Em encarnações pregressas
Devo ter aprontado poucas
E boas. Vivido às avessas
Junto ao mar, pelas docas;
Ladeado por estivadores,
Ratazanas e prostitutas
Madames, doutores
Atrás das frutas...
Hoje quando encaro
O mar, vivo enigmas,
Sinto gritar a alma de bárbaro.
Alma que outrora viveu dogmas
E hoje sonha sonhos de Ícaro.
Apenas sonha: presa a seus estigmas.
Élcio
novembro 25, 2009
novembro 19, 2009
Eu, seminu
Eu quero o vento forte
Na cara em dia quente
E uma preguiça de morte,
Quase que entediante.
Eu quero o lábio gelado
No sorvete de mangaba.
Quero o beijo encantado,
Qual as tardes de Uberaba.
Mas, que seja de modo tão intenso,
Que mesmo depois pelas ruas, avenidas
E praias, venha a ser apenas no que penso.
Eu quero um dia irresponsável.
Sem terno nem gravata: Seminu;
Como um soneto assim; quase sem rimas.
Élcio
Na cara em dia quente
E uma preguiça de morte,
Quase que entediante.
Eu quero o lábio gelado
No sorvete de mangaba.
Quero o beijo encantado,
Qual as tardes de Uberaba.
Mas, que seja de modo tão intenso,
Que mesmo depois pelas ruas, avenidas
E praias, venha a ser apenas no que penso.
Eu quero um dia irresponsável.
Sem terno nem gravata: Seminu;
Como um soneto assim; quase sem rimas.
Élcio
novembro 09, 2009
Menino vadio
Vai menino vadio,
Pelas ruas, nuas.
Pernas desnudas e
Cabelos cacheados.
Vai menino vadio,
Que chuta a bola,
Que chuta a pedra,
Que chuta a lata,
Que chuta a vida.
Vai menino vadio,
Lança teu olhar além
E busca a quem
De muito longe vem;
Naquele trem
Que come as paralelas,
Pelas colinas a serpentear
E para ela se faz insinuar.
Vê? Ele vem a balançar,
Quase a embalar;
Pela vida a cantar,
Pela vida a voar.
O apito a apitar,
O carvão a arder,
O vapor a moldar nuvens.
Carneirinhos nos céus. Vê?!
Para traz ficaram!
E lá se foi o trem.
Vai menino vadio,
Lança essa bola,
Depressa, vai; rola!
Olha aquela pomba-rola!
Estilingue na mão,
Goma tencionada,
Nervos também.
Fez mira,
O dente cerrou,
Atirou!
Voou...
Errou...
...mas a vidraça acertou.
Corre que lá vem o grito!
VAI MENINO VADIO!
Élcio
Pelas ruas, nuas.
Pernas desnudas e
Cabelos cacheados.
Vai menino vadio,
Que chuta a bola,
Que chuta a pedra,
Que chuta a lata,
Que chuta a vida.
Vai menino vadio,
Lança teu olhar além
E busca a quem
De muito longe vem;
Naquele trem
Que come as paralelas,
Pelas colinas a serpentear
E para ela se faz insinuar.
Vê? Ele vem a balançar,
Quase a embalar;
Pela vida a cantar,
Pela vida a voar.
O apito a apitar,
O carvão a arder,
O vapor a moldar nuvens.
Carneirinhos nos céus. Vê?!
Para traz ficaram!
E lá se foi o trem.
Vai menino vadio,
Lança essa bola,
Depressa, vai; rola!
Olha aquela pomba-rola!
Estilingue na mão,
Goma tencionada,
Nervos também.
Fez mira,
O dente cerrou,
Atirou!
Voou...
Errou...
...mas a vidraça acertou.
Corre que lá vem o grito!
VAI MENINO VADIO!
Élcio
novembro 04, 2009
Uma noite qualquer...sem sono
E essa madrugada quente,
Infinita, envolta num ar pesado
Que se arrasta quase silente.
Não fosse o tic-tac compassado
Desse relógio filho de quenga
Que mostra o tempo (a correr)
Com voz alta. Pendenga.
Morfeu venha me socorrer,
Pois os carneirinhos em greve
Deram agora para me encarar.
Cada um mais ocioso e nada leve.
Ah eu não queria essa noite varar,
Assim, sem sono feito gente que deve.
Se ao menos o teto parasse de girar!
Élcio
Infinita, envolta num ar pesado
Que se arrasta quase silente.
Não fosse o tic-tac compassado
Desse relógio filho de quenga
Que mostra o tempo (a correr)
Com voz alta. Pendenga.
Morfeu venha me socorrer,
Pois os carneirinhos em greve
Deram agora para me encarar.
Cada um mais ocioso e nada leve.
Ah eu não queria essa noite varar,
Assim, sem sono feito gente que deve.
Se ao menos o teto parasse de girar!
Élcio
Assinar:
Postagens (Atom)