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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Gestão Positiva

Há que enaltecer a gestão de plantel que os responsáveis benfiquistas estão a fazer esta temporada, com particular destaque para o treinador, Jorge Jesus. Na ressaca de dois anos muito maus, com muitos erros próprios, e chegados ao inesquecível principio de Setembro de 2012, muitos adivinharam uma continuação do trajecto menos bom para 2012/2013. Confesso que fui um deles, escaldado por acontecimentos que não interessa agora revisitar. Com eleições em Outubro, adivinhavam-se perturbações sobre a equipa também nesse aspecto. 
O certo é que, o Benfica entra em Abril, como há muito, muito tempo, não se via. 
  1. Líder incontestado da Liga, com 4 pontos de avanço sobre o segundo classificado.
  2. Com um pé e meio na final da Taça de Portugal.
  3. A lutar efectivamente pela Liga Europa.
O que terá mudado então de anos anteriores para este, de modo a que se veja esta aparente transfiguração da equipa encarnada? Mudaram algumas coisas, mas a mais importante considero ser a gestão do plantel. Ao cabo de 3 épocas, Jesus mudou a sua forma de gestão. Ao contrário de outros anos, a rotação no plantel é feita em todos os jogos, com diferentes jogadores a serem poupados, e com critério na forma de rotação. Vimos este ano, jogadores inicialmente considerados de menor valia (casos de Jardel, Matic e André Almeida) a corresponderem de forma muito positiva quando chamados à equipa. A sua utilização esta época reflecte-se no sucesso da equipa.
Um caso paradigmático é a gestão do meio campo. Por hábito, Jesus nunca poupa Matic e Enzo Perez em simultâneo. Ora descansa um, ora o outro. Isto não só permite o descanso a cada um, como a entrada no ritmo competitivo de jogadores como os portugueses, André Gomes e Roderick. 
No ataque a mesma coisa. Cardozo, Lima e Rodrigo têm alternado entre si a posição no banco de suplentes, com oportunidades dadas a todos eles de jogarem e marcarem. 

Esta rotação ou gestão positiva, como eu lhe chamo no titulo do artigo, tem ainda mais significado quando nos apercebemos das condicionantes que envolveram a equipa durante toda a época. As saídas sucessivas e num curto espaço temporal de Javi Garcia e Witsel, o caso Luisão, as eleições no clube, a saída precoce da Liga dos Campeões, o mercado de Janeiro, as movimentações nos corredores do poder (este ano visivelmente saídos da toca). Ao considerarmos todos estes factores (e tendo em conta o historial de 3 anos de dirigentes e equipa técnica) era difícil a qualquer um prever um progresso destes. Em anos anteriores qualquer uma destas coisas seria causa suficiente para nos deixar atrás dos rivais internamente (não esquecer que o Porto está a fazer um campeonato invicto tal como nós), mas desta vez não há dúvidas do bom trabalho realizado.

Todo o mérito tem de ser atribuído a quem o merece e neste caso nada há a dizer. O nosso treinador está de parabéns pela mudança de paradigma operada e que julgo que o tornou num melhor treinador. Ele que já possuía bastantes e inegáveis qualidades.

PS: A minha previsão de que o Benfica não será campeão mantém-se, pois já se viu bem o que anda a ser preparado jornada após jornada. Tenho no entanto alguma esperança de que continuemos a ser mais fortes que tudo isso.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Em Barcelona

O Benfica apresenta-se logo em Barcelona, a discutir o 2º lugar do grupo com o Celtic. Temos de fazer o mesmo resultado que eles o que não se afigura fácil, mas como nunca tivemos borlas na nossa história, não era agora que íamos começar. A equipa vai jogar desfalcada de alguns elementos e a ter de atacar para alcançar um bom resultado. Além disto, penso que teremos de fazer uma gestão a pensar em Alvalade, um jogo cem vezes mais importante para um adepto que este em Barcelona, e esta época ainda mais pois está visto que a luta a dois pelo campeonato se vai decidir em detalhes.

Face às ausências da equipa, eu apostaria numa equipa conservadora virada para o contra-ataque. Colocaria jogadores para pressão intensa sobre a defesa e meio campo defensivo do Barcelona de modo a dificultar-lhes ao máximo a transição ofensiva em tiki-taka. Jogaria com dois avançados na frente a pressionar os defesas blaugrana, com dois médios de contenção, um médio ofensivo e um extremo.
Assim sendo escalaria os seguintes jogadores para o onze inicial (4-4-2), com vista a segurar o Barcelona na primeira parte  e quem sabe aproveitar uma oportunidade para inaugurar o marcador.

 
 
O Barcelona não contará com Jordi Alba na lateral esquerda, pelo deixaria na primeira parte esse corredor para Maxi Pereira com a cobertura de André Almeida, que jogará ao centro com André Gomes, a procurar aproveitar as ausências de Xavi e Iniesta. A decisão de deixar Matic no banco tem a ver com dois aspectos; um face à sobrecarga de jogos do sérvio em conjugação com o jogo em Alvalade e o outro pois não precisaremos de altura mas sim de mobilidade. Caso necessário, para segurar o resultado, poderá ser opção para a segunda parte.
A entrada de Nolito em vez de Ola John, é também ela de gestão para segunda feira, mas também do nível de agressividade para este jogo. Nolito é um jogador bastante agressivo sobre os defesas adversários, pelo que será o complemento ideal para a dupla Lima/Rodrigo. Estes terão ainda a função de desgastar ao máximo a defesa blaugrana, com vista ao lançamento de Cardozo na segunda parte se necessário.


 
Porventura, a táctica poderia evoluir para um 4-2-3-1, com Rodrigo a descair para a direita de modo a poder fazer as diagonais de que gosta, equilibrando ao mesmo tempo o miolo (3x3), na luta pela posse de bola. Jogando a equipa do Barcelona muito avançada no terreno, será oportuno tentar explorar esse adiantamento com a velocidade dos nossos jogadores mais avançados.
Com este sistema, o objectivo principal, seria empurrar o Barcelona para trás, de modo a afastá-los da nossa área, e a ganharmos a bola em terrenos mais avançados

De resto, seria esperar pela sorte do jogo e fazer por isso, trabalhando para ganhar a posse de bola, obrigando o Barcelona a lutar por ela também. E para retirar alguma coisa deste jogo, teremos forçosamente de melhorar a nossa capacidade de concretização. Em especial o rácio de golos versus oportunidades. Quem joga com o Barcelona tem de aproveitar toda e qualquer chance.



Como não sou treinador do Benfica, não me cabe a mim escalar os jogadores ou dar a táctica, mas na minha visão de leigo, tendo em conta já o jogo de segunda feira, que considero bem mais importante que o de hoje, seria isto que apresentava.

Boa sorte Benfica. Deixa-nos orgulhosos de ti!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Benfica que Eu quero - III

O terceiro artigo desta série vai focar-se na gestão do Futebol profissional. E a minha visão, é totalmente oposta à actual (dos últimos anos). A minha visão acerca desta matéria é bastante simples e clara, tendo 3 estratégias base.
1. Primeiramente, proponho uma estrutura bem delimitada e em que cada um tem a sua função especifica sendo claras as obrigações/deveres de cada posto. A estrutura deve ter 3 figuras principais: o Director Desportivo, o Treinador e o Director de Prospecção. Esta mini estrutura funciona em pirâmide com o Director Desportivo no topo. Tanto o Treinador como o Director de Prospecção respondem directamente ao Director Desportivo e este responde directamente ao Presidente do clube (e da SAD).
A análise de quais as competências e deveres de cada um está explicitada abaixo.

  • i) O Director Desportivo é o responsável máximo do futebol profissional. Poderá escolher uma equipa (nunca superior a 5 elementos) para o auxiliar nas suas tarefas, tendo ele a última palavra no que diga respeito a qualquer decisão. Só poderá ser conduzido ou removido do cargo pelo presidente. As suas competências na estrutura passam por:
a. Elaboração de relatórios (mensais?) para o Presidente, com o estado do futebol e possíveis alterações/melhoramentos a fazer na estrutura profissional.
b. Análise ao desempenho mensal do Treinador e Director de Prospecção, bem como dos jogadores. Reuniões programadas(semanais?) com Treinador e Director de Prospecção e contacto permanente com os mesmos para resolução de qualquer problema que surja.
c. Tratamento de dossiers como renovações, contratações, empréstimos, etc.
d. Gestão do orçamento anual atribuído pela SAD (poderá requisitar determinado valor à mesma), que não deverá ser excedido. 
e. Defesa intransigente do clube nos meios de comunicação social em coordenação com o Departamento de Comunicação. A ser preciso alguém falar, é o Director Desportivo que tem essa obrigação.
f. Possível criação de um modelo de jogo único, transversal a todas as categorias de formação e em conjunto com o plantel profissional.
  • ii) O Director de Prospecção é o responsável por toda a gestão da Prospecção do clube. Trabalhará em conjunto com o Treinador e o Director Desportivo na procura de alternativas externas ao Benfica (não tem necessariamente de ser jogadores) em casos de necessidade. As suas competências na estrutura passam por:
a. Gestão do grupo de olheiros disponíveis, com total liberdade para escolher a sua equipa. Neste ponto, deverá no entanto ser regra, que o Benfica apenas terá olheiros benfiquistas.
b. Análise e acompanhamento aos jogadores emprestados pelo clube, com elaboração de relatórios de progressos acerca dos mesmos. Ponto de contacto para os jogadores emprestados em caso de necessidade de resolução de problemas que estes tenham. Comunicação de cada um destes acontecimentos ao Director Desportivo.
c. Elaboração de relatórios de prospecção em relação a jogadores que potencialmente interessem ao clube. Seja a pedido do Director Desportivo ou como parte de uma prospecção geral.
  • iii) O Treinador é o responsável pela parte relativa a treino da equipa profissional. Terá a sua equipa, mas obedecerá ao modelo de jogo implementado, caso exista.
a. Treinar. Única e exclusiva preocupação.
b. Não se envolver em guerrilhas com adversários que desviem o seu foco do ponto a.
c. Gerir o grupo de jogadores disponíveis, mantendo um bom ambiente no balneário.
d. Reunir-se com o Director Desportivo e com o Director de Prospecção sempre que necessário, para resolução de qualquer problema que surja.

2. A segunda estratégia passa por acabar com a rotação excessiva de jogadores no plantel, vulgo entreposto. Temos de criar uma identidade na equipa, de modo a que jogadores novos que entrem, sejam mais rapidamente integrados e familiarizados com a mística do clube.

i) Uma contratação efectuada, só o deverá ser quando o jogador contratado for inegavelmente melhor que o que cá está ou quando for necessário colmatar alguma saída. Temos de acabar com as contratações de ocasião a granel.
ii) A preparação da época, em termos de contratações, deverá seguir a máxima de primeiro resolver as lacunas do plantel e depois melhorar o que existe. Em casos excepcionais, poderão ser contratados jogadores para o futuro, mas deverá ser dada primazia à formação do clube.
iii) O plantel deverá ter sempre participação da formação, principalmente nos lugares menos utilizados. O plantel principal deverá ter sempre pelo menos 5 atletas da formação (ou em alternativa ter a equipa B a fornecer jogadores para essas 5 vagas). Preferencialmente será um por localização no terreno de jogo (1 GR, 1 Defesa, 1 Médio e 1 Avançado) perfazendo 4 jogadores mais um que seja polivalente, podendo suprir mais que uma posição no terreno.
iv) O plantel deverá manter sempre que possível 10 jogadores que estejam no clube há três anos ou mais, e pelo menos 5 que cá estejam há cinco anos ou mais. A tal criação de identidade.
v) Flops acontecem em todo o lado, mas um jogador deverá ter sempre pelo menos uma época para trabalhar e mostrar porque foi contratado. Não podemos ter jogadores que nem sequer chegam a envergar o manto sagrado a coberto de qualquer oportunidade de negócio, pelo menos não nas quantidades actuais.

3. Finalmente, a terceira estratégia passa por criar uma óptica de responsabilização geral no clube, em que todos os membros da estrutura, assumem os seus erros e falhas, de modo a que os mesmos fiquem registados e não se cometam no futuro. Ninguém é perfeito, mas é exigido que quem trabalha no Benfica seja honesto e frontal. Neste caso, o exemplo tem de partir de cima, pois é uma liderança por exemplo que eu exijo ao líder do Benfica. O Presidente e Órgãos Sociais são os exemplos que o resto do clube segue. Se este não estiverem de acordo com a génese do clube, obviamente que a identidade do mesmo se perde.
Digo mais, os dirigentes do clube sempre foram membros inspiradores dos restantes elementos. Nunca foram precisos magos do que quer que seja, mas sim gente honesta e trabalhadora com o melhor para o clube em mente. Urge regressar a esse tempo!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Gestão Danosa II - Ou talvez não

Quando, no passado dia 31 de Agosto, tomei conhecimento dos contornos do negócio Javi Garcia, e da sua mudança para o Manchester City, também eu me indignei. Também eu me insurgi, não contra o negócio em si, mas sim contra os contornos do mesmo. E tal como todos os que o fizeram, também eu estava errado.
No artigo "Gestão Danosa" (aqui), critiquei o facto do Benfica não conseguir fazer com que o City, clube mais endinheirado de Inglaterra, pagasse os 30M€ de clausula de rescisão, que constava no contrato com o Javi.

Só que, após ler um artigo na blogosfera encarnada (peço imensas desculpas aos leitores mas já não sei precisar onde foi) tive de ir verificar o que diz o Regulamento de Gestão do fundo "Benfica Stars Fund". E tenho de reconhecer que estava equivocado. O negócio feito foi o possível, face às condicionantes presentes no momento e aos acordos previamente estabelecidos
.
Vamos aos factos, que suportam esta minha inversão de opinião a 180º.
  1. Em Julho de 2009, o Benfica compra Javi Garcia ao Real Madrid por 7M€.
  2. Aquando da constituição do fundo "Benfica Stars Fund" (aprovado pela CMVM a 24 de Setembro de 2009), Javi é um dos jogadores com parte do passe alienado, pelo valor de 3,4M€ por 20% do passe. Fazendo uma regra de três simples, temos que a avaliação de Javi na altura foi de 17M€.
  3. Nos pontos 8 e 9 do Artigo 8.º do Capitulo II do referido Regulamento de Gestão, está expressamente indicado que o Benfica é obrigado a vender sempre que uma proposta recebida seja igual ou superior ao valor de referência (que é acordada entre Benfica e Fundo e será em teoria superior ao valor de avaliação) ou em alternativa, re-adquirir a percentagem do fundo, pelo valor que seria recebido por este caso a proposta fosse aceite. Trancrevo a totalidade do ponto 8 e parte do ponto 9 em baixo.
8. Sempre que o Fundo adquira direitos económicos relativamente a um determinado atleta, será fixada uma tabela de referência pela Entidade Gestora e pela Benfica SAD da qual constarão os valores que servirão de referência para propostas futuras que sejam recebidas pela Benfica SAD para a aquisição dos direitos relativamente àquele atleta. Os valores constantes da tabela de referência serão iguais ou inferiores aos valores das cláusulas de rescisão que a Benfica SAD tenha acordado com cada um dos seus atletas, e apenas se essas cláusulas tiverem sido estabelecidas. Caso alguma proposta para aquisição dos direitos desportivos relativos a determinado jogador venha a ser concretizada em montante que iguale ou ultrapasse o valor de referência respectivo, constante da referida tabela, a Benfica SAD fica obrigada a vender os direitos desportivos que detenha inerentes a esse mesmo atleta.
9. Quando tenha sido recebida uma proposta relativa a um determinado jogador nos termos da parte final do número anterior, a Benfica SAD pode sempre adquirir ao Fundo os direitos económicos que detenha relativos a esse mesmo atleta, pelo valor que seria devido ao Fundo caso a proposta fosse aceite pela Benfica SAD. ...
Ou seja, Se o City tivesse oferecido 17M€ (e fosse esse o valor de referência), o Benfica era obrigado a vender ou a comprar os 20% do passe de Javi por 3,4M€. No caso da proposta que acabou por ser aceite, o Benfica teria de pagar sensivelmente 4,6M€ ao fundo, caso não quisesse vender. Com a noticiada pressão de Javi em sair nesta altura, penso ser claro que pouco poderiamos fazer para o segurar. Pagar 4,6M€ e o respectivo aumento de salário para manter um Javi algo contrariado (inevitavelmente, pese embora todo o seu amor pelo clube) teria sido uma medida de gestão pior do que aquela que se tomou.

É o problema do fundo. Na altura de comprar é bom termos um parceiro que suporte parte dos custos. Na altura de vender perdemos alguma margem negocial.

Esta reflexão que eu fiz, levanta-me no entanto uma outra questão. Porque razão não foi isto explicado a tempo e horas aos sócios? Uma declaração do presidente, a referir este facto seria mais que suficiente para que a histeria de dia 1 tivesse sido estancada.

Eu, pela minha parte, faço o mea culpa e admito que foi mesmo o negócio possível.