamente o limite inferior do sobrecusto, pois como já referimos diversas vezes, e notavelmente nos gráficos deste post, a maior parte da energia eólica produzida é-o em momentos de baixo custo. Assim sendo, o valor real é certamente bastante superior, como a ERSE certamente confirmará em meados deste mês, e o qual calcularemos de forma exacta no início de 2012.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Onde pára o estudo da APREN?

Logo pela manhã li o artigo do Público, que aqui se mostra ao lado (clicar para ler melhor). Obviamente, um estudo "encomendado", como o Espectador interessado referenciava ao início da tarde... Ainda esperei pelo final da tarde, depois da apresentação pública do estudo, e do respectivo Cocktail, pago já sabem por quem, mas nada. No site da APREN nada feito, no da Roland Berger idem, porque como é fácil perceber, as contas só podem estar engatadas...

É claro que no artigo da manhã do alarmista Público, ao menos podemos ver a ponta do iceberg. É claro que as contas foram ajustadas, como as seguintes citações o demonstram (realces da minha responsabilidade):

O que a nova análise faz é calcular de forma diferente alguns benefícios e custos associados à produção eléctrica, com base numa “visão económica ajustada”. Em primeiro lugar, associa à factura das grandes hídricas e das centrais térmicas várias despesas que não têm sido contabilizadas como tal por estarem desligadas do mercado grossista de electricidade, mas que se refl ectem na factura paga pelos portugueses. Neste primeiro “bolo” estão as rendas pagas aos proprietários dos terrenos das centrais e as licenças de CO2 ligadas à emissão de gases poluentes pelas térmicas, mas sobretudo a remuneração garantida que é paga aos produtores em regime ordinário.
(...)
Ora, a nova avaliação apresentada pela Apren subtrai às despesas com as renováveis o pagamento obrigatório aos municípios de uma renda (2,5% da facturação) pelas centrais eólicas, uma vez que os benefi ciários são as autarquias. Calcula também o impacto positivo das perdas de energia que se evitam no transporte de energia renovável através da rede, pois a distância percorrida é menor. Em terceiro lugar, contabiliza o chamado “efeito de ordem de mérito”: a redução do preço da electricidade no mercado, devido ao aumento da oferta de energia que vem de fora, com origem na produção renovável. E, por último, as contrapartidas que foram pagas pelos produtores ao Estado, nos últimos concursos de atribuição de potência.

Ou seja, cheira-me que vou ter que re-apreender como se soma e subtrai! Mas o que me cheira mais forte é que este estudo não veja a luz do dia, e se fique pelos chavões. Se algum dos leitores lhe deitar a mão, não deixe de mo encaminhar...

domingo, 18 de setembro de 2011

Sente-se o pânico...

Na passada quinta-feira, o Diário Económico lançou mais um Suplemento Verde, intitulado "O futuro da economia verde em Portugal". O Diário Económico consegue superar neste momento o alarmista Público, e percebe-se porquê ao folhear as suas páginas: a publicidade verde está por todo o lado... Da leitura dos vários artigos, sente-se o pânico no ar! O pânico da xuxa acabar... Irina Marcelino, no Editorial, mostra porquê:

E as empresas estão na expectativa. Principalmente as do sector eólico. O seu futuro em Portugal poderá estar mesmo dependente, em muitos casos, dos apoios que vão ou não continuar a existir.

Vejamos como é o caso da ENEOP. Vejam como tudo isto é artificial, segundo o próprio Aníbal Fernandes, presidente da ENEOP:

A modalidade de financiamento acordada no contrato assinado em Outubro de 2006 era o 'project finance', sendo que os accionistas só teriam de colocar capitais próprios no montante equivalente entre 15% a 20% do valor do investimento. Foi o que aconteceu no primeiro lote financiado pelo BEI e uma série de bancos comerciais. Como a partir de Dezembro de 2010 não mais foi possível encontrar soluções de financiamento, os accionistas, para evitar que o projecto parasse, substituiram-se aos bancos nesse montante de 500 milhões de euros. (...)
Este esforço que está a ser feito por todos os accionistas está a tornar-se incomportável.

Tal como o Al Gore, a culpa de isto não estar a correr bem é dos cépticos. Vejam bem o último parágrafo do artigo (realces da minha responsabilidade):

Também Aníbal Fernandes confessa os seus receios: "Pela primeira vez vejo uma nuvem negra no horizonte". O responsável acusa ainda os críticos das energias renováveis como caluniadores, defendendo, ao contrário, que se devia "conjugar esforços a todos os níveis para encontrar soluções", já que "este projecto é um contributo líquido para o Estado". E sublinha: "nos últimos anos, este foi um dos poucos sectores industriais que criou emprego em Portugal", estando por isso convicto de que "perdurará o bom senso".

João Carvalho, vice-presidente para o fotovoltaico da Associação Portuguesa da Indústria Solar, resume a coisa da forma óbvia:

No sector solar fotovoltaico a bonificação à tarifa é fundamental. Sem ela, o período de retorno do investimento tornaria estes investimentos pouco interessantes para os promotores.

Resumindo, são como os bébés: tira-se-lhes a xuxa e começam a chorar!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Solar daninho

Uma imagem vale por mil palavras! Tal é o caso da imagem ao lado, divulgada aqui, e da qual tomei conhecimento via NoTricksZone, respeitante a um parque solar próximo de Markranstaedt, no centro da Alemanha. Não sei se dá vontade de rir ou chorar!

Para além de limpar a neve, e de os lavar, agora há mais uma tarefa para os donos de parques solares: a de cortar as ervas daninhas! Mas como a imagem atesta, não basta passar com um tractor pelo meio... É preciso também cortar por baixo! O que me leva a pensar nas vantagens sinérgicas de associar a produção de energia solar à da energia de biomassa... O que se seguirá? Trepadeiras pelas eólicas acima?

Actualização: Poucos minutos depois do meu post, P. Gosselin actualizava mais informação sobre este parque daninho.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Duplo desperdício solar

Fecha este mês mais um concurso para centrais fotovoltaicas. Como os leitores habituais do blog já sabem, o Estado arrecada dinheiro com a venda das licenças, e os consumidores que paguem durante as próximas dezenas de anos... Já na próxima quarta-feira, a DGGE coloca os últimos 16 lotes de 2MW cada, que se prevê resultem num encaixe adicional de 16 milhões de euros.

Mas, neste caso, o que me chateia ainda mais, é verificar que a distribuição das licenças nem sequer funciona numa lógica de optimização dos recursos. Para comparação, alguém se lembraria de construir uma barragem num dos rios cronicamente secos do Alentejo, para produzir energia eléctrica??? Para armazenar água, sim, mas para produzir energia? Tal passa-se todavia com a energia solar...

Na primeira imagem abaixo (clicar para maior detalhe), podemos observar o número de horas de sol, retirada daqui, para Portugal continental. Para os mais interessados no detalhe, podem ver aqui a distribuição da insolação, para cada um dos meses de 2010. Outros mapas existem, como os disponíveis no Instituto do Ambiente, e que nos dão a quantidade total de radiação global em Kcal/cm2. Mas, se olharem para a segunda imagem abaixo, retirada daqui, vemos que a distribuição da potência instalada não tem a ver com um melhor aproveitamento da energia solar... Ainda se poderia invocar que a proximidade do consumo justifica uma maior potência em distritos mais densamente povoados, mas os valores ridiculamente baixos de potência permitiriam uma distribuição muito mais óptima. Mas os "engenheiros" que fazem estas distribuições estão preocupados com outras coisas...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um impulso solar

Depois de ter andado Sábado e ontem às voltas, o Solar Impulse chegou, enfim, a Paris. Este é o objecto voador movido a energia solar, que já mencionamos no passado. O problema é que as embrulhadas de Sábado para chegar a Paris, ou não foram noticiadas, ou então foram dissimuladas... A verdade, a de que o objecto voador andou às voltas, parece ser a contada pelos responsáveis do projecto, que assumem que o regresso a Bruxelas foi motivado pelas condições meteorológicas. Estava chuva e o vento soprava contra! Teve que voar baixo, por causa da cobertura de nuvens, e as baterias foram-se... O que não se percebe é porque descolaram eles às 18:36, quando o Sol estava a por-se! E, entretanto, nestes dias todos, as nuvens não permitiram que ele carregasse na totalidade as baterias, ficando-se pelos 60%, pelo que o tiveram que ligar à corrente... Não vá aparecer mais vento e chuva!

Enfim, os bastidores de um stunt publicitário, que nunca poderá ir longe, por causa das limitações físicas, que aqui oportunamente enunciei. Conforme podem ver no vídeo abaixo, relativo à descolagem de Bruxelas, até um ciclista consegue acompanhar o objecto voador, que atinge pouco mais de 40 km/h. Nada que admire, até porque cada um dos 4 motores do Solar Impulse tem uma potência de 7.5 kW, o que comparado como os cerca de 90000 kW necessários para pôr um Boeing 747 no ar, é absolutamente insignificante! Isto é especialmente importante para aqueles que pensam que um dia pode haver aviões comerciais movidos a energia solar; para esses, certamente especialistas das Novas Oportunidades, voltem a analisar as fórmulas da Física... Para os restantes, não passará de um gozo no Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço de Le Bourget!