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06/08/2007

Bande dessinnée

O francês diz bande dessinnée, o português (muito original) diz banda desenhada e o brasileiro (cheio de lero-lero) diz história em quadrinhos, ou HQ para os íntimos. Seja lá como for, apenas na década de 1980 a HQ e o jazz assumiram um relacionamento mais sério, até então resumido a encontros esparsos e esporádicos.
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Os primeiros indícios dessa soturna relação - a maioria das HQ de jazz são em preto e branco – são os seguintes: 1) L'Homme de Harlem, uma homenagem a Charlie Parker feita pelo italiano Guido Crepax que, além de adorar Louise Brooks, a atriz que inspirou sua personagem Valentina, também adorava jazz (lançado em 1979 pela Ed. Dargaud); 2) Le Bar à Joe, da dupla argentina José Antonio Muñoz e Carlos Sampayo (lançado em 1981 pela Ed. Casterman) e 3) Ostende Miami e Saxo Cool do belga Louis Joos (lançados em 1984 pela Ed. Futuropolis e Ed. Ice Crim's).


Outro belga de destaque foi Ever Meulen que, embora nunca tenha feito nenhuma HQ, desenhou inúmeros cartazes e capas de álbuns, reunidos em volume pela Ed. Futuropolis. Na França devemos lembrar de Jacques Ferrandez, ilustrador da Jazzhot e autor de Nostalgia in Time Square, lançado em 1987 pela Ed. Futuropolis e da dupla Loustal e Paringaux, autores de Barney et la note bleue, baseada na vida do saxofonista Barney Wilen. Também Jean-Claude Götting inspirou-se na vida de um saxofonista de jazz para produzir Détours (1986, Ed. Futuropolis).

Na Itália, Gaetano Liberatore contribui com Sax Blues na coletânea Musicomix (1984, Ed. Artefact), lançada no Brasil em 1986 pela Ed. Circo. Nos EUA Robert Crumb representava a HQ Underground, com seus famosos traços sobre o mundo preto e branco do blues e do rock (ele produziu, entre muitas outras coisas, a capa do famoso álbum Cheap Thrills, de Janis Joplin). Mas tudo bem se você preferir as aventuras eróticas de Manara ou os monstros fantásticos de Moebius. Saudades de quem? Carlos Zéfiro? Não é do meu tempo não!