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domingo, 1 de setembro de 2013

51 anos...



(O encosto da cadeira se fundiu com a minha blusa preta e estou parecendo mais gorda. Relevem, pois não estou gorda e gostei dessa foto... rs)
Até então nunca me senti à vontade para dizer a minha idade na internet. Mesmo que na vida cotidiana diga naturalmente. Acho que porque na internet as pessoas imaginam demais, e a pessoa estando presente a coisa é diferente. Então ficava pensando que ao dizer que tenho 51 anos,  iriam logo imaginar uma senhora de cabelos brancos, com chinelões, sentada numa poltrona,  coisa que hoje em dia, sabemos que quase nenhuma mulher de 50 segue esse estereótipo, que ainda se perpetua no inconsciente coletivo.

Geralmente aos 30 anos a mulher sente pela primeira vez que um dia  vai envelhecer, mesmo que ainda não saiba que está muito longe disso. Aos 40, no geral, a mulherada entra no desespero e quer correr atrás do tempo perdido, tudo fica urgente. Mas te digo que aos 50 a gente começa a relaxar e ver que não existe só coisas ruins em envelhecer. 

Aos 50 a gente tem nossa vida profissional e financeira estruturada, muitos já tem seus filhos criados. A aposentadoria não precisa mais ser vista como um fim, mas como um recomeço. No meu caso, daqui a 3 anos, quando me aposentar, pretendo finalmente fazer algo que realmente goste, coisa que nunca tive oportunidade de fazer no âmbito profissional. Acordar pela manhã e sair para estudar, ou trabalhar em algo que me de prazer e não apenas pelo sustento. Aos 50 a gente já sabe que nem tudo que a gente quer ou luta vai conseguir, mas podemos descobrir novas formas de realização. Aos 50 a gente já não liga mais se apareceu mais cabelos brancos ou uma ruga a mais. Parece que isso não tem o mesmo peso dos 40. Aos 50 a gente percebe que existe um maravilhoso botão chamado "foda-se", que pode ser apertado mais e mais vezes, conforme os anos passam.

Apesar de admirar imensamente quem sabe envelhecer, quem aceita as marcas da idade com naturalidade, isso não se passa ou não se passou de forma tão branda para mim. Acho que sou vaidosa demais e luto um tanto contra as marcas da idade. Mas aos 50 parece que isso deixa de ser uma obsessão para ser só apenas uma maneira de cuidar de si. Estranhamente começo a sentir um outro prazer que é o acumular de experiência, de ver a vida de forma mais tranquila, mais distanciada, sem tanta urgência, ou sem tanta expectativa. É como se de repente a aparência que todos valorizam o tempo todo, deixasse de ser tão importante e outros valores vão se apresentando para mim. Mas não é um processo fácil e nem se acorda assim da noite para o dia. É um pouquinho a cada dia, daí um dia você se dá conta de algo mudou. E acho que esse dia chegou para mim.  Talvez por isso me sinta à vontade de dizer minha idade hoje, aqui, mesmo sabendo que o estereótipo da senhorinha de cabelos brancos, seja mais forte que a foto acima... rsrs. Mas lembram do botão do "foda-se" a que me referi mais acima? Então, acabo de apertar mais um... rs.

A única coisa que lamento em relação à juventude, é que não pude vivenciar as experiências de uma mulher jovem,  vivi a vida de um gay jovem, mas não sei o que é ser uma mulher fisicamente jovem, quando finalmente me vi num corpo feminino, vivendo uma vida plenamente feminina, já tinha 38 anos e logo veio a crise dos quarenta com a urgência de quem não viveu como mulher aos 15, nem aos 20, nem aos 30. Dos 40 aos 50 vivi uma busca desesperada por esse tempo que não vivi da forma como gostaria.  Mas sinto que agora aos 50, uma calma começa surgir dentro de mim. Não sei bem para onde ela vai me levar,  onde vou chegar nesse novo caminho, mas estou gostando dessa brisa nova que sopra em minha vida.

P.S.: Como tem pessoas me dando parabéns pelo aniversário, hoje não é meu aniversário... rsrs

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A vitalidade da minha vizinha...

Depois dizem que a energia está nos jovens, nem sempre, viu! Minha vizinha de porta aqui no prédio é uma pessoa de uma disposição invejável.

Um dia desses estávamos no bar lá pelas 2 da manhã, ela sentou na nossa mesa e do nada disse que sua filha era lésbica e que tinha muito orgulho da filha e a apoiava na sua forma de amar. Eu que já tinha simpatia por ela gostei mais ainda. Alguém que não cultiva a hipocrisia.

No dia seguinte eu tava numa ressaca, pois fico de cama quando passo da medida com o álcool. Encontrei ela no corredor e já ela tinha feito vários tabuleiros de pães e salgadinhos para levar para um churrasco que tava indo.

Outro dia fui pegar uma encomenda que o correio deixou na casa dela e ela me mostrou a casa que tinha acabado de ser pintada, disse que tinha se separado do marido porque era um mulherengo e não tava aí pra aceitar esse tipo de coisa. Disse que já tinha vindo do pagode de sexta e tava saindo para o samba de sábado. A casa dela tá sempre limpa que dá gosto, é aposentada pois sempre trabalhou fora e adora cozinhar. A dona de casa que gostaria de ser... ahahah

Nem eu que devo ter uns vinte anos menos que ela tenho tamanha energia. Ela já é uma senhora, mas tem uma vitalidade que poucas jovens tem. Observamos pessoas de pouca idade se entregando a depressão e ao ócio. Enquanto essa senhora tem uma sede de viver invejável!

Vitalidade tem a ver com idade? Nem sempre! E vitalidade com experiência de vida é algo que me atraí muito em um ser humano!

domingo, 13 de abril de 2008

Mulher mais velha X Homem mais novo

Tema instigante esse! Já disse que gosto do universo feminino e tudo que o aflige e o encanta. Afinal, faço parte dele, não poderia ser diferente! Esse tema é bem atual e tem sido bastante debatido e constatado. Cada vez mais, homens jovens se relacionam com mulheres mais velhas.

Nesse post quero falar das mulheres depois dos 40. Conversando com mulheres dessa faixa etária, todas são unânimes em afirmar que 40 anos é um marco, é quando elas percebem os sinais do tempo em seu corpo, quando a ficha caí que um dia ela irão ficar velhinhas.

Entretanto, ser uma "mulher velha" está ficando cada vez mais distante em idade. No tempo das nossas avós, ter 40, 50 anos significava meio que se aposentar para a vida. Hoje em dia, mulheres nessa idade estão ativas, trabalhando, se separando, refazendo suas vidas amorosas, tendo filhos.

Contudo as mulheres de mais de 40 se encontram numa transição de conquistas e mudanças. O mundo têm sido meio cruel com elas e quando as pessoas se sentem sem possibilidades, elas começam o movimento de procura do novo. Vou explicar. Uma mulher que está sem um parceiro aos 40 anos, fica sem muitas chances, pois os homens dessa faixa etária, ou já estão comprometidos ou, se estiverem em busca de relacionamentos, estão olhando para as mulheres mais jovens.

O que essa mulheres fazem com sua vontade de se relacionarem, já que não tem "mercado" para elas? Buscam opções, e a opção são os homens mais novos, pois o leque de oportunidade é bem maior. Os jovens por sua vez, vêem nas mulheres mais velhas, mais ou menos o que as jovens vêem nos homens mais velhos. Alguém com mais experiência, principalmente na esfera sexual, já estabilizada na vida, sem os "não me toques" das mais jovens.

Infelizmente, ainda, o relacionamento entre um homem mais novo e uma mulher mais velha é visto apenas como interesse financeiro. O que pode ser ou não, assim como ocorre com o vice-versa. Não podemos afirmar que todo homem que se aproxima de uma mulher mais velha quer dinheiro, pode querer apenas sexo, ou relacionamento. Entretanto, nossa sociedade ainda não está preparada para ver com bons olhos essa união. Nem pelos olhos femininos e nem pelos masculinos. Ainda existe um estigma pesado que persegue esse tipo de relacionamento. Mas que está sendo cada vez mais vencido pela necessidade que a mulher tem de se relacionar. Se historicamente os homens buscam as mais jovens, com as mudanças sociais restou para elas exercitar o mesmo direito. E acho super válido.

Como em toda fase de transição, os aproveitadores aparecem aos montes, disfarçado em pele de cordeiro. E esse dicernimento a mulher mais velha tem que ter. É preciso saber o que ela quer, saber se impor e saber dar limites. E como disse no post anterior, cultivar o amor próprio, acima de tudo a mulher mais velha precisa se valorizar para que os outros possam fazer isso, caso contrário ela vai cair realmente no velho padrão de ser usada, usada e ficar reclamando da vida e de Deus...

A propósito ou sem propósito, eu namoro um cara mais novo. Mas nunca parei para analisar isso com seriedade. Apenas aconteceu e foi rolando, até porque a diferença de idade não é tão grande. Só achei que valeria a pena comentar aqui... rs