Richard Branson já foi um jovem editor com o entusiasmo suficiente para acreditar num outro jovem, este compositor e músico, de nome Mike Oldfield, que lhe propôs um produto considerado invendável pelas várias editoras que lhe foram batendo com a porta na cara... um disco LP, com apenas duas faixas “intermináveis” de música (quase só) instrumental e em que Mike Oldfield tocava todos os instrumentos. Estávamos em 1973 e o disco era o “Tubular Bells”.
O sucesso internacional verdadeiramente avassalador com que essa ousadia editorial foi recompensada, está, ironicamente, na base da fortuna colossal que levou Richard Branson a tornar-se um dos homens mais ricos do planeta. Depois da “Virgin” editora, vieram milhentos negócios, entre os quais, outra “Virgin”, desta vez, na forma de companhia de aviação comercial, seguida de mais milhentos negócios e negociatas que foram fazendo crescer desmesuradamente a conta bancária do empreendedor britânico e desaparecer, por contraste, todo o capital de simpatia que eu nutria pelo jovem editor.
O mais recente negócio que abraçou são telemóveis. Para promover os seus telemóveis, não arranjou melhor do que vestir-se de “Che Guevara” e andar pelas ruas apregoando a sua “revolução”. Faz-me pena!
Não quero, nem por um momento, (perder tempo a) dar lições sobre “Che”, ou sobre o que quer que seja, a Branson ou aos seus admiradores!
Sendo assim, o que me faz-me ainda mais pena... é que a segunda parte da campanha, não a tenha passado vestido de ligaduras e gaze... depois de passar por um posto de primeiros socorros! Mas isto é o meu mau feitio e falta de pachorra a falarem...