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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

A paixão escondida nas cabines das salas de cinema

Cid Linhares ao lado de um projetor a carvão em 1969
 
José Basílio ao lado de sua grande paixão

Cid Linhares revisando um filme 35mm

Artigo compartilhado do site da REVISTA GILDA, de 14 de junho de 2012

A paixão escondida nas cabines das salas de cinema

         Escondidos nas cabines, atrás dos projetores das salas multiplex, cinemas de rua, cineclubes ou cinematecas, estão os responsáveis por proporcionar os momentos emocionantes e mágicos que os filmes exibidos na grande tela nos trazem. Os projecionistas, na maioria das vezes esquecidos pelos frequentadores de cinema ,encaram seu ofício não como um trabalho, mas sim como uma verdadeira paixão, são eles que colocam e montam o filme no projetor, descem para conferir o som, controlam o foco e a luz.

          Com 62 anos de idade e 30 destes trabalhando como projecionista, José Basílio desde criança já sabia o que queria “ser quando crescer”. Aos 9 anos quando foi ao cinema com seu tio, o pequeno menino perguntou a ele: “O que tem dentro daquela cabine? E seu tio respondeu: É a pessoa que passa os filmes”. E desde então descobriu uma paixão intensa pelo cinema e o que seria mais tarde sua profissão.

         Ele estudou até a 5ª série do ensino fundamental e com18 anos foi servir ao exército no estado de Santa Catarina. Foi então que tudo começou, passou a freqüentar aulas de projeção e no terceiro dia, seu professor não compareceu. Então o sargento perguntou se o “milico daria conta do recado”. “Ajoelhei no chão e pedi a Deus que me ajudasse. E foi o que aconteceu tudo deu certo e eles gostaram tanto da projeção, que ao invés de cobrarem para me ensinarem, pagaram para que eu fosse o novo projecionista”, relembra Basílio.

  Quando veio para Curitiba leu no jornal que havia uma vaga de operador de cinema, era a empresa Vitória Cinematográfica quem que estava contratando, conquistou a vaga e assim trabalhou por 25 anos. Durante todos esses anos já cuidou de até 10 salas de cinema, ajudou muitos cinemas de bairro, projetou filmes em escolas, e também ajudou na Fundação Cultural de Curitiba.

           Há um ano está no Cineplex do Shopping Novo Batel e conta que sua paixão pelo cinema é tão grande que chega todos os dias mais cedo para assistir aos filmes sozinho. “Não gosto dos meus dias de folga, pois não posso assistir aos filmes em tela grande”, relata José. Basílio acredita que infelizmente essa profissão irá acabar, pelo fato dos filmes digitais serem mais práticos, mas afirma que eles não tem a mesma imagem e o som dos filmes projetados.

Cid Linhares, 60 anos, trabalha como projecionista desde 1968, e quando criança ia ao cinema e adorava. Linhares trabalhou em muitos cinemas, mas sempre sem registro. Quando um cinema fazia uma proposta financeira melhor, mudava de emprego e assim seguiu durante um bom tempo, trabalhando onde o pagassem melhor. Com 17 anos foi preso porque era menor de idade e trabalhava sem registro no Cine Flórida.

Quando questionado sobre o sentimento em relação à sua profissão, Cid revela que antigamente a profissão e o cinema fascinavam mais, pois a forma como o filme era projetado dava mais trabalho e exigia uma atenção maior. “Muitas mudanças ocorreram, como a introdução da luz nas projeções. Hoje em dia não é mais necessário revisar um filme, tudo vêm pronto e bem feito. Não é mais necessário ter um profissional que entenda de projeção. Quem trabalha nas grandes salas de cinema apenas coloca o DVD no aparelho e aperta play, nada mais”, desabafa Cid.

Porém admite que o cinema será sempre sua grande paixão e que sente-se realizado ao ver o cinema cheio e ter a responsabilidade de passar um filme que vai agradar ao público. “Não importa que eles não me vejam, gosto de ficar escondido na cabine, mas é incrível projetar o filme para um cinema lotado. A vida do projecionista é só dentro da cabine, é como ficar numa prisão. Faço o café, fumo e projeto. Mas amo isso, amo minha profissão”, declara Linhares. Quanto às novas tecnologias Cid esbraveja “não quero nem aprender a mexer”.

Desde os 20 anos de idade Jorge Luiz de Souza substituía o operador do cinema do qual seu pai era dono e durante duas décadas foi o projecionista do Cine Morgenau.  “Eu estive desde pequeno dentro do cinema, meu pai era apaixonado por cinema eu sempre estava com ele. A projeção acabou se tornando minha profissão e minha paixão”, destaca o projecionista.

Jorge relembra que os projetores suportavam apenas um rolo, mas para exibir um filme era necessário utilizar pilhas de rolos. “Sempre tinham duas máquinas e cada rolo de fita possuía 40 minutos, por isso precisava cuidar para realizar a troca durante a projeção do filme”, relata Jorge.

Jorge conta que as máquinas funcionavam com dois carvões em forma de lápis, que eram colocados na lateral esquerda e na frente do projetor para refletir a luminosidade na tela. Como era necessário ficar atento a diversos detalhes, precisava-se de um ajudante. "Hoje já não tem mais o trabalho todo que tinha antigamente, a fita hoje é mais resistente não arrebenta fácil, não exige o mesmo cuidado", declara o projecionista.

Se será extinta ou não a profissão de projetistas ou operadores, como era chamada antigamente, somente o tempo irá responder. Porém o amor declarado ao cinema por esses profissionais, certamente não corre o risco de acabar.

Produção: Agência Imaginário
Texto: Aline Przybysewski, Ana Evelyn de Almeida, Etiene Mandello, Lucas Molinari e Rosane Cadena
Edição: Aline Przybysewski
Imagem: Etiene Mandello e Rosane Cadena

Texto e imagens reproduzisoa do site: revistagilda blogspot com

sábado, 19 de outubro de 2024

Cabine de Projeção > Cinema Analógico

Post compartilhado do site REDDIT

Por Scurvy Bagel

Cabine do projetista de um cinema em Ontário, Canadá - início dos anos 1970

Naquela época, só passava um filme, mas você tinha a opção de assistir às 19h ou às 21h (ou durante as matinês de fim de semana à tarde, se você quisesse). Você podia fumar na varanda ou nas últimas 15 fileiras do andar principal do auditório e geralmente assistia a um ou dois desenhos animados antes do filme principal começar.

Havia dois projetores na cabine e os filmes eram divididos em vários rolos. O projetista alternava entre os dois projetores em um ponto no tempo que era indicado por pequenas marcas que eles faziam no canto superior direito do filme. Quando a primeira marca aparecia na tela, o projetista ligava o segundo projetor e o deixava funcionar em conjunto com o primeiro. A segunda marca indicava quando ele deveria mudar para o segundo projetor e o novo rolo seria exibido na tela.

Texto reproduzido do site: www reddit com

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O Canto da Projeção









A cabine de projeção do Cinema São Luiz, localizado no terceiro andar do estabelecimento fixado no Edifício Duarte Coelho, é um lugar repleto de equipamentos raros e históricos utilizados para projetar filmes, contando com 3 antigas máquinas que funcionam até hoje. Porém, com a chegada do equipamento digital, no começo dos anos 2010, o cinema decidiu se modernizar e utilizar as máquinas de última geração para exibir os filmes em cartaz, mas sem tirar a clássica essência cinematográfica.

Nesta galeria, você pode conferir algumas fotos dos equipamentos de antigamente, além de um vídeo mostrando a transição da clássica projeção para a nova no Cinema São Luiz, com explicações do projecionista Miguel Tavares, que há 24 anos presta seus serviços ao cinema com muita simpatia e profissionalismo.

Texto e imagens reproduzidos do site: unicap.br



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A sala de projeção do Cinema São Luiz é uma verdadeira viagem no tempo para
 os amantes da sétima arte. Agora, que tal viajar mais uma vez para o passado 
conferindo a reportagem sobre os antigos cinemas de rua do Recife? 
Clique no link abaixo:

http://www.unicap.br/webjornalismo/ocantodocinema/site/

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Películas ainda são usadas em cinema de Santos (2012)


Publicado originalmente no site G1, em 08/07/2012.

Películas ainda são usadas em cinema de Santos.

Mesmo com a tecnologia 3D, filmes são rodados manualmente.

Uma das partes mais delicadas do processo é emendar o rolo.

Do G1 Santos;

Quem vai ao cinema geralmente não percebe o trabalho que é feito para que o filme assistido passe na telona. Mas se há atraso na exibição ou algum erro durante a sessão, o trabalho dos projecionistas logo é visto por todos. Caso tudo ocorra bem, os funcionários passam desapercebidos.

 A ação nas salas de projeção começam muito antes do filme ser exibido para o público. O trabalho é inteiro manual e a profissão é passada de projecionista para projecionista. Uma das partes mais delicadas do processo é emendar um rolo de película no outro.

Assim como nos antigos vídeos cassetes, as películas, como são chamados os filmes, devem ser rebobinadas. Para esse processo, o uso da tecnologia ajuda a adiantar o processo que, às vezes, deve ser feito manualmente, caso o aparelho falhe ou não esteja disponível.

Antes do filme montado ser exibido na tela do cinema, a película roda na sala de projeção com a participação da mão de obra humana. Depois de encaixar a película o trabalho é todo automático.

O trabalho é quase o mesmo há décadas, com uma ou outra inovação, como no caso dos filmes em 3D. Diferente dos rolos de película, os filmes 3D chegam em cartucho de memória (HD). O HD é colocado em uma máquina, adaptado, e sem que haja necessidade de emendar ou rebobinar os rolos o filme vai para a sala de cinema.

Para o projecionista Carlos Paixão Ramos, profissional há 15 anos, os filmes em 3D vieram para aliviar seu trabalho. O profissional é responsável pelos cartuchos no cinema onde é funcionário em Santos, e em comparação ao trabalho braçal das projeções de películas, a tecnologia é quase uma brincadeira. “Não faço força. Coloco o HD e depois de todo o procedimento é só dar o play, como em um computador. Agora fico descansando e deixo o pessoal pegando no pesado um pouco”, brinca o profissional.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/sp/santos