No âmbito da campanha «Portugal a Produzir» Jerónimo de Sousa esteve, dia 4 de Dezembro em Campo Maior, onde sublinhou que a defesa da produção e do aparelho produtivo são as respostas aos problemas do país.
António Gonçalves, membro da Comissão Concelhia do PCP e deputado municipal pela CDU abordou o actual estado do concelho, que não sendo dos piores da região, podia estar bem melhor. Referindo de seguida que embora o significativo número de indústrias existentes no concelho de reconhecido mérito, o concelho continua sem explorar o seu verdadeiro potencial, a agricultura. Não havendo o devido investimento nesta área.
Questionou o facto da Barragem do Abrilongo não ter tido qualquer utilidade à data presente. Apesar da grande expectativa quando da sua construção e inauguração. E do elevado custo para os cofres públicos.
O último registo de campomaiorenses inscritos no IEFP também foi abordado (414 em Outubro de 2010 face a 344 do ano passado). Em conjunto com os baixos salários e baixas pensões, face ao aumento do custo de vida resulta de grandes dificuldades para muitas famílias no nosso concelho. Com os agravamentos causados pelo PEC 1, PEC 2 e pela aprovação do Orçamento de Estado pelo PS e PSD. A situação será ainda pior para todos os que trabalham, vivem das reformas, bem como para os pequenos e médios empresários. O PCP vem alertando para a situação de extrema pobreza que se vai começar a sentir ainda mais no início de 2011.
Denunciou também o vergonhoso corte nas verbas do PIDDAC de 93%. De entre os 15 concelhos, 9 não recebem qualquer verba! e Campo Maior foi contemplado com 145 mil euros. Do OE retiram 420 mil euros a Campo Maior face ao ano anterior.
Jerónimo de Sousa referiu as desigualdades regionais causadas pelo envelhecimento demográfico e pela desertificação. Que se vão agravando sobretudo nas zonas trans-fronteiriças devido ao acordo do PS e PSD, mais concretamente com o aumento do IVA. Quem mais vai sentir são os agentes económicos situados na fronteira. Os trabalhadores e a população em geral.
O Secretário Geral do PCP defendeu ainda que a crise só pode ser ultrapassada com o aumento da produtividade nacional, como forma de criação de riqueza e postos de trabalho. Utilizando todos os recurso que Portugal tem ao seu dispor, no lugar da importação.
Uma nova Reforma Agrária foi defendida por Jerónimo de Sousa como forma de dar terra a quem a trabalhe em vez de receber para estarem paradas grande parte das propriedades.
Acusou ainda a excessiva dependência das grande superfícies para escoamento dos produtos agrícolas. Onde os agricultores muitas vezes são chanteageados com prazos de pagamento que chegam a mais de 90 dias.
O Estado tem de ter um papel mais activo na regulamentação de todas estas situações, como forma de salva guardar os interesses dos pequenos e médios produtores.
Por último, reforçou o apoio à candidatura de Francisco Lopes às eleições Presidenciais de 23 de Janeiro de 2010. Pois é o único candidato que não está comprometido com a actual situação que se vive em Portugal. Mas sim comprometido com os trabalhadores e os seus direitos numa candidatura patriótica e de esquerda.
Antes das intervenções houve ainda concerto com "The Prozac" banda campomaiorense que actuou durante cerca de 35 minutos e tocou temas como: "Anti heróis", "Eu sou assim", "Política de ratos" e o tema novo "Ignorância é o que não falta". Neste que foi o segundo concerto na sua terra natal. Recorde-se que esta banda representou na passada Festa do Avante todo o Alentejo no Palco Novos valores da JCP.
A comissão Concelhia do PCP de Campo Maior agradece ao executivo municipal a cedência do espaço e aos funcionários presentes todo o apoio dado.
No Auditório do Centro Cultural de Campo Maior estiveram presentes cerca de uma centena de apoiantes, militantes do partido e fãs da banda.
Seguiu-se em Elvas um jantar com Jerónimo de Sousa onde estiveram cerca de 70 militantes e simpatizantes do PCP.