Estamos (já) em Julho. Definitivamente, o meu mês. É o mês do meu nascimento. Mas não é só isso que o torna especial.
Julho sempre marcou o início das férias grandes. Julho trazia as primeiras idas à praia. Os primeiros banhos de mar. De manhã à noite. De chinelas nos pés e saco às costas fazíamos muitas vezes o caminho para as 4 Àguas a pé. Dinheiro para o autocarro não havia, os pais nem sempre nos podiam levar e nem sempre conseguíamos apanhar a carreira desde Tavira. O saco pesava e debaixo daquele sol tornava-se quase impossível caminhar.
Alugávamos uma palhota, ou deixávamos os sacos na palhota de alguém que já lá estivesse e que haveria de ir embora mais tarde. Se já estava paga, melhor!
Nessa altura a sombra pouco mais servia do que para colocar os sacos e privar ao máximo as sandes e a fruta do calor. Se me lembro, fazíamos baguetes com delicias do mar e alface para parecer que tínhamos ido comprar ao apoio de praia. Embrulhadas em film ficavam tal e qual.. A fruta, normalmente uvas, melão ou melancia vinha guardada em pequenas caixas de plástico bem fresquinhas.
E o ritual mantinha-se. Chegar, estender toalhas, ir até à água, espalhar o óleo de coco ou cenoura na pele ainda molhada e lagartar ao sol (meu Deus, grandes escaldões apanhei..).
Quando o sol estava a pique e começava a queimar os pés sentávamo-nos à sombra e comíamos regaladas as sandes de delícias do mar. Depois era hora de estender o corpinho na toalha e deixarmo-nos embalar pelo som do mar naquele sono tranquilo e salgado.
Nos fins de tarde ainda havia tempo para ler um livro, para fazer uns joguinhos de voley e claro, comer uma bola de Berlim. Dispensávamos o papel para no fim lambermos o açúcar que ficava agarrado aos dedos.
O dia de praia estava no fim e o pessoal acumulava-se nas filas para o barco. Os ombros picavam da mistura de sol e sal. O biquíni ia marcado no vestido pelo mergulho final. O cansaço fazia-se sentir mas resistíamos. Era tempo de chegar a casa, tomar um banho rápido e vestir aqueles modelitos curtos, leves e de cores quentes que faziam notar o tom bronze de um dia de praia. E a noite estava mesmo a começar..
Bolo recheado de cerejas
Ingredientes: 500g de cerejas, 2dl de natas espessas, 150g de açúcar em pó (coloquei 80g), 5 ovos, 250g de farinha com fermento, 2-3 colheres de sopa de kirsch (não coloquei), 1dl de leite, 1 pitada de sal, 25g de manteiga
(T): Lave as cerejas, tire-lhes os pés e os caroços. Reserve.
Misture as natas e o açúcar num tigela.
Parta 3 ovos e separa as gemas das claras. Coloque as gemas numa taça, junte-lhe os outros 2 ovos e misture. Adicione depois o preparado das natas. Incorpore, pouco a pouco, a farinha, misturando delicadamente. Quando a massa estiver homogénea junte o kirsch e o leite em pequenas quantidades. Ligue o forno a 200º.
Bata as claras em castelo firme com o sal e incorpore-as delicadamente na massa.
Deite um terço do preparado numa forma com cerca de 24cm de diâmetro, previamente untada com manteiga. Junte metade das cerejas. Cubra com mais 1/3 da massa e depois junte as cerejas e de seguida a massa restante.
Leve ao forno durante 45 a 50 minutos. Deixe o bolo arrefecer fora do forno, depois desenforme-o sobre uma grelha. Sirva frio.
(B): Lave as cerejas, tire-lhes os pés e os caroços. Reserve.
Coloque o açúcar e as natas no copo e misture 30seg na vel 3. Reserve.
Parta 3 ovos e separa as gemas das claras. Coloque as gemas no copo da bimby junte-lhe os outros 2 ovos e misture 15 seg na vel 4. Adicione depois o preparado das natas 10 seg na vel 3. Ligue a máquina na vel 2 e vá deitando a farinha, pouco a pouco, pelo bucal. Quando a massa estiver homogénea junte o kirsch e o leite em pequenas quantidades e envolva com ajuda da espátula. Reserve. Ligue o forno a 200º.
Lave bem o copo e seque-o. Encaixe a borboleta. Bata as claras em castelo firme com o sal 3 min vel 3 ½. Incorpore-as delicadamente na massa.
Deite 1/3 do preparado numa forma com cerca de 24cm de diâmetro, previamente untada com manteiga. Junte metade das cerejas. Cubra com mais 1/3 da massa e depois junte as cerejas e de seguida a massa restante.
Leve ao forno durante 45 a 50 minutos. Deixe o bolo arrefecer fora do forno, depois desenforme-o sobre uma grelha. Sirva frio.
Notas:- Receita adaptada do livro Lanches, da colecção 100% sabor Larousse;
- Com a quantidade de açúcar utilizada obtive um bolo pouco doce que se tornou ideal para comer com o doce de cerejas que tinha feito no dia anterior;
- O bolo fica com uma textura bem leve e fôfa.
Dicas:- Não deite fora os pés das cerejas, deixe-os secar para fazer chá.