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domingo, 7 de julho de 2013

Meu lado autodestrutivo...

(adoro a Amy, mas ela representa bem o que vou abordar hoje)
Em se tratando de autodestruição as pessoas diferem bastante, umas são bem autodestrutivas e outras ao contrário estão sempre se reconstruindo não importa o que aconteça. Mas existem as pessoas como eu, que tem os dois lados agindo quase que simultaneamente, em umas fases tenho uma tendência a detonar minha vida,  em outras uma enorme capacidade de reconstruir. A batalha entre esses dois universos me cansa bastante.

Lá na minha adolescência e início da fase adulta, posso dizer que eu era 80% autodestrutiva. Quem chegou a ler o livro que disponibilizei, pode verificar que só não morri porque não era para ser mesmo, porque corri muitos riscos, não me importava se iria morrer ou não, na verdade nunca tive e nem tenho medo da morte, é algo que até daria outro post. Então vivia como se não houvesse amanhã, tinha um prazer mórbido em fazer tudo ao contrário, em chocar, em escandalizar, em contrariar. E me sentia intimamente satisfeita quando estava detonando minha vida. Hoje entendo que grande parte disso era porque queria muito me livrar do corpo masculino que sentia não pertencer a mim. O corpo funcionava como uma prisão e destrui-lo significava, emocionalmente,  me libertar.

Quando falo em autodestruição não estou dizendo que meu desejo é me matar. Até foi há muito anos atrás, mas faz tempo que isso não passa mais pela minha cabeça. A autodestruição que falo é algo mais como um processo negativo, algo que vai na contramão de tudo e sim, pode em alguns momentos colocar a vida em risco, mas  não de forma consciente.

Claro que chegou um momento em que tive que optar e foi a partir daí que começou a batalha entre meus dois lados. Muita gente que me conhece só pelos meus posts ou só depois que me tornei a Cris, pode achar que estou exagerando quando digo que sou essencialmente autodestrutiva, mas sou. O que acontece é que tenho uma característica que me ajuda muito, que é uma grande determinação quando quero agir em cima de algo. E uso essa determinação para sufocar esse meu lado destrutivo, que é forte.

Depois de um tempo aprendi a usar a determinação não só para sufocar o lado destrutivo, mas também para reconstruir minha vida. Acho mesmo que a minha determinação foi o que me salvou e salva até hoje. Nos momentos em que estou no limite, quase desistindo, quase me entregando para esse lado negro, vem uma força que parte dessa determinação e bloqueia.

Dessa maneira, aparento para as pessoas ser uma pessoa construtiva e que age para o positivo com certa facilidade, mas na verdade o que existe mesmo é uma grande batalha para sufocar esse meu lado negro, que parece sempre está lá me chamando, me arrastando, consumindo minha vontade de existir. 

Acho que me darei como vitoriosa se ao final da minha vida perceber que consegui viver mais tempo construindo do que destruindo, nesse momento eu saberei que venci. Porque a batalha entre os dois lados segue com o lado construtivo ganhando no momento, mas estou sempre atenta.