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terça-feira, 29 de outubro de 2024

A história da Larrousse (parte 2)


Ontem, comecei a escrever sobre a história da Larrousse, uma equipa fundada por Gerard Larrousse, ex-piloto e depois dirigente de equipas como a Renault e Ligier, e que começou a correr em 1987, com motores Ford e chassis Lola. A equipa começou por colocar um carro, antes de começar a correr com dois, e os resultados serem poucos, mas consistentes. Em 1989, o seu sócio, Didier Calmels, foi detido por violência doméstica - matou a mulher - e trocaram de motores, para a Lamborghini, e continuaram a lutar para ficar na grelha de partida, já que caíam para o fundo do pelotão, mesmo com pilotos como o italiano Michele Alboreto.

Nesta segunda parte, iremos falar daquilo que oram os seus melhores resultados, mas também a luta para se manterem relevantes no pelotão da Formula 1, contra gente que... uns, oram embora por causa das crises nos seus países, e outros, porque tinham intenções mais... sinistras. 



OS BONS TEMPOS


No final de 1989, Larrousse chega a um acordo com a corporação japonesa Espo, no qual eles ficam com 50 por cento, em troca de colocar um piloto japonês. O escolhido acabou por ser Aguri Suzuki, que tinha estado na Zakspeed em 1989. Ao seu lado ficaria Eric Bernard, e o LC90, feito na Lola, manteria os motores Lamborghini de 12 cilindros. 

A equipa aproveita a ocasião para mudar de instalações, saindo de Antony para Signes, no sul de França, perto do circuito de Paul Ricard.


Foi uma temporada de sonho. O primeiro ponto foi alcançado no Mónaco, com um sexto lugar, através de Eric Bernard, depois de um duelo com o Onyx de Gregor Foitek. Quatro corridas depois, em Silverstone, ambos os carros acabariam por pontuar – seria a única vez que tal aconteceria na história da equipa – com Bernard a ser quarto e Suzuki sexto, também o primeiro ponto da carreira do piloto japonês. Sextos na Hungria (Bernard) e em Espanha (Suzuki) foram apenas a introdução da melhor corrida de sempre da equipa: o GP do Japão de 1990.

Na qualificação, Suzuki puxou pelo motor Lamborghini até ao limite, conseguindo o décimo melhor tempo, e aproveitando o conhecimento da pista e os maus dias dos outros, acabou no terceiro lugar, atrás dos Benettons vencedores de Nelson Piquet e Roberto Moreno. Ele tornava-se no primeiro japonês num pódio de um Grande Prémio de Formula 1.  

No final da temporada, a Larrousse conseguiu 11 pontos e o sexto posto mo Mundial de Construtores, que lhes daria dinheiro e facilidades de transporte. Contudo, um problema no registo burocrático  - registaram a equipa como sendo fabricante de chassis, quando na realidade, não eram – e eles foram excluídos da classificação geral. Mas depois de um recurso, mantiveram os pontos, o dinheiro e as facilidades de transporte, embora em termos de registo histórico, ficaram excluídos.

Mas não foram só essas as más noticias: em 1991, os motores Lamborghini iam para a Ligier, logo, iriam ter de correr com os Ford DFR, preparado por Brian Hart, e a Espo sairia da equipa, por causa da crise imobiliária nipónica.


A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA


A temporada de 1991 até começa bem, com um sexto lugar para Suzuki na corrida de Phoenix. Bernard conseguiria outro ponto no México, mas à medida que a temporada prosseguia, a Larrousse lutava pela sobrevivência, porque os seus fundos estavam a minguar. Em julho desse ano, pediram proteção dos credores num tribunal francês, porque não conseguiam pagar as dívidas à Lola e à Hart, e no final de agosto, uma outra firma de capital de risco, a Central Park, comprava 65 por cento da equipa. Cedo surgiu um comprador: a pequena construtora de automóveis, a Venturi, depois de, durante o verão, terem falhado as conversações para uma fusão com a AGS, que também lutava pela sobrevivência.


Para a temporada de 1992, os motores Lamborghini regressaram, e ao lado do belga Bertrand Gachot – que tinha substituído Eric Bernard quando este se lesionou nos treinos para o GP do Japão – veio outro japonês, Ukyo Katayama

A temporada não foi boa, conseguindo apenas um ponto com Gachot nas ruas do Mónaco. E cedo, a Venturi descobriu que gerir uma equipa não era barato, e vendeu as suas ações a outra firma de capital, a Comstock. Que na realidade... era uma fachada, gerida por um homem procurado por policias de meia Europa.

Rainer Waldorf, o homem ao qual as ações da Larrousse foram vendidas, chamava-se na realidade Klaus Walz e era procurado quer pela policia alemã, mas também pela francesa e suíça. A razão? Homicídios, pelo menos, quatro. No verão desse mesmo ano, ele tinha sido localizado pela policia francesa, e cercado na casa onde estava. Acabou por fazer um refém, e usando uma granada de mão – que não estava ativada – escapou à policia, e fugiu para a Alemanha. Ali, com outro nome, foi descoberto num hotel e acabou cercado, começando um tiroteio que durou nove horas e acabou com a morte de Walz, que se suicidou. 


Com tudo isto, Larrousse decidiu encarar a temporada de 1993 construindo o seu próprio chassis. Contratou uma nova dupla, os franceses Philippe Alliot e Eric Comas, e tinha motores Lamborghini. As coisas correram um pouco melhor, com um quinto lugar para Alliot em Imola e um sexto posto para Comas em Itália. Esses três pontos deram o décimo lugar na classificação dos Construtores. Contudo, para ter dinheiro no final da temporada, cedeu um dos lugares para o japonês Toshio Suzuki – sem qualquer relação com Aguri Suzuki – onde correu as duas últimas corridas da temporada. 

(conclui amanhã)

terça-feira, 12 de março de 2013

Vende-se: Larrousse de Formula 1

Carros de Formula 1 à venda não é algo raro, mas é algo que, sempre que se ouve qualquer anuncio nesse sentido, fica-se em alerta. E é o que aconteceu este fim de semana, quando o Jalopnik noticiou que está à venda no Japão um Larrousse-Lamborghini de 1990, guiado por Eric Bernard e Aguri Suzuki - e que deu um pódio a este último, em Suzuka - pela módica quantia de... 200 mil dólares.

O proprietário dia tudo numa só linha, de forma lacónica: ”PRONTO PARA CORRIDA HISTÓRICA – ENVIAMOS PARA O MUNDO TODO”, e ele pode ser visto através deste link no eBay. Alguém interessado?

Agradeço à Bethânia Pereira por ter enviado esta preciosidade. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Noticias: Randy Bernard abandona a presidência da Indycvar

Os rumores tinham fundamento: se na sexta-feira, a Indianápolis Motor Speedway dizia que Randy Bernard não iria ser despedido, apesar das insistências no sentido contrário por parte da imprensa local, esta noite, a própria Indianápolis Motor Speedway confirmou, via Twitter, que Randy Bernard abandonou o cargo da Indycar, substituido internamente por Jeff Belskus

Segundo o Indianápolis Star, a separação foi "amigável" e Bernard vai continuar na estrutura da competição, como conselheiro.

A saída de Bernard acontece numa altura em que apesar da temporada ter sido das mais bem sucedidas, e de ter conseguido atrair mais patrocinadores, levado a IndyCar a novos lugares como o New Hampshire, Fontana ou Houston, para além de um novo carro, as audiências televisivas em 2012 foram das mais baixas de sempre. 

Para além disso, episódios como o cancelamento da corrida em Qingdao, na China, onde tiveram prejuizos de oito milhões de dólares, ou os episódios da temporada anterior, o pior deles todos o que aconteceu na oval de Las Vegas, resultando na morte de Dan Wheldon, fizeram com que Bernard ganhasse "anticorpos" junto de algumas equipas, nomeadamente a Andretti Autosport, agora uma das maiores equipas da categoria, em conjunto com a Chip Ganassi e a Penske.

Para além disso, os rumores de uma possível compra por parte de Tony George, o anterior presidente, não acalmaram as coisas nesse campo. Agora, com a saida de Bernard, pode ser que George possa avançar para a aquisição.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Os últimos rumores da IndyCar Racing

Esta sexta-feira, a IndyCar esteve na berra com uma quantidade de rumores. Esta noite, surgiu o rumor do despedimento de Randy Bernard, o CEO da categoria (por agora desmentido), mas poucas horas antes, outro representante da categoria teve de desmentir, em declarações à Autosport, de que estava prestes a acontecer a assinatura de um contrato onde iriam receber, a partir de 2013, uma corrida em Itália.

Enquanto estivemos em negociações com os promotores, que querem uma corrida, todas as conversas têm sido preliminares, e não há planos de realizarmos uma corrida da Indy na Itália”, declarou esse representante à publicação britânica. Isto veio contrariar as declarações de uma das representantes, Paola Manetti, que tinha dito que a assinatura de um acordo estava iminente, e que só faltava escolher um circuito para correr, entre Monza, Mugello e Imola.

Pode até acontecer que haja o desejo de trazer a IndyCar para a Europa, mais concretamente para Itália, mas não no próximo ano.

Enquanto isso, em Indianápolis, as coisas se agitaram quando a edição de hoje do "Indianápolis Business Journal" afirmou que Randy Bernard está a negociar a sua saída da Indycar e que o seu anuncio será feito dentro de duas semanas. Uma fonte da organização já desmentiu a noticia, mas o  jornalista brasileiro Victor Martins afirma no seu blog que a saída de Bernard, a acontecer, poderá ter a ver com a oferta de Tony George, seu antecessor, de comprar a marca.

Essas noticias têm vindo a lume desde há algum tempo, mas até agora não tem resultado ainda em nada. Mas a saída de Bernard seria bem vista em algumas equipas, como a Andretti. Em suma, apesar de hoje as pessoas terem desmentido a pés juntos, o que é verdade hoje, amanhã poderá ser  uma mentira completa. 

Entretanto, duas equipas estão a negociar a sua fusão. HVM e KV Racing estão em negociações para formar uma parceria na próxima temporada, visando uma fusão para mais tarde. Assim sendo, Tony Kanaan e Simona De Silvestro podem ser companheiros de equipa no próximo campeonato. 

O dono da HVM, o britânico Keith Wiggins, confirmou as negociações, nesta sexta-feira (26), mas não deu muitos detalhes. “Não é segredo que há algumas conversas sobre colaboração, vamos colocar dessa maneira. Há muito mais equipes trabalhando juntas agora. Isso [o anúncio] vai acontecer no momento certo”, disse o dirigente à Autosport britânica.

Caso isso aconteça, isso vai fazer com que a HVM, que usou os lentos motores Lotus, pelos mais velozes Chevrolet, e a suiça De Silverstro tenha mais chances de boas classificações.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Bolides Memoráveis: Ligier JS 39 (1993-94)

O carro do qual vou falar hoje simboliza o regresso à competitividade de uma das escuderias mais impoortantes das décadas de 70 e 80, a Ligier. Competitiva até 1986, altura em que Guy Ligier, o seu fundador, tinha apoios das entidades públicas francesas e dos motores Renault (Ligier era amigo pessoal de Francois Mitterand, o então presidente francês), quando passou para os motores Megatron, em 1987, essa competividade desapareceu, até 1993, altura em que voltaram a ter motores Renault V10, na altura os melhores do pelotão.

Sabendo que eles tinham voltado à activa, e logo transformados em vencedores, Guy Ligier não hesitou em usar os seus contactos presidenciais para voltar a ter motores competitivos na sua equipa, e assim voltar aos dias aureos de 1979 e 80, quando ganhava corridas e desafiava o título mundial, como piloto como Jacques Laffite, Didier Pironi e Patrick Depailler. Mas sem um chassis à altura, os motores eram pouco mais do que inuteis. Daí ter surgido o chassis JS39.

Desenhado por Paul Crooks, com a ajuda de Loic Bigois, e sob a supervisão de Gerard Ducarouge, o chassis JS39 era simples, no sentido de poder aproveitar ao máximo as pottencialidades de um motor Renault V10, obviamente com evoluções mais atrasadas do que os que equipavam os Williams FW14, que dominavam o pelotão da altura. A potência máxima desses motores era de 780 cavalos, a 14.900 rotações por minuto. Fiável, era um excelente carro para lutar pelos pontos, algo que a equipa necessitava desde há muito tempo.

Em 1993, Guy Ligier apostara numa dupla totalmente britanica, algo inabitual. Era constituida por Martin Brundle e Mark Blundell, que tinham trabalhado juntos duas épocas antes, na Brabham. Uma dupla experiente, esperava-se que conseguissem deles bons resultados, e frequentes qualificações nos dez primeiros. Na estreia do chassis, na Africa do Sul, Tiveram sorte, pois Mark Blundell conseguiu levar o seu carro ao terceiro lugar, o primeiro pódio que a equipa alcançava desde o segundo lugar de Jacques Laffite, no GP de Detroit de 1986.

Outros dois pódios foram alcançados por Martin Brundle, em San Marino (um terceiro lugar) e de novo por Mark Blundell, na Alemanha (3º lugar), mas pouco tempo antes, em França, ambos os carros conseguiram ficar nos treinos na segunda linha da grelha de partida. Nessa corrida, Brundle levara o carro para a quinta posição final. No final desse ano, A Ligier alcançava 23 pontos e o quinto lugar no campeonato dos construtores, a sua melhor posição em oito temporadas. Nas corridas do Japão e da australia, Brundle usou o carro com um desenho diferente, feito pelo italaino Hugo Pratt, autor de banda desenhada e criador de Corto Maltese.

No ano seguinte, havia nova dupla, toda francesa: Eric Bernard, ex-Larrousse, iria alinhar ao lado do estreante (e campeão da formula 3000 europeia) Olivier Panis. O chassis sofreu algumas modificações, e pelo qual recebeu a designação "B", mas no essencial era um JS39 evoluido. A temporada não correu tão bom como se esperava, mas mesmo assim, Panis e Bernard aproveitaram os erros dos outros para brilharem, nomeadamente quando subiram ao pódio no GP da Alemanha.

Nesta altura, porém, Ligier queria vender a sua equipa, pois agora era o alvo de todas as atenções, pois os seus motores Renault V10 eram cobiçados por todos, nomeadamente Flavio Briatore, um dos donos da Benetton. Um ano antes, Ligier tinha vendido parte da equipa a Cyril de Rouvre, mas no final de 1993, fora preso sob acusações de fraude e evasão fiscal, e durante o Inverno de 1994, essas acções foram parar às mãos de Briatore. No final de 94, conseguiu o que queria, ficar com os motores Renault, e levou-os para a Benetton, delegando a equipa para Tom Walkinshaw.

Esta mudança total na equipa reflectiu-se nos pilotos. Bernard saiu da equipa depois do GP de Portugal, tendo sido substituido por Johnny Herbert em Espanha, e por Frank Lagorce nas corridas do Japão e da Australia. Mas no final do ano, a Ligier conseguiu 13 pontos, e o sexto lugar no campeonato de construtores. No inicio de 1995, a Ligier tinha motores Mugen-Honda e um novo chassis, o JS45 desenhado por Frank Dernie, que não era mais do que a cópia do Benetton B194...

Carro: Ligier JS39
Projectistas: Gerard Ducarouge, Loic Bigois, Paul Crooks.
Motor: Renault V10 de 3 Litros, 760 cv de potência às 14.900 rotações
Pilotos: Martin Brundle, Mark Blundell, Eric Bernard, Olivier Panis, Johnny Herbert, Frank Lagorce.
Corridas: 32
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas:0
Pontos: 36 (Brundle, 13 Blundell 10, Panis 9, Bernard 4)

Fontes: