Hoje, há pouco veio-me o título desta música à memória, assim meio do nada.
Esta letra fascina-me pela veracidade do que é proferido, escrito, pensado, sentido.
Do you want something simple? The love,the friends, the sex, the words,the job, the life, the family,the money,the songs,the cloths,the looks, the fun...
Há uma constante ambiguidade no que muitas vezes pensamos, sentimos e na forma como agimos. Queremos atingir o amor perfeito, encontrar O homem ideal, aquela pessoa com quem temos tudo o que não teríamos com outra pessoa, o êxtase da paixão, a cumplicidade, a química, a sintonia, o companheirismo.
Não queremos o simples, o banal, o atingível mesmo de sempre, a repetição de todas as histórias do passado, de todas as experiências falhadas...queremos ter a love story improvável, a intensidade desmedida, a relação inabalável, a felicidade indescritível e duradoura, a certeza de um sempre.
Passamos a vida a medir, a quantificar, a comparar com o que já tivemos, com o que poderíamos ter tido e não tivemos, com os «ses» que nos esmagam e nos imobilizam; pensamos e não agimos, agimos sem pensar, pensamos em demasia e vivemos a conta-gotas.
Exigimos a perfeição sem que nós próprios alcancemos essa perfeição, vivemos em harmonia com os nossos defeitos, falhas, mas queremos a antítese no resto, nos namorados que tivemos e nos que ainda iremos ter, nos amigos que temos e nos que já tivemos, na realização profissional pela qual esperamos, mas nem sempre lutamos; nas escolhas que fazemos, mas pelas quais nem sempre damos a cara.
Vivemos na busca constante de um estado zen constante, de um equilíbrio estável entre nós e todas as pessoas que fazem o nosso mundo girar e esquecemo-nos de simplificar o que parece complexo e de viver livres e despidos da nossa própria complexidade.
Joana Pargana
(uma amiga)