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domingo, 3 de julho de 2011
















POEMA








Quando pela primeira vez olhei uma pintura verdadeira

dei alguns passos atrás instintivamente

sobre os calcanhares

procurando o local exacto de

onde pudesse explorar sua profundidade.




Foi diferente com as pessoas:

Construi-as,

amei-as, mas não cheguei a amá-las plenamente.

Nenhuma chegou tão alto quanto o tecto azul.

Como numa casa inacabada, parecia haver uma folha de plástico por cima delas,

por vez do telhado

no princípio do outono chuvoso da minha compreensão.







Por Luljeta Lleshanaku

sexta-feira, 10 de junho de 2011



TRABALHO









Debaixo das suas unhas a sujidade era azul escura,

Sujidade vinda dos campos e dos prados,

Azul como as linhas no globo,

Como as cordas de um violino.

No banho não se pôde lavar

Com água e sabão.

Sujidade que penetrou nos sulcos dessas mãos silenciosamente

Como um arado rasgando a terra.

Eu conheço estes dedos tépidos,

Estes dedos bons.

As unhas do meu pai estavam azuis desta sujidade

Mesmo quando ele repousava no seu caixão.

Parecia não estar verdadeiramente morto,

Mas simplesmente a dormitar antes de ir para os campos

Por onde andaria até amanhecer,

Deitando-se de costas com a cabeça entre as palmas das suas mãos.







Por Dritëro Agolli
Tradução de Lp, Do trapézio, sem rede