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domingo, 28 de fevereiro de 2010


DOENÇA BIPOLAR





Ora no cimo do monte,

se renasce como rio,

se dilata o horizonte,

sobrepuja o desafio;



ora à beira do abismo,

como se buraco negro,

quando o breu replica o sismo

e o ciclone severo;



ora o sol, brisa suave

e macios como o linho;

ora a mania mais grave,

depressão e desalinho:



este poema tem ar

de doente bipolar.






Por Domingos da Mota
(Ver mais poesia sua e de outros em http://domingosdamota.blogspot.com/)
Imagem de AAT

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010



Se pássaro, voaria

Se peixe, nadaria

Se planta, cresceria



Humana?!



Deslizo

Debato

Decresço



No ar e no mar

caio



Na terra

com personagens

crio letras...





Por Carmen Sílvia Presotto
(ver mais poesia sua e de outros em www.vidraguas.com.br)
Desenho de Filipe Abranches

sábado, 30 de janeiro de 2010


CLINT EASTWOOD





importante esperar pelo último minuto,

pela dor inexplicável que nos fará jus

à cruz que carregamos, invisível ferro,

que gela nas artérias e antecipa o tiro.



importante esperar pelo momento vazio

em que a dor trespassa então por pouco

e já não é mais dor, é tensão do mundo

- enxergar sem rédeas o terreno aberto.



não se colocar entre este e aquele século.

seguir sem nome (pois o nome na pele)

então engolir os séculos, regurgitar mais.



para remexer o caldo fundo sob a terra

aparentemente árida, de cerne difícil,

e só então cuspir o sumo - dar o tiro.





Por Leonardo Marona
Excerto vídeo de Sergio Leone

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O poeta insiste:

brune, lava, escoda.



Mas já não sonha

o perfeito.



Verruma

porque o canto é isso mesmo.



Isso:

toda palavra é defeito.





Por Eucanaã Ferraz