Devo começar por esclarecer que não sou propriamente o que se possa chamar um “fan” da lei de Obama, conhecida como “Obamacare”, que, apesar das boas intenções, deixa de fora dos cuidados de saúde muitos milhões de cidadãos pobres dos EUA e, mesmo tendo incluído no programa de saúde com custos suportados pelo Estado alguns milhões de outros cidadãos, faz passar, obrigatoriamente, todos os milhões de dólares envolvidos pelas seguradoras privadas, acabando por serem estas que realmente ganham com o programa.
Ainda assim, não posso deixar de admitir que este “pouco” de Obama é muito melhor que o rigoroso e frio “nada”, defendido pelos republicanos, defensores do cada um por si e assistência zero. Republicanos que têm mantido esta lei de Obama debaixo de fogo cerrado.
Dentro deste universo republicano há um nicho ocupado por fanáticos político-religiosos, um bando de ultra reaccionários roçando mesmo o fascismo, que dá pelo nome de “Tea Party”.
Um desses bandalhos, senador pelo Texas, está a usar uma norma de funcionamento do Parlamento/Senado, norma verdadeiramente imbecil que dá o direito a qualquer parlamentar/senador, de boicotar uma votação ocupando todo o tempo a falar, sem parar, durante horas e horas, sobre o assunto em causa... até que se esgotem todos os prazos legais para a discussão ou votação.
Tendo já dito que acho esta norma uma imbecilidade “democrática” (até o nome, “filibustering”, é palerma), lendo a notícia, parece-me que o senador daultra-direita nem está, sequer, a respeitar as regras, a ser verdade que no decorrer da sua maratona de boicote aos trabalhos, já falou de tudo e mais alguma coisa, fora do tema em apreço, tendo até recorrido à leitura de estórias infantis.
Num Senado/Parlamento que se respeitasse a si próprio, um palhaço que tentasse uma proeza destas... seria retirado da sala pela segurança e julgado e condenado por obstrução dos trabalhos de um órgão de soberania.