segunda-feira, julho 30, 2012

Um olhar


Foto minha


" A quem sabe esperar o tempo abre as portas."

(Provérbio)

sexta-feira, julho 27, 2012

Um olhar


Foto minha


                          I

Não protegeu sempre Deus os seus filhos?
Não fez sair do Egipto o povo eleito?
Isaac por um Anjo não foi salvo?
Caso autêntico: do meio dos milhos
 lagarto venenoso indo direito
ao bébé descuidado, mas seu alvo.
A mãe grita e um soldado, que passava,
com a bota o bicho logo esmagava.

                     II

Nos irracionais mesmo se passa:
galinha defende pintos do açor,
cobra não guarda a prole do lacrau?
A gazela, correndo, não a caça
a fera, que noutros com mais furor
cevará a fome e o instinto mau.
Não está o belo cisne a proteger
os filhos, ensinando-os a viver?

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

quarta-feira, julho 25, 2012

Um olhar


Foto minha

Janelas são espias de vida quotidiana, que, curiosos(as) abrem e fecham, respondendo ao desejo de cada um.
Varandas são olhares e conversas, interpelando o mundo.


domingo, julho 22, 2012

Um olhar


Foto minha

                      I

Ó abóbora és muito utilitária,
quer do rico suplemento
como do pobre o sustento:
servem-se muito de ti em culinária.
Quem dela uma sopa não aprecia?
E no Natal um beilhó
tão doce como um filhó?
E até és lúdico para a bruxaria.

                     II

Nos serviços públicos e nos privados
pessoal molengo abunda:
são escolha de segunda.
De falso ar de cansaço e empertigados,
em geral lestos na saída à hora.
Aderem a todas as greves,
dos caudilhos, os almocreves.
São os chamados "cabeças- de- abóbora".


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

segunda-feira, julho 16, 2012

sexta-feira, julho 13, 2012

Um olhar


Foto minha


(...) dou-te um doce, em troca de um beijo salgado.(...)

Lena D'Água

terça-feira, julho 10, 2012

Um olhar


Foto minha

Estamos em pleno desfiladeiro,
aonde viemos fartar a vista
e saciar de puro ar os pulmões.
Encontrámos este abrigo e soubemos
destinar-se ao descanso do romeiro
que deseja vida mais quietista.
Aí cozinha as frugais refeições
e se protege de animais quais Demos.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

sábado, julho 07, 2012

Um Olhar


Areia escaldante, pregões ritmados de vendedores ambulantes, lutando por um difícil ganha pão, debaixo de um sol tórrido, agora fazendo uma breve pausa para um merecido descanso.












Fotos minhas


quarta-feira, julho 04, 2012

Pelos caminhos de Portugal...

O Pincho, maravilhosa queda de água, encontra-se em Riba d' Âncora ( Vila Praia de Âncora).










Fotos minhas



domingo, julho 01, 2012

Momento de poesia com Agostinho Fardilha



( Rei nascido neste mês)


Juntamente com a rainha Maria,
(unidos, pela afeição, Tio e Sobrinha),
limpaste, Pedro, injustiças à fidalguia;
havemos paço de Queluz tão asinha
ou basílica Estrela, deles autoria.

Agostinho Alves fardilha (o meu pai)
Coimbra
Imagem : internet

sexta-feira, junho 29, 2012

quarta-feira, junho 27, 2012

Um olhar




Foto minha



É Verão.
Lá ao longe surge o Sol brilhante.
A brisa tépida vem saudar Astro Rei.
Todos os seres vivos aclamam o chefe grei:
A Natureza inerte expectante:
árvores curvam-se, as flores a desabrochar;
As águas espreguiçam e o céu fica azul.
Ao fim da tarde, uma sombra de Norte a Sul,
é um prenúncio de tudo ir repousar.
O Sol, ainda prenhe de muita energia,
e a sua pálida noiva, a Lua, traindo,
vai "pôr-se" na imensidão das águas, sorrindo,
e dizendo que o mesmo fará no outro dia.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

sábado, junho 23, 2012

Um olhar


Foto minha

                   I

Sou uma árvore diferente?
Trago uma outra roupagem?
Mas o corpo não está doente,
teve boa adubagem.

              II

A igualdade é mera rotina
e não chama a atenção
até o rapazio traquina
me fez linda canção.

               III

Todavia engana-se quem pensa
que a diferença ter
da natureza qualquer ofensa,
para defeito haver.

        IV

Pois vos digo,
meus caros Leitores,
com a maior destreza,
que afirmam todos os nossos doutores
dif 'rença ter beleza.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

segunda-feira, junho 18, 2012

Um olhar


Foto minha

Sentada numa esplanada à beira -  mar saboreio o envolvente paladar do café, deixando-me embalar pela maré acarinhada pela brisa suave, entregando-me ao sonho e devaneio.

sábado, junho 16, 2012

Momento de poesia com Agostinho Fardilha


Alexandre Herculano

(1810 – 1877)



“ Nado e criado em plena derrocada do velho Portugal, Herculano, em contraste com Garrett, formou-se inteiramente dentro do Romantismo.

Poeta, romancista, historiador, ensaísta e polemista,Herculano é, sem dúvida, a par de Garrett, a grande figura fundadora do Romantismo em Portugal.

No que diz respeito especificamente à sua obra poética, Herculano exprime, desde os primeiros versos, o paralelismo temático religião- pátria como profissão de fé do poeta romântico, integrando-o na sua visão liberal da sociedade. Note-se ainda um outro aspecto da sua obra poética: a oposição cidade/campo.

Quanto à versificação, predominam, em Herculano, a estrofe em verso branco, segundo a tradição arcádica, e a quadra, sobretudo em redondilha. Pode considerar-se romântica a diversidade métrica dos seus poemas longos”.



Vamos tentar render homenagem a este “Grande Homem de Letras”, através das composições poéticas que se seguem.



A Harpa do Crente
(colectânea de poesias)

Com que alegria dedilho a minha Harpa,
saudando a rósea Aurora nascente,
que ao Sol abre as portas até ao poente,
tudo despertando do vale à escarpa.

Animava os banquetes, sendo a carpa
raro petisco para rica gente;
no povo também estava presente,
se o pescador voltava e o barco arpa.

Sou crente e com Harpa louvo esse Deus
que ofereceu ao Homem a Natureza,
cujas fronteiras são a Terra e os Céus.

Por todo o lado e em tudo, eis Beleza!
Dela ornemos as nossas Almas, quais véus,
não vá Ele aparecer de surpeza.

Vocabulário
arpar ou arpear = ferrar (lançar ferro)


O Bom Pescador

Por guia as estrelas
lá vais para o mar
a vida ganhar,
ó bom Pescador.

Preocupações
abafas cantando;
o mar ondulando
não te dá temor.

Tua voz c’o a brisa
amainam as águas,
esquecem-se as mágoas
e à noite dão cor.

Acordas os peixes:
fogem para as redes,
que não têm paredes
p’ra lhes dar alvor.

És muito feliz.
não queres o mal
a nenhum mortal.
É lei do senhor.

O mar está bravo?
Pensas na família.
Ficas de vigília
e vai-se o pavor.

Nã caces o miúdo
peixe. Tubarão
mata. Ele é ladrão,
Do dolo fautor.

Vi-te no sermão
do bondoso António.
Rugia o demónio,
ouvindo o Doutor.

Pescador, sê bom:
mata a fome ao pobre.
Levarás no dobre
todo o nosso amor.


A Cruz Mutilada

Quem te feriu, ó Cruz do meu Senhor?
Estás ensanguentada.
Quando Te vejo na Igreja ou ermitério,
tristeza é ampliada.
Venero-Te em qualquer lugar que estejas:
na campa do defunto,
nas festividades que pedem insenso,
nos préstitos em conjunto
com floridos andores e muitas bandeiras.
E, de noite, o luar
descobre-Te no meio dos ciprestes:
não resisto a chorar,
porque Te amo, ó Cruz por nós mutilada.
Mas também és o tecto
da morada de conhecida vítima
de alguém não descoberto.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

segunda-feira, junho 11, 2012

Um olhar

Solidão ou desejo de uns momentos a sós, para reflectir?


Foto minha

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