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janeiro 23, 2015

Instantes

Neste instante:

Nasce uma rosa,
Nasce uma criança,
Nasce uma esperança.


Neste instante:

Cai o orvalho,
Cai um anjo,
Cai a ilusão.


Neste instante:

A gota fresca  d´orvalho
Escorre pela pétala,
O anjo agora é homem feito,
A ilusão virou frustração.


Em breve:

Criança, rosa e paixão terão vivido
Já passaram por seu instante...
Logo serão passado.


Em breve:

A rosa plantada pela criança
Ornamentará seu túmulo
No qual homem feito
Sepultará consigo aquela paixão.


Para sempre:

Haverá de ficar a esperança...
Do homem de ser o mais inteligente;
Da rosa de ser a mais bela;
Da paixão poder transformar-se em amor.

junho 16, 2014

Ensaio do amor distante

"Aos olhos da saudade
como o mundo é pequeno"
Charles Baudelaire



Um amor quando distante,
Machuca esfola, maltrata.
É noite é desespero que
Come a carne da gente.

E quando esse amor vive em segredo
É ainda pior, pois na saudade
Mora a vontade de chorar.
Mas isso não lhe é permitido.

Então, vem uma vontade
De gritar o seu nome.
Aos quatro costados.
Mas isso não lhe é permitido.

Você é prisioneiro em seu próprio peito,
Enquanto que algoz de si mesmo.

Quando o amor existe em segredo
Dilacera as entranhas, sufoca o peito,
E este claustro fica deveras pequeno.

Na alma, a mortalha da saudade
Comprime-te, mas também isso
Tem que ser segredo e você sorri.

E tenta contentar-se quando vir
A ampulheta do tempo a girar, girar, girar.

Talvez, mas apenas talvez, teu amor
Também sofra agora. Mas, nem isso é certo.

Seu amor talvez possa estar
Mais distante do que se imagina.
Talvez tão distante que você nem mais o alcance.

Talvez teu amor tenha se cansado
 De sofrer de ausência (sempre tão presente).
E tenha saído para balada. Talvez, apenas talvez,
Tenha encontrado alguém que se fez interessante.
Alguém que se fez próximo. Talvez próximo até demais.

E essa dor é lancinante
Tanto que a vontade de se matar
Já se apresenta plausível.
Talvez plausível até demais.

Dirão: é a lei da selva!
Sim. Pode ser!
Mas, um amor quando distante
Metamorfoseia-se na saudade.
Esse veneno da alma da gente
Que tem por cria o ciúme.

Ciúme que se alimenta de dúvidas
Numa antropofagia insana
E isso mata a gente quando o amor
Tem que ser distante e em segredo.

março 23, 2011

Amor Herói

Decididamente eu quero.
Ah e, como quero!
Viver um amor bandido.
Longe de ser empedernido

Isso não, porém, que seja
Antes de tudo, despojado e veja,
Em meu amor, o seu herói.
Que encara as mazelas e as destrói

Como destrói a mundos interplanetários,
Que salta sofás, almofadas e armários
Com seu tigre Haroldo a tira-colo.

Amor bandido enquanto amor criança.
Livre na inocência que enlaça,
Aperta, cheira, morde e dá colo.

Élcio

fevereiro 16, 2010

Ensaio do amor distante

"Aos olhos da saudade
como o mundo é pequeno"
Charles Baudelaire


Um amor quando distante,
Machuca esfola, maltrata.
É noite é desespero que
Come a carne da gente.

E quando esse amor vive em segredo
É ainda pior, pois na saudade
Mora a vontade de chorar.
Mas isso não lhe é permitido.

Então, vem uma vontade
De gritar o seu nome.
Aos quatro costados.
Mas isso não lhe é permitido.

Você é prisioneiro em seu próprio peito,
Enquanto que algoz de si mesmo.

Quando o amor existe em segredo
Dilacera as entranhas, sufoca o peito,
E esse claustro fica deveras pequeno.

Na alma, a mortalha da saudade
Comprime-te, mas também isso
Tem que ser segredo e você sorri.

E tentará contentar-se quando vir
A ampulheta do tempo a girar, girar, girar.

Talvez, mas apenas talvez, seu amor
Também sofra agora. Mas, nem isso é certo.

Seu amor talvez possa estar
Mais distante do que se imagina.
Talvez tão distante que você nem mais o alcance.

Talvez seu amor tenha se cansado
De sofrer de ausência (sempre tão presente).
E tenha saído para balada. Talvez, apenas talvez,
Tenha encontrado alguém que se fez interessante;
Alguém que se fez próximo. Talvez próximo até demais.

E essa dor é lancinante,
Tanto que a vontade de se matar
Já se apresenta plausível.
Talvez plausível até demais.

Dirão: é a lei da selva!
Sim. Pode ser!
Mas, um amor quando distante
Metamorfoseia-se na saudade.
Esse veneno da alma da gente
Que tem por cria o ciúme.

Ciúme que se alimenta de dúvidas
Numa antropofagia insana
E isso mata a gente quando o amor
Tem que ser distante e em segredo.

Élcio

agosto 20, 2009

O Gato no paralelepípedo

Hoje na rua eu vi um gato
Malhado que jazia estirado
Na horizontal; ali, o gaiato
Abraçara o paralelepípedo.

Seria o fim ou teria ainda
Outras vidas tantas a viver;
Como o amor que não finda,
Luta, teima não ser cadáver?

Já o bichano, este treme, dá coices.
Findo (nos telhados) as suas festas.
Findo ar dor de seis faces,

Findo ardor de doze arestas,
Findo a dor de oito vértices.
No paralelepípedo, esticou as patas.

Élcio

agosto 08, 2009

Isabel Cristina

Isabel Cristina foi o meu primeiro amor.
À época em que se abria a era de aquários;
Woodstock trazia a mensagem: “paz e amor”.
Já no Vietnã, a guerra nos pântanos e rios

Desafinava. Menos Jobim, o Tom
Que não era de uma nota só.
A tropicália trazia um certo Tom
Zé, nome estranho como João Só.

Fittipaldi era estrela de primeira grandeza,
Enquanto os generais arrastavam a dor
Pelos porões, lágrimas sem fim. Tristeza.

Eu era criança acho que nem era pecador.
Mas um dia o amanhecer foi sem beleza:
Isabel Cristina foi minha primeira dor!

Élcio