quarta-feira, março 27, 2013

Pelos caminhos de Portugal...

Inserida na rede de Aldeias de Xisto de Góis, Aigra Nova é uma das aldeias recuperadas no seu património. Contudo, não trouxe de volta as pessoas que ali residiam, tendo hoje apenas 4 habitantes.




















sábado, março 23, 2013

Um olhar


Característica desta região, a camélia é um arbusto formado por uma folhagem brilhante que se mantém verde  inclusive no Inverno, daí ser chamada a flor da fidelidade.
As suas flores são exuberantes e ao contrário da maior parte das flores, impõem a sua beleza numa época do ano em que as condições climatéricas se apresentam menos favoráveis, oferecendo nas estações frias do Outono e Inverno uma flor de incrível beleza que pode ser de cor branca, rosa, vermelha e matizadas de branco, amarelo e vermelho, como se testemunha nos jardins adjacentes ao Museu Municipal e um pouco por toda a cidade e concelho de Santo Tirso.





















quinta-feira, março 21, 2013

Aí está ELA !





Vem aí a princesa d'Estações,
a linda Rainha da Natureza.
já se ouvem trinados e alegres canções.
Todo o Orbe vai cobrir-se de beleza.

Tufo compacto de lilases flores
saúda-nos, enchendo o azul celeste
do cheiro a mui agradáveis odores.
O tépido substituirá o agreste!


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)

Coimbra

sexta-feira, março 15, 2013

terça-feira, março 12, 2013

Momento de poesia com Agostinho Fardilha


Gonçalves Crespo (António Cândido Gonçalves Crespo)
(1846-1883)

“Nasceu no Rio de Janeiro em 11 de Março de 1846, mas veio estudar para Portugal, tendo seguido o destino normal: o de matricular-se em Direito na Universidade de Coimbra.
O meio que ele vem encontrar, na cidade universitária, já não é o de Antero de Quental. Os ideais são outros e diferentes os Mestres. Está-se na Coimbra de João Penha e é em a FOLHA, por este fundada, que se tornou como no órgão do parnasianismo português e onde Crespo inicia a sua actividade literária. Ele é considerado o iniciador do parnasianismo português. Usa descrições realistas de grande exactidão e talvez excessiva preocupação estilística; coabita com narrativas dramáticas.
A saudade de uma terra brasileira e de uma mãe que aí permaneceu inspirou-lhe poemas que reflectem essa dor e uma certa inadaptação. É também um poeta que exalta o mar e os navegantes portugueses.”

Lembremo-lo com as composições poéticas que se seguem, respeitando a estrutura usada pelo Poeta.



I
Sesta agradável

A duas árvores frondosas e sombrias
uma rede fica
suspensa e nela bem talhada mestiça
dorme a sesta repousante com preguiça
e se perna estica,

faz arregalar os olhos do moleque
que balança a rede.
A macuma com sua voz arrastada
mais a fresca aragem do leque exalada;
reparai e vede:

dorme e nos seus lábios acobreados
há puro sorriso.
Quem sabe? Não parece estar a sonhar
com o seu Grande Amor que já a quer levar
p’ro “lar- paraíso”?

Mas de longe chegam magoadas vozes
de imensos cativos
que no “engenho” todo o dia mourijaram.
Da crioula as pestanas se levantaram:
oh! que rubis vivos!

II
O dia a dia na roça


No eirado mais mucambas eis a Sinhá
muito jovem e formosa a trabalhar:
toalhas de cambraia p´ra bordar;
trouxa de fino linho à espera está.

O Sol se foi e a noite, essa vem já.
Os pirilampos começam a brilhar
e passarada nocturna a piar.
Escuridão vai e a luz voltará.

Os tristes cânticos chegam de longe:
chusma de escravos, suados, regressam
do desumano trabalho, a chicote.

Outra voz se ouve: o tropeiro vem lá.
Mas tudo pára p’ra ouvir sabiá.
Depois recolhe o gado sob o archote.

III
Coração a sangrar


Teu coração  tem espinhos e rosas.
Espinhos sou eu; rosas são lembranças.
Dos teus olhos lágrimas copiosas
suavizam dores, dão esperanças.

Quem chora, nenhuma moça garrida,
nem algum amigo, que lá deixei.
É quem me trouxe ao Mundo, enternecida,
e que sempre reza por mim, eu sei.

Quando no catre reclino meus ossos,
penso naquela que me deu a vida,
nos seus conselhos, nos segredos nossos
e até na sua gostosa comida.

Sofro sozinho: não digo a ninguém.
Entre mim e ti há o mar imenso.
Que estarás a fazer, ó doce mãe?
Não chores. Um dia regressar penso.

IV
Mater Dolorosa


A escuna da vista se escondia.
As abundantes lágrimas maternas
o seu rosto sulcavam. Eram lanternas,
revelando a amargura que lá havia.

Azul celeste tudo sempre espia,
entrando até nas mais fundas cavernas,
onde ancião procura para as ternas
crias tenros peixinhos: que folia!

Já surge a meiga Lua, mas em breve
dá a vez à Aurora que, de leve,
beija as azulinas águas d’Oceano.

E não dá conta a Mater Dolorosa
da sucessão do tempo. Mas chorosa
não tira os olhos do abismo magano.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra


domingo, março 10, 2013

Um olhar


Foto minha

Brevemente, este local adormecido pelo rigor do Inverno ressurgirá para a vida. As árvores desabrocharão, o sol brilhará, os guarda-sóis retomarão os seus postos e os merendeiros cobrirão as mesas, debaixo da sombra frondosa e convidativa das copas luxuriantes.


segunda-feira, março 04, 2013

Um olhar


Foto minha

Ainda é Inverno...
Mas, a Primavera, vendo o desânimo daquele tronco mutilado, antecipou-se e enfeitou-o aqui e ali com folhinhas coloridas, que até o fez sorrir.

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