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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dia 31 de agosto - Dia do Blog

selinho dia do blog
Segundo a Wikipédia, "Esta data foi escolhida porque seus números 31/08 se assemelham com a palavra Blog." E a ideia é que neste dia todos os blogueiros deverão postar mensagens indicando blogs que considerem interessantes, para que seus leitores conheçam novos blogs para serem lidos...
Então lá vai a indicação de alguns cantinhos que visito e acho que valem apena ser vistos:


Então... a todo esse pessoal aí à cima e a todos os amigos do Jardim dos Sonhos, dedico este selinho, por esse dia cuja proposta é compartilhar e estimular os amigos blogueiros a produzir...

Beijinhos a todos...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Seti I, o faraó que se tornou Deus

Faraó Seti I do Egito
(Múmia do Faraó Seti I)

Popularmente conhecido como a primeira encarnação histórica do diabo, o deus egípcio Seth possui a fama de ser o patrono do caos, da intriga e da violência. Apesar de várias controvérsias acerca da imagem de Seth, o que se sabe com certeza é que foi ele o Deus oficial da casa Real do Faraó Seti I.
Seti I foi um dos maiores Faraós do antigo Egito e reinou de 1294 à 1279 a.C. Ele, Seti I, era sacerdote de Seth, e soldado. Seth tinha um templo na cidade de Avaris, e Seti I reconstruiu este templo com opulência e poder. Seti I tentou desfazer a obra de Aknaton, aquele que tentou impor um Deus único ao antigo Egito... Seti era um guerreiro, sacerdote do Deus guerreiro por excelência.
Não podemos dizer que os egípcios eram politeístas no sentido grego do termo, isto é um reducionismo leigo, sequer dá para considerar que praticavam uma religião. Para os egípcios, um rio não era apenas um rio, mas uma porta para tudo aquilo que o rio significava... assim também os Deuses, que se mesclavam uns aos outros como significados se mesclam em seus pontos comuns.
Portanto, Seth era um Deus, sem a menor dúvida, mas o que era um Deus para os egípcios? Certamente não era algo como percebemos hoje. Está muito associado à experiência que os clarividentes têm, qual seja, ao olhar para algo eles vêm tudo o que está associado a este algo.... como se tudo fosse energia.
Seth está relacionado à noite, à lua. Para os egípios, se = homem e set = mulher. Assim, percebe-se que o Deus guerreiro dos egípcios estava também ligado às energias do feminino. Foi também assossiado à serpente. Desta forma, assumiou uma condição ambígua, para uns era um Deus, para outros a própria representação do diabo.

Faraó Seti I do Egito
(Trecho da Tumba de Seti I)

O faraó recebera o nome Seti em homenagem ao Deus de sua família. Seti I, filho de Ramsés I, provém de uma linhagem nobre e de grandes comandantes militares. Casou-se com Toya, filha do tenente Raia, com quem teve quatro filhos: Chenar, que morreu ainda muito jovem; Tia-Sitre; Ramsés II, que sucederia seu pai como faraó; e Hanutmiré, futura esposa de seu irmão Ramsés II. A família de Seti, Dinastia dos Ramséssidas, continuaria no poder por mais 93 anos, até a morte da rainha-faraó Tauseret, em 1185 a. C.
Como governante, cultivou uma política diplomática e econômica de boas relações com outros países, além de ser dedicado às artes e à arquitetura. As manifestações artísticas em seu reinado jamais foram igualadas em qualidade e refinamento.
Ao longo de seu reinado, esforçou-se para restaurar a glória que o Egito havia perdido e para legitimar sua dinastia. Foi responsável por importantes obras de arquitetura e de desenvolvimento artístico. Foi ele quem mandou construir um magnífico Templo dedicado a Osíris, considerado uma das mais belas realizações da arte egípcia. O templo possuía sete santuários: Ptah, Ré-Horakhti, Amon-Ré, Osíris, Ísis, Horus e o do próprio Seti. Existe neste templo a chamada Sala dos Registos onde os relevos mostram Seti I acompanhado do jovem Ramsés perante uma interminável lista de faraós do Egipto. Nota-se que de Amen-hotep III a lista salta para Horemheb, eclipsando os faraós de Amarna e, nomeadamente, o inconveniente Akhenaton. Está aqui patente a grande linha diretora do reinado de Seti I, comum aos dos seus antecessores Horemheb e Ramsés I, reabilitar a glória do Egito e apagar os vestígios da heresia de Amarna. Seti I construiu ainda um Templo dedicado a seu pai, Ramsés I, também em Abido e o seu Templo Mortuário em Tebas.

Faraó Seti I do Egito
(Parede da tumba de Seti I)

O último marco do seu reinado é a construção do seu túmulo no Vale dos Reis, o KV 17, sendo considerado até agora como o maior e mais soberbamente decorado de todo o Vale. Seu túmulo é o auge do esplendor artístico alcançado durante o reinado do monarca. Os baixos-relevos são de um requinte único e a utilização de cores vibrantes dá-lhes uma vida inesperada. É ainda notório pelas artimanhas usadas na sua defesa contra ladrões e saqueadores. A tumba KV17, é a mais comprida tumba do Vale, com 136 metros, e contém as mais bem preservadas relíquias em todas as suas onze câmaras e salas anexas. Uma das câmaras do fundo é decorada com o ritual de abertura de boca do livro dos mortos, uma magia que afirma que os órgãos de comer e beber do morto irão funcionar devidamente. Como acreditava-se na necessidade desses órgãos na "vida do além", esse ritual era bastante importante. O sarcófago da tumba encontra-se atualmente no museu Soane, em Londres. Há ainda, no KV17, um túnel longo, não completamente explorado, que penetra na montanha a partir do local aonde se situava o sarcófago, no túmulo da câmara. As cenas gravadas em suas paredes estão agora no museu do Louvre e no museu de Florença.

Faraó Seti I do Egito

Faraó Seti I do Egito
(Representações de Seti I)

Na câmara mortuária foi encontrado um sarcófago de alabastro, vazio, que está no Museu de Londres. A múmia de Seti I foi encontrada no cache de Deir el-Bahari, em 1881, e hoje está na Sala das Múmias do Museu Egípcio do Cairo. Seti I morreu ainda novo, com menos de 40 anos. A sua múmia é considerada a mais bela e bem preservada até hoje encontrada.
O reinado de Seti foi curto. Contudo, em tão pouco tempo, conquistou a admiração de seu povo. Tanto que, diz a lenda, seguindo a tradição fúnebre do antigo Egito, na ocasião de sua morte seus pertences, comidas e bebidas prediletos, seus criados e pessoas próximas foram encerrados com ele em sua tumba. Alguns de seus súditos, por própria vontade teriam ido junto para reverenciar seu faraó. Com a morte do faraó ele passou a ser assossiado ao Deus... Seti I e Seth passaram a se confundir... e o Deus do caos e da violência passou a ser visto como o Deus que devolveu a glória ao Egito. Seti I tornou-se o faraó que redimiu seu Deus.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bezerra de Menezes, o médico dos pobres...

Bezerra de Menezes
Natural da província do Ceará, Bezerra de Menezes nasceu em 29 de agosto de 1831. Filho de militar, foi para o Rio de Janeiro, em 1851, aos vinte anos de idade, após derrocada financeira do pai, sem posses, mas com o desejo ardente de se formar médico.
Bezerra de Menezes formou-se em medicina e dedicou-se como médico humanista, com notável trabalho de socorro a indigentes e a pessoas sem recursos. Segundo de Ramiro Gama, no livro Lindos Casos de Bezerra de Menezes, para Bezerra de Menezes o conceito de médico seria:
"O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura."
Ele ingreçou na política em 1860, como vereador, chegando em 1867 a deputado, em 1878 a líder do Partido Liberal e, por último, de 1878 a 1880, a presidente da Câmara Municipal.
Em encontro com o amigo Joaquim Carlos Travassos, primeiro tradutor de O Livro dos Espíritos, ele comenta sobre o livro: "Não encontrei nada que fosse estranho para o meu espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!..."
Em 16 de agosto de 1886 declara, publicamente, a sua adesão ao Espiritismo e se filia à Federação Espírita Brasileira. Logo depois começa a escrever artigos no Jornal O País, sob o pseudônimo de Max, como forma de divulgar a doutrina espírita e responder aos constantes ataques ao Espiritismo.
Em 1895, iniciou-se uma séria crise na Federação Espírita Brasileira, entre dois grupos: "os científicos" e os "místicos", sendo Bezerra de Menezes convocado para o trabalho de harmonização, dispondo de ampla liberdade para introduzir profunda reformulação no Espiritismo brasileiro, de modo a enquadrá-lo como seu verdadeiro Consolador.
Em 11 de abril de 1900, morre Bezerra de Menezes, encerrando suas atividades no plano terrestre e as iniciando no plano espiritual.


O que Importa

Notas o desprezo.
O abandono te tortura.
Mas o que importa é tua fé.

Ouves a calúnia.
A falsidade te fere.
Mas o que importa é tua verdade.

Assistes à revolta.
A violência te atinge.
Mas o que importa é teu perdão.

Observas o orgulho.
A arrogância te machuca.
Mas o que importa é tua humildade

Reparas a inveja.
O despeito te constrange.
Mas o importa é tua paz.

O importante não é o que os outros pensam, falam ou fazem contigo.
O que realmente importa é tua atitude.
(Bezerra de Menezes)

domingo, 28 de agosto de 2011

O Romantismo: suas origens, características e o toque magistral de Goethe

liberdade guiando o povo romantismo delacroix
(A Liberdade Guiando o Povo, Delacroix)

O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se por uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente era apenas uma atitude, um estado de espírito, tomando, mais tarde, a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu. O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.

Origens
O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo econômico do século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.
No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822, com o Segundo reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.
O Romantismo surge inicialmente na Alemanha e na Inglaterra. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na unificação germânica com o movimento Sturm und Drang.
O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.

viajante sobre o mar de névoa
(O Viajante Sobre o Mar de Névoa, Casper David Friedrich)

Características
As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo, o sonho, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito. Também destacam-se o nacionalismo, a idealização do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente também serão notados o pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo.

Subjetivismo
Os autores tratam os assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo. O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa. Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra. O eu é o foco principal do subjetivismo, o eu é egoísta na forma de expressar seus sentimentos.

Idealização
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas características. Dessa forma, a mulher é uma virgem frágil, o índio é um herói nacional, e a pátria sempre perfeita. Essa característica é marcada por descrições minuciosas e muitos adjetivos.

Sentimentalismo
Praticamente todos os textos românticos apresentam sentimentalismo já que essa escola literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desilusão. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato sobre uma vida.
O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que só sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo.

Egocentrismo
Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de tudo. Vários artistas românticos colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.

Natureza interagindo com o eu lírico
A natureza, no Romantismo, expressa aquilo que o eu lírico está sentindo no momento narrado. A natureza pode estar presente desde as estações do ano, como formas de passagens, à tempestades, ou dias de muito sol.

Grotesco e sublime
Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealização do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de A Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda.

Medievalismo
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar suas culturas. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas.

Indianismo
É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o índio como o ícone para a origem nacional e o colocam como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (de Jean-Jacques Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum contato com a sociedade européia.

Byronismo
Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta inglês. Estilo de vida boêmio, voltado para vícios, bebida, fumo e sexo, podendo estar representado no personagem ou na própria vida do autor romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela angústia, pela ironia e pela melancolia.

Goethe
(Goethe, Georg Melchior Kraus)

Entre os grandes nomes do Romantismo temos Johann Wolfgang von Goethe, nascido em Frankfurt am Main, em 28 de Agosto de 1749 e morto em Weimar, em 22 de Março de 1832. Goethe foi um escritor alemão, pensador e também incursionou pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão Sturm und Drang. Johann Wolfgang von Goethe foi um gênio universal. Sua vasta obra compreende, além das inúmeras peças dramáticas, como o célebre Fausto, romances, contos, poesia lírica, cartas e descrições de viagens, assim como estudos de ciências humanas e naturais, em que se destacam a Teoria das cores e a Metamorfose das plantas. Com seu pensamento e arte, influenciou a cultura de toda uma época. Goethe e Weimar, cidade em que passou os anos mais produtivos de sua vida, podem ser citados, de um só fôlego, como sinônimos do Romantismo alemão. Uma contribuição de peso para a história da cultura ocidental.
Uma nota curiosa acerca da obra de Goethe surge por conta de Os Sofrimentos do Jovem Werther: a onda de suicídios que sua leitura teria motivado em inúmeros jovens leitores de seu tempo!
Os Sofrimentos do Jovem Werther é considerado um dos marcos iniciais do romantismo. É visto por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, sendo que é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico - ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final. Neste livro, o jovem Werther envia por um longo período cartas ao narrador que, no próprio livro, através de notas de rodapé, afirma que nomes e lugares foram trocados. O romance é escrito em primeira pessoa e com poucas personagens.
Werther é atormentado por uma paixão profunda e tempestuosa, marcada pelo fim trágico. Para o herói, a vida só tem um sentido: Charlotte. Sem ela a vida não tem razão de ser.
Diz-se que na época ocorreu, na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. A juventude européia, indentificando-se com a personagem homônima ao texto, teria seguido sua atitude frente uma realidade trágica, como o é o desamor durante os arroubos de exagero da adolescência.
Werther é escrito num estilo completamente adverso a Fausto, obra mais conhecida do autor, mas não menor que neste.

sábado, 27 de agosto de 2011

27 de agosto, Dia do Psicólogo!

Eros e Psique

Psiquê era o conceito grego para o self ("si-mesmo"), abrangendo as ideias modernas de alma, ego e mente. Por sua origem, psychein ("soprar"), é uma palavra ambígua que significava originalmente "alento" e posteriormente, "sopro". Dado que o alento é uma das características da vida, a expressão "psiquê" era utilizada como um sinônimo de vida e por fim, como sinônimo de alma, considerada o princípio da vida. A psiquê seria então a "alma das sombras" por oposição à "alma do corpo".
Não se pode esquecer também, que foi um mito clássico e repleto de significados que inspirou a origem da palavra psicologia (psiquê + logia), não é uma referência básica, apenas pelo significado restrito (literal) de "psychein" e sim porque a trama e os personagens de sua narrativa envolvem os principais conceitos da lida da psicologia ou psicanálise (emoção, capacidade de amar, "Eros", resolução de tarefas e problemas, etc.).
Com o passar do tempo, muitas outras significações se agregaram ao termo através de novas concepções e textos literários, a exemplo da versão de Psychê de Molière, o célebre autor de O Doente imaginário, Jean de La Fontaine (1621 — 1695) no romance Os Amores de Psiquê e Cupido, além das versões clássicas como de Lucio Apuleyo (125 - 180), Eros e Psiquê, entre outras. Sendo que relevante para a psicanálise é a versão dos mitos utilizada por Sigmund Freud (1856 — 1939), ao propor a utilização dos termos Eros e Tânatos em seu livro Além do princípio do prazer (1922). A psicologia, mesmo inadvertidamente, traz essa carga semântica, à sua definição.
O mito de psiquê é narrado no livro O Asno de Ouro, de Apuleio, que a cita como uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor, se apaixonou. Tão bela que despertou a fúria de Afrodite - deusa da beleza e do amor, mãe de Eros -, pois os homens deixavam de frequentar seus templos para adorar uma simples mortal.
A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas, fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do esperado, Eros, encantado por sua beleza, deixa que uma de suas flechas caia, atingindo-lhe no pé. Assim, ele próprio acaba por se apaixonar por ela. Após inúmeros problemas e trabalhos, a imortalidade é concedida a Psiquê, que se une a Eros - num dia em que o amor atingiu a alma - tendo com ele uma filha, Prazer.
Entre os muitos significados da palavra psiquê está "borboleta", uma alegoria à imortalidade da alma, que como a borboleta que depois de uma vida rastejante como lagarta, flutua na brisa do dia e torna-se um belo aspecto da primavera...
Psiquê tornou-se um símbolo da psicologia moderna, cujos profissionais estudam a alma como forma de auxiliar o autoentendimento...

Eros e Psique

E, no dia 27 de agosto é comemorado no Brasil o Dia do Psicólogo. Isso porque, nesta mesma data, no ano de 1964, a profissão foi regulamentada através da Lei 4.119/64.
A palavra psicologia vem do grego: psiquê ("alma") + logos ("estudo"). Ou seja, a psicologia estuda a alma humana. Durante toda sua história, o homem buscou respostas para questões existenciais. A filosofia sempre se ocupou desta procura por respostas. Mas estas questões, por mais humanas que fossem, diziam respeito ao conjunto da sociedade, à humanidade como um todo.
Por outro lado, a psicologia buscava não uma definição do homem enquanto ser coletivo, mas sim do homem indivíduo, de suas angústias, suas inquietações.
Apesar de muitos filósofos e pensadores terem se ocupado da mente humana em seus estudos, foi apenas no século XVI que apareceu pela primeira vez o termo psicologia, quando o humanista croata Marco Marulik publica A psicologia do pensamento humano.
Ainda assim, um conceito de psicologia, tal como conhecemos hoje, só veio surgir no século XIX, através das formulações de Wilhelm Wundt que, em 1879, criou o primeiro laboratório de psicologia, em Leipzig, na Alemanha. Suas idéias, porém, estavam ainda muito atreladas a conceitos fisiológicos e não avançaram muito.
Diversas escolas da psicologia foram se desenvolvendo: behaviorismo, psicanálise, Gestalt, desenvolvimentista, humanismo. Cada uma delas escolas com uma diferente perspectiva do estudo da psicologia. Cada escola aborda o “eu” conforme sua ótica, mas todas se empenham em tratar os conflitos, as angústias e o equilíbrio emocional do indivíduo.

Eros e Psique
Hoje, a todos os psicólogos, um reconhecimento por sua importância para todos nós...

Beijinhos...



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Julio Cortázar, entre fragmentos, labirintos e ruínas...

Julio Cortázar

Julio Cortázar, escritor e intelectual argentino, é considerado um dos autores mais inovadores e originais do seu tempo. Mestre no conto e na narrativa curta, a sua obra é apenas comparável a nomes como os de Edgar Allan Poe, Tchékhov ou Jorge Luis Borges. Deixou romances que inauguraram uma nova forma de fazer literatura na América Latina, rompendo com o modelo clássico mediante uma narrativa que escapa à linearidade temporal e em que os personagens adquirem uma autonomia e uma profundidade psicológica raramente vistas.
Filho de pai diplomata, Cortázar nasceu em Bruxelas, em 1914. Com quatro anos de idade foi para a Argentina, onde, devido à separação dos seus pais, foi educado pela mãe, uma tia e uma avó. Incentivado pela mãe, que lhe selecionava o que devia ler, desde muito cedo se interessa por literatura, ao ponto de na sua juventude um médico o aconselhar a ler menos e a sair de casa para apanhar sol por pelo menos alguns meses. Com o título de professor normal em Letras, inicia os seus estudos na Faculdade de Filosofia e Letras, que abandonou logo em seguida por problemas financeiros.
Por não concordar com a ditadura vigente no seu país, mudou-se para Paris, em 1951. Quatro anos antes, por intermédio de Jorge Luis Borges, já tinha publicado o conto "Casa Tomada", o primeiro do livro Bestiário, na revista Anales, de Buenos Aires. Em Paris casa-se com Aurora Bernadéz e os dois vivem em condições econômicas penosas. Será esta experiência que inspirará parcialmente O jogo da Amarelinha, que concluirá anos mais tarde. É ainda durante os anos de Paris que aceita o trabalho de traduzir toda a obra em prosa de Edgar Allan Poe, ainda hoje considerada como a melhor tradução em espanhol desse autor.
Morre em Paris, de leucemia, em 1984.
É fato consumado nos contos de Julio Cortázar o estilo provocador empregado. Por mais que existam invenções linguistícas e o famoso estilo fantástico, seus contos instigam o leitor a tentar desvendar múltiplos significados. Não somente os existenciais, mas algo para além da palavra, devemos lembrar que o escritor não deixa dúvidas sobre suas intenções e histórias e, contudo, ainda fomenta diversas questões de como o leitor deve encarar a solidão, a saudade, as perdas e a vida em diversos momentos de seus textos.
As surpresas de cada história e suas conectividades criam jogos de ansiedade capazes de mover o leitor no conjunto de sua obra e na individualidade de cada texto. Em sua obra, o imaginário se choca com o realismo dos sentimentos. Personagens e enredos concretos ou imaginários, poéticos ou reais... tal é a obra de Crotázar! Em suas narrativas o irreal, ou fantástico, habita na transformação do abstrato em concreto através dos anseios de cada personagem. Desnudam-se em seus textos vários ângulos de uma mesma situação.
Cortázar entrega aos leitores desafios à mente e à leitura em meio a imagens e labirintos, cria-se um pequeno universo que existe em cada um de seus personagens, exploradores do infinito que é ser humano.



Teoria do caranguejo
(Julio Cortázar)

Tinham construído a casa no limite da selva, orientada para o sul evitando assim que a umidade dos ventos de março se somasse ao calor que a sombra das árvores atenuava um pouco.
Quando Winnie chegava
Deixou o parágrafo no meio, empurrou a máquina de escrever e acendeu o cachimbo. Winnie. O problema, como sempre, era Winnie. Quando tratava dela a fluidez se coagulava numa espécie de
Suspirando, apagou "numa espécie de", porque detestava as facilidades do idioma, e pensou que não poderia continuar trabalhando até depois do jantar; as crianças logo iam chegar da escola e ele teria que preparar o banho, fazer a comida e ajudá-las nos seus
Por que no meio de uma enumeração tão simples havia como um buraco, uma impossibilidade de continuar? Era incompreensível, pois tinha passagens muito mais árduas que se construíam sem nenhum esforço, como se de algum modo já estivessem prontas para incidir na linguagem. Obviamente, nesses casos o melhor era
Largando o lápis, pensou que tudo se tornava abstrato demais; os obviamente os nesses casos, a velha tendência a fugir de situações definidas. Tinha a impressão de estar se afastando cada vez mais das fontes, de organizar quebra-cabeças de palavras que por sua vez
Fechou abruptamente o caderno e saiu para a varanda.
Impossível deixar essa palavra, "varanda".


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Castelo de Princesa...

Olá, amigos querido...

Castelo de Princesa isopor e EVA

Estes últimos dias andei meio que às voltas com decoração de festas das fofuras mais próximas. Primeiro, foi o aniversário da Milene, sobrinha da minha comadre Daniela... o resultado foi o castelo de princesa cujas etapas algumas foram fotografadas para mostrar a vocês... pena que as fotos não saíram tão boas... Depois, veio o aniversário da minha sobrinha, afilhada e xodó da família (bem que meu marido disse que eu faria uma certa melação nessa postagem, mas enfim...). Foi o quarto aniversário da Lívia, fã da Turma da Mônica, por isso escolheu-se esses personagens como tema de sua festinha. A missão da madrinha aqui? Fazer a decoração...
Com o corre corre acabei não fotografando tudo para vocês. Ficarei sem expôr aqui o painel com a Mônica e a Magali, todo em TNT e EVA. O Cebolinha mágico, também feito de EVA, fazendo sair de sua cartola de lata revestida de EVA o Sansão, coelhinho da Mônica, confeccionado em feltro... Para as lembrancinhas, fiz uma moldura com a presença da turma junto à aniversariante, estavam lá: o Anjinho, o Sansão, a Mônica, a Magali, o Cascão e o Cebolinha. Mas hoje mostro a vocês o castelo, em vários ângulos, com todos os seus destalhes...

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA

Bom, sempre começo assim, escolho as caixas que me servirão de base e as disponho mais ou menos como imagino o castelo. Assim tenho uma melhor noção de como deverei trabalhá-las. Usei caixas de isopor neste caso, fica mais leve do que com caixa de papelão. Além do mais as tinha em casa e as pude reaproveitar, a caixa grande de baixo é a em que veio minha máquina de costura, as duas do segundo andar e a pequena de cima são caixas que tem bastante aqui em casa, pois vêm com a medicação de diabetes da minha mãe... as guardo todas para utilizá-las para artesanato. Temos que ver que hoje em dia quase nada realmente vira lixo... sustentabilidade é a palavra da moda e é algo realmente importante... muitas coisas que reciclamos se tornam belas peças de artesanato!
Vamos ao resultado após um pouco de criatividade, imaginação, cola quente, EVA e algumas coisinhas para decorar?

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Gosto muito de trabalhar com sementes de guapuruvu para simular pedras, usei bastante delas aqui, como podem ser vistas no detalhe...

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Aqui aparece a porta semi-aberta com a cortininha à mostra. A porta, no estilo de castelo medieval (estilizado obviamente), se abre com as correntes, aqui feitas com elos para bijuterias.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Na porta do segundo andar a Mônica princesa, como aparece em algumas das versões de contos de fadas da Turma da Mônica feita por Maurício de Souza.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
As janelinhas abertas mostram cortinas, todas feitas com o mesmo tecido para não ficar um excesso de informação visual. Além disso, todas as janela apresentam floreiras, em praticamente todas usei sempre vivas.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Na janelinha central do terceiro andar usei mini florzinhas de biscuit com um pouquinho de musgo.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Castelo de Princesa isopor e EVA
Ao lado da construção principal do castelo, uma torre. Para fazê-la usei uma garrafa pet das de 3l e 300ml. Em sua janela aparece a Marina Rapunzel, com suas tranças para fora.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Castelo de Princesa isopor e EVA
Os detalhes foram feitos com diferentes cortadores de EVA, em alguns pontos para fazer o efeito vazado, em outros pra dar noção de profundidade e efeito 3D.

Castelo de Princesa isopor e EVA
As rosinhas que se espalham por todo o castelo, além de fazer o acabamento da peça, dá a ela um ar romântico como se vê nos clássicos contos de fadas.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Parte traseira do castelo. Também atrás temos que ter cuidado com o acabamento.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
A torre sobre o último andar. Aqui foi usada uma pet de 600ml cortada ao meio para que não ficasse muito alta, cuidando a proporcionalidade.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Fitas caídas foram colocadas na parte de trás das torres. Em toda volta do castelo foi passada uma linha de fita sobre a qual foram dispostas pequenas estrelas prateadas.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Para os acabamentos e cortes de EVA, usei pequenas flores de biscuit, as sementes de guapuruvu e essa florzinhas cortadas no mesmo tom do EVA da base e coladas em toda sua volta.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
No detalhe, o Cebolinha soldadinho de chumbo.

Castelo de Princesa isopor e EVA Castelo de Princesa isopor e EVA
Como podem ver, a ideia era usar uma base para colocar as lembrancinhas (que aparecem aí na foto). Preparei-a, então, de forma que ficasse móvel e pudesse ser retirada do conjunto do castelo com facilidade caso fosse preciso. Portanto, aí está, o soldadinho de chumbo em meio os arbustos e flores do jardim do castelo.

Castelo de Princesa isopor e EVA
Aqui, as lembrancinhas postas no gramadinho do jardim...

Castelo de Princesa isopor e EVA
Aí está o castelo de princesa que deixa a festa das meninas linda e romântica. Este é da princesinha Lívia, que encantou suas amiguinhas na festa e agora vai decorar seu quartinho...

Beijinhos a todos...


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