O Benfica sofreu ontem a sua primeira derrota na Liga 2011/2012 e viu reduzida a vantagem para os 2 perseguidores para 2 e 5, pontos respectivamente. Pior que isso, foi deixar o Porto entrar novamente na corrida pelo título. Noite má demais.
O jogo começou logo mal no aquecimento, quando vi que íamos jogar em 4-1-3-2, com um buraco onde devia estar o nosso meio campo. Esta táctica, que tem tanto de bom (contra equipas fracas) como de mau (contra equipas melhores), coloca um único médio no centro nevrálgico do terreno, muitas vezes contra 2 ou 3 opositores directos. Por muito bom que seja, não existe nenhum jogador com capacidade para lutar contra tamanha adversidade. Na maior parte dos casos, o médio centro limita-se a ser rabiado pelo opositores, desgastando-se em correrias infrutíferas e fazendo faltas desnecessárias.
Só que Jesus inovou (para pior) nesta táctica. Nas saídas com bola controlada que fazemos desde os pés do GR (a jogar à Barcelona) o médio centro (que recordo é o único no centro do terreno) baixa para o meio dos centrais, subindo ambos os laterais até ao meio-campo de ataque. O resultado disto é que o buraco do meio campo se torna numa autêntica autoestrada para o adversário, que pode fazer os seus contra ataques sem qualquer oposição e em velocidade, quando inevitavelmente perdemos a bola. Contra equipas fracas resulta pois o poder ofensivo das mesmas e muito baixo ou mesmo nulo. Mas, contra equipas mais fortes (como é o caso deste Vitória) a única coisa que conseguimos é motivar o adversário. Damos-lhe armas de bandeja.
Ontem, por acaso (e só por acaso mesmo), não sofremos golos em nenhum contra-ataque, fruto do desacerto dos avançados vimaranenses. Tal como tinha referido em posts anteriores, o jogo foi muito difícil e as oportunidades escassearam para ambos os lados. Foi mais feliz o Guimarães no golo que marcou, pois desde o inicio que pensei que era jogo de 0-0. Só que com um bocado de mais apoio no centro do terreno este jogo podia perfeitamente ter caído para o nosso lado. faltou-nos a capacidade de empurrar o Vitória para o seu reduto e depois do golo, quase não criámos oportunidades. O estado do terreno convidava a um meio campo de combate. Ao invés disso apresentámos o referido buraco.
Não estivemos à altura da ocasião. O cansaço da Rússia fez-se sentir em alguns jogadores, que jogando muito sós (todos eles) se perdiam inexoravelmente em fintas e fintinhas. O único que mostrou alguns argumentos e que merecia mais do que o que teve, foi Pablo Aimar que sempre que conduzia a equipa para a frente, quase que tinha de fazer tudo sozinho (e foram poucas vezes de facto). Gaitán em dois momentos ainda deu um ar da sua graça, mas não era dia para ele.
Sinceramente, só me apetece esquecer a noite passada e olhar já para o compromisso do próximo Sábado. Mas estes jogos são quase sempre mais importantes que os jogos das goleadas e do bom futebol.
Espero pelo menos que sirva de lição para o que resta da época. Eu tenho confiança.