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Amanhã, 06/05, é aniversário do Freud, nosso charuteiro mor. Pensei no que falar a respeito do pai da psicanálise e suas teorias, e só me veio à cabeça essa frase que vez em quando ouço por aí.
"Criança não tem que querer!"
Não é raro ouvir a respeito das crianças como se elas fossem de outra espécie que não a humana. Algo assim como cachorro, gato, passarinho. Um ser desses que não muda nunca, independente da idade; desses que jamais entram na adolescência e discordam dos pais; desses que supostamente não entram em conflito, pelo simples fato de não pagarem a conta de luz.
A gente alimenta, põe prá dormir, cuida da higiene, e não leva muito em consideração o que eles dizem ou pensam. Afinal, são só crianças.
Por isso mesmo, já comecei o texto com título de Jesus Cristo que é prá provocar logo. Assim, minha idéia fica incontestável. E logo depois falo do Freud, o judeu fugitivo da guerra, que é prá por tudo no mesmo saco e me encher de autoridade prá falar sobre o assunto.
Pois bem. Vem do Freud a teoria de que a infância não é dotada só de obediências e brincadeiras inocentes e singelas. Isso é que não. Nosso teórico, inventor da técnica psicanalítica, foi rechaçado de maneira vil quando afirmou que as crianças possuíam sexualidade - o que por si só já implica em desejo - e que essa influenciará de maneira inequívoca a vida psíquica no futuro.
Essa sexualidade infantil foge, e muito, da vivenciada pelos adultos. Ela vem muito mais como experimentação, desde a primeira vez que o bebê mama, desde o primeiro olhar, a primeira voz ouvida...
Na época, as palavras de Freud não foram aceitas de modo algum. E ele chegou a ser ridicularizado em público por considerar, mais uma vez, o que ninguém considerava quando o tema era ciência.
E não é que até hoje a gente se depara por aí com uma negação estarrecedora de como essa fase é fundamental para a formação de adultos perspicazes e independentes?!?
Fica algo assim como se fossemos semelhantes a estágios de vídeo game. Passa-se de uma fase a outra sem muita ligação entre elas.
É que muitas vezes é difícil prá nós mesmos aceitarmos que nossa infância NÃO FOI esse mar de rosas cheio de inocência e tranquilidade. Daí acolher a infância alheia se mostra tão trabalhoso. E reconhecer que a infância, que seria a base de tudo, possa não ter sido muito sólida, mas sim meio bamba, meio instável, acaba provocando uns sentimentos desconfortáveis, que desestruturam certezas que a gente segura com tanta convicção.
O conflito então se instala. E a maneira dita mais "fácil" de lidar com ele é negá-lo.
Mas negar o conflito não implica também em negar o desejo?
Aquele desejo da infância. Aquele reconhecimento de que as crianças, também elas, podem e querem, mesmo que isso seja um mero exercício para o futuro.
DESEJEMOS TODOS, então!!!
E VIVA FREUD!!!
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