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16.4.11

memórias e saudades

Uma das minhas mais marcantes características é conseguir pôr as pessoas que estão em contacto comigo bem-dispostas. Não sou o «bobo da corte», mas consigo criar momentos de descontracção e risota a partir de simples observações, que não precisam de ser apimentadas nem maldosas, nem de escarnecer de nada nem de ninguém. Geralmente, são observações nonsense, que são as que eu mais gosto. Creio que herdei esta característica do meu Avô materno, ao pé de quem ninguém chorava ou ficava triste. [Obrigada, Avô.]

Talvez seja por isso que é tão fácil que as pessoas me apreciem. Não preciso de recorrer à beleza, nem à inteligência, nem ao saldo da conta bancária para que as pessoas, mal entram em contacto comigo, gostem de me ouvir e de partilhar comigo as suas histórias. Sou capaz de quebrar o mais rígido dos gelos, desenhando sorrisos nos rostos das pessoas mesmo quando o assunto é um funeral. Não sei porque sou assim, nem sei explicar como o faço. É-me inato, é uma característica minha como tantas outras [boas e más].

Há dias disseram-me que eu era uma daquelas pessoas de quem os outros podem não sentir saudades, mas de quem nunca se esquecem. Disseram-me que a propósito de palavras, situações ou lugares, volta e meia eu haveria de lhes surgir na memória, elas haveriam de se lembrar do quanto eu as fiz rir ou de uma observação qualquer que eu tenha feito. Ouvi atentamente e acabei por dar razão à minha interlocutora. O mesmo sucede comigo quando conheço pessoas assim, como eu. É por isso que haverá sempre expressões, lugares e situações que eu associarei a determinadas pessoas, o que me fará lembrar que elas existem algures à face desta Terra, sem que isso signifique que tenho saudades delas. Prefiro que seja assim: memórias sem saudades e sem nostalgia. As memórias reservo-as para os bons momentos, por isso são sempre boas. A saudade é outra coisa, é uma falta, é a angústia proveniente da necessidade de uma partilha naquele exacto momento e a constatação da sua impossibilidade.

Uma noite, numa despedida, disse a alguém que haveria de ter saudades suas durante muito tempo, mas que haveria de passar. Não fazia ideia de que, naquele momento, estava a proferir uma das frases que incluo no grupo das «frases da minha vida». É verdade, temos saudades das pessoas durante muito tempo, mas depois passa. As memórias, que eu reservo para o bom, ficam e, não havendo saudades, não me custa regressar a elas.

Demora-se uma data de tempo a chegar aqui, mas chega-se. É por isso que, depois das saudades passadas, nos é indiferente saber por onde essas pessoas andam, o que fazem, com quem estão, se pensam muito, pouco ou mesmo nada em nós. O que passa a interessar-nos e o que mantemos vivos são as memórias das coisas boas e, mesmo essas, só nos importam quanto nos afloram a propósito de algo que as vai despertar. O resto é ruído e, um dia, o ruído passa a silêncio. Deve ser nessa altura que as saudades que se tinha passam. E o sentimento que se instala é bom, é tranquilo. Rasga-nos um sorriso e liberta-nos para coisas novas, que esperamos melhores. Ter saudades é uma grande chatice. Ter memórias faz de nós gente com história, dá-nos património e, acima de tudo, faz-nos crescer, ainda que não envelheçamos.

[Growing up it's a long hard way, but it's definitely worth it.]

© [m.m. botelho]

18.5.08

um pássaro no chão do meu terraço

Até ao final da tarde de sábado, eu não tinha escolhido o tema para esta crónica. Não tinha, sequer, alinhavado uma ideia que fosse. Absolutamente nada. Como acontece sempre que tenho um prazo para concretizar uma tarefa a aproximar-se e não estou a ver qual seja a solução para o meu problema, descalcei os sapatos, arregacei os jeans e fui para o terraço estender-me ao sol debaixo do céu azul. As nuvens pareciam mover-se em câmara lenta, o que até nem é muito vulgar para estes lados onde o vento, para além de torturar as pessoas que, como eu, têm os cabelos compridos, costuma empurrar o algodão celeste a todo o vapor. Só isto já fazia antever que algo de especial haveria de acontecer. E aconteceu mesmo.

Fechei os olhos por alguns instantes. Apesar da hora, a luz do sol ainda era intensa e a claridade incomodava-me. Deixei tombar a cabeça na espreguiçadeira e fiquei assim por uns instantes, até ficar tudo vermelho por dentro das pálpebras, como se uma mancha de sangue alastrasse à minha frente. Voltei o rosto de lado e abri os olhos. À minha frente, no chão, um passarinho. Calculei que estivesse apenas a fazer uma breve pausa no seu voo. Olhei de novo para cima. Acima da minha casa mas, especialmente, sobre o meu terraço esvoaçavam outros pássaros igual àquele que ali havia pousado, e uma mão cheia de gaivotas. «Tempestade no mar», pensei, e cerrei os olhos. Quando tudo voltou a arder de vermelhidão, abri-os e olhei novamente em direcção ao pássaro parado no meu terraço. Ali continuava ele, inerte, no mesmíssimo sítio.

Ergui-me e caminhei na sua direcção, convicta de que, assim que eu me aproximasse, ele levantaria voo. Mas não. Agachei-me junto dele, ele nem se moveu. Pude ver, então, que respirava descompassadamente, que parecia demasiadamente inchado e que fitava sempre o mesmo ponto, sem dar por nada à sua volta. Fiquei ali, a seu lado, durante algum tempo. Aproximei-me até quase lhe tocar. A cabeça começava a pender-lhe para um dos lados e às vezes fechava os olhos com muita força. Foi então que me ocorreu que talvez aquele passarinho estivesse em agonia.

Deixei-o em paz. Voltei para a minha espreguiçadeira e deitei-me, voltada para ele. Tinha muito em que pensar. Afinal de contas, ainda não tinha tema para a crónica. De onde eu estava, já quase não via a cabeça do pássaro. Fechei os olhos por instantes mas estranhei não ver a mancha vermelha. De repente, o sol havia ficado encoberto. Procurei, então, o passarinho frágil, indefeso, moribundo que havia deixado no chão do meu terraço. Olhei na sua direcção, mas ele já não estava lá. Havia voado, talvez, ou então foi colhido por alguma mão invisível que o resgatou.

Não sei porquê, aquele pássaro fez questão de pousar no meu terraço para despedir-se de mim. E também não sei porquê, não quis morrer naquele chão. Por obra do acaso, ou não, cruzei-me com ele nesta sua última viagem. E ele, corajoso, não fugiu de mim.

Foi então que percebi que o pássaro não viera só para eu ter tema para esta crónica. Viera também, e principalmente, para invocar toda a gente que nunca me disse adeus antes de partir da minha vida e tanta outra que optou por fugir em vez de ficar. Gente de quem senti, naquele instante, saudades. Gente que acabou por desaparecer, assim, entre um fechar e abrir de olhos, enquanto o sol se escondia atrás das nuvens num final de tarde estranhamente sem vento.

[Também publicado em PNETcrónicas.]

© Marta Madalena Botelho

13.4.08

um lugar vazio à mesa

Na penúltima crónica falei da morte. Na última, invocando imagens ao acaso, abordei a solidão. Esta semana, em jeito de encerramento de uma improvável trilogia, dedico um texto ao silêncio, possível denominador comum daquelas duas temáticas.

O silêncio imposto é filho do isolamento, do marasmo e da quietude. O silêncio desejado, por sua vez, é sereno, plácido e seguro. A morte e a solidão trazem consigo, quase sempre, aquele primeiro e ele é, quase sempre, insuportável.

A sabedoria popular proclama em adágio que «a palavra é de prata e o silêncio é de ouro», mas quem vive um quotidiano inteiramente mudo da expressão de afectos e de emoções alheias sabe bem que nem sempre é assim. Às vezes, o silêncio cola-se às paredes das casas e torna-as demasiado espessas, maciças e intransponíveis. Encostando o ouvido à cal percebe-se que dali nada sai senão frio. Paredes caladas são paredes opacas, simples tijolo e betão, meras divisórias.

Lidei com a morte de perto apenas uma vez e ainda há relativamente pouco tempo. Este «relativamente» não podia caber melhor: no que tange à morte, cada um de nós tem «o seu tempo» e podem ter de passar muitos anos – ou mesmo todos os anos – até que a saudade seja pacífica dentro de cada um. Em mim, vai sendo todos os dias um pouco mais, mas ainda não integralmente (não sei se alguma vez inteiramente).

Apanhada de surpresa pelo repentino sucedido, não quis outra coisa senão o profundo silêncio, senão que me cobrisse o peso da ausência de tudo e, todavia, dentro do peito não tinha mais do que brados ensurdecedores e atordoantes que nunca chegaram a sair de lá. Lentamente, esses gritos foram sendo absorvidos pelo suceder dos dias, a dádiva mais preciosa em situações de dor aflitiva.

Passados quase dois anos, confesso que ainda não consegui ordenar ao meu coração que deixe de sentir a falta que me faz o barulho das chaves do meu Avô de cada vez que ouço a porta de casa de minha Avó bater. Confesso que ainda não consegui deixar de ouvir dentro de mim as expressões que ele (e só ele), a par e passo, utilizava. Confesso que ainda não me habituei à ideia de (já) não ter o assobio dele a pincelar-me as tardes de alegria. Passados dois anos, confesso que o que me traz maior nostalgia a reboque do desaparecimento do meu Avô é o silêncio.

O silêncio que, desde então, impregnou a casa da minha avó faz-nos sentir a todos os que lá vamos mais sozinhos e menos entusiastas. Não que a casa se tenha tornado oca, não. Por lá se ri, cavaqueia, vive, mas, de certa forma e quase sem que se dê conta, um pouco mais contidamente. Diz-me quem sabe o que isto é que é assim um pouco por todas as casas em que, um dia, um dos lugares da mesa fica vazio.

O silêncio faz parte da vida tanto quanto a palavra, tanto quanto o riso, tanto quanto o simples som. Bastas vezes é de ouro, mas outras tantas é de prata. Sem querer tirar brilhantismo aos Depeche Mode quando cantam «words are very unnecessary, they can only do harm», remato dizendo que há situações em que uma palavra pode fazer toda a diferença. Para melhor, claro. E essa palavra nem sequer tem de ser muito rebuscada, muito reflectida, muito a propósito. Basta que nos fique na memória e possa preencher o vão de um qualquer dos nossos silêncios indesejados.

Depeche Mode. «Enjoy the silence».
Do álbum «Violator» [1990].


[Também publicado em PNETcrónicas.]

© Marta Madalena Botelho

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