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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Casamento Gay

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cónego da Lapa celebra, no Porto, primeiro Casamento Gay




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Hoje é Dia da Bicha e da Fufa. Amanhã, vem o "pügrèsso", com o veto do Saloio de Boliqueime ao Casamento "Gay", porque estava previsto no 3º Segredo


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O Casamento é para casar

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sócrates começa a ver a luz ao fundo do túnel para a sua vida pessoal


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Agora é que vai começar a violência doméstica :-)

domingo, 14 de março de 2010

Casamento "Gay" vai ao Tribunal Constitucional, e vejam lá o que fazem, porque a gente conhece muito bem aquele que "ataca" na R. Augusta, à noite...


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Viuvinhas da hipocrisia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Correio da Lola - "Será que vou ter uma rave de casamentos gay cá em casa?..."


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Querida Lola:


Ando numa angústia horrível: desde que se começou a falar do casamento entre "homens sexuais" que o meu Ernesto não despega da "Sic-Notícias", mas o pior aconteceu esta semana, em que os meus três filhos, o Joaquim, o Hélder e o Bruno, também se sentaram no sofá, ao pé do pai, e não descolam da televisão... Será que vou ter alguma desgraça na minha família?...


(Celeste Aparecida da Cova da Iria, Leiria)


Querida Celeste:
Cá para mim, falando curto e grosso, a sua família é uma família de paneleiros, e acho que acabava já a carta aqui, mas você ia ficar infelicíssima, e íamos ter mais uma baixa no CNO da sua zona, portanto, vou tentar ser linda, maternal e aconchegante. Olhe, querida, pense positivo: chegou a altura de o seu marido e os seus três filhos resolverem a vida deles, e a menina tem de aceitar o facto, sentar-se ao espelho, rapar o bigode, e pensar que a vida começa aos cinquenta, porque, na verdade, se o seu marido e os seus filhos se casarem homossexualmente, a minha querida não vai querer ficar para tia, pois não?... Case-se também, querida, aproveite a lei, e arranje uma "camionista" que lhe lamba e morda os grandes lábios da boca da servidão, que lhe meta a língua até às trompas, e faça "glu-glu" lá dentro. Mas seja rápida, e adiante-se à lei, porque mal a lei entre em vigor, vai ser uma nojenta caça à multa, para equilibrar o buraco sem fundo das Contas do Estado!... Já sabe que há coisas más das quais não se livra: mal o seu marido se case homessexualmente, a ASAE virá retirar-vos a tutela dos três filhos, porque os casais de paneleiros não podem adotar crianças, e acho que você nunca mais vai ver os seus filhos, possivelmente, enfiados na "Casa Pia" e colocados sob a tutela do Paulo Pedroso, do Barbosa de Melo e do Eurico de Melo. Garanto-lhe que vão ficar bem, como ficou o Rui Pedro, quando o Triângulo do Rio Ave o rapinou e o integrou nos seus haréns. Já viu quanto vai economizar, com menos três bocas em casa, e menos a do seu marido, que vai passar a chupar a morcela de outro Jaquim da nossa praça?... Só luxos, querida, e, quanto a você, é um futuro radioso que se abre, o Universo da Fressura, com orgasmos de sete horas consecutivas, toda contorcida, a esvair-se em corrimentos e lubrificações, e uma lambona de língua de gato a passar-lhe as mucosas a pano de chão, querida, tudo fantástico, até o som do chinelo da sua vizinha a fazer mossas na parede, por não poder dormir!... Acha que vai ser isso que a preocupará?... Não, querida, nem isso: com o dinheiro que vai poupar na alimentação de menos três bocas, vai sobrar uma fortuna, para mandar insonorizar as paredes do seu quarto, e poder entregar-se a todos os vícios contra a Natureza, que as fufas adoram. Boa sorte, querida, e não diga que não lhe tornei a vida mais sorridente, pelo menos esforcei-me, e o que conta sempre são as intenções. Kisses.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Correio da Lola: "Deverei casar-me Homossexual ou Heterossexualmente?..."



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Querida Lola:
Estava hoje a enfardar batatas fritas de pacote, e passou na TVI que as pessoas já se podiam casar homossexualmente. Eu tenho andado a comer umas gajas, mas acho que agora, com a crise, era altura de assentar, fogo, um tipo tem de criar juízo, embora eu tenha uma, já com uma filha, foda-se..., se ela não tivesse 13 anos..., acho que já a tinha estreado toda... Olhe, boazona, acha que me case homossexual, ou heterossexualmente?...


(Incrível Hulk, Futebol Clube do Porto, Bairro da Canalha)


Querido Hulk:


Há muito tempo que não recebia um email tão inspirador como o seu. Para responder decentemente, tenho de fazer uma pequena história do casamento, em Portugal. Com sabe, já tínhamos o casamento heterossexual, no estado puro, uma farsa, para inglês ver, em que ele se vinha em dois minutos, ela simulava um orgasmo, até a vizinha bater com o chinelo na parede, e lá nasciam dois filhos, uma menina e um menino, e o sexo acabava, com as dores nas costas dela, ou durava mais uns anitos, nos casos das famílias numerosas, da Opus Dei. Temos também o casamento misto, às escondidas, onde ele gosta de homens, mas casou heterossexualmente com ela, para esconder o vício: é um homem de consciência pesada, que ataca nos sanitários, nas estações de serviço e nos ginásios, e precisa sempre de três filhos, para ninguém desconfiar. Existe também o casamento misto consentido, em que ela sabe, mas com a falta de homens que há em Portugal, mais vale casar com uma bichona, que sustente a casa, e ela sempre pode simular orgasmos, de preferência sozinha, quando ele vai para o "Finalmente", para acabar a noite a mamar nas travecas; o casamento homossexual não assumido também é uma instituição da nossa praça, velho como o mundo, em que ele, um exímio chupador de caralhos, casa com uma lambedora de ratas, e são sempre quatro na cama. Este tipo de casamento é altamente corrosivo, e capaz de desestabilizar um prédio inteiro de subúrbio, e acabará por destruir a célula familiar, se ninguém lhe puser travão. Miratejo caiu na bandalheira, assim. Finalmente, com o "pugrèsso" do Agente Técnico de Engenharia, José Sócrates, o país pode, a partir de hoje, optar por casar homossexualmente. No seu caso específico, querido Hulk, que gosta de gajas, coisa muita rara, hoje em dia, eu, sem querer ser facciosa, aconselhá-lo-ia a um casamento homossexual com uma das suas namoradas. O casamento homossexual imediatamente lhe dá inúmeras vantagens, já que, como, pela sua essência, não pode procriar, poderá continuar a comer a sua dama, sem se arriscar a aparecerem, um dia, meia dúzia de goelas, aos gritos, a estragarem-lhe o sono e as férias. Para mais, pode sempre chegar tarde a casa, mentindo-lhe, dizendo que esteve horas parado dentro de um carro, na área de serviço de Alcochete, à espera de ser encavado por um camionista, o que sabe pergeitamente ser mentira, porque estava a aproveitar para comer uma das suas muitas namoradas. Por fim, quanto à sua enteada, como casado homossexualmente, ela nunca será sua filha biológica, e como a adoção está interditada no casamento homossexual, até pode comê-la por fora, dentro do espírito lusitano. 13 anos?... Isso não é um problema: adiante os relógios todos lá de casa, e compre calendários do ano que vem. Não dê é muita bandeira, senão, ainda lhe põem um "Casa Pia" à perna, e acaba com o seu casamento destruído, à pala de uma alta nomeação para a Unesco, para a OCDE, ou para as auto estradas da Roménia, e suponho que você isso não quer, porque prefere continuar a ser o nosso Hulkzinho, que vai aos cornos aos seguranças, não é?... Um Kiss e um Ótimo Natal, de preferência, em cima da sua enteada de 13 anos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Igreja quer casamento "gay" resolvido até à visita de Ratzinger, e diz que situação entre Sócrates e Câncio é "insustentável"


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Imagem do "Portugal dos Pequeninos"

NÃO, NÃO PODEMOS MANTER UM PRIMEIRO MINISTRO QUE VIVE EM CONCUBINATO SEM PODER CASAR...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Gente hipócrita, sem lágrimas

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Imagem do KAOS
Hoje, depois das tempestades dos últimos dias, foi uma tarde de paródia. Acho notável a Comunicação Social do tipo "ao-serviço-de" andar a dançar o bailinho com a coisa a piorar piorantemente. Por mim é excelente: adoro ver os noticiários outra vez a abrirem com discussões em redor das centésimas, e o ar grave de Vítor Constâncio, a nossa Pitonisa de Cumas, a anunciar que isto está em vias de se endireitar. Como diria a minha avó, ou foi ao "Endireita", ou vai endireitar por "esticar o pernil".
Sim, vamos esticar o pernil, e isso é interessante, e foi o tema de uma tarde de conversa, que não posso relatar aqui, mas que quase me ia fazendo deslocar o maxilar, às gargalhadas. A Gaga, também conhecida no Meio "Gay" pela "Mariana" (dos lindos olhos), depois de ter queimado a Bruxa da Educação, a "nível experimental", vai agora experimentar, no Superior, o desastre do Secundário, e não faz senão bem, porque este Povo só tem o que merece. Por outro lado, neste país de minudências, o meu amigo Bragança de Miranda parece que, finalmente, ganhou, em Tribunal, as filhas da putice que lhe andavam a fazer pelas Secretarias, e brevemente irá a Catedrático, mas deixa-me lá calar, porque isto são assuntos do "Aventalinho", e eu, do "Aventalinho", só sei alguns rumores, q.b., como dizia a outra. Como, entretanto, o Mundo vai acabar, é indiferente que se acabe como Catedrático ou não...
Sim, eu sei que estão à espera de que eu fale do Casamento "Gay", mas eu vou-vos tirar o tapete e falar de coisas piores: andam por aí outros rumores que dizem que o Sr. Sócrates, mais queimado do que o Narana Coissoró, cuja filha é da Opus (veio na "Sábado") se vai colar à estratégia do Zapatero, e obrigar a Direita (não sei o que é isso), a colar-se à Igreja, e vice versa. Em España, Zapatero vai arrancar com uma coisa chamada "Lei do Suicídio Assistido", que, com um nome desses, e a ir a referendo, apanhava com o meu "não" imediato. A estratégia é reles, e tende para tornar os tais temas clivantes como escândalos públicos, que obriguem o Partido Popular a colar-se à Igreja Española, e a cair numa tremenda ratoeira, que permitirá, "in extremis", a reeleição do Caudilho Socialista.
Por cá, a coisa corre subterrânea e em paralelo.
Eu esclareço: amanhã, o Partido Socialista, tão recheado de paneleiros como qualquer outra força política vai votar contra, e parece que depois fará um "mea culpa", a dizer que vota contra, mas é a favor, um estado de alma muito tipicamente português. A coisa não é sem sentido, porque, na prática, corresponderia a pôr a Maioria Absoluta ao reboque da Minoria Absoluta do Bloco de Esquerda, e para cabrão, cabrão e meio, já que nenhuma dessas forças políticas me merece qualquer respeito. Com o tempo, ainda veríamos a Sarah Palin ao lado do Louçã, se fosse portuguesa, e dada a certas baldas...
Por mim, deputado por Elvas do Partido Socialista, tenciono cumprir a minha disciplina de voto, quer por razões partidárias, quer por respeito para com o meu camarada de bancada, Paulo Pedroso, que já disse que iria votar contra. Ora, eu aproveitei a boleia, e, oportunista como sou, pus aquele ar do Carlos Mota, e declarei para a "SIC-Mulher", "se o Paulo Pedroso é contra o casamento "gay", então, eu também sou..."
Falemos um pouquinho a sério: se há instituição que mais sofreu com a usura do tempo é o chamado "casamento". Qualquer casamento, hoje em dia, é uma espécie de "via crucis", onde a primeira paragem é um par de indivíduos que cumpre o que a estranguladora teia social lhe impõe, e casa, para, logo a seguir, cair no seu individualismo, perceber a ratoeira, e se divorciar. Ao contrário de Ferreira Leite, o casamento não é para procriar, o casamento tornou-se numa coisa para... divorciar.
Em meu redor, e conheço bastante gente decente, há inúmeras soluções alternativas, e imensos casamentos desfeitos. Estava a tentar lembrar-me de algum, mas são tão raros.. olha, vai o elogio para o Kaos e a Kaotika, que qualquer dia são apanhados nalguma rede e vão para o Museu de História Natural.
Tudo o resto, que eu conheço, são bigamias, sexualidades turvas, coisas de vão de escada, gajas promíscuas, psicopatas do sardão, hipocrisias de aliança no dedo, a minha Tia Judite, deus me perdoe, que saiu nua para a rua, com um casaco de peles, e disse que era assim que se sentia bem..., punheteadores obsessivos, viuvinhas inconsoláveis, solteironas que engatam no "Luanda", a "Laura", uma viciada dos chichis do ALLgarve, a "Sheila", que faz uniões de facto com todos os caminonistas da raia, a minha amiga Portas, que faz de cada lavatório da A5 e da A12 um altar, o outro, que engata na "603" da SIC um paraquedista diferente todas as noites, eu, cuja vida está a léguas de ser exemplar, gentes de "ménages", gajos de 19 anos que sonham com comer cinquentonas, a Rute, que lhes enfia vibradores no cu..., meu deus, como é que eu podia obrigar esta gente toda a casar, quando no fundo, o sonho deles é a liberdade do corpo?..., e foi então que alguém se lembrou do "Casamento entre pessoas do mesmo sexo", coisa que me revolta o estômago e me faz lembrar aquele momento em que a negação da negação já nem força tem para se tornar numa afirmação.
Como diria a outra, e falando ainda mais sério, os problemas são os afectos e as partilhas: um dia, os corpos, orgiásticos, caem doentes, e precisam de um justificativo social, para acompanhamentos na desgraça; morre um par de uma longa ligação afectiva, e é necessário que o Estado garanta o direito de posse devido a longos anos de construção comum; é necessário que o/a cidadão/ã comum esteja protegido de velhas vinganças familiares, em momentos de apuro, e poderão ser múltiplos, e compete à Assembleia legislar sobre isto.
Casamento, todavia... nunca.
O Casamento é um dos maiores vexames no qual a hipocrisia social insiste.
As pessoas que já "deram o salto", e são cada vez mais, têm de perceber que é demasiado tarde para se recolherem sob a umbrela da instituição que mais enxovalharam. Compete ao Civismo do Séc. XXI, estipular, em forma de Regra, a Paridade dos Afectos, com a liberdade de não assumpção de qualquer vínculo, a não ser o do dever do respeito e o direito da posse, do acompanhamento e da partilha. Tudo o resto são enxovalhos sociais, caricaturas de instituições, e paneleiras do Chiado, com um raminho de flor de laranjeira enfiado no cu.~
Pesoalmente, gosto mais dos meus animais do que de muita gente. Se me desse um súbito badagaio, gostaria de que a nossa afectividade, "de facto", a união emocional que mantemos há tanto tempo, lhes garantisse, no caso da minha morte precoce, o direito de lhes deixar, como herança, o cuidado de uma instituição, ou de um outrém, que lhes continuasse a assegurar o elevado nível de dignidade existencial, de seres vivos, de que têm gozado até hoje.
Tenho várias pessoas a meu cargo emocional: quero ter o direito de poder entrar num hospital, em regime de conúbio e matrimónio e família, embora nada de sexual, de jurídico ou de sanguíneo nos una. Preciso de assinar vários pactos de Emoção, e de ter vários certificados e comprovativos de que todo o investimento afectivo da minha vida passou por ali.
Desprezo o Casamento como desprezo o Dinheiro, como execro a mentira e a falta de ética e educação, e a postura das pessoas medíocres que passam o tempo inteiro a tentar tornar a vida do seu semelhante mais infeliz.
Quero chegar, e, se a minha expressão facial não bastar, ter uma qualquer salvaguarda da Sociedade Civil, em que me insiro, que me permita invocar não o estatuto de União, mas de Identidade: quero poder dizer, com todas as palavras da voz e das expressões "eu só sou, em mim, através de todos estes outros, que me cercam, e quero acompanhá-los, no bem e no mal, até ao fim comum dos nossos dias".
Não há Assembleia nenhuma, no Mundo, que se atreva a votar uma coisa destas.
Bom seria, sequer que o percebesse, mas movem-se muito, demasiado, cá em baixo.
Descobri agora que me enganei no texto para hoje: trazia preparado um louvor a Le Clézio, com quem talvez tenha algumas difusas parecenças, naquela zona do crepúsculo em que raramente nos expomos. Há um pequeno texto dele que começa com o tom de uma grande obra. Foi o Cesariny que o publicou, como folheto, do seu próprio bolso, e reza qualquer coisa como assim "O Silêncio é enorme, infinito, intransmissível" -- e as palavras não são estas, mas não me atrevo a procurá-lo, nesta casa, cujo nome é Babel -- mas sei que Clézio descreve o genocídio da chegada do sinistro Homem Branco ao admirável mundo das culturas pré-colombianas. Cinquenta anos depois da "Descoberta", a população do Novo Mundo estava reduzida a 10% (!) mercê das evangelizações, das guerras, das doenças e dos extermínios. Ao pé disso, Darfur é a Branca de Neve. Os melhores escritores, poetas da surdina, raramente elevam a voz ao nível da propaganda. Como aconselha Bento XVI, que irá arder no Inferno, recomecei a ler a Bíblia, mas encravei na primeira frase: "No Princípio era o Verbo".
No Princípio, e no Fim. É o poder construtor e demolidor da Palavra, a mesma sonoridade que salva, ou mata. Le Clézio move-se nessa "twilight zone", que tanto me agrada, mas que tão raramente me é dado poder frequentar. Era uma outra história e um outro mundo: seria um outro "Arrebenta", que vos decepcionaria totalmente, mas todos temos direito ao nosso crepúsculo interior, e eu exerço-o, calma e assumidamente.
A Literatura está de parabéns: aparentemente, deixou-se a oficina de bate-chapas, e um prémio que, raramente, contempla a Magia da Palavra atingiu, hoje, um Criador. É bom que, de uma vez por outra, para variar, o Nobel da Literatura seja atribuído a essse estranho estado de hipnose do som feito sentido, ao qual, por convenção, e com a menoridade de todas as designações, chamamos... Literatura... Verbo.... Fundação do Ser... Humanidade, nós... os poucos "nós", que ainda ousam subsistir.

Protesto Gráfico

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