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sábado, 7 de abril de 2012

"Espelho, Espelho Meu"... será que existe uma madrasta mais cômica do que eu?

Filme espelho espelho meu

Ainda que passados tantos anos dos primeiros registros literários do sombrio conto da tradição oral alemã, a história da bela princesa órfã que desperta a inveja e a raiva de sua madrasta continua presente no imaginário popular.
Essa releitura, dirigida por Tarsem Singh, porém, mostra a história sob um novo olhar, alterando nomes e fatos, criando um universo menos sombrio que o original, mas tão inusitado quanto. Momentos de tensão dividem espaço com o humor que percorre a cena ao longo da impagável atuação de Julia Roberts e dos divertidos sete anões.

Filme espelho espelho meu

A história original está lá, mas podemos começar dando adeus a Atchim, Soneca, Zangado, Feliz, Dengoso, Mestre e Dunga. Ah, esqueçamos, também, o caçador... aquela Branca de Neve inocente... e o beijo salvador que acorda a princesa da "morte"...
Grim, Napoleão, Açougueiro, Tampinha, Lobo, Rango e Riso são os sete anões, que, com certeza, não trabalham em uma mina nem tão pouco têm uma vida honesta e humilde na floresta. Pequenos saquedores sobre pernas de pau, os anões garantem ótimos momentos do filme.
A madrasta é um dos pontos altos... fortes e irônica... é tão divertida que quase chegamos a torcer por ela.
Lily Collins é a responsável por viver uma Branca de Neve com 18 anos recém feitos. Ao ver-se sozinha na floresta, ela acaba por conhecer os anões, com quem passa a morar e com os quais aprende a se defender, roubar e pensar estrategicamente.

Filme espelho espelho meu

Armie Hammer vive o príncipe desastrado, bobo e atrapalhado, que inicia a história sendo assaltado pelos anões, chega seminu ao castelo da Branca de Neve. Sua beleza e condição econômica fazem despertar o interesse da rainha, que vê seus planos em perigo ao perceber o interesse do príncipe por Branca de Neve.

Filme espelho espelho meu

Como resultado final temos um filme divertido, que agrada tanto pelo enredo quanto pela exuberância visual.
Apesar da crítica negativa, que o vê como um pastelão artificial, é um filme que vale a pena ser visto. Afinal, o mundo da fantasia nos abre tantas portas... por que insistirmos em adentrar sempre pelas mesmas?


Divirtam-se... seja com as fadas ou com as bruxas, posto que o imaginário transforma todas elas em um conteúdo onírico que nos faz viajar, viajar, viajar...

Beijinhos...


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Charles Perrault

Charles Perrault
(1628-1703)
Contemporâneo de La Fontaine, Charles Perrault passou toda sua vida em Paris, morrendo aos 75 anos. Foi poeta da Academia Francesa e não atuou exclusivamente no mundo das letras. Trabalhou como advogado, tornou-se superintendente de construções do Rei Sol Luís XIV, posição política em que muito se destacou.
Membro da alta burguesia, Perrault foi imortalizado por uma literatura de cunho popular que caiu no gosto infantil, contando também com a aprovação dos adultos. Com pouco mais de 50 anos, trocou o serviço ativo pela educação dos filhos. Movido por esse desejo, começou a registrar as histórias da tradição oral contadas, principalmente, pela mãe ao pé da lareira.
Com quase 70 anos, publicou um livro de contos conhecido, na época, como "Contos de velha", "contos da cegonha" ou "contos da mamãe gansa", sendo este o pelo qual ficou conhecida sua obra. A primeira edição, de onze de janeiro de 1697, recebeu o nome de "Histórias ou contos do tempo passado com moralidades", remetendo à famosa moral da história presente ao final de cada texto.
Com estilo simples e fluente, as histórias eram adaptações literárias que traziam ao final conceitos morais em forma de verso. Poromovendo, desde a origem da literatura infantil a existência de um teor pedagógico associado ao lúdico.
Os "Contos da mamãe gansa" formam uma coletânea de oito histórias, acrescidas, posteriormente, de mais três. Os contos que falam de princesas, bruxas e fadas trazem histórias que habitam até hoje o imaginário infantil. A figura da Mãe Gansa já demonstra a aproximação de Perrault com as narrativas populares. Mãe Gansa, numa ilustração da edição original, assemelha-se a uma velha fiandeira que conta histórias. Imortaliza-se, assim, este símbolo no mundo literário.
Os oito contos iniciais são:
A Bela Adormecida no Bosque
Chapeuzinho Vermelho
O Barba Azul
O Gato de Botas
As Fadas
A Gata Borralheira
Henrique, o topetudo
O Pequeno Polegar
Os três contos incluídos posteriormente na coletânea são:
A Pele de Asno
Os Desejos Ridículos
Grisélidis
Apesar de conhecidos como Contos de Fadas, em boa parte dos contos não há fadas. Eles são contos maravilhosos, cujos elementos alheios à realidade concreta assumem papel decisivo no contexto narrativo, inclusive as fadas (boas ou más). No conto Chapeuzinho Vermelho, o lobo personificado é o elemento maravilhoso; em Barba Azul, há a chave com a mancha de sangue que não pode ser lavada; em O Gato de Botas, também há a personificação do gato, além da presença do Ogro e suas transformações; enquanto em O Pequeno Polegar existem as botas de sete léguas...
Com a palavra, a Mamãe Gansa:
Gato de Botas
Há muito tempo, um velho moleiro, que tinha trabalhado a vida inteira, chamou seus três filhos e distribuiu entre eles tudo o que possuía. Entregou o moinho ao mais velho, deu o burro para o segundo, e para o terceiro, que era o caçula, sobrou só o gato.
Quando os três filhos ficaram sozinhos, o mais velho combinou viver e trabalhar junto com o segundo irmão. Ele podia fazer farinha no moinho, e o outro iria vendê-la na cidade, com o burro.
Mas o caçula, que só tinha um gato, era melhor que fosse embora com ele, pois para nada servia.
O caçula ficou muito triste, mas concordou:
— Vocês têm razão. O mais que posso fazer com um gato é comer
uns bifes e usar a pele para um gorro.
Depois fez sua trouxa e pôs-se a caminho, levando o gato. Não sabia para onde ir. Andou durante muito tempo… Quando se cansou sentou-se num tronco caído, para pensar. O gato ouvira a conversa dos irmãos, e, agora que estava sozinho com o dono, falou:
— Meu amo! Poderei ser-lhe mais útil vivo que morto. Arranje-me um par de botas para andar no bosque e um saco. Você vai ver do que eu sou capaz.
O rapaz estranhou o pedido, mas arranjou as botas e o saco para o gato.
— Quero só ver o que um gato pode fazer com isto — pensou.
Assim que recebeu o que pedira, saiu depressa, cantando alegremente:
De hoje em diante meu destino é ao meu dono servir. Hei de cobri-lo de ouro! Basta de me divertir! Com este saco de pano vou para o bosque distante, Um cérebro que trabalha faz fortuna num instante.
Enquanto caminhava em direção ao bosque, o gato ia fazendo seus planos. Seria difícil imaginar um gato mais esperto do que aquele. Bem que ele dizia que sua cabeça funcionava! Ele não perdia tempo. Seu dono nunca poderia adivinhar o que ele pretendia fazer…
Chegando ao bosque, o gato pôs no chão o saco bem aberto e dentro jogou uns pedacinhos de pão. Depois, deitou-se ali perto fechou os olhos e fingiu de morto. Dali a pouco uma lebre se aproximou e foi comer o pão. Entrou no saco e… zás! Num piscar de olho o gato puxou os cordões, fechando o saco, colocou-o ao ombro, e correu ao palácio do rei.
— Majestade, venho trazer-vos esta lebre, que meu amo e senhor, Marquês de Carabá, caçou especialmente para vós.
O rei agradeceu o presente e mandou o cozinheiro preparar a lebre para o jantar. Nos dias que se seguiram, o gato tornou a levar ao rei vários presentes do Marquês de Carabá: lebres, codornas, coelhos, faisões. O gato chegava ao palácio e, fazendo uma grande reverência, entregava ao rei a caça do dia:
— Majestade, eis aqui duas perdizes, que vos envia meu amo, o Marquês de Carabá!
O rei ficava encantado. Estava cada vez mais curioso para conhecer o Marquês de Carabá, que o presenteava tanto. Os próprios cortesãos perguntavam uns aos outros quem era o tal marquês. E o rei pensava:
— Se é tão bonito quanto é bom caçador, e é tão rico como esplêndido senhor,da minha filha eu lhe darei a mão e o amor!
Um dia o gato soube que o rei ia dar um passeio de carruagem com a filha. Levou o amo até um lago que ficava perto da estrada por onde o rei deveria passar, e, quando a carruagem se aproximava, mandou o dono despir-se e entrar na água.
— Mas, que é isso, gato? Você perdeu o juízo?
— Depressa, meu amo, depressa! Faça o que lhe digo, e não se arrependerá!
O rapaz nao teve outro jeito senão obedecer. Tirou a roupa e pulou para dentro da água. A carruagem do rei já estava perto, e o gato começou a gritar:
— Socorro! Meu amo está se afogando! Socorro, Majestade!
O rei ordenou ao cocheiro que parasse e que seus guardas tirassem o marquês de dentro do rio. O gato agradeceu ao rei e disse:
— O pobre marquês… foi atirado ao rio por dois bandidos… que lhe roubaram…
— A peruca? — perguntou o rei.
— E também as roupas! — disse o gato.
O rei ordenou então a um dos seus servos que corresse ao palácio e trouxesse o traje mais bonito de seu guarda-roupa. O furto da roupa era mais uma invenção do gato. E claro que o Marquês de Carabá não poderia apresentar-se vestido com as roupas pobres de um moleiro…
Quando o servo chegou com o belo traje do rei, o rapaz vestiu-se e aproximou-se da carruagem. Inclinou-se numa reverência e agradeceu ao rei por tê-lo salvo.
A princesa pediu ao pai que convidasse o Marquês de Carabá para entrar na carruagem e continuar o passeio com eles. O rapaz aceitou o convite, e o rei, vendo que a filha se interessava pelo moço, começou a pensar:
— Um marquês desconhecido! Preciso saber quem ele é, e também se é rico.
Enquanto isso o gato correra na frente e já estava longe. Ao encontrar camponeses trabalhando a terra, o gato ordenou em voz grossa:
— Se alguém perguntar de quem são estas terras, digam que pertence ao Marquês de Carabá. Se não responderem assim, eu os picarei em pedacinhos e farei salsicha de vocês!
Daí a pouco chegou a carruagem do rei. Os camponeses o saudaram e ele perguntou de quem eram aquelas terras.
— São do Marquês de Carabál
O rei olhou admirado para o rapaz, que disse modestamente:
—É apenas um campo que quase não dá lucro… não dá nem para comprar os cartuchos para minha espingarda!
O gato, que não perdia tempo, já estava longe, falando com outros
— Se alguém perguntar de quem é o trigo que vocês estão colhendo, digam que é do Marquês de Carabá. Senão, eu os pico em pedacinhos! Logo apareceu a carruagem e o rei perguntou:
— De quem é este trigo?
— É do Marquês de Carabá! — responderam os camponeses.
O rei estava cada vez mais admirado com a riqueza do marquês e não parava de cumprimentá-lo. O gato, entretanto, continuara a correr e chegara a um castelo. Com a maior cara-de-pau deste mundo, bateu à porta.
— Quem é ? — perguntou o guarda.
— Pode dizer-me de quem é este castelo ?
— É de um terrível feiticeiro! — respondeu o guarda. — É melhor você ir andando, porque hoje ele espera hóspedes para um banquete.
O gato insistiu:
— Não posso passar por aqui sem parar para ver seu patrão. Pode anunciar-me: sou o gato do Marquês de Carabá e quero cumprimentá-lo
— Um gato! Que visita estranha! — disse o feiticeiro, que era muito vaidoso. E mandou-o entrar, pensando que o gato viesse prestar-lhe homenagens.
— Aproxime-se! — ordenou o feiticeiro ao gato. — Vejamos se consegue me agradar.
— Que bela barba o senhor tem! — exclamou o gato. — E que barriga tão gorda!
— Bravo, gato! Você sabe fazer elogios. E agora, o que tem para me dizer?
— Ouvi falar que… mas não é possível… não acredito… que o senhor é capaz de se transformar num leão!
— Quem ousou dizer isso? — perguntou o feiticeiro, ofendido.
— Oh! As más línguas… Mas se o senhor me der uma prova de seu poder…
— Claro. Posso me transformar no que quiser — respondeu o feiticeiro. Um… dois… três! O feiticeiro se transformou num enorme leão. O gato teve tanto medo, que até suas botas tremeram. Mas acalmou-se e disse:
— Muito bem, muito bem! Mas deve ser fácil virar leão. O senhor é grande e o leão também é… Não vejo dificuldade nisso !
— Posso virar qualquer coisa, já disse. Até uma coisinha bem pequena!
— Não é possível — retrucou o gato. — Ainda mais porque agora o senhor já deve estar cansado!
— Sou um feiticeiro, e os feiticeiros não se cansam. Pode escolher qualquer bicho,e me transformarei nele.
O gato, que era muito esperto, pediu ao feiticeiro que virasse um ratinho bem pequeno.
— Isso é fácil — disse o feiticeiro.
— Fique olhando: um, dois e três!
O feiticeiro, grande como era, virou um ratinho. O gato não perdeu tempo: num instante pegou o ratinho e comeu. Livre do feiticeiro, o gato percorreu o castelo, dizendo:
— O feiticeiro morreu. O novo dono do castelo é o Marquês de Carabá. Guardas! Servos! Cozinheiros! Preparem-se para receber o Marquês de Carabá e Sua Majestade, o rei, em pessoa!
— O banquete que o feiticeiro ia oferecer aos amigos será servido ao rei — continuou o gato.
— Depressa! A carruagem real se aproxima!
De fato, exatamente naquele momento a carruagem do rei passava pela frente do castelo. O gato correu à estrada e disse:
— Sua Majestade, seja bem-vindo ao castelo do Marquês de Carabál
- Oh! meu caro marquês, não sabia que o senhor possuía também um castelo!
— Para dizer a verdade, nem eu! — respondeu o rapaz.
— Tem um lindo castelo! — disse-lhe o rei — bem construído e belo!
O moço em confusão pensava quieto: — Isso é obra do gato, por certo.
O rei disse no ouvido da princesa: — Que tal o marquês por marido?
— É mais lindo que o nosso — fez a princesa — gosto mais do vosso!
— Aceito com prazer, se ele também quiser!
Disse o marquês na hora:
— Se for por mim a gente casa agora!
— Agora — disse o gato — é hora da ceia, que já está pronta no salão do meio!
Foram todos a ceia festejar: o gato, o rei e mau o novo par.
E assim termina a estória desse gato que foi de fato o mais esperto que houve. Gato de Botas que levou sua estória a tão bom fim. Feliz de quem tiver um gato assim!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O mundo das fadas no jardim dos sonhos...

Os contos de fadas são de substantiva importância em nossa cultura. São fatores de consolidação e socialização do universo interior, que desvelam dramas, angústias e tensões comuns à nossa psiquê. Remontam ao período medieval, quando seu objetivo era assustar as crianças, como forma de protegê-las dos perigos da época.
Com a chegada do Romantismo, esses contos tomaram nova roupagem. Assumiram um cunho didático. Serviam para educar as crianças através de seu conteúdo lúdico.
Através dos contos de fadas se leva ao indivíduo um ensinamento significativo, pois meche com as fantasias e os encantos de uma realidade diferente daquela do mundo circundante. O conto de fadas fala de um mundo mais real, fala de um mundo interior, cujo tempo e espaço não precisam ser delineados, pois são constantemente o AQUI e o AGORA.
Em A Psicanálise dos Contos de Fadas, Bruno Bettelheim expõe o mundo belo, cheio de amor e encantamentos, assim como de crueldades e selvagerias, dos contos de fadas. Os contos de fadas, portanto, representam um enfrentamento, seja com os temores seja com os desejos. É por eles, temores ou desejos, que tecemos os significados que lhes atribuímos.
Nosso prazer é o que nos induz a reagir segundo o tempo que estamos vivendo aos significados ocultos, na medida em que podem-se relacionar à nossa experiência de vida e atual estado de desenvolvimento pessoal. (Bettelheim, p. 54.)
Assim, os contos de fada compreendem uma instância permanente do desenvolvimento humano, pois fala a todos, em todos os tempos e estados.
Seus temas são de uma dualidade latente, pois são marcados de alegria e sofrimento, de inocência e crueldade, de ingenuidade e desejo, de vilania e virtude. Tratam-se de lições universais, presentes no ontem e no amanhã; apresentam um conteúdo moral e civilizatório.
E sua fórmula padrão, que transita entre o "Era uma vez" e o "Felizes para sempre", se tem uma felicidade ilusória, como ilusório é seu final. Com o final da história, o início do aprendizado se dá. E a felicidade ilude as angústias e os temores que a história desvela.
Os finais felizes dos contos de fadas são apenas o começo da história maior, e qualquer estudo que tente dar conta de sua totalidade irá tropeçar e cair antes que qualquer tipo de final possa ser alcançado. A história da narração de histórias é um conto que nunca será concluído. Como sugere uma tradicional fórmula de encerramento, a história é tecida pelos dois lados: "Contei minha história e agora deixo-a em suas mãos". (Warner, p. 24.)
Perrault, Andersen, Grimm, entre tantos outros, recontaram as mesmas histórias que continuam a ser recontadas e atualizadas constantemente. Dentre essas histórias pode-se destacar "Chapeuzinho Vermelho" e suas múltiplas versões. "Chapinha Vermelha", para Perrault. "Fita Verde no Cabelo", para Guimarães Rosa. "A Verdadeira História de Chapeuzinho Veemelho", para Master Key. Esta última, bastante polêmica e atual, em ritmo de hip-hop, expressão das ruas e da periferia:

Chapeuzinha viciada desde os 12, prostituta aos 14,
tudo o que ela sabe é se chapar.
Na cestinha não tinha nenhum doce, só baseado que a
Vovozinha mandou entregar.
Vovozinha assasina, traficante, ex-presidiária, a
figura mais temida do lugar!
Lobo Mau era um cara camarada, topava qualquer parada
e era policial militar.

[refrão]
Lobo Mau... um cara tão legal...
Era policial... o cara se deu mal...

Aquele dia o bosque estava tão tranqüilo e o lobo não
imaginava o que estava a lhe esperar...
Vovozinha preparou uma cilada e Chapeuzinho na jogada
para o pobre Lobo "apagar."
Tudo pronto no lugar que foi marcado, não podia dar
errado, o Lobo sempre faz a ronda lá.
Chapeuzinho já estava bem "cheirada" e, sem mais
demora começou o "38ªº" a carregar.

[refrão]

Lobo Mau estava só fazendo seu trabalho, mas foi um
otário ao adentrar naquele lugar...
Chapeuzinho já estava preparada, com a arma
engatilhada, e começou logo a atirar!
Lobo Mau não pôde sequer reagir, pensou até em fugir,
mas era muito tarde pra ele escapar...
Pobrezinho quis bancar o forte, mas sangrou até a
morte e deixou 7 lobinhos pra criar!

Lobo Mau... um cara tão legal...
Era policial... o cara se deu mal...
Lobo Mau... nem chegou ao hospital...
O cara é um animal... morreu logo no local...

Que melhor forma de educar senão pela experiência? Pelo conhecimento experimentado?
Os conteúdos didáticos dos contos de fadas estão presentes na composição de Marcelo Feijó Magalhães e Sérgio Mariano Silva, em que a história, já fixada em nosso imaginário popular, traz ao debate temas do presente.
A violência e a crueldade do universo das fadas habitam o mundo real, desnudando a realidade que se vê diariamente nos noticiários. Uma realidade desagradável, mas que necessita ser discutida, pois fechar os olhos aos problemas não é educar, não é um meio de salvar o mundo.
Como nos contos de fadas tradicionais, aqui se observam profundidade e clareza excepicionais, posto que ligam realidade e fantasia, o mundo concreto ao universo imaginário. Observa-se, então, um novo potencial analítico do real, mostrando a realidade como um espelho da experiência humana, mergulhada numa trama de problemas e possibilidades.
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