(ponto-de-vista d’ ELA)
Num jardim, com perfume de alfazemas,
ouvia, declamando seus poemas,
um secreto poeta que eu não via.
Um lenço de pedidos me cobria
os olhos. O poeta me vendara
com tal destreza que eu jamais pensara
acontecesse assim em minha vida.
Sua atitude achei muito atrevida,
mas eu senti-lhe o gosto da paixão...
O lenço derreteu-me o coração
e o beijo que nos lábios recebi
me fez chegar aos lábios que não vi.
Ao perceber, então, que o aceitava
esse poeta me fez de sua escrava,
levou-me a passear por entre as flores
e, louca de paixão, lhes vi as cores,
senti perfumes que jamais sentira...
E o poeta tocava sua lira,
levando a cabra-cega ao paraíso...
Tirou-me o lenço, dei-lhe meu sorriso
e naveguei nas asas da poesia.
Dia dos Namorados... belo dia!
Jo®ge
O LENÇO DOS NAMORADOS
(ponto-de-vista d’ ELE)
Quero apanhar-te um dia de surpresa,
talvez num bosque de real beleza
e cobrirei teus olhos sem me veres.
Tu sentirás perfumes de prazeres
com as intenções que têm os namorados,
e ficarás com os olhos teus vendados
por lenço perfumado dos pedidos.
Hás de sentir vibrar os teus sentidos
nos beijos que darei sempre calado.
Num banco, sentadinha do meu lado,
sentirás nas delícias do algodão
o calor do meu louco coração.
Tu sorrirás, eu sei... serei gentil
nesse momento de paixão subtil.
Toda a conquista partirá de mim,
porque uma flor se colhe é no jardim.
Enfim, meus versos te declamarei.
Serás rainha e serei teu rei
no doce encanto de amorosa lenda,
pelo teu sim, removerei a venda
e, enamorados, cheios de poesia,
nos amaremos, sendo... o nosso dia!
Jo®ge