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quinta-feira, 2 de julho de 2015

A(s) foto(s) do dia

Passam hoje 30 anos sobre o seu desaparecimento. E como já disse muito sobre ele ao longo destes anos, hoje vou ser sintético nas palavras: ele é um herói para os nossos tempos. Porque ao menos , David Purley tentou salvar Roger Williamson, quando muitos ficaram quietos. E precisamos de exemplos desses nestes tempos que correm.

Claro, foi herói por mais coisas, e no fim de semana do GP britânico, recordamos também o seu acidente de 1977, onde sobreviveu a 176,2 G's de força no seu próprio carro. E continuo a dizer que a sua vida vale um filme de Hollywood. Pode ser que um dia façam. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A foto do dia (II)

Há 70 anos nascia uma pessoa que vale um filme de Hollywood. Falo de alguém que era filho de um fabricante de frigorificos, que fez fortuna nessa área, esteve no exército britânico e que certo dia, falhou o paraquedas ao saltar do seu avião. Que quando acabou a tropa, decidiu continuar a perseguir por adrenalina e a conselho do seu amigo e vizinho Derek Bell, resolveu que o automobilismo era um excelente substituto. Pegou no dinheiro do pai e comprou carros, andando pela Formula 3 e Formula 5000, até chegar à Formula 1 num March que tinha comprado, no mesmo dia em que James Hunt se estreava na categoria máxima do automobilismo.

Tudo corria normalmente até ao dia 29 de julho de 1973, numa localidade costeira da Holanda chamada Zandvoort.

A história é conhecida. O exemplo que deu contrastou com a crueldade da cena, que o mundo inteiro via nas televisões. Os equivocos da organização foram inversamente proporcionais à indignação que resultou, alguns afirmando exageradamente que eles tinham deixado morrer o piloto que estava debaixo daquele carro, capotado e a arder.

Quem conhece a história, sabem do que falo. O herói que tentou inutilmente salvar o outro piloto era David Purley, que faria hoje 70 anos de idade. O "mártir" era Roger Williamson, que era considerado uma das maiores esperanças do automobilismo britânico, três vezes vencedor do campeonato britânico de Formula 3.

Foi Zandvoort que todos passaram a conhecer David Purley. Foi agraciado com a George Medal pela sua atitude naquela tarde holandesa, e deixou a Formula 1 por uns tempos, para vencer o campeonato de Formula 5000 na Grã-Bretanha. Quatro anos mais tarde, decidiu voltar à categoria máxima do automobilismo, construindo o seu próprio chassis, o LEC. Pediu a ajuda a Mike Pilbeam, que tinha desenhado os derradeiros BRM, e com a ajuda de Mike Earle, que doze anos depois, ajudou a fundar a Onyx, fez alguns feitos antes de, num treino em Silverstone, aparecer de novo nas noticias. 

Pelas piores razões.

Purley tentava qualificar o seu LEC para um lugar na grelha, que mais parecia uma "dança nas cadeiras", pois nesse final de semana, estreavam-se, entre outros, o Renault Turbo de Jean-Pierre Jabouille e o terceiro McLaren oficial, oferecido a um jovem canadiano chamado Gilles Villeneuve. Purley bateu forte na curva Club, depois do seu acelerador ter ficado preso. Sofreu uma desaceleração de 179,6 G's, e várias fraturas nas costelas, fémur e tornozelos. Muitos temiam pela sua vida, mas recuperou. ainda correu na Formula Aurora, mas não mais na Formula 1.

Mas Purley nunca deixou de procurar por adrenalina. Voltou a um velho amor, a aviação (tirou o brevet aos 15 anos!), e tornou-se acrobata, sempre arriscando por mais e melhor. Até que um dia, a 2 de julho de 1985, exagerou com o seu avião e caiu ao mar, sem que nunca conseguissem recuperar o seu corpo. Mas hoje em dia, todos se lembram dele, da sua equipa, e daquela tarde de verão holandês. E quem sabe, um dia, o veremos num ecrã de cinema próximo de nós...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A extraordinária vida do aventureiro David Purley

Faz agora 28 anos que o britânico David Purley sofreu o seu acidente fatal, ao largo da sua Bognor Regys natal, a bordo de um avião de acrobacia, quando retomava a um velho amor, anos depois de ter tido uma carreira no automobilismo que sendo parca em resultados, foi rica em situações que o colocaram como um dos heróis do seu tempo. Pela sua coragem e pela sua capacidade de sobrevivência.

Inicialmente, esta matéria era para ser publicada na edição de julho da revista Speed, em conjunto sobre uma biografia de Roger Williamson, dado que no final do mês passarão 40 anos sobre o seu acidente fatal e as tentativas de Purley em o salvar, vistas em direto e ao vivo na televisão. Contudo, com a revista "em suspensão" devido ao facto do seu fundador e editor estar dedicado à sua vida universitária, achei que esta matéria não deveria ser desperdiçada num arquivo qualquer e então decidi colocar aqui, pois também vi que nunca fiz uma biografia decente sobre Purley, ao longo da história deste blog.

Assim sendo, aqui vai:

A EXTRAORDINÁRIA VIDA DO AVENTUREIRO DAVID PURLEY


Nunca venceu uma corrida de Formula 1. Aliás, sequer pontuou na sua curta carreira na categoria máxima do automobilismo. Mas graças à sua vida de aventureiro e os seus feitos vão muito para além da Formula 1. Nascido em berço de ouro, teve gosto de aventura, em busca de excitamento e adrenalina. Viveu apenas 40 anos, mas foi das mais incríveis e plenas. Hoje em dia, quando se fala do nome de David Purley, é por ter tentado salvar um companheiro seu, faz agora 40 anos.

BERÇO DE OURO, GOSTO DE AVENTURA

David Charles Purley nasceu a 26 de janeiro de 1945 na cidade de Bognor Regys, no West Sussex britânico. Era filho de Charles Purley, que tinha vindo de um berço pobre para construir, em conjunto com o seu irmão Frank Purley, a LEC Regriferation, que construiu frigoríficos a partir de 1947, quando ambos converteram a firma das munições que tinham fundado para ajudar no esforço de guerra britânico, na II Guerra Mundial.

Ao longo dos anos 50 e 60, o negócio dos frigoríficos prosperou de tal forma que Charles e Frank se tornaram em milionários, dada a necessidade das pessoas em ter um frigorifico. Para se ter uma ideia, em 1960, apenas 13 por cento das casas britânicas tinham um, comparado com os quase cem por cento que existiam nos lares americanos, por essa mesma altura.

Foi graças ao negócio de familia que David Purley cresceu. Mas o berço de ouro não inibiu o seu gosto pela aventura. Depois de ter sido educado no Seaford College e no Darlington Hall School, em Devon, David Purley descobriu cedo o prazer de voar e incentivado pelo seu pai, que decidiu que o seu filho iria ter tudo aquilo que ele tinha sido privado, tirou o brevet aos 16 anos. Nessa altura, era o mais jovem a fazê-lo no Reino Unido. Contudo, pouco depois, Purley decidiu alistar-se no exercito britânico, mais concretamente, no Regimento de Para-Quedistas. Em 1967, esteve em Aden, atual Yemen, numa altua em que aquela zona do globo vivia tempos agitados. Mas antes, tinha passado pelo seu primeiro momento aflitivo, quando durante um salto de treino, ainda na Grã-Bretanha, o seu paraquedas falhou parcialmente a sua abertura.

Após ter cumprido o seu serviço no exército, em 1968, Purley foi ter com um velho vizinho e amigo seu, Derek Bell, que começava a ter uma carreira bem sucedida nas corridas. Vendo o automobilismo como um bom motivo para manter os seus níveis de adrenalina, comprou um AC Cobra, começou a vencer algumas corridas… e a ter acidentes. Quando o seu carro virou sucata, decidiu comprar um Chevron, e continuou a correr até 1970, quando decidiu mudar-se para os monolugares.

RECOMPENSADO PELA INTENÇÃO

Nesse ano, comprou um velho chassis Brabham de Formula 3 e decidiu formar uma equipa, a LEC Refrigeration Racing, batizando-o com o negócio da família. Com isso, começou a participar em competições britânicas e europeias, onde entre outros pilotos que viriam a chegar à Formula 1, estava um compatriota seu: Roger Williamson.

Williamson era um dos melhores do seu tempo. Em parceria com Tom Wheatcroft, ele dominava a Formula 3, acabando por vencer três títulos entre 1971 e 1972 (nessa altura, existia mais do que um campeonato de Formula 3 na Grã-Bretanha!), mas apesar desse domínio, havia ocasiões onde Purley poderia brilhar. Em 1970, venceu uma corrida na Belgica, o GP des Frontieres, situado na localidade de Chimay, conseguindo bater por 0,3 segundos outro jovem britânico, chamado James Hunt. No ano seguinte, Purley repetiu a façanha no mesmo lugar, altura em que tinha trocado de chassis, desta vez indo para um Ensign, onde graças a ele, venceu mais duas corridas naquela temporada. Em 1972, mudou-se para a Formula 2, onde arranjou um chassis March. Não conseguiu mais do que um terceiro lugar nas ruas da cidade francesa de Pau, arrebatando apenas os quatro pontos dessa corrida.

Em 1973, começa a temporada na Formula Atlantic, mas pelo meio, arranja um March 731 de Formula 1. Tal como nas outras vezes, inscreve-o sob a bandeira da LEC Refrigeration e vai participar em algumas corridas. Estreia-se no GP do Mónaco, o mesmo local onde outro March foi inscrito, para James Hunt, onde não termina a corrida. A sua segunda prova será apenas em julho, em Silverstone, mas vai ter vida curta, pois sofrerá um despiste logo na primeira volta, imediatamente antes da carambola provocada pelo McLaren do sul-africano Jody Scheckter, onde ele colocará mais oito carros fora de prova.

Mas vai ser na terceira corrida em que participa, o GP da Holanda, que o seu nome fica conhecido pelo mundo inteiro. Partindo da 21ª posição nos treinos, na corrida tinha subido um pouco até à oitava volta, quando viu acidentar-se o outro March de Roger Williamson, que ali fazia a sua segunda corrida na Formula 1. Purley seguia imediatamente atrás e sem hesitar, parou o seu carro e foi a correr para os destroços do carro acidentado.

O March de Williamson tinha sofrido um furo a alta velocidade e batera fortemente nos rails de proteção, ficando de cabeça para baixo e a ser arrastado por mais de uma centena de metros até parar, em chamas e com o piloto preso nos destroços. Primeiro, Purley pegou num extintor que um dos comissários tinha trazido, tentando apagar as chamas. Depois tentou virar o carro, mas em ambas as ocasiões, não o conseguiu. Desesperado, apelou aos comissários e às forças policiais para que o ajudassem a virar o carro, mas estes estavam convencidos que Williamson tinha morrido no impacto.

Para piorar as coisas, os comissários de pista de Zandvoort, que estavam a ver as imagens pela televisão, não reagiram de imediato porque estavam convencidos que Purley estava a virar o seu próprio carro. Um carro de bombeiros chegou mais de oito minutos depois do acidente, mesmo com a corrida a decorrer. Quando as chamas foram apagadas e o carro virado, Roger Williamson estava morto. Tinha 25 anos.

Todos aqueles instantes foram vistos em direto pelo mundo inteiro e o acidente causou um natural choque. Um símbolo da crueldade do automobilismo e da pouca segurança existente naquele tempo, o gesto de Purley foi visto como um ato de salvamento sem igual. No final daquele ano, o governo britânico decidira condecorar Purley com a George Medal, a maior condecoração civil por bravura. Mas ele não tinha sido o único: alguns meses antes, no circuito sul-africano de Kyalami, Mike Hailwood tinha salvo o suíço Clay Regazzoni de morrer preso no seu BRM quando as chamas invadiram o seu carro após uma colisão com o antigo campeão de motociclismo.

CONSTRUTOR DE CHASSIS E 179,8 G’S DE IMPACTO

Purley voltou a correr num Formula 1 no GP de Itália, terminando a corrida no nono posto, que viria a ser a sua melhor prestação na categoria máxima do automobilismo. A partir do ano seguinte, concentrou-se na Formula 5000, competindo no campeonato da categoria, a bordo de um Lola. Essa passagem revelou-se um sucesso, sendo campeão em 1976. Pelo meio, ele tentou qualificar-se no GP da Grã-Bretanha de 1974, a bordo de um Token, mas não foi bem sucedido.

Passado esse título na Formula 5000, decidiu que era altura de voltar à Formula 1. Mas não queria ir para lá só como piloto: decidira também que iria ser construtor. Pediu a Mike Pilbeam – que tinha desenhado o BRM 201 – que projetasse um, pediu a Mike Earle – que mais tarde formaria a Onyx – que cuidasse da equipa e sem testes e simuladores, como acontece neste inicio do século XXI, lá nasceu, num canto da sua fábrica de frigoríficos de Bognor Regis, o chassis LEC.

O carro, batizado como LEC CRP1, estreou-se em Jarama, palco do GP de Espanha, mas acabou por não se qualificar. A corrida seguinte seria em Zolder, palco do GP belga. E aí, Purley deu nas vistas. Numa corrida que começou sob piso molhado, mas com a pista a secar aos poucos, os pilotos iam às boxes para trocar pneus. Como nessa altura, tal coisa durava a “eternidade” de 30 segundos, Mike Earle mandou uma mensagem nas placas a dizer para se mantivesse na pista o máximo de tempo que pudesse. E por causa isso, a determinada altura, Purley estava nos lugares da frente!

Com o tempo, aparece o Ferrari de Niki Lauda, que o pressionou por muitas voltas, mas Purley não cedeu, incomodando o suficiente para perturbar o cerebral austríaco. Claro, isto teve efeitos na corrida, com Lauda a não chegar à vitória – quem venceu foi Gunnar Nilsson, na sua única vitória na Formula 1 - e Purley, que no final da corrida terminou na 13ª posição, perguntou de modo sarcástico a Earle: “Quem era o idiota do carro vermelho?” Lauda ouviu isto e ambos tiveram a seguir um aceso debate, onde Lauda chamou a Purley de “coelho” e este devolveu a graça, chamando-o de “rato”.

Purley não deixou passar em claro a graça, colocando a figura de um coelho na corrida seguinte, o GP da Suécia. Lauda achou piada e apareceu com a palavra “Rato” no seu capacete, algo que foi levado com imenso humor no “paddock”.

No GP da Grã-Bretanha, disputada no veloz circuito de Silverstone, a quantidade de carros inscritos – entre eles o Renault Turbo de Jean-Pierre Jabouille e o terceiro McLaren do canadiano Gilles Villeneuve - levou a que os organizadores fizessem uma pré-qualificação. Aí, Purley tentou o seu melhor, mas na segunda sessão de treinos, quando fazia a curva Becketts, o acelerador do seu LEC ficou preso e o carro embateu fortemente nas barreiras de proteção. Sofrera um impacto de 179,8 G’s de força, pelo facto do carro ter vindo de 173 km/hora para zero… em meros 66 centimetros, e ele estava esmagado no seu cockpit, com graves lesões nas pernas, na pelvis e no torax. Mas tinha sobrevivido.

UMA PERSONAGEM À PARTE

Purley esteve quase um ano a recuperar dos seus ferimentos, ao mesmo tempo que o seu carro era reparado. Após ter feito uma corrida com um Porsche 924 em Brighton, voltou ao cockpit do seu LEC em 1979, para disputar a Aurora Series, o campeonato britânico de Formula 1. Para além do seu LEC, também tripulou um Shadow, com alguns resultados de relevo, mas no final desse ano, decidiu abandonar a sua carreira de piloto.

Após isso, Purley decidiu ajudar no negócio da família, mas não andou longe dos brinquedos. Voltou à sua primeira paixão, a aviação, e arranjou um Pitts Special para fazer a sua acrobacia, que o fazia sempre que podia.

Contudo, a 2 de julho de 1985, quando fazia acrobacias ao largo da sua Bognor Regis natal, calculou mal uma manobra e caiu nas águas do Canal da Mancha. Tinha 40 anos de idade.

Rob Widdows, outro jornalista britânico, tinha boas razões para recordar bem David Purley e o seu carácter. Escrevendo sobre a sua aventura da LEC em maio de 2012 na Motorsport britânica, afirmou “Os privados já desapareceram há muito da Formula 1. São ‘mavericks’, excêntricos, uma elite à parte. Purley era um convidado regular no meu programa de rádio ‘Track Torque’, e vinha regularmente acompanhado do seu amigo e vizinho, Derek Bell, ou da sua namorada de então, Gail. E às vezes vinha com ambos.

Certo dia, ele chegou tarde ao meu programa, e Bell explicou que o motivo foi porque Purley insistiu que queria caçar coelhos a partir da bagageira do seu Range Rover, e claro, isso fez-os atrasar. Noutra ocasião, ele decidiu por à prova a concentração do apresentador do programa de rádio, elevando a camisola de Gail, revelando assim a sua parte de cima.

Hoje em dia, pode-se ver os destroços do seu LEC acidentado no Donington Collection, uma das maiores coleções de bólides de Formula 1 em todo o mundo. O carro não está muito longe da memorabilia de Roger Williamson, o homem que tentou salvar em Zandvoort, naquela tarde de julho de 1973.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

GP Memória - Grã-Bretanha 1977

Duas semanas depois de terem corrido no circuito de Dijon-Prenois, máquinas e pilotos atravessavam o Canal da Mancha para correr no GP da Grã-Bretanha, que como acontecia em todos os anos ímpares, acontecia em Silverstone. E também como acontecia normalmente, o numero de inscritos aumentava substancialmente. Mas para esta edição, tinha-se alcançado o incrível numero de... 36 carros inscritos. Por causa disso, a organização decidiu que iria ser feita uma sessão de pré-qualificação na quarta-feira anterior à corrida, a 13 de julho.

Na lista de inscritos, aparecia por fim a aguardada entrada da Renault, com o seu motor Turbo. Pilotado pelo francês Jean-Pierre Jabouille, a equipa conseguiu que lhe fosse concedida uma dispensa da pré-qualificação. Assim sendo, quem iria alinhar por ali seriam alguns conhecidos, como o LEC de David Purley, o Penske de Jean-Pierre Jarier, inscrita pela alemã ATS, os McLaren privados de Emilio de Villota e Brett Lunger, o BRM de Guy Edwards, o Surtees de Tony Trimmer, os March de Brian Henton e do finlandês Mikko Kozarowitzky, ambos inscritos pela RAM, o March-Williams de Patrick Néve e o March privado de Arturo Merzário

Mas havia estreantes e mexidas neste Grande Prémio, que iriam sujeitar-se à pré-qualificação: a McLaren tinha inscrito um terceiro casrro a um jovem canadiano que tinha causado furor na Formula Atlantic chamado Gilles Villeneuve, a Ensign tinha um segundo carro, inscrito pela Theodore Racing, para o francês Patrick Tambay, o March de Andy Sutcliffe, e havia a inscrição do australiano Brian McGuire, que tinha modificado um velho Williams FW04 ao ponto de ser inscrito com o seu próprio chassis, a McGuire.

A sessão de pré-qualificação tinha sido marcada pelos acidentes. Primeiro, o carro de Kozarowitzky batera forte, mas depois o LEC de Purley sofrera problemas com o aceletador, que ficara preso, e o carro embateu fortemente no muro, ferindo-o gravemente. Sobreviveu, mas não voltou mais a correr. Mais tarde, decobriu-se que o impacto do carro contra o muro tinha sido superior a 173 G's, tornando-se num recorde do mundo reconhecido pelo Guiness.

No final, Villeneuve, De Villota, Néve, Lunger, Jarier, Tambay e Merzário passaram, enquanto que para além de Purley e Kowarowitzky, Sutcliffe, Trimmer, Edwards e McGuire não passaram à fase seguinte.

Na sexta e no sábado aconteceram as duas sessões de qualificação, e aí também existia uma alteração na lista de inscritos, com o australiano Vern Schuppan no lugar do seu compatriota Larry Perkins. O melhor ao fim dessas sessões foi James Hunt, que conseguiu ser melhor do que o Brabham-Alfa Romeo de John Watson. Na segunda fila estava o Ferrari de Niki Lauda, tendo a seu lado o Wolf de Jody Scheckter. As Lotus ficavam com a terceira fila, com Gunnar Nilsson e ser melhor do que Mário Andretti, enquanto que na quarta estavam o segundo Brabham-Alfa Romeo de Hans-Joachim Stuck e o March de Vittorio Brambilla. A fechar o "top ten", na quinta fila, estavam de um modo surpreendente, dos pilotos que vinham da pré-qualificação: o terceiro McLaren de Gilles Villeneuve e o Theodore-Ensign de Patrick Tambay.

Quanto a Jean-Pierre Jabouille, o carro conseguiu apenas o 21º tempo. Modesto, mas melhor do que Emerson Fittipaldi, que estava imediatamente a seguir no seu carro, ou Riccardo Patrese, apenas 25º no seu Shadow.

Quatro pilotos falharam a qualificação para a corrida: o McLaren de De Villota, os March de Alex Dias Ribeiro e Brian Henton e o Ensign de Clay Regazzoni.

A corrida começou com Hunt a partir mal e cair para o quarto lugar, atrás de Watson, Lauda e Scheckter. Atrás dele estavam os dois Lotus e o McLaren de Villeneuve, que tinha saltado para o sétimo posto e estava a conseguir acompanhar os da frente. Na terceira volta, Andretti passa Nilsson e é quinto, enquanto que Hunt começa a reagir e passa Scheckter, para ficar com o terceiro posto. A partir daqui, o britânico foi atrás de Lauda, para o conseguir passar na volta 23, ficando com o segundo posto. Pouco tempo antes, na volta 16, o Renault de Jabouille tinha encostado para abandonar, vítima de problemas no seu turbocompressor.

A partir daqui, Hunt partiu em perseguição de Watson, enquanto que Villeneuve parava por problemas com o seu sistema de injeção de combustivel, que lhe tinha dado uma luz de aviso, mas que na realidade, o problema era na... lâmpada. Regeressou à pista, mas com uma volta de atraso.

Entretanto, Hunt aproximava-se de Watson, mas na volta 50, a bomba de combustível voltava a falhar-lhe, tal como tinha acontecido em Dijon. Ele foi às boxes, mas de pouco adiantou, por iria desistir à 60ª volta. Com isso, Hunt era o líder, seguido por Lauda e Scheckter, mas ele acaba por desistir na volta 59, vítima de uma quebra no motor. O mesmo iria acontecer na volta 62 a Mário Andretti, implicando que Gunnar Nilsson ficaria com o terceiro posto.

No final, Hunt iria ser coroado como o grande vencedor da corrida, seguido por Niki Lauda e Gunnar Nilsson. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o segundo McLaren de Jochen Mass, o Brabham de Hans-Joachim Stuck e o Ligier-Matra de Jacques Laffite.