por SORAYA MAGALHÃES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . PSICANÁLISE mode ON
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terça-feira, 24 de abril de 2007
NA REAL - COMO 2 E 2
E a discussão entre Real e Virtual não parou, não.
Ao contrário, ela vai dar ainda pano prá manga, prá gola, pro Passeio Completo.
Chego a achar graça de como o virtual hoje vem ganhando espaço na vida da gente. E ao mesmo tempo, ocupa um lugar de vilão de todos os tempos.
Já começa pela mera fila de banco, ou da operação não realizada.
- O sistema está fora do ar. Sinto muito. Volte mais tarde.E a máquina é a responsável por tudo.
Vira e mexe sai alguma coisa sobre no jornal que confirma essa idéia. Jovens embriagados capotam de carro; mulher toma veneno de rato, cumprindo a palavra no pacto de morte; adolescente tímido, introvertido, desaparece de casa após marcar encontro pela internet. E a culpa é de quem?
Ora bolas. Elementar, meu caro Watson: Só pode ser do ORKUT.
É realmente curioso como a orientação dos pais, que antes deveria ser :"coma alface, não veneno". ou simplesmente "se beber, não dirija", passa a ser "sai desse orkut que isso só traz desgraça."
Ops. toc, toc, toc. pé de pato, mangalô três vezes
E o mundo virtual passa a ser atacado, curiosamente, com suas próprias armas. Ou seja, a linguagem binária. 1 ou 0. Não tem outra alternativa. Não dá prá ser meio termo, outro termo, vários termos...
Fica um 'ou isso ou aquilo' de dar dó, empobrecendo qualquer discurso mais aprimorado sobre a atualidade. Parece até que o ser humano é sempre tão simples - chegando até a ser simplório -, tão exato, tão inteiro e racional, como se uma ação resultasse sempre, inequivocamente, em uma determinada reação.
O cinema americano, nesse ponto, estava certo. Será? Ou se é mocinho, ou se é vilão. Com o risco sempre de a vítima - de incesto, de holocausto, de incompreensão e de injustiça - virar psicopata e sair esquartejando gente por aí, arrancando o couro, literalmente. Tá aí o novo filme do Hannibal que não me deixa mentir.
Dia desses, o próprio Papa já anunciara o fim do limbo, tomando da gente qualquer chance de ficar pululando por aí, enquanto espera julgamento. É pau. É pedra. É o fim do caminho.
Tudo com ponto final, prá não dar chance a reticências dizendo que a história continua; a ponto e vírgula, mostrando um fim nem tão fim assim; a vírgula, dando chance de o enredo precisar de mais gente que se possa enumerar.
Mas e prá quem não aceita só um tipo de explicação? Só um caminho? Só uma receita de viver a vida? O que resta?
Só chamando Manoel de Barros, e o abuso que ele faz das palavras, prá ajudar aqui.
Aproveitem!
A maior riqueza do homem é sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora,
que aponta o lápis, que vê a uva, etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o mundo usando borboletas.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
MÁQUINAS
Já faz tempo que um barbudo, de charuto em punho, que levava a fama de sair explicando tudo pela vida afora, começou a valorizar uns fenômenos que ninguém dava muita bola prá eles.
No princípio eram os sintomas das histéricas. Os médicos teimavam. Diziam que era fricote das moças todas as paralisias, afasias, anestesias e tantas "sias" sofridas por elas, e o tal barbudo teimava em dizer que aquilo significava alguma coisa. Ele ainda não sabia o quê, mas sabia que naquele mato tinha cachorro. Logo depois, ele começou a prestar atenção nos sonhos. Sim, os sonhos. Afirmando haver algum sentido naquele saco de gatos que aos olhos dos outros não tinha sentido algum.
Só que ele não parou por aí não. Além dos sonhos, dos chistes, das fantasias, e até dos mitos, já velhos e esquecidos, estava alguma coisa que ele não sabia bem o que era, mas que julgou necessário investigar até não lhe sobrar mais tempo prá nada.
E ficou com aquela idéia fixa: a do tal INCONSCIENTE, o qual se manifestava através do que a ciência da época chamava de lixo, e descartava procurando a "verdadeira verdade" das coisas.
Claro que o barbudo em questão é ninguém menos que Sigmund Freud, mencionado em linguagem chula, em estruturas nada acadêmicas, pra gente perder o medo logo dessa personagem.
Mas o tempo passou, a técnica da psicanálise foi difundida pelos quatro cantos, e encontramos agora uma outra discussão. Nem tão OUTRA assim, nem tão nova.
Trata-se da batalha do real com o virtual, e de como essas duas visões se fundem e se enfrentam.
Acontece que o virtual, geralmente, é associado como antagônico do real, como se ele representasse a mentira, a fantasia - e lá vamos nós de novo - o sonho..., ou mesmo um ensaio geral antes de o show começar. Intelectuais de plantão se acotovelam para separar esses mundos de maneira eficaz e decisiva.
Fica a pergunta aqui: será que essa separação é realmente útil? Afinal, se paga contas virtualmente, se conhece pessoas virtualmente, se encontra amigos de infância virtualmente, se estuda, trabalha, faz compras,..., virtualmente. Então será que essa parte é mentira? É irreal?
Creio que há hoje uma má vontade - ou até preguiça - em olhar com bons olhos tudo o que podemos fazer com os instrumentos que estão à nossa disposição. Mas creio também que, se perdermos tempo tentando agradar a todos, nossas possibilidades de encontrar algum significado pros nossos atos, como fez o barbudo citado acima, se escassearão bastante.
Afinal, cadê o homem da foto? Só vejo sua IMAGEM.
No princípio eram os sintomas das histéricas. Os médicos teimavam. Diziam que era fricote das moças todas as paralisias, afasias, anestesias e tantas "sias" sofridas por elas, e o tal barbudo teimava em dizer que aquilo significava alguma coisa. Ele ainda não sabia o quê, mas sabia que naquele mato tinha cachorro. Logo depois, ele começou a prestar atenção nos sonhos. Sim, os sonhos. Afirmando haver algum sentido naquele saco de gatos que aos olhos dos outros não tinha sentido algum.
Só que ele não parou por aí não. Além dos sonhos, dos chistes, das fantasias, e até dos mitos, já velhos e esquecidos, estava alguma coisa que ele não sabia bem o que era, mas que julgou necessário investigar até não lhe sobrar mais tempo prá nada.
E ficou com aquela idéia fixa: a do tal INCONSCIENTE, o qual se manifestava através do que a ciência da época chamava de lixo, e descartava procurando a "verdadeira verdade" das coisas.
Claro que o barbudo em questão é ninguém menos que Sigmund Freud, mencionado em linguagem chula, em estruturas nada acadêmicas, pra gente perder o medo logo dessa personagem.
Mas o tempo passou, a técnica da psicanálise foi difundida pelos quatro cantos, e encontramos agora uma outra discussão. Nem tão OUTRA assim, nem tão nova.
Trata-se da batalha do real com o virtual, e de como essas duas visões se fundem e se enfrentam.
Acontece que o virtual, geralmente, é associado como antagônico do real, como se ele representasse a mentira, a fantasia - e lá vamos nós de novo - o sonho..., ou mesmo um ensaio geral antes de o show começar. Intelectuais de plantão se acotovelam para separar esses mundos de maneira eficaz e decisiva.
Fica a pergunta aqui: será que essa separação é realmente útil? Afinal, se paga contas virtualmente, se conhece pessoas virtualmente, se encontra amigos de infância virtualmente, se estuda, trabalha, faz compras,..., virtualmente. Então será que essa parte é mentira? É irreal?
Creio que há hoje uma má vontade - ou até preguiça - em olhar com bons olhos tudo o que podemos fazer com os instrumentos que estão à nossa disposição. Mas creio também que, se perdermos tempo tentando agradar a todos, nossas possibilidades de encontrar algum significado pros nossos atos, como fez o barbudo citado acima, se escassearão bastante.
Afinal, cadê o homem da foto? Só vejo sua IMAGEM.
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