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sábado, 14 de dezembro de 2024

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Houve grandes pilotos britânicos antes da II Guerra Mundial, que se mostraram perante o mundo, batendo recordes do mundo. Gente como Malcom Campbell, John Cobb e Henry Seagrave foram alguns desses pilotos cujas carreiras foram seguidas atentamente nos jornais e revistas, cujos perfis foram filmados nos cine-jornais da época. 

Contudo, houve um piloto que, para chegar ao topo, até colocou a sua lealdade em jogo. Querendo pertencer à elite do Grande Prémio, foi para a Alemanha e conseguiu triunfar, perante o mundo. Contudo, numa altura em que o mundo estava à beira de uma catástrofe, e as suas lealdades estavam em jogo, um acidente mortal não só cortou abruptamente a sua carreira que a marca onde correu, em tributo, decidiu limpar sempre a sua sepultura. 

Hoje em dia, todos esqueceram que, antes de Stirling Moss, existiu Richard Seaman

Nascido a 4 de fevereiro de 1913 em Chichester, no sul britânico, cresceu em berço de ouro, a ponto de ir estudar no Trinity College, em Cambridge. Os pais queriam que fosse ou advogado ou deputado do Partido Conservador, mas em 1931, aos 18 anos, foi ver uma corrida e ficou logo apaixonado pelo automobilismo. Três anos depois, comprou um MG e foi para a Europa continental para ganhar experiência. Pouco depois, arranjou um ERA e competiu na classe das Pequenas Viaturas, onde começou a triunfar, e claro, a dar nas vistas, quer nas pistas, quer nas subidas de montanha, nomeadamente no Mont Ventoux, em França - agora mais conhecida pelas chegadas da Volta à França em Bicicleta. 

Em 1936, arranjou um Delage, e altamente modificado, começou a andar em todas as grandes competições de então, quer com um ERA, quer com um Delage, e as suas performances foram suficientemente interessantes para no final desse verão, Alfred Neubauer, o diretor de corrida da Mercedes, o convidou a fazer um teste com um dos seus carros. A ideia? Ter um estrangeiro na sua equipa, ao lado de Rudolf Caracciola e Hans Stuck.

No final, houve um convite oficial, no qual ele aceitou... contra os desejos da mãe, que não o queria correr "numa equipa nazi". Seaman não queria saber da politica, queria triunfar no melhor carro, e os melhores em 1937 eram os alemães. Contudo, na primeira grande corrida pela marca, o GP da Alemanha, evolveu-se com o seu companheiro de equipa, Ernst von Delius, que acabou por morrer. Ficou magoado no acidente, mas recuperou a tempo da última corrida do ano, o GP de Itália, onde foi quarto. 

Em 1938, sem Stuck, que foi para a Auto Union por causa do acidente mortal de Bernd Rosemeyer, Seaman lidava com outro piloto em ascensão, Hermann Lang. Mas em agosto, no GP da Alemanha, conseguiu o fantástico: triunfou perante os alemães! O primeiro não-alemão a ganhar um GP numa máquina alemã - nem Nuvolari o conseguiria! No final, tocou-se o "God Save The King", com ele a fazer a saudação, perante o embaraço dos seus compatriotas, numa das piores alturas em termos políticos: a Alemanha já tinha anexado a Áustria e já tinha olho na região dos Sudetas, na Checoslováquia, e as tensões estavam de tal ponto altas que o GP da Grã-Bretanha, em Donington Park, foi inicialmente cancelado, antes de acontecer a 30 de outubro. 

Para piorar as coisas, Seaman encantou-se e casou-se com Erica Popp, então com 17 anos, e filha de um dos donos da BMW. Como presente, ganharam uma casa nos Alpes alemães. E tudo com o som dos tanques a artilharia a serem ouvidos na Europa Central... 

A temporada de 1939 começava com o GP da Bélgica, em Spa-Francochamps, que se realizaria em fins de junho. No fim de semana da corrida, esta iria decorrer debaixo de muita chuva. Na partida, Seaman foi para a liderança, e começou a afastar-se da concorrência, querendo aproveitar o asfalto molhado. Seaman basicamente corria sem freio até chegar ao pé da região de Bruneville, onde à 22ª volta, uma poça de água o faz perder o controlo do seu Mercedes, onde se despistou e bateu contra uma árvore. O carro atingiu o depósito de combustível e explodiu, derramando para o seu corpo. Foi socorrido e levados para o hospital, com graves queimaduras. Acabaria por morrer poucas horas mais tarde, não sem afirmar à Mercedes que tinha sido o responsável pelo acidente, por causa da sua condução no limite. Tinha 26 anos.

Seaman foi enterrado no Putnam Valley Cemetery, nos arredores de Londres. A Mercedes colocou uma fotografia dele em todos os seus concessionários, e Hitler, sempre um entusiasta do automobilismo, enviou uma coroa de flores, para (mais um...) embaraço da família. A sua campa é periodicamente cuidada até nos dias de hoje.

Quanto a Popp, emigrou para a América, casou-se mais duas vezes até morrer em 1990, aos 69 anos.   

O legado é algo dúbio. O facto de, três meses depois da sua morte, começou a II Guerra Mundial, fez esquecer rapidamente Seaman, e muitos sempre pensaram que ele, por causa de ele correr para eles, e por causa do seu casamento com Popp, iria ficar do lado alemão da coisa. Na realidade, ele queria correr com os melhores carros, a sua lealdade era secundária.  

Há um excelente livro sobre ele, de seu nome "A Race With Love and Death", do Richard Williams, que é o mesmo que escreveu uma biografia sobre o Ayrton Senna.  

terça-feira, 27 de agosto de 2024

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Há 30 anos, a Formula 1 ia à Bélgica, e ali, Spa-Fracochamps passava pelas mesmas modificações para aplacar as almas por causa dos eventos de Imola e Mónaco, em maio. E para aplacar essas almas, tinha-se de modificar Eau Rouge. Uma chicana mais lenta não era aquilo que muitos tinham em mente, mas era a solução possível em tempos como aqueles.

Mas naquele final de semana, todos estavam mais preocupados com outro assunto: a chuva. Choveu imenso na sexta-feira e todos andavam a olhar para o céu no sentido de encontrar uma abertura, um momento onde poderiam aproveitar e fazer a diferença. Foi o que aconteceu com Eddie Jordan, quando pediu aos seus pilotos que fossem para a pista com os pneus slicks quando tinha parado de chover e a pista ainda estava húmida. Eddie Irvine e sobretudo, Rubens Barrichello, apanharam todos desprevenidos quando foram para a pista e conseguiram os melhores tempos de sexta-feira. Contudo, todos pensaram que no dia seguinte, as coisas seriam diferentes. 

Afinal... não. Choveu ainda mais que no dia anterior, e aqueles que tiveram problemas em marcar um tempo foram a correr para a pista para tentar melhorar as coisas. E isso incluiu Michael Schumacher e Damon Hill. Eles bem tentaram, mas no final, ninguém bateu o tempo de Rubens Barrichello, que aos 22 anos de idade, batia o recorde de Andrea de Cesaris, então com 12 anos de existência, e era o poleman mais novo de sempre na Formula 1.

E quem viu o que Rubinho tinha feito no ano e meio que tinha desde que chegara à Formula 1, na primavera de 1993, não era nenhuma surpresa. Apenas os holofotes estavam apontados noutros lados. Lembram-se da primeira volta do GP da Europa de 1993? Ora, ele partiu muito atrás para ser apanhado pelas câmaras. Um pouco mais à frente, e tinha dado melhor espetáculo, por exemplo. E claro, o seu pódio em Aida, no Japão, só mostrava que tinha um bom carro e o chassis tinha nascido bem. E em Spa, foi a sorte, a habilidade e o talento que tinha dado aquele resultado. 

Agora, Rubinho e a Jordan só queria mais um dia de chuva para domingo. Será que conseguiria isso?  

domingo, 28 de julho de 2024

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Se alguém quiser saber porque é que o George Russell foi desclassificado do GP da Bélgica de 2024, uma explicação plausível é esta: o GP da Bélgica, em Spa-Francochamps, é o único onde não há uma volta de descompressão. Os carros entram nas boxes logo em La Source, porque a pista é enorme e a organização quer logo meter os pilotos no pódio. Se fizessem a tal volta de descompressão, poderia acumular os grãos de borracha nos pneus e ser pesado com eles porque... é legal!

Mas hoje queria recuar 30 anos para outra desclassificação belga. Uma de Michael Schumacher, ou como foi vitima das novas regras implementadas depois de Imola.

Num ano absolutamente anormal, a organização decidiu implementar as melhores medidas de segurança possíveis na altura, e uma delas foi apertar a chicane em Eau Rouge, fazendo com que os pilotos fossem mais lentos que o normal. E na pista, sempre que podiam, mensagens dos fãs lembrando de Senna, incluindo na própria Eau Rouge. Com os treinos marcados pela chuva, Eddie Jordan e Gary Anderson, patrão e diretor desportivo da equipa Jordan, decidiram aproveitar uma aberta para arriscar slicks. Resultou: Rubens Barrichello ficou com o melhor tempo, Eddie Irvine foi o quarto. No final de sábado, o piloto brasileiro tinha dado a primeira pole-position à Jordan e ele, com 22 anos, tornava-se no mais jovem "poleman" até então.

Schumacher não durou muito para chegar à liderança, e lá ficou até ao final, exceto quando foi às boxes para reabastecer, entregando a liderança para David Coulthard. Mas na volta 19, ele se despistou depois de ter passado por uma poça molhada com os seus pneus slicks. Voltou à pista e conseguiu controlar o carro. Contudo, esse despiste fez raspar o patim de madeira instalado por debaixo do seu carro. 

No final, Schumacher triunfou na frente de Damon Hill e Mika Hakkinen, mas depois, os comissários foram verificar os carros e descobriram que a tábua do Benetton  tinha 7,5 milímetros de espessura, bem abaixo dos 9 mm permitidos em desgaste, já que essa tábua tem 10 mm de espessura, quando montado nos carros. 

Resultado? “Após as verificações técnicas e uma consulta ao representante da equipa Benetton, os comissários de pista decidiram remover o carro numero cinco do evento”. Em suma, Schumacher era desclassificado. E pela segunda vez na época, depois dos eventos na Grã-Bretanha. Eram os regulamentos a funcionar, é verdade, mas numa temporada onde tudo era anormal...

Formula 1 2024 - Ronda 14, Spa-Francochamps (Corrida)


Depois da chuvada de sábado, o domingo prometia algo diferente. As nuvens foram-se embora - não sem antes oferecerem um espetáculo como este - e apareceu o sol e um belo dia de verão, como as Ardenas merecem ter. Não iria chover - nada estava previsto - mas as nuvens poderiam colocar alguém em alerta, e alguns, tenho a certeza, trouxeram as suas capas. Afinal de contas, o seguro morreu de velho. 

Em termos de pneus, todos iriam começar de médios, com duas exceções: Daniel Ricciardo com moles, Guanyou Zhou com duros.


Na partida, Charles Leclerc, o poleman, foi logo atacado por Sérgio Pérez, Lewis Hamilton e os McLarens, com o piloto da Red Bull e da Mercedes lutaram pelo segundo posto, com o britânico a levar a melhor. Mas Leclerc manteve a liderança, sem ser incomodado. Atrás, Max passou duas posições, primeiro a Alex Albon e depois, a Fernando Alonso, e era agora oitavo.

Na frente, Hamilton estava na traseira do Ferrari e na terceira volta, na travagem para Les Combes, o piloto da Mercedes ficava com o comando. As coisas correm calmamente até na volta oito, quando começaram as primeiras paragens nas boxes, com o Racing Bulls de Daniel Ricciardo. Pierre Gasly veio a seguir, na volta 10, Max e George Russell na 11, ambos a colocarem duros. Hamilton, Pérez e Oscar Piastri foram trocar de pneus na volta 12, e no regresso, o australiano conseguiu passar o Mercedes do britânico na travagem para Les Combes.


Leclerc parou para trocar pneus na volta 12 e uma volta depois, apesar os três primeiros não tinham ido às boxes para trocar pneus. Eles só se mexeram na volta 15, com Norris a trocar para duros, e quase ao mesmo tempo, o então líder, Carlos Sainz Jr, despistou-se na região de Pouhon, evitando por muito pouco ficar com o carro preso na gravilha.
  
Quase no meio da corrida, Sainz Jr foi às boxes para colocar médios, entregando o comando a Hamilton. Na mesma altura, Russell passou Pérez para ser quarto, quando Max estava na traseira do seu companheiro de equipa, que, para não perder tempo, o chamaram para ir às boxes. Ele trocou para duros, vendo se ele iria até ao final da corrida. 

Na volta 23, Norris já estava na traseira do Red Bull do neerlandês, tentando aproximá-lo para que focasse no alcance da asa móvel. Contudo, quando Leclerc foi às boxes uma segunda vez, na volta 26, a ultrapassagem ainda não tinha acontecido. Na frente, Hamilton já tinha quase cinco segundos sobre Piastri quando na volta 26, ele foi às boxes uma segunda vez. Agora, Piastri era o novo líder, enquanto Norris é terceiro, antes de ir às boxes na volta 29. Ele regressou em sétimo, entre Max e Sainz Jr.

Piastri, o líder, parou na volta 31, mas a troca não foi perfeita e saiu quase em cima de Max, para ser quarto. Ao mesmo tempo, Norris apanhava Pérez e era sexto, atrás de Max. Quase ao mesmo tempo, Russell, o novo líder, decidiu ficar com os duros e ficar até ao final da corrida. E a 10 voltas do final, Hamilton estava a 6,1 segundos do seu companheiro de equipa.


Nesta parte final, havia três carros ao ataque: Hamilton e os McLaren. O britânico do Flecha de Prata queria o apanhar e tentar mais uma vitória, mas sabia que não era fácil. Atrás, Piastri queria apanhar Leclerc para estar no pódio, enquanto Lando Norris queria apanhar Max para estar mais à frente na classificação, e se calhar, tentar apanhar Piastri. No inicio da volta 35, em Les Combes, Piastri chegou à traseira de Leclerc, sem o apanhar. Ele tentou na volta seguinte no mesmo lugar, com sucesso.

Hamilton lá se aproximava de Russell, mas eles monitorizavam o avanço de Piastri, que estava a sete segundos da liderança e também se aproximava. Atrás, em Les Combes, Sainz Jr. ia buscar Pérez e ser sétimo. Na volta 42, Hamilton já estava na traseira de Russell, com Piastri logo atrás. Contudo, em Les Combes, Hamilton travou forte demais e deixou que Russell respirasse mais um pouco - e se calhar, decidiu-se a corrida. E com isto, Piastri aproximava-se. 

No final, os três estavam juntos, mas a ordem manteve-se até à bandeira de xadrez. Russell era o vencedor, graças a uma estratégia de génio, e os seus pneus aguentaram bem depois de dois terços de corrida - calçou-os na 10ª volta, recorde-se. Atrás, não muito longe, estava Leclerc, que aguentou Max e Norris para conseguir um crucial quarto posto, enquanto Pérez foi às boxes calçar moles e fazer a volta mais rápida.


E foi assim a última corrida antes das férias de agosto. Bem mais competitiva que se esperava, onde os pilotos andaram bem perto uns dos outros, e no qual a inteligência e a estratégia foi decisiva.

PS: Cerca de uma hora depois da cerimónia do pódio, o carro de Russell falhou nas verificações técnicas, descobrindo que tinha um peso quilo e meio abaixo do mínimo permitido. Por causa disso, o piloto britânico foi desclassificado, dando a vitória ao seu companheiro de equipa, Lewis Hamilton.             

sábado, 27 de julho de 2024

Formula 1 2024 - Ronda 14, Spa-Francochamps (Qualificação)


Desde o ano passado que Spa-Francochamps se tornou na corrida antes das férias, antes de ser a primeira corrida depois da pausa de agosto. Provavelmente, a ideia seria de se safar do mau tempo que normalmente se faz naquela região, especialmente depois dos eventos de 2021. Contudo, neste final de julho, e ainda por cima quando, não muito longe dali, em Paris começaram os eventos dos Jogos Olímpicos... parece que o mau tempo está a fazer a sua presença. Parece que por ali, são 365 dias ao ano.

Mas antes da qualificação, existiam as primeiras penalizações, com Max Werstappen a ter de mudar de motor e acabar com 10 lugares atrás do lugar que poderá alcançar neste sábado, por muito que tente a pole-position. Mas pior ficou Yuki Tsunoda, que acabou por substituir todo o conjunto: motor, caixa de velocidades e outros componentes, que acabou com uma penalização de... 80 lugares! Acho que largará de Kerpen, na Alemanha... ou na cidade do Luxemburgo.

Claro, para McLaren, Ferrari ou até Mercedes, será um grande dia. À partida. 


Numa abertura da chuva, os pilotos foram para a pista, calçando intermédios, sem grandes hipóteses de mais. Piastri, o recém-vencedor, foi o primeiro dos da frente a marcar em tempo, antes de Max marcar 1.54,938. Com o passar dos minutos, apesar de não chover, a pista não secava, e procurar por aderência era complicado.

Na parte final, apesar de Russell ter tido um tempo de 1.55,3, ficando em terceiro na tabela de tempos provisória, Piastri melhorou com 1.54,835, com Pierre Gasly a conseguir o segundo melhor tempo, 76 centésimos mais lento. E se houwe alguns que brilharam na chuwa, entre os que ficaram de fora, estão os dois Haas, de Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg, o Sauber de Guanyou Zhou, o Racing Bull de Yuki Tsunoda e o Williams de Logan Sargent.

Alguns minutos depois, começou a Q2, com o tempo parecia estar estabilizado no meio das nuvens, mas nos primeiros minutos, as pessoas começaram a colocar os seus ponchos e capas pra se protegerem de mais uma carga de chuva. Norris aproveitou e marcou 1.54,3, antes de Max meter 1.53,857 e ficar no tpo da tabela. Norris melhorou, mas não subiu na tabela.

Nesse momento, os pilotos começaram a queixar-se da chuva, que aparentemente, estava a cair mais e mais forte. Apesar de tudo, Max melhorou em 20 centésimos, Russell melhorava, para ser quarto na tabela provisória, antes de Piastri melhorar o seu tempo e ser segundo. 

Na parte final, com alguns bons tempos - sem tirar Max do topo - os azarados da sessão foram Alex Albon, no seu Williams, Lance Stroll, no seu Aston Martin, Valtteri Bottas, no seu Sauber, Esteban Ocon, no seu Alpine, e Daniel Ricciardo, no seu Racing Bulls. E Sérgio Pérez andou no limite, qualificando-se na décima posição, a última com bilhete para a terceira parte da qualificação.

Que começou alguns minutos depois.

Depois dos primeiros tempos, Max conseguiu um daqueles que colocou o resto do pelotão em sentido, com 1.53,159, mais de 600 centésimos sobre o segundo, Sérgio Pérex o que em termos de Formula 1, é quase um "calendário". Havia algumas melhoras, mas ninguém se aproximava dos Red Bull, que parece terem atirado todos os trunfos na pista, para conseguir um bom resultado, sabendo que Max iria ser penalizado.


A parte final, parecia que ninguém iria melhorar, até Leclerc conseguir o segundo tempo provisório. Max melhorou em mais 20 centésimos, Pérez desistiu na sua volta final, e Leclerc, sendo segundo, partirá amanhã da pole-position. Nada mau!

Agora resta saber como será amanhã. Primeiro, se o tempo colaborar. E depois, se tal acontecer, saber se será uma corrida emocionante... ou nem por isso. Mas os Grandes Prémios são assim, e nós adoramos!   

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Noticias: Verstappen penalizado em 10 posições


Max Verstappen trocará de motor neste final de semana do GP da Bélgica, e o resultado final é que será penalizado em 10 posições. Com o limite alcançado, o piloto neerlandês terá um fim de semana difícil pela frente, apesar de afirmar que, do mal... o menos.

Vamos descobrir no domingo o quão bom vai ser, certo? Algumas pistas são naturalmente um pouco melhores do que outras. É claro que num circuito citadino não se quer ter uma penalização de motor. Por isso, sim, o mais provável é que seja aqui”, afirmou antes do GP belga, ao comentar sobre a possibilidade de penalização.

Verstappen não é estranho ao sucesso em Spa-Francorchamps, tendo vencido os últimos três Grandes Prémios da Bélgica. Contudo, em 2024, as coisas estão mais complicadas, porque não vence desde há três corridas, e Spa poderá não ser o local onde acabe a sua seca da triunfos.

Questionado sobre se neste final de semana irá limitar os danos, comentou: “Provavelmente sim. Se olharmos para as nossas últimas corridas, em que não temos sido particularmente os mais rápidos, não diria que com 10 lugares a mais temos hipóteses de ganhar."

"Mas, mais uma vez, uma corrida pode sempre ser virada do avesso com alguns momentos. Temos de ter a mente aberta e tentar tirar o melhor partido disso. É isso que vamos tentar fazer. De momento, também não sei até que ponto vamos ser competitivos. Em alguns sítios o asfalto é novo, por isso temos de ver como os pneus respondem a isso. Portanto, ainda há muitas incógnitas.", continuou.

"Obviamente, com as condições climatéricas, espera-se um pouco de chuva na sexta-feira e no sábado. Por isso, sim, só temos de seguir o tempo e a progressão ao longo do fim de semana, e ver se somos competitivos.”, concluiu.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

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A caminho de Spa-Francochamps, há quem esteja a falar que desde domingo, a atual grelha de partida tem neste momento 13 vencedores de Grandes Prémios, a saber: Lewis Hamilton, George Russell, Carlos Sainz Jr, Charles Leclerc, Pierre Gasly, Esteban Ocon, Max Werstappen, Daniel Ricciardo, Lando Norris, Oscar Piastri, Fernando Alonso e Valtteri Bottas

Se quisesse ver uma grelha tão prolífera de vencedores, tinha de recuar 43 anos, até ao GP de Itália de 1980, excecionalmente em Imola, onde ali teria uma grelha constituída por Jean-Pierre Jabouille, René Arnoux, Nelson Piquet, Alan Jones, Carlos Reutemann, Didier Pironi, Jody Scheckter, Vittorio Brambilla, Gilles Villeneuve, Mário Andretti, Emerson Fittipaldi, John Watson e Jacques Laffite.

Mas... quer um, quer outro, nem são recorde. É que algum tempo antes, houve dois Grandes Prémios onde tivemos 15 vencedores numa grelha de 24. Sabiam? Se não, eu conto. 

Dois anos antes, em 1978, houve um novo vencedor na etapa monegasca. O francês Patrick Depailler, então na Tyrrell, estrou-se na galeria dos vencedores, e com isso, na corrida seguinte, também na Bélgica - mais concretamente no circuito de Zolder - iriamos ter mais um na grelha. Nessa corrida, marcada pela estreia no Lotus 79, que iria dar cabo da concorrência para o resto da temporada, teríamos um número inédito de vencedores, numa grelha de partida onde caberiam 24 carros, em 29 inscritos. 

E o número mágico? 15. 

Eles eram, para além de Depailler: Mário Andretti, Ronnie Peterson, Jody Scheckter, James Hunt, John Watson, Niki Lauda, Jochen Mass, Carlos Reutemann, Alan Jones, Emerson Fittipaldi, Clay Regazzoni, Jacques Lafitte, Vittorio Brambilla e Jacky Ickx, o piloto local, que corria pela Ensign. 

Não foi uma corrida emocionante - Andretti ganhou de fio a pavio, no inicio do domínio do 79, a caminho de mais um título mundial para a Lotus - mas o mesmo se repetirá no GP de Espanha, a corrida seguinte, em Jarama, onde haverá o mesmo destino: Andretti triunfará. 

E a partir dali, não se repetirá mais o número. Quando Gilles triunfa na corrida final da temporada, em outubro, no Canadá, e se estreará na galeria dos vencedores, Ickx se retirou, Regazzoni não se qualificou, Brambilla está no hospital e Peterson está morto. De 15, passaram para 11, e mesmo com Gilles, só tem 12, quanto muito, 13. Agora, mais de 45 anos depois, e numa grelha ainda mais pequena que nessa altura, poderá haver uma aproximação. E como está prevista chuva para este fim de semana em paragens belgas... pode ser que haja um milagre. 

Já agora, para fechar: sabiam que na McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri repetiram um feito com 23 anos que tinha sido alcançado pela Williams? Ah sim, ali, eles repetiram Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya como estreantes na galeria dos vencedores. 

Coisas interessantes para lembramos hoje, não acham? 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Meteo: Fim de semana chuvoso em Spa


O tempo em Spa-Francochamps nunca desilude. E este final de semana não será exceção. É que terá chuva na sexta e no sábado, apesar dessa chances diminua no domingo. 

Na sexta-feira, o tempo será de aguaceiros, com 60 por cento de possibilidade de chuva, a temperaturas na ordem dos 19ºC, e no sábado, a temperatura diminuirá para 17ºC, com as chances de chuva aumentarem para 80 por cento ao longo do dia, ou seja, não haverá muitas chances de bom tempo. Ou seja, a qualificação poderá ser muito molhada.

Para domingo, as chances serão melhores. A temperatura aumentará para 20ºC, as chances de aguaceiro diminuem para cerca de 20 por cento, e o céu terá muitas chances de ficar sem nuvens. E é isso que se prevê nas vésperas do GP belga.   

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Noticias: GP da Bélgica fica até 2025


O GP da Bélgica continuará por mais duas temporadas, anunciou hoje a Formula 1. O contrato foi recentemente assinado e a pista de Spa-Francochamps irá manter-se por mais algum tempo no calendário, apesar das condições meteorológicas serem quase sempre desafiantes, na húmida floresta das Ardenas.

Steano Domenicalli, CEO da Formula 1, afirmou que Spa faz parte da tradição automobilística e esta renovação é sinal de confiança nos promotores, que nos últimas anos, tem construído infraestruturas para atualizar a pista, especialmente na região entre La Source, Eau Rouge e Radillon. 

Spa é sinónimo de Fórmula 1, tendo sido um dos circuitos da nossa primeira temporada de sempre e é muito apreciado pelos fãs e pelos pilotos, pelo que estou muito satisfeito por prolongar a nossa relação com eles até 2025”, começou por afirmar Domenicalli..

O promotor deu grandes passos nos últimos anos para melhorar a experiência dos fãs e as infra-estruturas, e o trabalho está em curso entre todas as partes interessadas com um claro foco na realização de corridas seguras e emocionantes. Gostaria de agradecer ao promotor e ao Governo da Valónia pelo seu apoio contínuo.”, concluiu.

Com este anuncio, acabaram-se as especulações acerca da sua substituição pelo circuito de Kyalami, para a realização do GP da África do Sul. O contrato atual ia até 2024, logo, o prolongamento por mais um ano é interessante, mas não é firme, porque apenas ganhou mais uma corrida. Para piorar as coisas, os argumentos económicos de alguns países e a segurança do circuito, que viu nos últimos quatro anos dois acidentes mortais - Anthoine Hubert em 2019 (Formula 2) e Dilano van‘t Hoff em julho deste ano (Formula 3 Regional) - não ajuda nada na reputação da pista. 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

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Foi uma corrida memorável? Foi.

Isto aconteceria nos dias hoje? Se calhar... não. Apesar dos muitos Safety Cars que existiram na corrida. Mas o GP da Bélgica de 1998, que aconteceu há precisamente 25 anos, tornou-se numa daquelas corridas memoráveis. Quer seja por causa da carambola depois da La Source, quer depois pelos acidentes que aconteceram a seguir, especialmente entre Michael Schumacher e David Coulthard, com o Ferrari a andar em três rodas, e o alemão a ir à boxe da McLaren tirar satisfações ao piloto escocês por causa do seu acidente - não se via nada pela frente, ele não tinha como evitar.

Mas quem viu essa corrida pela televisão, sabe que o que permaneceu na memória foi o pódio, onde Damon Hill e Ralf Schumacher subiram ao pódio em dupla ao serviço da Jordan. Então, para o britânico, foi uma ocasião para a redenção que tanto desejava, depois do título de 1996.

Nesse ano, depois de ter feito história para a Williams, e de ser o primeiro piloto filho de campeão a ser campeão, estava fora da equipa que o tinha levado para a Formula 1, em 1993. Durante o defeso, especulou-se sobre a sua ida para a Jordan, mas a sua escolha acabou por ser chocante, quando foi para a Arrows e levou consigo o número 1. Na altura, eles tinham conseguido apenas um ponto, e era dirigido por Tom Walkinshaw, que tinha ambições para ser alguém na Formula 1. Contudo, eles tinham motores de 10 cilindros da Yamaha, e poucos conseguiam wer alguma coisa daquele conjunto. Aliás, todos julgaram que ele tinha feito uma escolha péssima, e iria arruinar a sua carreira.   

De uma certa forma, foi o que aconteceu. Apesar do segundo lugar na Hungria - na realidade, uma witória que se esfumou na última wolta por causa de um defeito numa pequena peça, que entregou o triunfo a Jacques Villeneuve - e de algumas boas posições na grelha, a temporada foi um desastre, conseguindo apenas sete pontos. Uma das piores defesas de campeonato de sempre.

Quando rumou à Jordan, em 1998, era a correção de um erro cometido no ano anterior, porque o conjunto era melhor, mais equilibrado. A seu lado tinha o irmão de Michael Scumacher, que na sua segunda temporada, estava a aprender o que mais podia para dar o pulo para as equipas superiores - Williams, por exemplo.

Mas a primeira metade da temporada foi uma catástrofe. Até ao GP britânico, a 12 de julho, a Jordan tinha conseguido... nenhum ponto. Nessa corrida, Ralf Schumacher chegou à meta na sexta posição. Hill esperou mais três semanas, até ao GP da Alemanha, em Hockenheim, para conseguir os seus primeiros pontos, um quarto lugar. Logo, ao chegarem à Bélgica, a Jordan tinha 10 pontos, seis para Hill, quatro para Ralf. E iriam sair dali com...16. 

Sim, pode se afirmar que foi um bodo aos pobres, se quiserem, mas merecerem bastante. Não só por estarem no lugar certo à hora certa, mas também por terem usado o sangue-frio - e a segunda partida, onde Hill surpreendeu Schumacher e ficou com a liderança, mostrando que ainda tinha capacidades - no final, aquela tarde de chuva copiosa acabou por ser uma de sonho. 

E no final, as cenas de felicidade de Eddie Jordan no paddock e no pódio foram bem merecidas. Andou seis anos à procura daquele dia, e por fim, conseguiu-o. 

terça-feira, 29 de agosto de 2023

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O fim de semana do GP da Bélgica de 1993 ficou marcado pelo assustador acidente de Alex Zanardi na qualificação, quando perdeu o controlo do seu Lotus e bateu forte no Radillon. 

Contudo, aquele fim de semana também ficou marcado por outro marco, este, mais discreto. 

Quando ele parou no final da primeira volta, vitima de um problema na caixa de velocidades, Thierry Boutsen saiu do seu Jordan sabendo que a sua carreira tinha terminado. E era num lugar simbólico: precisamente 10 anos antes, no mesmo lugar, tinha-se estreado a bordo de um Arrows, depois de ter dado meio milhão de dólares para ficar com o lugar para o resto da temporada.

E atrás de si deixava um legado de três vitórias, uma pole-positon, 15 pódios e uma volta mais rápida.

O seu auge foram as suas passagens por Benetton - 1987/88 - e Williams, entre 1989 e 90, mas depois de ter saído da equipa, foi para a Ligier, onde penou com os pouco competitivos motores Lamborghini, conseguindo apenas dois pontos em 1992, quando a equipa já tinha motor Renault. Em 1993, tinha ficado de fora, mas regressou na terceira corrida do ano, pela Jordan, onde não conseguiu mais que um nono posto na Hungria, na corrida anterior. A única coisa de relevo que conseguiu naquele ano tinha sido na Endurance, onde acabara as 24 Horas de Le Mans na segunda posição, a bordo do Peugeot 905, ao lado de Yannick Dalmas e Teo Fabi.

Na altura, Boutsen tinha 36 anos e achava que tinha de regressar para mostrar que era capas. Contudo, num mau carro que era o da Jordan, naquele ano, cedo chegou à conclusão que não iria longe e notou logo que só poderia continuar se pagasse o seu lugar. E acabou por ir para onde era mais feliz: a Endurance, onde correu até ao final do século e tentou - sem sucesso - ganhar as 24 horas de Le Mans. 

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Youtube Automotive Video: As comunicações rádio de Spa-Francochamps

Foi um fim de semana chuvoso, logo, aconteceu muita ação. E eis uma amostra das comunicações por rádio quer nas sessões de treinos livres, nas qualificações, na corrida sprint e na corrida propriamente dita. 

domingo, 30 de julho de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 12, Spa-Francochamps (Corrida)


Desde que se soube do tempo no fim de semana de Spa-Francochamps, este era o dia mais suscetível de não chover. E de uma certa maneira, apesar das nuvens terem andado a pairar nos céus belgas ao longo do dia, a chuva não tinha aparecido à hora da corrida. Ou seja, poderíamos ter uma corrida dita "normal". E claro, mais uma vitória da Red Bull a caminho, muito provavelmente. Agora, se era para Max Verstappen ou Sérgio Perez (Checo), essa era a parte mais complicada, porque o neerlandês era o sexto na grelha por causa da penalização, e - mesmo que muitos temessem isso - ele não iria ficar com a liderança no final da reta Kemmel, na primeira volta...

Com duas paragens previstas na corrida, boa parte dos pilotos partiam com médios, mas a primeira fila calçava moles, com Charles Leclrec e Checo Perez, se calhar para ver se escapavam das confusões. Quem sabe... 


Na partida, Leclerc aguentou as investidas de Perez, pelo menos até La Source, enquanto atrás, Carlos Sainz Jr fazia a mesma curva comprimindo o McLaren de Oscar Piastri para o muro, quebrando a suspensão, com o australiano a acabar por desistir. O mexicano esperou para que chegasse à reta Kemmel para passar o monegasco e ficar com a liderança, enquanto Max começava a ganhar posições, rumo ao lugar que mais queria, o primeiro.

Nas voltas seguintes, Alonso, o único com médios, passou o seu compatriota para ficar com o quinto posto, enquanto Max já estava na traseira de Lewis Hamilton para tentar ficar com o terceiro lugar. O tempo aguentava-se e via-se uma boa luta no pelotão, com os energéticos numa classe à parte. Mas não tardavam as primeiras paragens nas boxes, enquanto Sainz Jr também sentia os efeitos da colisão com Piastri, começando a ser engolido pelo pelotão, primeiro por Yuki Tsunoda, seguido por Alexander Albon, George Russell, Lance Stroll e todo o resto. Mais à frente, Max era segundo, depois de passar Leclerc na nona volta, quando ambos os carros chegaram a Les Combes.

Por alturas da décima volta, começaram as primeiras paragens na corrida, pelo menos para os que colocaram moles. Norris foi o primeiro, seguido pelos Red Bull e por Leclerc, mas apenas na volta 12, colocando médios. Gasly e Albon - este, depois de ser passado por Yuki Tsunoda - também foram às boxes para colocaram médios, e claro, regressando no fundo do pelotão, ao mesmo tempo que Tsunoda e Norris sobem lugares atrás de lugares, chegando aos pontos.


E no meio disto tudo, os Red Bull juntam-se. Na volta 17, Max está na traseira de Checo e no final da reta Kemmel, ponto de ultrapassagem por referência, ele fica com o comando, para não mais o largar. Duas voltas depois, começa a chover, e todos ficam atentos para saber se a pista fica ou não molhada o suficiente para trocar de compósito. Passado o momento em que a respiração fica presa, descobre-se que não é o suficiente para afetar o desempenho e trocar do tipo de pneus. Ainda por cima, não é em toda a pista.  

Misto, Sainz Jr está no fundo do pelotão, a arrastar-te, antes de encostar às boxes e acabar a sua corrida. Estamos na volta 23. A chuva cai, mas não em toda a pista. Os moles fazem o seu trabalho. E pouco depois, o aguaceiro passa e as nuvens dispersaram-se. Não foram precisos intermédios.

Com o passar das voltas, e de mais uma troca de pneus, onde os pilotos com moles deram muitas lutar pos posição, a hierarquia se manteve: os Red Bull na frente, sem serem incomodados, Hamilton e Leclerc lutando pelo terceiro posto, com o monegasco a manter-se no lugar mais baixo do pódio, e um pelotão intermédio onde as diferenças são muito curtas entre eles.  


Até ao final, não houve história: Max ganhou, quase sem dificuldade, e agora numa dobradinha com Checo, enquanto Leclerc ficava com o lugar mais baixo do pódio. Todos felizes nas boxes dos energéticos - afinal, é o seu tempo de domínio - e o resto, agora, está a ver este mês de férias com alivio. Mas muito provavelmente, com os cálculos a serem feitos, parece que o tri do Max está mais para Suzuka que para Losail...

sexta-feira, 28 de julho de 2023

A(s) image(ns) do dia



Todos os anos, Pierre Gasly vai ao Radillon para colocar um ramo de flores no local onde morreu Antoine Hubert, vitima de uma colisão com o carro de Juan Manuel Correa, na prova de Formula 2, em 2018. E este ano não foi excepção, juntando até um grupo de gente para correr uma volta pelo circuito, no meio da chuva que se faz sentir neste final de semana.

Este ano, infelizmente, outro acidente mortal aconteceu debaixo da chuva das Ardenas, matando um jovem neerlandês de 18 anos, Dilano van't Hoff, campeão da Formula 4 espanhola em 2021. Algumas semanas depois do seu acidente mortal, a sua mãe foi ao mesmo local colocar um ramo de flores para homenagear Hubert, e claro, o seu filho, também vítima de uma colisão lateral.

Este fim de semana, como sabem, chove em Spa. E será assim por todo o fim de semana. Esperamos o melhor, tememos o pior. Queremos uma boa corrida, agitada. Até alguns desejam que haja uma confusão enorme, mas creio que todos concordam que, acima de tudo, é que não haja feridos e mortos. Gostamos muito do automobilismo, sabemos que é perigoso, mas também sabemos que a tecnologia avançou para providenciar segurança para os pilotos, e nunca estes carros foram tão seguros como agora. 

Contudo, tendemos a esquecer que a Formula 1 - e o automobilismo em geral - não consegue ser um desporto onde a morte está 100 por cento afastada. Quanto muito mais de 90 por cento. Mas lembrem-se: já vimos um carro a explodir e o piloto a conseguir sair dele pelo seu próprio pé. Acho que diz imensa coisa de uma modalidade como esta. 

Formula 1 2023 - Ronda 12, Spa-Francochamps (Qualificação)


Normalmente, a corrida belga é no final de agosto. Mas este ano, a Formula 1 foi a Spa-Francochamps um mês antes, se calhar para tentar escapar do mau tempo nas Ardenas. Contudo, o tempo é algo do qual não controlamos, e por excelentes intenções que os organizadores e a FIA tinham ao colocar esta corrida no final de julho, não se pode escapar do tempo. Até parece que a chuva é permanente por ali... não é, isso sabemos, mas ficamos com essa impressão.  

E o tempo será isso mesmo durante o fim de semana: húmido, com chuva quase constante. Só se espera que não interfira muito com a corrida. 

Entretanto, nesta sexta-feira se soube que Max Verstappen iria ter componentes trocados na sua caixa de velocidades, e como atingiram o quinto, isso significaria que teria penalização de cinco lugares na grelha de partida. E claro, o lugar de pole-position, mesmo que fizesse - afinal, ele é o favorito, não? - não seria dele.   


Perto da hora, a chuva tinha parado e parecia aparecer algum azul entre as nuvens. E - não sei se foi por isso ou por outra coisa - que a qualificação começava com um atraso de 10 minutos. E quando se deu a luz verde, o céu abriu-se e um sol de verão iluminou a pista belga, ainda molhada. Logo, os pilotos entraram nela com os intermédios.

Com o passar dos minutos, alguns já marcaram tempos, mas todos na casa dos dois minutos. O melhor tinha sido Carlos Sainz Jr com 2.00,536, com Max logo a seguir, a 19 milésimos. O tempo ajudava a secar a pista, mas não o suficiente para largarem os intermédios. E pelo meio, gente como Lando Norris caía nas armadilhas, exagerando e indo pela gravilha, mas regressando à pista sem danos de maior.

No final da Q1, Lewis Hamilton acabou por ficar com o primeiro posto, já abaixo dos dois minutos (1.58,841) 91 milésimos na frente de Max, 214 de Oscar Piastri e 783 centésimos de George Russell. No outro lado da moeda, os eliminados acabaram por ser Nico Hulkenberg - que teve um problema nas boxes, ao querer sair delas, e isso estragou-lhe a chance que queria aproveitar - Daniel Ricciardo - cuja melhor volta foi apagada por ter excedido os limites - o Alfa Romeo de Guanyou Zhou e os Williams de Logan Sargent e Alexander Albon.

Pouco depois, começou a Q2, com avisos de que o bom tempo iria continuar. E claro, os tempos começam a baixar, com Kevin Magnussen a conseguir 1.57,413, antes de Sérgio Perez detonar e obter 1.55,982. Verstappen melhora, com 1.55,535, mas claro, a pista seca cada vez mais e se calhar, os slicks começam a ser tentadores...


E foi isso que fez Lando Norris, ao colocar moles, algo que o resto do pelotão começou a fazer quase a seguir, quando faltava cerca de cinco minutos para acabar a Q2. Mas as condições ainda não eram totalmente seguras, porque Esteban Ocon bateu na curva 9, e danificou a sua asa da frente, acabando por levar o seu carro até às boxes. 

No final, os tempos baixaram bastante, com Oscar Piastri a ser o mais veloz, e essa velocidade foi tal, ao ponto de Max ter quase saído fora da Q3, conseguindo um 10º posto, três lugares abaixo de Sergio Perez, e pior: perdia quase 1.2 segundos por causa do facto dos pilotos terem conseguido ser mais velozes. Ele queixou-se, mas das boes lhe disseram o porquê: não tinha carga na bateria. 

Entre os que ficaram de fora estavam o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda, os Alpine de Pierre Gasly e Esteban Ocon, o Haas de Kevin Magnussen e o Alfa Romeo de Valtteri Bottas

O Q3 começou pouco depois, com o tempo a manter-se seco, com uma linha já definida no asfalto e os pilotos a colocarem os seus jogos de pneus para irem fazer os seus melhores tempos. E entre os primeiros a marcar um tempo foram os Ferrari, até com Charles Leclerc a ser o melhor, com Sainz Jr a ser o terceiro. 

A parte final foi a confusão do costume, tentando ter a pista limpa antes da sua última volta rápida. E no final, Leclerc acabou com 1.46,988, com o seu companheiro logo a seguir. Mas Max conseguiu aniquilar a concorrência, arrancando um tempo de 1.46,198, com Perez a ser terceiro. Hamilton é quarto, na frente de Sainz Jr e Piastri. mas na realidade, a primeira fila é Leclerc-Perez, com Max em sexto, ou seja, será um baralhar e voltar a dar, apesar do neerlandês ter mostrado que para além de ter o melhor carro, consegue sacar uma volta bem potente.


Amanhã é a corrida de sprint, mas fica o aviso: as chuvas farão a sua presença ao longo do fim de semana belga. Tudo está em cima da mesa.  

quarta-feira, 26 de julho de 2023

O que vêm aí para Spa-Francochamps


O Circuito de Spa-Francochamps é, como todos sabem, dos melhores e mais desafiantes da Europa e do mundo. Mas quem também a conhece, sabe que a pista, situada no coração das Ardenas, perto de Malmedy e da fronteira alemã, situa-se numa zona húmida e as possibilidades de chuva são frequentes. 

E este fim de semana não fugirá à regra: segundo o boletim meteorológico, sexta, sábado e domingo está prevista chuva, com trovoada no sábado, e no domingo, as chances de pluviosidade são mais baixas, mas presentes.  

Spa-Francochamps não foi desenhado por Hermann Tilke: aliás, é um dos circuitos mais antigos do mundo, corre-se há quase um século e na primeira versão, tinha 14 quilómetros, desenhados entre estradas nacionais. Apenas em meados dos anos 70 que se construiu uma versão que encurtou em metade da extensão, com uma parte construída de raiz, entre Les Combes e Staevlot, e que inclui as curvas de Pouhon. Ou seja, ficaram sítios como La Source, Eau Rouge e Radillon. 


Ora, neste final de semana, teremos uma Sprint Race no sábado à tarde, o tal dia onde se prevê trovoadas. Com pilotos que não tem qualquer intenção de levantar o pé, mesmo que chova a cântaros, lembro de duas situações recentes: a corrida de 2021 e o acidente deste ano, onde numa corrida da Formula Regional Europeia, o neerlandês Dilano van't Hoff sofreu um acidente mortal na reta Kemmel, pouco depois do Radillon. 

A Formula 1 vive num dilema - e também nós, bem visto. Sabemos que, desde há algumas semanas para cá, alguns pilotos já pediram que a organização redesenhe a Eau Rouge para ser mais apertada, abrandar a velocidade dos carros e assim evitar acidentes graves porque ali, naquele ambiente florestal, as gotículas permanecem no ar depois da passagem dos carros, dificultando ainda mais uma situação já dificil.

Mudar o desenho da pista é complicado, pelo menos para já. Mudar "em cima do joelho" como fizeram em 1994, no rescaldo dos acidentes de Imola e Mónaco, não cai muito bem nos fãs, mas foi a medida possível no curto tempo que tiveram. Mas também, uma prova como a de 2021, ainda fresca na memória dos fãs, não é algo aconselhável. Então, que pensar, que fazer?

É que, parecendo que não, escrevo isto com a memória de outra corrida: Suzuka 2014. A corrida que não deveria ter acontecido à hora que aconteceu, por muito que digam que foram os organizadores que obrigaram a isso. Quem não se lembra, digo numa frase: foi a corrida que tinha um tufão em cima deles e que acabou com o acidente mortal de Jules Bianchi


A FIA, a Formula 1 e a organização andarão com pinças neste fim de semana. Muito provavelmente farão de tudo para que a segurança seja uma prioridade. E se andarem 43 voltas atrás do Safety Car, andarão. Claro, os fãs dirão que será uma farsa. Afinal de contas, há quem ache que essa corrida deveria ter sido anulada. Mas... e se tivermos um Antoine Hubert ou um van't Hoff no fim de semana, mesmo num acidente numa das corridas de suporte, como a Formula 2 ou a Formula 3, seria uma tragédia evitável?

Já entenderam que não há um meio-termo, pois não? É verdade. Se calhar, a única solução possível é aquela que o Jean-Marie Balestre disse, certo dia: "a melhor decisão é a minha decisão". Se querem farsa, é isso que teremos e eles suportam melhor as criticas dos fãs e da imprensa. E se calhar seria a melhor, porque do outro lado, as coisas seriam menos suportáveis. E as alterações na pista ainda seriam mais dolorosas para os fãs, porque achariam que a "pureza" e o "desafio" do automobilismo seriam mutiladas. 

Sobre essa última parte, eu direi apenas: isso já aconteceu, no dia em que cortaram Spa para metade. E nos adaptamos bem com isso. 

Para finalizar: desejo o melhor para todos. Que seja um fim de semana sem problemas de maior. 

domingo, 23 de julho de 2023

Spa-Francochamops será chuvoso!


Sim, ainda falta uma semana para o GP da Bélgica, mas sete dias antes de acontecer, o boletim meteorológico não está a ser favorável para o bom tempo. Segundo as últimas informações, durante todo o próximo fim de semana, se prevêm aguaceiros e trovoadas no leste da Bélgica. 

Na sexta-feira, com temperatura de 21 graus, as possibilidades de chuva estão estabilizadas nos 80 por cento, acompanhadas de trovoada, enquanto no sábado, as previsões são de aguaceiros, com a chuva a estar a 65 por cento de possibilidades. No domingo, a temperatura prevista é de 19 graus, com aguaceiros e previsões de 47 por cento de chuva ao longo da hora da corrida.

Claro, como disse acima, falta uma semana para a corrida. Mas com o traçado veloz, não se pode esperar que o fim de semana possa ser calmo e sem história. Será, provavelmente, o contrário...  

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Noticias: Hamilton quer mais medidas para Spa


Menos de uma semana depois do acidente mortal de Dilano Van´t Hoff, em Spa-Francochamps, as repercussões dos eventos na pista belga ainda estão a ser discutidos, pelo menos entre os pilotos de Formula 1. 

Lewis Hamilton aproveitou o fim de semana de Silverstone para pedir medidas no sentido de modificar o circuito de forma a diminuir a sua periculosidade, apesar de confiar na FIA, por acreditar que tem feito a coisa certa, dado que aquela parte tem vindo a ser modificada, por exemplo, com novas bancadas.

Acho que é devastador ver que perdemos dois jovens num período tão curto de tempo. Mas confio na FIA, eles têm feito um ótimo trabalho com a segurança. Sei que esse é um ponto fulcral para eles. Fazem tantas alterações ano após ano em todos os circuitos e tenho a certeza que vão estar muito atentos a Eau Rouge e se podemos ou não melhorar isso. Precisamos de fazer algumas alterações porque, claramente, quando se está a chegar a uma inclinação assim, não se consegue ver nada com más condições atmosféricas. Isto já aconteceu duas vezes, por isso temos mesmo de dar um passo em frente.

A Formula 1 irá a Spa-Francochamps dentro de três semanas, a 30 de julho.