Se a briga por um lugar no grid entre os pilotos que já estão na Fórmula 1 já é grande, especialmente entre as equipes pequenas e médias, imaginem a peneira que é pular das categorias de base para a principal. Mesmo através de programas de desenvolvimento das equipes e promessas, as reviravoltas acontecem.
No início desse ano, tínhamos três nomes batendo na porta: Stoffel Vandoorne, Pierre Gasly e Alex Lynn. Os dois últimos disputando a GP2 Series e o primeiro como atual campeão desta, tendo
passado esta temporada na Super Formula, no Japão.
Quanto aos outros dois... bem, deram aquela broxada, com o perdão da palavra. Mas se Vandoorne era tão cogitado, e com um pouco de espera conseguiu, não custa tentar fazer o mesmo.
Até pouco tempo, Gasly era o favorito ao título da GP2, porém nas últimas etapas viu a ascensão de seu companheiro de equipe na Prema, Antonio Giovinazzi, agora líder do campeonato. A diferença entre os dois é pequena e só falta uma rodada dupla, no GP de Abu Dhabi, daqui a duas semanas.
De qualquer forma, o vice campeonato já deveria assegurar um lugar na Toro Rosso, não? Talvez. Porém, a equipe italiana porta de entrada da Red Bull, viu um cabisbaixo
Daniil Kvyat renascer, garantindo assim a sua merecida renovação contratual, deixando assim o francês a ver navios. Aliás, é a segunda vez que Kvyat frustra as expectativas de um piloto da academia rubro-taurina, fazendo-o antes quando Helmut Marko o passou na frente de António Félix da Costa. Um golpe duro na carreira do português, que provavelmente não poderá mais entrar para a Fórmula 1.
E agora, Pierre? Ele conversou com Vandoorne, que o fez considerar seguir os meus planos: ir correr na Super Formula. É um campeonato competitivo, com carros rápidos e pilotos de bom nível. Tanto que, salvo engano, o promissor belga conquistou apenas uma vitória por lá. Seria uma boa experiência.
E se na academia da Red Bull e nas vagas da Toro Rosso, já dá problema com apenas um piloto estando pronto para a Fórmula 1, imaginem com dois. Provavelmente foi o que pensou Alex Lynn, que em 2015 trocou o programa dos austríacos pela Williams.
Não é que não adiante nada ser reserva de um time da Fórmula 1 enquanto compete na base. Muito pelo contrário, já garante muito aprendizado e alguma experiência. Mais com simuladores (que já são ótimos), mas às vezes com os F1 reais também.
Agora vai, Alex? Errou (com a voz do Faustão)! Àquela altura, ainda mais com
a conquista da Fórmula 3 Europeia (isto é, categoria ainda abaixo da de Lynn), nós já sabíamos que era só questão de tempo até...
anunciarem a contratação de Lance Stroll! E seu caminhão - de mineradora - cheio de dinheiro (só pra constar, para não desmerecer, algumas lendas do automobilismo começaram como pagantes)...
E agora, Alex? Super Formula também? Creio que não. Mais um ano de GP2? Talvez, podendo disputar o título para se credenciar melhor (embora já tenha o título da GP3 e vencido o GP de Macau de F3, além de dois títulos em Fórmula Renault). Mas onde ele está pleitando agora... é na Formula E! Seu chefe na Dams, na GP2, Jean-Paul Driot, também é chefe na Renault e.Dams no campeonato dos monopostos elétricos. Mas... seria como reserva, como já era na Williams. Isto, porém, não quer dizer que, caso seja contratado, ele não possa pilotar. Vejo uma oportunidade, pelo menos.
Um abraço!