Não tenho andado muito a par de novidades editoriais, nem sequer de promoções, mas hoje, Dia Mundial do Livro, imaginei que houvesse algumas e lá fui desgraçar-me. Na visita às lojas online e livrarias, pude aperceber-me de que há uma profusão de livros com palavras que eu chamo «ordinarices» no título. Ora, «ordinarices», também eu digo algumas, que uma mulher do Norte dificilmente escapa à tentação do alívio cientificamente provado que certos vocábulos em vernáculo puro e duro causam, mas jamais me ocorreria publicar um livro com o título Desenmerda-te* (não sei que mais) - confesso que tenho mais o que decorar do que estes títulos maravilhosos.
Já não bastavam os auto-ajudantes de meia-tigela estrangeiros publicarem livros inteiramente desprovidos de conteúdo com algum interesse cujos títulos não são mais do que soundbytes rascas, agora também temos portugueses a aderir à moda? E eu até falo com algum conhecimento de causa, porque li o A subtil arte de dizer que se f-buraco-de-bala-da da primeira à última página e posso afirmar que foi do tempo mais desperdiçado da minha vida, tanto que de cada vez que me lembro de que li aquilo, só me dão ganas de me autoflagelar com uma disciplina até sangrar.
Por Teutates! Andámos séculos a aprimorar as boas-maneiras, a educação, o saber-estar para virem estes nem-sei-o-que-lhes-chame em pleno século XXI conspurcar as livrarias com isto? Mete dó entrar numa FNAC ou numa Bertrand e olhar para o top de vendas: só livralhada com títulos reles!
Sai um pedido: deixem as livrarias em paz, se fazem favor. Afinal de contas, ainda são um dos poucos redutos de tranquilidade do mundo real realinho que eu vou tendo. Na literatura e na poesia - na arte - aceito tudo, mas na auto-ajuda não. Devia haver locais interditos à mediocridade. Posso sugerir as livrarias?
© [m.m.botelho]
Já não bastavam os auto-ajudantes de meia-tigela estrangeiros publicarem livros inteiramente desprovidos de conteúdo com algum interesse cujos títulos não são mais do que soundbytes rascas, agora também temos portugueses a aderir à moda? E eu até falo com algum conhecimento de causa, porque li o A subtil arte de dizer que se f-buraco-de-bala-da da primeira à última página e posso afirmar que foi do tempo mais desperdiçado da minha vida, tanto que de cada vez que me lembro de que li aquilo, só me dão ganas de me autoflagelar com uma disciplina até sangrar.
Por Teutates! Andámos séculos a aprimorar as boas-maneiras, a educação, o saber-estar para virem estes nem-sei-o-que-lhes-chame em pleno século XXI conspurcar as livrarias com isto? Mete dó entrar numa FNAC ou numa Bertrand e olhar para o top de vendas: só livralhada com títulos reles!
Sai um pedido: deixem as livrarias em paz, se fazem favor. Afinal de contas, ainda são um dos poucos redutos de tranquilidade do mundo real realinho que eu vou tendo. Na literatura e na poesia - na arte - aceito tudo, mas na auto-ajuda não. Devia haver locais interditos à mediocridade. Posso sugerir as livrarias?
© [m.m.botelho]